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terça-feira, 28 de junho de 2011

Myrian Rios e sua visão de dupla moral sobre a pedofilia


Ilustração: DUKE

Ela tem direito à fé, desde que não cause danos a outrem
Fátima Oliveira
Médica - fatimaoliveira@ig.com.br


Missionária da Canção Nova, comunidade católica de renovação carismática, a atriz e deputada estadual Myrian Rios (PDT-RJ), que é mineira, primou pela carolice exacerbada. Com seus melhores trejeitos de atriz, verbalizou: "Não poder discriminar homossexuais é abrir uma porta para a pedofilia" (23.6.2011). Ela tem todo o direito de professar a sua fé como desejar, desde que não cause danos a outrem e sem esquecer que as experiências do sagrado são diversas - nem todas atentam contra os direitos humanos - e que, em território brasileiro, nenhuma religião está acima da lei.
A homofóbica deputada propala inverdades e ousa reclamar pelo direito de discriminar a condição homossexual! Sendo ela de uma facção católica, se tivesse intenção de combater o crime de pedofilia, seu mandato denunciaria a pedofilia clerical de sua igreja. Lamento que o partido de Brizola, o PDT, acolha gente de tal naipe.
É inegável que são ideias incompatíveis com inúmeros estudos sociológicos, com os saberes das biociências e com a própria vida, que já demonstraram que homossexualidade é uma coisa e pedofilia é outra e uma não leva necessariamente à outra! Por que ela tenta embolar o meio de campo?

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Papa Bento 16
Essa foi a primeira declaração oficial do Vaticano sobre abusos sexual cometido por padres.
Não o faz por ignorância, mas por omissão e desfaçatez políticas, esquecendo-se de que integra um ramo do cristianismo que há séculos imola sexualmente crianças, jovens e mulheres; e que santifica a maternidade e sataniza as mulheres. É público que, diante da pedofilia clerical, a omissão do Vaticano tem sido a regra, pois compactua e dá guarida a um signo maldito da dupla moral sexual - crimes clericais de natureza sexual, como registrei em "O Vaticano arde nas labaredas do inferno por causa da pedofilia": "O furacão da pedofilia, depois dos Estados Unidos e da Europa, chegou à Alemanha, pátria do papa, depois na diocese do papa, agora dentro do Vaticano, na Congregação da Doutrina da Fé, onde o cardeal Joseph Ratzinger foi prefeito - por 24 anos, de 1981 a 2005 -, apontando para a sua responsabilidade direta" (O TEMPO, 30.3.2010).
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Bento XVI e seu irmão padre Georg Ratzinger
Em março de 2010, um irmão de Bento XVI, Georg Ratzinger (87 anos), apareceu como um dos envolvidos no escândalo de pedofilia quando era diretor musical do colégio interno de Ratisbona (1963-1994). Ele tem negado. Em seu papado, Bento XVI só se mexeu quando a Igreja Católica começou a perder patrimônio, vendendo igrejas para pagar indenizações das vítimas, o que o obrigou, no encontro com bispos irlandeses, a declarar que a pedofilia era crime hediondo e pecado grave - até então, nem pecado era!
“Regensburger Domspatzen”/Pardais da Catedral de Regensburger (Ratisbona)


Em 2011, no rastro da notícia de que vítimas belgas de padres pedófilos processariam o papa, o Vaticano, em carta aos bispos, resume as práticas adotadas na Alemanha, na Áustria, na Bélgica, nos EUA, na Holanda, na Irlanda, na Itália e em vários países da América Latina para enfrentar o sangradouro de dinheiro nos tribunais e recomenda que "os membros do clero suspeitos de pedofilia sejam entregues às autoridades civis competentes" (15.5.2011).

A assessoria de imprensa do Vaticano anunciou para fevereiro de 2012, em Roma, uma reunião de bispos e chefes de congregações religiosas para dar uma
"resposta global aos problemas de pedofilia", segundo as diretrizes de luta contra a pedofilia formuladas em maio passado pela Congregação da Doutrina da Fé (13.6.2011). Ou seja, enquanto não meteu a mão no bolso, a Santa Sé não tomou providências.
Desconheço pronunciamento da deputada a respeito da pedofilia clerical. Está passando da hora de fazê-lo!
Publicado no Jornal O TEMPO em 28.06.2011


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VI O MUNDO: Fátima Oliveira: Cadê o pronunciamento de Myrian Rios sobre pedofilia clerical?  - A dupla moral da deputada
Leia também:
Nota Oficial de Descontentamento da ABGLT sobre Declarações da Deputada Estadual do Rio de Janeiro, Myrian Rios (PDT/RJ)

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Confissões obscenas. (Istoé)novembro de 2005
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Marcial Maciel.
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Casos de pastores evangélicos pedófilos

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Polícia prende pastor presbiteriano sob acusação de abuso de garotos.
maio de 2011
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Polícia prende pastor acusado de abusar de meninas a mando de Deus.
maio de 2011
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Polícia de Goiás prende pastor acusado de abusar de neta de 15 anos.
abril de 2011
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Pastor que levou menina a motel diz que só aceita o julgamento de Deus.
março de 2011
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Jornalista diz que James Dean quando criança foi abusado por um pastor.
março de 2011
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Pastor foragido tinha em casa armas ilegais e fotos de pedofilia.
março de 2011
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Polícia indicia pastor sob a acusação de abusar de oito adolescentes.
março de 2011
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março de 2011
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março de 2011
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Polícia prende pastor pentecostal sob acusação de estupro de crianças.
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Juiz condena pastor que abusou de uma criança 'serva de Deus'.
novembro de 2010
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Preso outro pastor no Rio sob a acusação de pedofilia.
agosto de 2010
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Polícia prende pastor que engravidou adolescentes 'escolhidas por Deus'.
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Pastor abusava de meninas em sessão de "cura interior".
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Pastor é preso sob a acusação de pedofilia.
junho de 2010
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Pastor da Universal é pego com garota seminua de 13 anos.
maio de 2010
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Pastor americano é condenado a 175 anos de prisão por pedofilia.
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Pastor engravida menina e afirma: “Foi promessa de Deus”.
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FONTES:
www.paulopes.com.br/2008/09/casos-de-padres-pedfilos.html
www.paulopes.com.br/2009/06/casos-de-pastores-evangelicos-pedofilos.html
Deputada recua...

sábado, 25 de junho de 2011

Em nome do pai... e do clã

Jornal de Debates 1 155
ELEIÇÕES 2002
Em nome do pai... e do clã

Fátima Oliveira (*)

“O Brasil quer ‘essa coisa de mulher’”

“Estamos escolhendo o presidente do Brasil, e não a Miss Brasil 2002”

“A candidatura de Roseana é um ‘balão de ensaio’ e não passa de uma ‘jogada’ para ela garantir o lugar de vice”
 
É ver essas declarações na mídia. Mas nunca tive dúvida: Roseana Sarney não estava “brincando de casinha”. Sou da mesma geração da governadora, embora de origem e caminhos distintos. Sou negra, maranhense do médio sertão, sobrevivente do tétano neonatal, uma “sem-pediatra”, como até hoje, quase meio século depois, há milhares de crianças no Maranhão e pouquíssimas poderão dizer como eu: sobrevivi. A primeira vez que vi um pediatra deve ter sido quando estudante de Medicina. Há um fosso de classe e uma clivagem racial entre nós.
Isto é, jamais pertencemos à mesma “turma”.
Aprendi que a família Sarney quando quer vai; quando lhe é conveniente, manda; e quem pode e manda chega a qualquer lugar, que o instinto de preservação do clã é incomensurável, o fôlego de sobrevivência política da família é imenso. E que a governadora também paga um pesado tributo de gênero por ser, da prole de três do patriarca, a única mulher, mas que foi ungida por ele para ser a grande política do clã. É explícito que há um entrevero familiar, ainda que debaixo de “sete capas”. O que significa que ela não pode se dar ao prazer de recuar diante de nenhum dos desafios postos no campo da política.
[roseana+e+sarney.jpg]
Mulher que entra na política tendo como base o poder ancestral, especificamente o patriarcal, vai a qualquer canto “em nome do pai” e do clã. A força que a move tem origem nas decorrências da opressão de gênero na vida familiar. Quem sabe o que é isso reconhece que pode destruir montanhas. Além do que, no caso em tela, há o reforço do patriarca que, mesmo no outono da vida, ainda é um “marimbondo de fogo” e conhece, como poucos, o “Norte das águas”... Tudo junto representa uma força política considerável. Mas o que causou espanto foi a ingenuidade generalizada da imprensa. E sobretudo a dos políticos e seus marqueteiros, que não levaram em conta tal realidade!

Ela não pode ser SIMPLESMENTE ROSEANA, como tenta exaustivamente. Sempre foi, e ainda é, Roseana Sarney, pois não rompeu com seu clã e não chegou ao poder em esquema de mérito pessoal e de propostas avançadas em sintonia com demandas e reivindicações das causas populares e dos movimentos sociais, dentre eles o de mulheres. Ela é uma mulher das classes dominantes, que jamais traiu a sua classe e é improvável que o faça agora, pois sempre esteve a seu serviço. Não podemos culpá-la sozinha pelo fato de o Maranhão ser o menor PIB do país, mas chegamos onde estamos com a contribuição decisiva de cerca de três décadas sob a batuta dos Sarney. É inegável que é uma oligarquia “modernosa”, cuja riqueza não é oriunda dos antigos latifúndios, mas oficialmente vem de parques gráficos e de todos os meios de comunicação.

Nó a deslindar

Apesar de tal atenuante, Roseana não pode ser desresponsabilizada da parte que lhe cabe no “moderno latifúndio”. Os Sarney estão cada dia mais ricos e o Maranhão cada vez mais pobre, pobre... Como ela não tem nada a ver com tanta miséria, inclusive a nacional?
Condenáveis subestimações estereotipadas, preconceitos e discriminações, vindas da mídia grega e troiana, deram a tônica da aparição da governadora como pretensa presidenciável. Mas, quem pagou para ver está sentindo até na alma que a fatura do machismo é alta. A candidatura dela foi achincalhada tão-somente porque foi considerada “coisa de mulher”... o que demonstra que a maioria dos políticos brasileiros, assim como a mídia tradicional, menospreza a condição feminina e acredita no conto da mulher universal. Ledo engano e fruto dele a candidata caiu no “gosto popular”!

Agora estão, todos, correndo atrás do prejuízo e ainda dizem, despudoradamente, que pesquisa de intenção de voto não vale nada! Bem, pode não valer, e significar a mesma coisa daqui a um ano e meio, já que as pesquisas retratam momentos. Todavia, a situação atual está bem refletida nas pesquisas e demonstram que Roseana é uma concorrente de peso. E que 61% de suas intenções de voto vêm de mulheres que acreditam piamente que eleger uma mulher, qualquer uma, para a Presidência da República poderá significar que todas nós seremos “empoderadas”, como num passe de mágica. O legítimo desejo da presidenciável de voltar para casa, o Palácio do Planalto, e lavar a honra do pai, que saiu de lá “em baixa”, não pode ser confundido com o desejo das mulheres, ou que se trate de pleito de todas as brasileiras, pois não representa uma “candidatura das mulheres”. Deve ser respeitado como uma vontade de uma mulher, cuja vida política percorreu outras vias que não a luta contra a opressão feminina. O que não configura um crime. Porém, não pode ser faturado como algo feminista. Eis o nó a ser deslindado.
 
Rosana, Fernando e Zequinha (Sarney Filho)
Marca bem usada

Como feminista, analisar o cerne e o entorno da candidatura de Roseana Sarney, ainda que de modo inicial, posto que muita água ainda vai rolar, parece complicado, mas é simples, basta dizer a verdade e ter a coragem de admitir que a sua candidatura está contribuindo, ainda que “por linhas tortas”, para aumentar a visibilidade da “questão da mulher” no cenário eleitoral. Papel da imprensa. E o povo brasileiro merece conhecer a verdade para que possa fazer a sua escolha com autonomia e não confunda “alhos com bugalhos”. Papel ainda da imprensa. Que não está fazendo o dever de casa.
O mito da mulher universal está superado. Entre nós, as mulheres, há um eixo geral e básico resultante do entrelaçamento de sexo/gênero, classe e raça/etnia. Conforme a antropóloga Myreia Suaréz, “apenas as mulheres compartilham a opressão de gênero, assim como negros e indígenas têm em comum a opressão racial/étnica”. O que faz toda a diferença. Não há uma mulher universal e nem sororidade entre mulheres. A solidariedade de gênero não está acima das classes sociais e não suplanta outras questões que se imbricam no delineamento da condição de mulher. A mídia precisa se dar conta disso para cumprir, eticamente, a sua função social de desvendar a realidade para toda a sociedade.
Não basta ser mulher! E, sendo mulher, não basta que tenha “duas coisas” de estimação, uma negra e uma lésbica. Assim como não basta que algum dia tenha sido simpatizante in pectoris de “partidos de esquerda” e que tenha se limitado a jogar, da sacada do sobradão colonial, confetes e serpentinas em aplausos para nossas lutas.

Roseana Sarney, honradamente, não pode inscrever em seu currículo que é uma militante feminista, ou que é uma feminista, ainda que in pectoris. A vida tem demonstrado “que não se faz feminista a facão”. O feminismo é uma visão de mundo e de vida, logo implica que feminista é um jeito cotidiano de ser... de compromisso explícito contra todas as formas de opressão. Na luta feminista não dá para acender uma vela a Deus e outra ao Diabo. Não há “meia” ou “quase” feminista. Somos bruxas. E as bruxas são todas radicais “de carteirinha”, que não tiram férias, jamais! Não há como artificializar isso. Todavia é inegável que Roseana soube, com muita sagacidade, analisar a conjuntura favorável à participação política das mulheres no Maranhão e, partindo de lá, silenciosamente, conseguiu se projetar bem no cenário nacional com a marca MULHER.

A marca das guerreiras
O que causa comichão é ver Roseana Sarney como um “produto feminista”, embalado em celofane, fitas e paetês, uma peça de marketing alicerçada em inverdades, comprada pela mídia. No Maranhão, as mulheres participam dos embates eleitorais, de modo destacado, desde a conquista do voto feminino, mas em geral a trajetória política das eleitas passa pelos “currais” das “relações de parentesco de pai, irmão, marido, ex-marido, cunhados e primos”, como afirma a professora Mary Ferreira, da UFMA, em “Mulher e Política no Maranhão”. Em 1998 o Maranhão teve o expressivo aumento de 150% em deputadas eleitas: na legislatura anterior eram 3 deputadas, e em 1998 foram eleitas 8, uma bancada que chegou a 10, pois duas suplentes assumiram o mandato.

Caso fosse de fato uma militante ou tivesse consciência feminista, ela saberia que a moralidade e a ética feministas não permitem descer tanto. E quando aparece, lépida e fagueira, belamente “quase zen”, empunhando bandeiras das quais se omitiu quando era “primeira filha” – uma mulher poderosa no governo Sarney; deputada federal e em seus dois mandatos de governadora, enfim durante toda a vida, apenas explicita que é perspicaz o bastante, muito mais que as velhas raposas da política, para ter compreendido que há, vincado na sociedade brasileira, o sentimento, ainda que difuso, de que as mulheres têm direitos e que a luta feminista em nosso país nos últimos 30 anos foi capaz de mudar substancialmente a cultura e evidenciar que as demandas e a condição femininas podem tocar corações e mentes e fazer toda a diferença em meio ao mar de lama que os “cabra machos” jogaram a política!
A lição que fica é que políticos(as) no Brasil não podem mais não enxergar a chamada “questão da mulher”, sob pena de derrota nas eleições. A mídia vê isso?

Esperamos que gregos e troianos aprendam a lição - o susto pregado pelo “fator Roseana Sarney” -, e tenhamos contempladas em suas propostas os nossos anseios e necessidades para o exercício pleno da cidadania. Abominamos “salvadores(as) da pátria”. Necessitamos de governantes – independentemente do sexo, da orientação sexual e da raça/etnia – que sejam sensíveis e saibam respeitar a luta milenar pelos nossos direitos e sejam capazes de garantir políticas públicas que, pelo menos, tornem menos árdua a nossa caminhada, que tem a marca de milhares de guerreiras - e em todos os tempos há maranhenses que não fugiram da raia. A mídia entendeu isso?
 
Em comum com ACM
Mas a governadora jamais ousou transpor, pelo menos publicamente, as soleiras de nossas andanças. Embora na execução do dito projeto de “modernização administrativa”, que transformou as antigas Secretarias de Estado em 18 Gerências Regionais, ela tenha nomeado 7 mulheres como gerentes e decretado a ascensão das militares ao coronelato (oui, temos coronelas no Maranhão!). Não há como negar, são medidas louváveis, ainda que pontuais, porém fazem parte de uma vitrine cujos bibelôs não são suficientes para dar ao governo a “cara mulher” que ela tenta vender na mídia, pois durante dois mandatos esqueceu de fazer uma lição de casa fundamental: elaborar e implementar políticas públicas com enfoque de gênero!

Perspectiva feminista então, nem pensar!
A governadora em duas gestões sequer elaborou um Plano Maranhense de Atenção à Mulher e nem mesmo ensaiou algo como um “desempoderado” Conselho Estadual da Mulher. Não há em nosso estado, o Maranhão, assim como nos demais, uma proposta governamental para enfrentamento da opressão de gênero. Nisso a governadora, o seu partido e todos os outros dão a largada em pé de igualdade: não há nenhum estado ou município (dos mais de 5.500) que tenha, pelo menos no papel, uma política definida para mulheres!

Como o estado mais pobre do Brasil tem a petulância de não ter uma proposta de intenções de inclusão e cidadania para metade de sua população, as mulheres, ainda mais no governo de uma mulher? Como um estado majoritariamente negro, arrogantemente, não se dá conta disso? Fora as fotos da governadora nas festas folclóricas e dançando tambor de criola penduradas em todos os bares da ilha de São Luís, nós, a negrada, estamos à míngua em todas as áreas! Ela tem algo em comum com ACM.
  [maria+aragao+100+anos.jpg]
Memorial Maria Aragão, São Luís-MA
Maranhenses de garra
Não se pode negar o cantado e decantado, em verso e em prosa, amor de ambos pelas “coisas da terra”. Embora o amor dela pelo povo maranhense, o seu governo evidencia, deixa muito a desejar. E agora, a mesma mulher que usufrui das benesses do poder há pelo menos três décadas, que silenciou enquanto lutávamos, de repente aparece desfraldando as nossas bandeiras e apresentando-se como a redentora e porta-voz dos nossos sonhos e das nossas lutas. Como vimos, todo cuidado é pouco pois, lamentavelmente, não há lastro para sustentar a atual farsa televisiva da governadora. Tudo é areia movediça! Como vimos, na governança, não fez diferença a sua condição de mulher. O que é uma pena.

A governadora Sarney tem o dever – por ter sido a primeira governadora de um estado brasileiro – de olhar para a situação das mulheres. Teve quase oito anos de governo para fazer isso e “não deu bola”. É deplorável que agora se utilize, demagogicamente, de sua condição de mulher e tente usurpar o patrimônio de tantas lutas das quais se omitiu.
Então, não são “os homens de Roseana Sarney” a personificação do problema, como têm argumentado os machistas de plantão de todos os matizes, vocalizados pela mídia, mas a mulher que a sua história de vida desnuda que ela é, agregada à visão de mundo que ela tem. Não pode ser moderna uma proposta de governo com a grife PFL, com toda a sua história e seu ideal liberal arcaico, parceiro fiel da implementação do receituário neoliberal selvagem, que considera população supérflua as legiões de desprovidos de cidadania que ele mesmo cria. A retórica da governadora é incompatível com os princípios e a prática de seu partido, e não encontra respaldo na história de vida dela.

O que não significa que ela não possa dar uma guinada de 180 graus para compatibilizar o discurso com a vida... fazer outras opções políticas e mudar. Mas, para tanto, teria de começar mudando de partido.
Nós, as maranhenses, temos o dever de honrar Marta Alonso de Castro Abranches, que criou a primeira escola feminina no Maranhão; Emília Pinto Magalhães Branco, pintora e musicista, mais conhecida como mãe de Aluísio, Arthur e Américo de Azevedo, mas cujo maior mérito foi denunciar a violência doméstica que sofria e ter sobrevivido como “mulher sendeira” (separada do marido), prestigiada como intelectual, criadora de espaços culturais e de debates políticos; Maria Firmina dos Reis, negra, abolicionista, escritora e fundadora da primeira escola mista do Maranhão; Arcelina Mochel, promotora de Justiça, radicada no Rio de Janeiro, onde foi eleita vereadora em 1947, e criadora de inúmeras organizações de mulheres por todo o Brasil nas décadas de 1940/50; D. Noca, arretada política sertaneja, da qual contam barbaridades que carecem de comprovação; e as médicas feministas Rosa Mochel e Maria Aragão, valorosas combatentes contra a ditadura militar de 1964, dentre outras maranhenses de “gana e garra”.




Diz que é. Sem nunca ter sido
Em deferência a elas governadora, a nossa condição de “mulheres que fazem política” não nos permite não separar o “joio do trigo”: algumas perpetuam o patriarcalismo e todas as formas de conservadorismos – são opressoras; porém inúmeras são feministas e lutam contra todas as formas de opressão – são libertárias!

Há tempo, “antes tarde do que nunca”, para assumir os compromissos que o Brasil precisa, de privilegiar a maioria de vulneráveis: mulheres e negros, se é que lhe interessa. Não há mais como fugir do enfrentamento do dilema político e ético que está posto: o nosso país não pode se dar ao luxo de prescindir da contribuição plena das mulheres e dos negros que, tanto faz olhar sob o ângulo de sexo/gênero ou de raça/etnia, constituem, grosso modo, metade do povo. Sem as perspectivas de combate às opressões de gênero e racial/étnica qualquer proposta de governo está fadada ao fracasso, pois o eixo de entrave à cidadania no Brasil é o tripé: pobreza, opressão de gênero e racismo.
Um governo sério tem de saber que erradicar a pobreza saiu do campo das ditas questões sociais, agora é um relevante imbroglio econômico, e que a pobreza no Brasil tem sexo e cor. O mote é cidadania para todas as pessoas, com foco em quem precisa mais! É impossível pensar em consolidar os ideais democráticos, uma nação soberana e livre, quando metade do seu povo não goza de condições mínimas de cidadania.
Um alerta para todas as candidaturas: não esqueçam das mulheres! Ainda há tempo para ouvir e aprender com o movimento de mulheres do Brasil, um dos mais aguerridos da América Latina, que ousou e escreveu a constituição mais avançada do mundo no tocante aos direitos da mulher. Agora queremos direitos na vida, tarefa da alçada do Executivo, pois direitos na lei nós conquistamos com a nossa luta. No momento o que podemos dizer é que é difícil confiar em alguém que se apresenta para milhões de pessoas dizendo “que é, sem nunca ter sido”.

(*) Médica, diretora da RedeSaúde/Rede Nacional Feminista de Saúde e Direitos Reprodutivos e da União Brasileira de Mulheres e da Comissão de Cidadania e Reprodução; integrante do Conselho Nacional dos Direitos da Mulher; autora de “Engenharia genética: o sétimo dia da criação” (Moderna, 1995); “Bioética: uma face da cidadania” (Moderna, 1997); “Oficinas Mulher Negra e Saúde” (Mazza Edições, 1998), e  “Transgênicos: o direito de saber e a liberdade de escolher” (Mazza Edições, 2001). 
FONTE: www.observatoriodaimprensa.artigosjd/60120021.htm
 
COMENTÁRIOS - Caderno do leitor/ELEIÇÕES 2002

Jornal de Debates 1 155
ELEIÇÕES 2002
Em nome do pai... e do clã

Fátima Oliveira (*)
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1.  Cuidado! Roseana... é Sarney
Um novo ingrediente tem agitado a corrida presidencial, o fenômeno Roseana Sarney. Segundo pesquisa do Datafolha, Roseana aparece com 21% das intenções de voto no primeiro turno. E no segundo, venceria Lula por 46% a 40%. Esta façanha foi conseguida após longa exposição no Programa Eleitoral Gratuito do PFL, seu partido.
Analisando as imagens deste programa, nota-se uma tentativa clara de mostrá-la como uma mulher bonita (a imagem feminina é destacada) e dinâmica (por isto está sempre em movimento em carros, navios, caminhando, em obras...), qualquer semelhança com Fernando Collor, talvez, não seja mera coincidência. Ele também queria passar a imagem de uma pessoa dinâmica, jovem, praticante de atividades esportivas, honesta e, é claro, de boa aparência.
O mito da mulher bem-sucedida, que modifica as velhas caras desgastadas de políticos, já está sendo criado pela mídia assim como o mito daquele homem jovem que se autodenominava o caçador de marajás foi criado e sustentado. O que ocorre é que esta tentativa de personificação excessiva de uma campanha presidencial é uma coisa preocupante. Esvazia a discussão e despolitiza a campanha, valorizando cada vez mais as aparências e cada vez menos os projetos.
Ora, Roseana pertence a uma das maiores oligarquias ainda existentes no Brasil, e representa, por trás de uma bela aparência, tudo de mais conservador das elites brasileiras. A família Sarney é dona de vários canais de televisão no Maranhão e do maior jornal do estado, o que justifica a alta aprovação de seu governo mesmo tendo aquele estado um dos piores índices de desenvolvimento humano e de qualidade de vida do Brasil
Roseana é mais do mesmo. Ao contrário do que se prega, colocá-la no poder não representa ruptura com o atual modelo, perverso e causador de fome e miséria; representa, sim, concentrar mais poder nas mãos da família Sarney, de ACM etc. Afinal não se pode esquecer que Roseana... é Sarney.
Fred Carvalho

2. Roseana, democracia ou marketing?
Não creio que somente a Globo esteja fazendo campanha para Roseana. As revistas IstoÉ, Época e Veja são bastante irritantes também. O interessante é que nenhum projeto de nação foi apresentado. Nenhum dos candidatos aparece falando sobre assuntos como economia, meio ambiente, desenvolvimento social. São apenas fenômenos de mídia. Isto posto, como se pode analisar e escolher um candidato e inclusive afirmar (selffullfiling prophecy? Será?) que X venceria Y no segundo turno? Creio que o que vivemos não é uma democracia. Quando lemos o jornal, o que está escrito ali é a opinião do editor, com jornalistas que têm que trabalhar com a visão da empresa.
É realmente difícil escapar do establishment. Veja a quantidade de recursos que será investida na campanha do candidato do governo e veja quanto as oposições conseguirão. Ao que parece, o financiamento público das campanhas e o tempo de exposição na propaganda partidária igual para todos os partidos é um caminho democrático.
Porém, o que funcionaria mesmo é se a política fosse resultado de discussões das comunidades. As lideranças deveriam emergir do direito democrático e cidadão de discutir idéias e caminhos, e não de seguir rotas já conhecidas e desenhadas por marqueteiros ou adotar opiniões pré-concebidas dos nossos "formadores de opinião". Deixem que nós decidamos o que "é uma vergonha", ou se a "liberdade duradoura" é mesmo liberdade. O que queremos é pensar e planejar nosso futuro, e não viver a liberdade de consumo, que, por enquanto, é a única que o establishment nos deu (Só para quem pode, também).
Márcio Luiz da Silva Gama
 
3. Um ou dois fatos sobre Roseana
Foi com prazer que "descobri" o Observatório da Imprensa há 3 meses. Há muito tempo eu comento as "notícias por trás das notícias" no Brasil, e neste espaço encontro muitas opiniões semelhantes e, melhor, muitíssimo embasadas. Por isso, uma dúvida atroz, que me persegue já há meses, sobre as pesquisas de intenção de voto do DataFolha, que há muito vêm se comportado de modo, digamos, bisonho. A Sra. Roseana Sarney tem recebido destaque na Folha, mas alguns pontos obscuros escorregam pelas folhas do jornal: apesar de toda "preferência" por ela, no estado do Maranhão seus colegas de legenda e de grupo político NÃO têm recebido tal apreço do eleitorado local.
Ela não conseguiria fazer um sucessor... Conseguiria ser presidenta?
Claro, os fatos de que pessoas do calibre de ACM a apóiam e a seu sobrenome e de o marido ser o "maior" empreiteiro do estado foram até comentados, mas sumiram da pauta. Fatos intrigantes...
Leonardo T. de Carvalho
http://www.observatoriodaimprensa.com.br/caixa/cp160120022.htm