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terça-feira, 12 de julho de 2011

Vadiação de vaqueiros na Matinha de Dona Lô

A valorização da educação é de extrema importância
Fátima Oliveira

A Vaquejada da Matinha de Dona Lô data de um século.
Chamava-se Pega de Bezerros dos Tropeiros, quando começou em 1911. Era uma brincadeira no pátio da fazenda do velho Chico Tropeiro, que foi mantida pelo filho Neneco Tropeiro e pelo neto, quando passou a se chamar Vaquejada de Dona Lô – por ser na Fazenda Matinha de Dona Lô, nome que passou a ter parte da propriedade original da família, onde ficava a primeira sede da fazenda, depois que nasceu a filha de Dotozim Felipe Tropeiro e Donana.

 Gado pé-duro

Dotozim Felipe Tropeiro, neto do tropeiro-fundador, Donana quando ficou viúva dele e a filha deles, a Dona Lô, carregaram no capricho, como uma promessa, a realização da vaquejada anual na Matinha de Dona Lô, como no tempo antigo: há uma demonstração de laçar bezerro, que não segue nenhuma regra das associações atuais do que chamam “Prova do laço” – é só soltar o bezerro na pista pra ser laçado; e a vaquejada propriamente dita, que é derrubar o boi pelo rabo.

Está perdido no tempo, mas foi Donana quem inventou de trazer as toadas de boi para abrir as vaquejadas da Matinha. Sendo ela nascida e criada em São Luís, sentia saudade daquelas toadas e viu na vaquejada uma oportunidade de matar a saudade.
Segundo Mãe Zefinha só se viu bumba-meu-boi por essas bandas depois da estrada de rodagem e “Mermo assim bichinha, num era todos os anos que Donana conseguia convencer os brincantes a comer poeira na Santa Luzia-Açailândia pra dar c’os costados por cá nesse fim de mundo, não! Era uma viagem cumprida demais pucardiquê as estradas de rodagem, tudim sem esse bicho preto, cumuchama?”
– ...
– Ah, asfalto! Era um trumento do mar maior do mundo. Levavam coisa de dois dias de viage pra chegar por cá. Mas de vez em quando vinha um boi bumbar por cá, que Donana quando encanfinfava cum u’a coisa, ia, ia, até conquistar aquilo! Eita muiezinha teimosa. Num parecia, mas era teimosa demais! A Lô puxou a ela, iscritim! Ela tem a merminha determinação da mãe quando quer as coisas. Num viu esse negoço de eleger a Dilma, de botar a Dilma lá nas alturas? Mermin mermo! Foi assim, dessa teimosia de Donana que tomamo ciência desse boi que dança e é aboiado por cantador. Que aqui num tinha, não! Vinha gente de muitas e muitas léguas prumode vê o boi dançar aqui na pega de bezerro dos Tropeiro. Coisa de admirar mermo!

Agora, com as estradas asfaltadas, Dona Lô todo ano pode fretar um ônibus pra trazer os brincantes de boi. Há na Matinha até uma casa para hospedar o povo que brinca o bumba-meu-boi, os brincantes. Claro que hospeda também outras visitas, mas Donana fez aquela casa só pra dar conforto aos brincantes de boi, quando os trouxe pela primeira vez.
Do que se sabe é a única vaquejada que abre com apresentação do bumba-meu-boi. E tem a particularidade ainda de ser uma vadiação de vaqueiros.  E dela, só vaqueiros de profissão ou dono de fazenda podem participar... São as regras.

Em vaquejada acaba sendo assim: cada lugar tem seus modelos, seus usos... Como diz Dona Lô, isso aqui é vaquejada e não rodeio! Vaquejada é uma coisa e as outras coisas são outras coisas, daí porque têm outros nomes! Nem mesmo tem a ver com o country estadunidense, o rodeio, e nem com a filmografia western. A vaquejada aqui na Matinha de Dona Lô resiste à vaquejada espetáculo, tão em moda. Aqui tem vaqueirice, a cultura vaqueira, o cuidado com os animais.

A namorada de Cesinha já disse que não virá porque é contra maus tratos a animais. E pra ela vaquejada é isso. E toda vida foi! Dona Lô se arretou...
– Rodeio, vaquejada – essa coisa horrível de derrubar o boi pelo rabo ou de laçar bezerros e imobilizá-los na arena – acho que é crueldade para com os animais. Imagine o tanto de maldade: primeiro encurralam o boi ou o bezerro e o agridem com pancadas ou choques elétricos para que fiquem furiosos e corram desesperados na arena; os cavalos são golpeados com chicotes de couro cru e esporeados pelos vaqueiros para que corram desembestados. São praticadas duas violências para garantir o deprimente espetáculo.
– ...
Ou seja, junta boi furioso de dor com cavalos irados por chicotes e esporas. E ainda a perseguição tem de resultar em boi derrubado pelo rabo, muitas vezes com fraturas das patas do boi e até arrancamento de rabo! Mesmo que não arranquem o rabo, é sabido que O gestobrusco de tracionar violentamente o animal pelo rabo pode causar luxação dasvértebras, ruptura de ligamentos e de vasos sanguíneos, estabelecendo-se,portanto, lesões traumáticas com o comprometimento, inclusive, da medulaespinhal”. A laçada de boi também pode resultar em fraturas...
– ...
– Brincadeira mais sem graça! Dois vaqueiros perseguindo um animal furioso...
– Minha santa, laçar boi e puxar boi pelo rabo, são práticas do antigo trabalho do vaqueiro nordestino, cujo objetivo, na apartação do gado, no tempo da criação de gado solto, era ferrar a bezerrama ou mesmo ministrar algum medicamento para curar bicheiras. Ou era pra deixar o bicho ser comido pela bicheira?
– ...
 
  Era um gado praticamente selvagem, o criado solto. O vaqueiro tentava laçar, mas em meio à caatinga, com muitos espinhos e varetas secas dos galhos das árvores, muitas vezes não era possível laçar; e o vaqueiro, astucioso e habilidoso, aprendeu a derrubar o boi pelo rabo.  É isso, astúcia e habilidade do vaqueiro, que celebramos na vaquejada.
A mulherada que estava na cozinha imersa nos afazeres de doçaria parou pra ouvir o discurso da namorada de Cesinha...
Dina Vaqueira

Mãe Zefinha estava espocando de ira e não se aguentou: “Ô bichinha, tu podia num comer carne. Pucardiquê pra comer carne tem de matar o bicho. Ou num é? Marcome que nem u’a onça varada de fome! Ou tu faz é pior, come o bicho vivim? Home, deixe de lorota! Deixe de ser malcriada e topetuda! Tua mãe não te ensinou bons modos, não? Tá aqui de visita, sendo bem arrecebida pela dona da casa e me sai com essa de querer cagar regra? Se Lô, por educação, pra não desgostar Cesinha,  num lhe arresponde, lhe arrespondo eu! Chispe daqui agora, já! Vá espiar preguiça no mato, escutar passarim cantar, esfregar o cabaço, se é que ainda tem, que eu duvido, do tanto que tu grosa no Cesinha o dia intiriço, nas fuças dele... Num precisa de tu aqui não, que tu é uma morta de preguiça. Tá vendo nós aqui tudo trabaiando e num faz nadica de nada, nem pra descascar uma banana tua corage num dá”...
E ela saiu batendo o pé e dando rebanada...
Mal ela saiu entrou Cesinha e sequer teve tempo de abrir a boca...
– Cesinha, meu filho, que menina puro entojo essa tua namorada, hein? Todo mundo tem direito de dizer o que pensa. E mais, de pensar como bem entender, mas ela está inconveniente demais. Precisa ligar o desconfiômetro dela. Na toada que ela vai vamos virar políticas...
–...
– Nós aqui nessa trabalheira de doçaria e ela enchendo linguiça de conversa fiada, meu filho! Vai lá pra fora, pega os cavalos e vai dar uma volta com ela por aí e deixa a gente sossegar um tiquinho. Vê se eu preciso de gente, dentro da minha casa, budejando em meu ouvido! Dê as ordens bem combinadinho; passe bem a língua nela e que ela não me volte aqui falando em vaquejada. Nem bem e nem mal! Ela não gosta e eu gosto. Acabou-se e ponto final! Ou ela acha que vou deixar de fazer minha festa por causa dela? Ô iludida! E que não dê com as fuças por aqui no dia da festa para protestar! Aqui é uma propriedade particular, só entra quem eu convidar, quem eu deixar. Tudo bem? Ela veio passar uma semana de férias aqui, não foi? Pois bem, chegou no dia 1º. Não foi? Hoje é dia 7. Pois tá na hora de juntar os paninhos de bunda e dar meia volta, volver... “Caminho do feio, por onde veio”...
– ...
– Entenda, não sou contra ela pensar como quiser. Só não aceito que fique dando a entender que sou uma cruel. Coisa que nunca fui e não sou! Vá logo que estamos trabalhando e ela só no atrapalho!
Desde a segunda-feira, dia 4 de julho, que a cozinha da casa da fazenda virou uma doçaria, comandada por Dona Lô e mais quatro doceiras afamadas.
– Dona Lô, ela vai embora amanhã à tarde. Foi o combinado. A família dela vai viajar de férias. Vão pra praia em São Luís no próximo fim de semana.
– Aaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaah, muito que bem! Dessa “inconha” vou me livrar, breve!
Na segunda e na terça-feira, fizeram as tachadas de doces de banana, desde bala, a bananada, a compota, bananinhas cristalizadas e doce de casca de banana, um tipo de doce fabricado na Matinha de Dona Lô, uma receita da bisavó dela! É uma quantidade enorme de banana transformada em doce. A casa fica com cheiro de banana entranhado.
E também o queijo coalho começa a ser feito na segunda-feira, pois o costume é fazer de 200 litros de leite o queijo coalho, que vai sendo feito aos pouquinhos, pra não perder o sabor e nem a qualidade e ser vendido fresco na festa da vaquejada.
Na quarta-feira, os doces de leite: o simples, em quadradinhos, o tijolo, a ambrosia e a aletria. Também a medida é transformar 100 litros de leite em doces.
Na quinta-feira, é dia de fazer a montanheira de bolo cacete, bolo de banana e o famoso biscoito de banana verde, coisa especial da Matinha de Dona Lô.
E na sexta-feira, a mulherada prepara a panelada e a buchada de bode, enquanto os homens tomam conta dos preparativos do churrasco.
Grupo de meninas brincando, PortinariMeninas brincando (Portinari)

Ah, e também fazem pirulitos de mel, sempre na sexta-feira, à tardinha, que são os dodóis de Dona Lô: “A lembrança que mais dava saudade das vaquejadas daqui de casa quando estava fora do Brasil era o pirulito de mel que Mãe Zefinha fazia! Quando criança, vaquejada para mim era igual a ter pirulito de mel para chupar à vontade!”
Sexta-feira, às doze horas em ponto, como era o costume, quando o fogo do churrasco estava só o braseiro, tudo, absolutamente tudo, britanicamente, estava pronto para começar a primeira atividade da festa, o churrasco de vitelo! Aí Dona Lô foi tomar seu banho pra se aprontar pra começar a receber suas visitas.
Quando estava saindo os primeiros espetos de costela, chegam Estela e sua catrevagem... Pedro, pra não variar, já desce do carro dando gaitadas. Tão animado que aquela animação dele sempre dá nos nervos de Dona Lô... “Ai, Santíssima, misericórdia! Se não fosse por Estela, esse Pedro não seria tolerado aqui... Gente boa ele até que é, mas é PMDB doente, doente... Bem, poderia ser pior, do PR, desse partido que fez do Ministério dos Transportes um balcão de negócios. Mas Dilma vai dar um jeito nesse colesterol ruim que está entupindo as veias do governo dela. Ora, se vai! E tem de ser ligeiro. Há uma ruma de colesterol ruim em muitos lugares do governo. É rastrear e desaboletar dos lugares que ocupam porque embolia de gordura os médicos dizem sempre que é coisa séria. Vumbora Dilma! Quem for podre que se arrebente. Não há outro jeito: é fazer uma limpeza ética no governo e a base aliada que se aguente...”.
– Dindinha, faz três dias que Pedro e os meninos só falam na ambrosia daqui de casa...
– É que pra mim é a melhor ambrosia do mundo e Dona Lô sabe bem disso. Não sei o que diacho ela coloca nessa ambrosia da vaquejada porque é melhor do que as outras feitas no decorrer do ano. Tem diferença. Qual é não sei. Mas tem!
– Bobagem Pedro. A receita é a mesminha: doce de leite com ovos! Ambrosia bem feitinha é gostosa mesmo. Vou repetir. Coisa que faço todo ano pra você. Veja se presta atenção e aprende! A palavra ambrosia quer dizer "Manjar dos Deuses do Olimpo, que garante a imortalidade”.  Isto é, substância mágica comida pelos deuses da mitologia grega e romana, que também a esfregavam no corpo, com a finalidade de garantir a imortalidade. 
– Dizque a namorada de Cesinha se arretou aqui e picou a mula, foi?
– Se se arretou não sei de nada, mas que picou a mula é verdade. Mas pergunte à Mãe Zefinha que teve um entrevero com ela... Mas deixe isso pra lá, pra não estragar a nossa festa.
Antônio Cícero (cantador), Dona Dina e Luiz Gonzaga (Missa dos Vaqueiros de Canindé)

A brincadeira, isto é a vaquejada, é sempre num sábado. A chegada dos bois, dos vaqueiros e fazendeiros com os animais inscritos pra correr, é na véspera. Ou seja, na sexta-feira, a partir de meio-dia, quando são recepcionados com um churrasco de novilho novo, um vitelo, que entra pela noite e quando são servidos dois tipos de caldo, de abóbora e de macaxeira, todo mundo sabe que tá na hora de se recolher e obedece. São as regras da Matinha de Dona Lô.
A chegada dos convidados do churrasco aconteceu sem atropelos. Por volta de duas da tarde todo mundo já havia chegado. Até o ônibus do bumba-meu-boi, com trinta componentes! Comida boa, bebida, idem e as conversas, melhores ainda. Dona Lô e Estela transitavam em meio aos convidados: um como vai ali, outro acolá. Tapinhas nas costas, abraços e muitos risos...
– Pois Dona Lô, a senhora fique sabendo que aqui pelas redondezas não há pista de vaquejada nem no rumo da sua, que é a melhor de todas que conheço. E olhe que conheço muitas...

– Obrigada seu Pedro Paulo! Nossa pista é bem conservada mesmo. Faço questão, sem falar que Zé Vaqueiro, que treina bastante nela, tem um cuidado especial. É sempre tudo bem cuidadinho e demarcado. É uma pista padrão: 160 m; com duas pistas: a faixa de tolerância, a faixa de pontuação, a área de desaceleração e o brete.
– Me diga, por que não aumenta a participação de gente nessa festa, senhora?
– Todo mundo sempre fala nisso. Minha vaquejada é um evento de prazer, não é uma coisa comercial, como andam fazendo por aí com as vaquejadas, que não sou contra, o que não pode é perder a ideia da vaqueirice...
– ...
  Mas aqui não tenho como receber mais do que quinhentas pessoas com conforto. Enquanto eu não puder receber todo mundo igualzinho, ficamos mesmo só nos quinhentos ingressos. Tá de bom tamanho para mim. Controlo melhor.
– ...
  E olhe que fazer uma festa assim é trabalhoso e a gente quebra muito a cabeça. É preciso cuidado com o meio ambiente e também com a segurança: limitar as possibilidades de arengas. Daí porque só cerveja em lata, pinga no tonelzinho de madeira, nada de garrafas! Garantir água potável à vontade pra todo mundo, e de graça, bem geladinha, dispensando a água mineral engarrafada. Tudo isso é preocupação...
– Entendo, entendo! A senhora é muito sistemática. Igualzinho à sua mãe Donana que, pode crer, fez dessa festa esse colosso que é hoje. Certa feita ela disse que estava triste com os rumos da vaquejada espetáculo, com coisas que o povo falava que eram maus tratos a cavalos e a bois – falam o mesmo dos rodeios – e que enquanto ela viva fosse a Vaquejada da Matinha seria sempre como foi: uma brincadeira capaz de demosntrar que mesmo a vaquejada tendo virado um esporte que atraia multidões e dava aos seus organizadores rios de dinheiro, era possível manter a sua como um momento de descontração para quem apreciava a brincadeira e que vaqueiro que tirasse sangue do cavalo ou do boi, estava fora para sempre de sua pista de vaquejada e aqui perdia o prêmio.
...
– Foi quando Donana instituiu que os prêmios daqui só seriam dados depois que os animais, bois e cavalos, fossem vistoriados pelo júri da vaquejada. Sabia que só aqui tem disso?
– Não apenas sei. Faço igualzinho a ela. Pista de vaquejada não pode ser palco de crueldade com os animais. Nunca! Aqui não aceitamos, é proibido, vaqueiro puxador e vaqueiro bate-esteira metido a mau com os bichos.
Lá quase pelo fim da tarde Dona Lô pediu licença pra dar uma cochilada, avisando que a idade pesa e que voltaria para ouvir os violeiros que deveriam chegar por volta da boquinha da noite.
No sábado, o pátio da fazenda amanheceu com as barraquinhas de comidas montadas e nelas foi servido para as visitas um café do sertão, dos mais legítimos: café, leite, chás, beiju, batata-doce e inhame cozidos, ovos cozidos e estrelados, cuscuz de milho e de arroz, chapéu de couro, bolo frito e queijo coalho. Ah, manteiga de garrafa e espeto de carne seca assada na brasa!
Há comida de monte na vaquejada. Todo mundo come nas barracas, cada uma comandada por uma cozinheira afamada do lugar.

Há a Barraca da carne-de-sol (carne-de-sol na manteiga de garrafa, macaxeira cozida com manteiga de garrafa, baião de dois e Maria Isabel, de carne seca e de carne-de-sol gorda); a da galinha caipira (ao molho simples, ao molho pardo e galinhada); a do bode (de caldo com ou sem leite de coco, pernil e paleta assados no forno, e bode seco assado na brasa); a do porco (espinhaço ao molho, costelinha frita, linguiça caseira, pernil e lombo assados no forno); a da panelada e da buchada de bode; a dos caldos (feijão, macaxeira, abóbora e inhame); a da bebida; a dos doces e quitandas; e a das comidas de São João (milho e batata-doce assados na fogueira, chá-de-burro, canjica, pamonha, amendoim torrado, pé-de-moleque, pipoca e quentão). 
E há um ano apareceu mais uma, a Barraca vegetariana, invenção de um amigo de Pedro, que vende sucos de tudo quanto é fruta que há na região, salada verde e sanduíche de “mil e um matos”. Pois não é que vende e muito? Na vaquejada passada vendeu trezentos desses sanduíches e ainda ficou gente querendo mais! É muito num dia só, não é?
Todo mundo almoça nas barracas. “Não se acende fogo na cozinha da casa de Lô em dia de vaquejada. Já era assim no tempo de Donana”, diz Mãe Zefinha.
Festa de São João (Anita Malfati)

Do amanhecer do dia até a hora em que começa a vaquejada, todas as barracas de comida servem o café sertanejo das visitas, bancado por Dona Lô. Basta apresentar o cartão que dá direito ao café. Na frente das barracas há muitas mesas com bancos rústicos de madeira e tamboretes.
Descrição da imagemLuiz Gonzaga - Boiadeiro
É um grande restaurante ao ar livre, enfeitado com bandeirolas de festa junina e estandartes dos santos juninos, até encerrar a vaquejada. Ao lado, o palco do sanfoneiro, que são dois, que se revezam tocando das nove da matina até encerrar a vaquejada.


Gado pé-duro
 

Quando foi anunciado pelo microfone que estava na hora da vaquejada, fez-se um silêncio total. Dona Lô deu umas palavrinhas contando a historia das Pegas de Bezerros da Família Tropeiro, incialmente só com gado pé-duro, que era o que se criava naquele tempo, pontuando o trabalho do vaqueiro, a cultura da vaqueirce, a importância cultural e historica do gado pé-duro e a luta para ele não desaparecer; e que vaquejada de hoje seria aberta com bezerros pé-duro, nada de o pé-duro ficar no rabo da gata, como uma forma de valorizar essa raça de gado. E que na vaquejada de hoje cada dupla de vaqueiro (o puxador e o bate-esteira) correria dois bois, sendo que um deles sempre seria pé-duro. E o total de pontos seria o somatório dos dois bois corridos.
  Os vaqueiros do sertão nordestino fotografados após a leitura de Os Sertões (Antonio Costa/Gazeta do Povo)Os vaqueiros do sertão nordestino fotografados após a leitura de Os Sertões (Antonio Costa/Gazeta do Povo)

E olhando para as duplas de vaqueiros ao seu lado no palco, todas burnindo e reluzindo, com seus chapéus de couro e gibão estilizados, pediu um minuto de silêncio pelo presidente Itamar Franco – “Para dizer do respeito que temos por ele, pelo seu papel na condução da democracia brasileira e pelo seu exemplo de honestidade, coisa que deveria ser natural nos políticos, que infelizmente não é!” Em seguida pediu uma estrondosa salva de palmas em homenagem também ao presidente recém-falecido. Por fim, pediu à Mãe Zefinha que benzesse os artistas da festa: os vaqueiros, os bezerros, os bois e os cavalos.

E começou a festa, que seguiu conforme abaixo:
Vaquejada de Dona Lô
Programação:
8 de julho (Sexta-feira): chegada das equipes participantes, a partir de 14:00
9 de julho (Sábado) – Exibição das parelhas de vaqueiros inscritas na vaquejada
9:00 às 10:00 – Apresentação do bumba-meu-boi e sorteio da ordem de exibição das parelhas de vaqueiros
10:00 às 12:00 – Exibição de laçar bezerro + Exibição das parelhas de vaquejada (15 minutos para cada)
12:00 às 14:00 – Almoço nas barraquinhas
14:00 às 16:30 – Exibição das parelhas de vaquejada (15 minutos para cada)
16:30 – Encerramento, com a entrega do Troféu Chico Tropeiro pra duplas vencedoras de 1º., 2º. e 3º lugares, seguida de reapresentação do bumba-meu-boi.


  

Às 18:00 em ponto foi passado o cadeado dos portões da Matinha de Dona Lô e começada a limpeza do pátio.
– Ave! Correu tudo bem. Festona bonita! Estou num cansaço que meu corpo só pede cama. Vou sentar ali apreciando a varrição do pátio e a desmontagem das barracas e tomar o meu primeiro gole de cerveja do dia. Ainda bem que não tenho de descer pra Chapada. Minha vaquejada acaba aqui. Ô Estela, cadê Pedro, minha santa?
– Como de costume, tá escornado dormindo. Pedro nunca viu o encerramento de uma vaquejada Dindinha! Come e bebe que nem um condenado, como se a comida e a bebida daqui fosse a última do mundo. Claro, quando dá lá pelas três, o mais tardar quatro, da tarde o bicho tem de dormir. Agora dá sossego. Só acordará amanhã. Depois fica dizendo que um dia vamos balançar o esqueleto no forró da Chapada do Arapari depois da vaquejada. Não sei quando será isso...
– Pelo visto, nunca!
(Bailinho) Anita Malfati

E às 19:00  em ponto começou na Chapada do Arapari o Forró da Vaquejada, que só parou quando o sol raiou no domingo... Mas há outro arrasta-pé famoso, no mesmo dia e na mesma hora, que é no Cabaré de Lalá.  Como diz Dona Lô: “Toda vida acontecem duas festas em dia de vaquejada. Pensando bem, acho que devo incluo na programação oficial o Forró do Cabaré de Lalá, o Peixeira no Bucho!”

Fazenda Matinha de Lô, Chapada do Arapari, 11 de julho 2011

Os quitutes...

BALAS DE BANANA
Ingredientes: 1 kg de banana; 800 gramas de açúcar e 2 colheres de suco de limão.
Modo de fazer:
Descasque as bananas e corte em fatias finas, leve ao fogo com o açúcar e o suco de limão. Deixe apurar até aparecer o fundo da panela. Coloque em um prato untado com manteiga, deixe esfriar, faça as balas e enrole em papel celofane.

BANANADA
Ingredientes: 1kg de banana; 700g de açúcar e suco de limão.
Modo de fazer: 
Descasque as bananas e retire os fios. Bata as bananas no liqüidificador e para cada quilo de massa coloque 700g de açúcar. Em uma panela de alumínio, coloque a metade do açúcar para derreter e em seguida a banana, o restante do açúcar e o suco de limão, mexendo sempre com uma colher de pau, até ficar uma cor escura. Guarde em latas pulverizadas com açúcar.

COMPOTA DE BANANA
Ingredientes: 2 dúzias de banana tipo `Prata´; pedaços de canela em pau; 4 cravos-da-índia e 1½ kg de açúcar.
Modo de fazer:
Leve ao fogo uma panela com água, pedaços de canela em pau, quatro cravos-da- índia e 1,5 quilo de açúcar. Quando a calda atingir o ponto de fio, acrescente duas dúzias de banana. Deixe as bananas ferverem em fogo lento até ficarem cozidas. A seguir, coloque a compota em frasco de vidro, de boca larga, previamente esterilizado. Feche os vasilhames e leve ao fogo, em banho-maria, fervendo por 30 minutos. Deixe os vidros dentro da água, retirando-os depois que a água estiver totalmente fria.

BANANINHAS CRISTALIZADAS
Ingredientes: 2 dúzias de bananas tipo ´Prata´ e açúcar.
Modo de fazer:
Descasque as bananas, sem usar faca. Faça uma calda em ponto de fio e coloque as bananas. Torne levar ao fogo até que as bananas fiquem roxas. Tire-as do fogo e deixe-as escorrer em uma peneira de palha e prepare uma nova calda bem rica em açúcar. Depois de bem escorridas as bananas, deite-as novamente nesta calda e deixe apurar em fogo bem brando. Depois de seca a calda, passe as bananas no açúcar e deixe secar ao sol.

BOLO DE BANANA
Ingredientes: 3 bananas `Nanica´ bem maduras; 2 ovos; ½ colher de chá de bicarbonato de sódio; 1 colher de chá de fermento em pó; 2 xícara de farinha de trigo e ¾ de xícara de açúcar. Passas e nozes moídas (opcional).
Modo de fazer:
Amasse as bananas, acrescente o açúcar e os ovos e misture bem. Adicione a farinha peneirada com o fermento e bicarbonato. Unte uma forma e despeje a massa e coloque para assar em forno médio.

BISCOITO DE BANANA VERDE
Ingredientes: 4 bananas tipo `Terra´ verdes; 1 lata de leite condensado; 1 colher de baunilha; 1 colher de canela em pó e gengibre.
Modo de fazer:
Descasque as bananas verdes e cozinhe-as. Quando estiverem macias, amasse-as e coloque em uma panela. Adicione canela, leite condensado, baunilha e gengibre. Cozinhe a mistura por 15 a 20 minutos e sirva.

DOCE DE CASCA DE BANANA
Ingredientes: 5 copos de casca de banana picadinhas; 3 copos de açúcar; 4 copos de água; e cravo, canela e baunilha, a gosto.
Modo de fazer: 
Cozinhe as cascas picadas em 2 copos de água. Retire e bata no liqüidificador. Passe na peneira e acrescente o açúcar e o restante da água e leve ao fogo, mexendo até dar ponto de doce. Por último, acrescente o cravo, a canela e a baunilha.
FONTE: http://pt.scribd.com/doc/127263/receitas-com-banana

DOCE DE LEITE
Ingredientes: 2 l de leite e 4 xícaras de açúcar (750 g) 
Modo de fazer:
1. Coloque o leite e o açúcar em uma panela grande de fundo largo
2. Leve ao fogo médio, mexendo sempre com uma colher de pau, até ferver (cerca de 15 minutos)
3. Diminua o fogo e continue mexendo até obter um doce marrom claro de consistência cremosa (cerca de 45 minutos)
4. Passe o doce para um refratário, deixe esfriar bem e sirva às colheradas em pratos de sobremesa com fatias de queijo branco
5. Com sabores: vários ingredientes podem ser adicionados ao doce já pronto para mudar o sabor: ameixas pretas previamente aferventadas, coco ralado, passas maceradas ao rum, nozes picadas ou figo em calda.
Dicas:
. Para obter um doce com textura bem delicada e cremosa, é preciso mexer o leite sem parar; e
. Primeiro para dissolver por completo o açúcar e depois para que ele caramelize por igual e não forme grumos (bolas) no fundo da panela

DOCE DE LEITE EM QUADRADINHOS
(30 porções)
Ingredientes: 1 litro de leite; 1 quilo de açúcar; e 1 colher (chá) de bicarbonato de sódio
Modo de fazer:
1. Misture o leite com o açúcar e leve ao fogo até ferver
2. Adicione o bicarbonato, abaixe o fogo e deixe ferver brandamente até engrossar, sem parar de mexer, até aparecer o fundo da panela
3. Retire do fogo e bata o doce até começar a perder o brilho
4. Despeje numa pia de mármore ou tabuleiro untados com manteiga e depois de frio, corte em quadradinhos
 
TIJOLO DE DOCE DE LEITE
(doce de leite de corte)
Ingredientes: 1 litro de leite (só dá certo com o leite de vaca puro ou o leite pasteurizado) e
700 g de açúcar
Modo de fazer:
1. Misture os dois ingredientes
2. Leve ao fogo e mexa sem parar até que engrosse
3. Em seguida coloque a panela embaixo da torneira para dar um choque térmico e mudar a textura, continue mexendo até amornar
4. Em seguida coloque em uma fôrma quadrada
5. Consuma após endurecer
 
ALETRIA À ANTIGA
(Tânia Martins )  
Ingredientes: 500 g de aletria (espaguete fino); 4 cascas de limão; 500 g de açúcar; 1 litro de água;  1 litro de leite; 100 g de manteiga; e sal quanto baste
Modo de fazer:
1. Na primeira fase, junte o leite, água, manteiga, sal, açúcar, e limão.
2. Quando começar a ferver, junte a massa; e quando ela estiver devidamente cozida, coloque "estendida",  um tanto separado, num tabuleiro para secar.
3. Deverá ser cortada em pedaços para ser servida.
 Fonte: Culinária & Receitas

DOCE DE LEITE COM OVOS (Ambrosia)
Ingredientes: 1 litro de leite, 4 ovos, 2 xícaras e meia de chá de açúcar; e 1 colher de chá de essência de baunilha
Modo de fazer:
1. Leve o leite ao fogo, deixe levantar fervura e espere esfriar
2. Em uma tigela bata ligeiramente os ovos
3. Junte os ovos batidos ao leite frio, acrescente o açúcar e a baunilha
4. Leve novamente ao fogo brando, até que o leite talhe e forme bolinhas
5. Mexa de vez em quando ligeiramente para não desmanchar o talhado
6. O doce estará pronto quando estiver soltando do fundo da panela

AMBROSIA
(Fernando Jorge Alves – Lisboa)
Ingredientes: 8 gemas de ovos; 1 pau de canela; 2 cravos-da-índia;
500 grs de açúcar; 1 casquinha de limão; 2 dl de leite; 3 dl de água
Modo de fazer:
1. Mistura-se num tachinho, o açúcar com a água, o pau de canela e os cravos-da-índia, leva-se ao lume e deixa-se ferver sem mexer durante 10 minutos.
2. Numa taça batem-se as gemas com o leite e a casca de limão.
3. Deita-se esta mistura lentamente na calda a ferver, mexendo devagar e sem parar, até estar um creme levemente espesso.
4. Retira-se do lume e deita-se em tacinhas ou em taça grande.

AMBROSIA DA VOVÓ MARIA
(Versão grega do doce, menos açucarado que a versão portuguesa porque é feita no leite, ao contrário da outra, cozida na calda do açúcar).

Ingredientes: 5 litros de leite integral; 3 xícaras de açúcar refinado; 5 pauzinhos de canela;
5 ovos ; e canela em pó (opcional)
Modo de fazer:
1. Ferva o leite em uma panela grande e de borda larga.
2. Acrescente o açúcar e mexa sempre, até levantar fervura.
3. Diminua a chama e deixe ir secando vagarosamente, durante três horas.
4. Quando a mistura começar a engrossar e a ficar morena, acrescente a canela.
5. Bata as claras em neve, junte as gemas e bata por mais cinco minutos.
6. Despeje sobre o leite fervendo, sem mexer, e deixe cozinhar durante mais cinco minutos.
7. Corte em cruz, descole das bordas da panela e vire cada pedaço, com cuidado para não quebrar.
8. Deixe cozinhar cerca de quarenta minutos.
9. Despeje em compoteira funda.
10. Sirva gelada e polvilhe canela, se quiser.

QUEIJO COALHO
Ingredientes: 10 litros de leite de vaca; 1 colher de sopa de coalho liquido (pode ser encontrado em lojas de produtos da agropecuária); e 100 g de sal  
Modo de fazer:
1. É preciso ferver o leite.
2. Em seguida deixamos que ele esfrie. Depois devemos acrescentar o coalho e mexer bastante.
3. O leite fica coalhado, uma hora e meia depois.
4. A próxima etapa é separar o leite coalhado do do soro. Não jogue fora o soro.
5. A massa do queijo, que é o leite talhado deve ser aberto numa bandeja. Um rolo de madeira pode ajudar e facilita o escoamento de todo o soro.
6. Agora peque um litro do soro retirado e ponha no fogo para esquentar. Ainda quente misture à massa, dando homogeneidade. Isso facilita para que o queiro fique bem macio.
7. Agora é só colocar o sal e misturar bem a massa. O queijo já pode ir para as formas. A medida que for colocando a massa vá pressionando ou se tiver uma prensa, use-a para dar consistência e dar uma forma  com a massa bem concentrada. O queijo deve ficar na prensa ou forma durante 24 horas. Depois é só desenformar. Está pronto queijo de coalho tradicional.
FONTE: Nordeste Rural

LEITE CONDENSADO CASEIRO
Ingredientes:  ½ xícara (chá) de água quente; 2 xícaras (chá) de leite em pó; e  1 xícara (chá) de açúcar cristal 
Modo de fazer:
Num liquidificador coloque água quente, leite em pó e açúcar cristal. Bata por 3 minutos até ficar com a consistência de leite condensado. Transfira para um recipiente e espere esfriar. Obs.: a mistura vai ficar mais encorpada conforme for esfriando.

PIRULITO DE MEL
Ingredientes: 1 kg de açúcar (cristal ou refinado); suco de um limão pequeno; 1 copo (de 200 ml) de água; e 100 ml de mel
Materiais: Papel manteiga; 60 palitos para pirulito (encontrados em lojas de festas); e 1 caixinha de papelão
Modo de fazer:
1. Numa panela colocar a água, o suco de limão, o mel e, aos poucos, o açúcar. Levar ao fogo brando e mexer por cinco minutos. Deixar por mais 20 minutos, até obter uma calda amarela, mais consistente.
2. Deixar a calda descansar por cinco a dez minutos na panela.
3. Cortar o papel manteiga em pedaços de 6 cm x 9 cm e enrolá-los em forma de cone, fechando no fundo para não vazar.
4. No fundo de uma caixinha de papelão (pode ser usada uma caixa de sapatos), abrir pequenos buracos (com 2 cm de diâmetro) para encaixar os cones.
5. Depois de preenchê-los com a calda, deixá-los esfriar por dez minutos, antes de colocar os palitos. Deixar descansar em temperatura ambiente e servir (de preferência) no dia seguinte.
Rende em média 55 pirulitos.

LEIA + :
A vaquejada tradicional é diversão que não maltrata os animais
Exibição de vaqueiro e festa de fazendeiro, de ano em ano
Tocando uma boiada de gado pé-duro

16 comentários:

  1. Cara Fátima, achei muito bonito

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  2. Dra. Fátima, a gente sente o seu amor pelas coisas, pelo povo e pela cultura do sertão.
    Parabéns!

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  3. Não sabi bem o que era bumba-meu-boi, mas gostava. Vaquejada nunca fui, mas acho que é uma coisa muito da cultura de certas regiões do Nordeste que devemos aprender a respeitar. Eu também acho ser possível vaquejada sem maus tratos a animais. Dona Lô disse como e dá o exemplo

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  4. Detesto vaquejada. É uma forma de maltratar animais sim, tanto bois como cavalos. Entendo que é legalmente um esporte. Então realizar vaquejada e gostar dela não é um crime pela lei.
    Também acho difícil e quase impossível proibir as vaquejadas, mas entendi que Dona Lô é uma pessoa empenhada em tornar a vaquejada mais palatável. Não sei se é bem isso. Foi o que entendi. Gostari de saber se é mesmo isso.
    De qualquer modo o conto, sei que é uma ficção, é bom.

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  5. É isso aí Dona Lô! Sua vaquejada foi nos trinques

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  6. Foi como se eu voltasse à minha infância na roça. Fátima Oliveira é uma sertaneja profunda

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  7. Fátima, a Dona Lô é um espanto! Não só entende de um tudo, como toca mil e um instrumentos. Só senti não ter sido convidado para a festança

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  8. + uma receita muito boa!
    BOLO CACETE
    ================
    INGREDIENTES
    1 litro de polvilho
    1/2 litro de óleo quente
    1/2 dúzia de ovos
    sal a gosto
    erva doce, a gosto
    ===================
    MODO DE PREPARAR: Escalde o polvilho com óleo quente. Misture bem e acrescente o sal, os ovos e amasse. Leve ao forno quente.

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  9. RODEIOS E VAQUEJADAS

    Carlos Sodré Lanna

    Antigamente o gado e outros animais eram criados em campos e pastagens não dividos. O rodeio e a vaquejada anunciavam a separação e a entrega das reses aos seus respectivos donos. Daí o termo "apartação" ou "aparte", reunião dos animais para contagem, tratamento de feridas e doenças, marcação, beneficiamento e transferência para outras partes. Com o aparecimento dos campos cercados esses métodos foram desaparecendo, e o que era trabalho foi virando festa e competição, como sucede nos rodeios e vaquejadas em nossos dias.

    OS RODEIOS

    De norte a sul do Brasil existem as exposições ou feiras agropecuárias, nas quais são promovidos grandes e famosos rodeios, além de leilões de animais, desfiles e outras atrações. Mas nem todos os rodeios são realizados nas feiras de gado, muitos são promovidos em locais exclusivamente dedicados às competições.

    O rodeio é uma demonstração pública de bravura e domínio do animal. Os cavalos, e muitas vezes touros bravios, tentam derrubar o cavaleiro, dando pinotes para frente e para trás e jogando-se bruscamente para todos os lados. O cavaleiro tem que permanecer no dorso do animal pelo menos durante 10 segundos. As principais competições de um rodeio são: cavalgar cavalos bravios com selas ou em pelo, cavalgar touros, laçar bezerros em plena corrida e derrubar bezerros pelos chifres. Os competidores têm que cumprir um rigoroso regulamento e concorrem a valiosos prêmios.

    Existem provas de tempo e de habilidade. Nas de tempo, julga-se a rapidez do cavaleiro em realizar manobras como laçar um novilho ou um touro, derrubá-lo e amarrar suas patas, ou pular de seu cavalo para o lombo de um touro e derrubá-lo. Nas de habilidade, são realizadas provas como cavalgar cavalo ou touro bravios.

    Alguns rodeios atraem cavaleiros famosos que vêm de longe, assim como seus cavalos e mesmo os touros. É a ocasião em que os repentistas, sempre presentes, improvisam a descrição da festa, num clima propício para os desafios entre eles. As vestimentas usadas são típicas das zonas rurais: botas altas, calças rancheiras, camisas coloridas e chapéus de aba larga.

    AS VAQUEJADAS

    A vaquejada consiste em demonstrações de perícia dos vaqueiros, à semelhança do rodeio, mas com característica própria, que é a derrubada do touro pela cauda. Festa tradicional no nordeste brasileiro, reúne grande número de curiosos, atraindo igualmente vaqueiros famosos e animais bravios e conhecidos. O boi ou novilho corre em velocidade e dois vaqueiros o perseguem. Um procura mantê-lo na direção desejada, e o outro segura sua cauda e dá um forte puxão, afastando o cavalo para o lado. Desequilibrado, o boi cai de patas para o ar. Banda de música e foguetes comemoram o feito; mas se o vaqueiro não consegue derrubar o animal, recebe uma sonora vaia. Esse costume de derrubar o touro pela cauda é de origem espanhola.

    Há sempre uma nota de religiosidade nos rodeios e vaquejadas em todo o Brasil. Nos rodeios, as orações dos cavaleiros antes das provas e o desfile de bandeiras dos padroeiros nas cerimônias de abertura são sempre as mais aplaudidas pelo público.

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  10. João Alfredo Borges14 de julho de 2011 às 08:39

    O QUE É LAÇO DE BEZERRO?

    É uma modalidade de Rodeio Cronometrada, onde o objetivo é laçar o bezerro e desmontar o animal. O bezerro deverá estar de pé ou ser erguido pelo competidor na altura proporcional ao bezerro em pé, para em seguida, levá-lo ao chão. Em seguida o cavaleiro deverá cruzar e pear três patas do bezerro. Para classificar nó legal, deverá ter pelo menos uma volta em torno das três patas e uma meia laçada. Três patas deverão permanecer cruzadas e atadas por seis segundos. Esse tempo será contado após o competidor montar novamente em seu animal e afrouxar a corda. O laço deve permanecer frouxo até que o Juiz aprove o nó. Se o bezerro levantar antes que o nó tenha sido aprovado pelo Juiz, a apresentação do laçador será marcada como sem aproveitamento. Após amarrar as três patas do bezerro, ele deverá levantar as duas mãos, dando por encerrada a sua participação.

    Quais são os equipamentos utilizados?
    - corda de laçar;
    - corda solta e a peia;
    Para o cavalo:
    Skid Boot (pata traseira)
    Croxe e Caneleira (Patas dianteiras)

    Como são os bretes?
    O brete de partida do Laço de Bezerro pode ocupar até ¾ da pista, com certa tolerância. O brete deve ter a largura de até 90 cm, com uma pessoa de manejo empurrando o bezerro, a menos que seja aprovado o contrário pelo representante oficial do evento.

    É necessário o uso de barreira?
    Sim, somente o uso de barreira de corda do tipo sisal. Ela é definida pelo tamanho da pista, seguindo os seguintes padrões:
    • pista de até 50 m a barreira será de 2,5 m, medida do pino ao fim da pescoçeira;
    • pista de 50 m a 59,9 m a barreira será de 3,0 m, medida do pino ao fim da pescoçeira;
    • pista acima de 60m, barreira de 4,0 m, medida do pino ao fim da pescoçeira.

    A barreira da classificatória será medida pelo tamanho da menor pista.

    Como é feita a Cronometragem?
    Os cronometristas não poderão ter nenhum tipo de vínculo com os competidores. O tempo será marcado por três cronometristas e terá validade o cronômetro que marcar o tempo do meio. É determinada a média de três laçadas no rodeio: uma da classificatória, uma da semifinal e uma da final


    Como é o Julgamento da Prova?

    Após a pista liberada e o bezerro pronto, o competidor terá 60 segundos para iniciar a prova. Haverá um tempo limite de 25 segundos para conclusão da prova. Um apito, indicando o final do tempo, deverá ser soado. Havendo penalidade a prova é válida com mais de 25 segundos. Dentro do prazo de 25 segundos, o competidor tem direito de lançar a segunda corda, não sendo permitido refazer a laçada, ou seja, terá que levá-la consigo.

    Uma penalidade de dez segundos será acrescentada ao tempo da prova pela quebra de barreira. O mesmo ocorre se o animal pular a barreira. Em caso de algum acidente de barreira com o competidor ou falha da mesma, o competidor deve dirigir-se ao Juiz de Prova que julgará se o competidor terá ou não direito a outro bezerro.

    O competidor pode ser desclassificado se, após ter levantado as mãos tocar a peia, no bezerro ou no laço antes de montar o seu animal, se quebrar duas barreiras, se tocar nas rédeas do animal para arrastar o bezerro de maneira intencional. Também ao levantar as mãos, serão toleradas que o arraste o bezerro por no máximo cinco metros. Em caso de arraste excessivo o Juiz poderá parar o animal desde que tenham sido contados os 25 segundos e soado o apito.

    O não uso da pescoceira no cavalo é motivo de desclassificação.

    Por qualquer parte do corpo que o bezerro for laçado, até que o competidor toque nele e o bezerro estiver seguro, será válido. Quando o competidor tiver que tirar a corda do bezerro por motivo de não ter laçado o pescoço, os seis segundos em que as pernas do bezerro deverão permanecer cruzadas e atadas serão contadas após o laçador levantar as mãos.


    Existe um uniforme adequado?
    O cavaleiro deve usar botas, chapéu, camisa de manga longa, cinto em couro e fivela.

    Qual é a Federação que rege essa modalidade?

    A Federação é a FNRC (Federação Nacional de Rodeio Completo
    www.ctpaulocunha.com.br

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  11. João Alfredo Borges14 de julho de 2011 às 08:40

    Quero cumprimentar a autora porque o texto dela é nota dez! Gostei muito dessa personagem Dona Lô

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  12. Josemar Barros Trindade16 de julho de 2011 às 13:49

    Gostari de parabenizar a autora, uma nordestina sertaneja com certeza! Também sou fã de vaquejada. Estou com Dona Lô e não abro!

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  13. Só receitas sertanejas maravilhas

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  14. Maria Antônia Andrde16 de julho de 2011 às 17:48

    Vaquejada é coisa cultural nordestina. Se há problemas de maus tratos aos animais precisamos impedir isso, mas acabar com a vaquejada jamais

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  15. Prezada, fiquei emocionado. Você precisa divulgar mais suas opiniões sobre a vaquejada porque é preciso resgatá-la enquanto cultura vaqueira. Os mercenários da vaquejada estão depturpando muito o espírito da vaquirice, a um ponto em que a vaquejada-esporte nem é feita por vaqueiros, mas por peões de boiadeiro.
    Parabéns. Eu sou fã de vaquejada, aos moldes antigos.

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  16. Dna Lô, tu é porreta demais. Olhe, desta vez "tu abusou" nos quitutes.To me acabando de vontade de comer um tiquim de cada coisa feita aí em tua Matinha, visse?
    Um cheiro.

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