DUKE
A quem interessa, além da família? Não basta o museu?
Fátima Oliveira
Médica - fatimaoliveira@ig.com.br
A vida de Anna Jacintha de São José, a Dona Beija, está ligada não só a Araxá (MG), mas ao fato de o Sertão da Farinha Podre deixar de ser Goiás e virar o Triângulo Mineiro, em troca de seu rapto e estupro, aos 15 anos, e assassinato do seu avô pelo ouvidor real Joaquim Inácio Silveira Motta. Nascida em 1800 em Formiga (MG), morreu e foi enterrada em 1873, em Bagagem (MG), onde garimpava diamantes desde 1853.
Museu Dona Beija, Araxá-MG Dona Beija, já idosa Dona Beija no banho com escrava |
Estrela do Sul - MG |
Casa de Chica da Silva em Diamantina-MG |
Sinto nojo de Senhores e Senhoras de escravos e a beleza regada a sangue escravo da arquitetura colonial brasileira é um incômodo para mim. Já disse em "Diamantina é Diamantina: joia rara, única e singular" que ela é uma obra de arte tão imponente e bela que dói e como São Luís evoca martírios, lágrimas e açoites. O resto é detalhe...
Sobre Ana Jansen, um episódio de Os Tambores de São Luís, de Josué Montello: "Inimigo de Donana Jansen, com quem vivia às turras, o Comendador Meireles tinha mandado preparar na Inglaterra, para vendê-los quase de graça, um milheiro de belos penicos de louça, com a cara da velha no fundo do vaso. Donana Jansen soube do fato e suportou com paciência o riso da cidade. Não reagiu logo: deu tempo ao tempo, enquanto ia mandando comprar, aos dois, aos três, às dezenas, na loja do Comendador, os penicos com seu retrato, até ter a certeza de que, agora, sim, só ela os possuía. Apenas por perguntar, mal contendo o frouxo de riso, Damião perguntou a um dos negros:
- De quem vocês são escravos?
- De Donana Jansen.
Um cheiro insuportável de mijo podre desprendia-se de um vaso à parte, por sinal maior que os outros, quase o triplo, e coberto com uma tampa também de louça.
- E esse aí? - quis saber Damião.
- Minha sinhá deu ordem pra despejar o mijo dele na cabeça do Comendador, se ele aparecer pra tomar satisfação.
E sem interromper as pancadas seguras, o negro abriu para Damião a dentadura farta, que lhe encheu a boca feliz, rematando com este comentário, entre um penico e outro:
- Donana Jansen não é gente. Tou cansado de dizer. Quem se mete com ela tem sarna muita pra se coçar. Ora se tem!".
Dona Lô ao saber da intenção de penicos com as caras de Dilma e suas ministras, de pronto pensou: "Nada original! Copiaram do Comendador. Nessa toada, uns penicos de mijo podre até que não constituem má ideia, apenas uma ideia má...".
Uma coletânea sobre penicos
Beco da Bosta - São Luís -MA
Publicado no Jornal O TEMPO em 21.06.2011
Vídeo: Dona Beija e Araxá, duas histórias cruzadas
Descrição: Dona Beija foi uma mulher influente que ajudou a construir a história de Araxá e a revelar o potencial da águas da cidade.
Historiador diz que ossada encontrada na cidade de Estrela do Sul, não é de Dona Beija de Araxá
ResponderExcluirjun 17, 2011
Reporter Sargento Amilton
A ossada de dois túmulos que foi encontrada há cerca de um mês na praça da Matriz, em Estrela do Sul, no Alto Paranaíba, não é de Ana Jacinta de São José, conhecida como Dona Beija, que morou na cidade de Araxá e morreu em 1873. A hipótese noticiada esta semana pela imprensa foi descartada pelo historiador de Estrela do Sul Mário Lúcio Rosa, que pesquisa a história da cortesã há mais de 20 anos. Segundo ele, durante uma escavação para a construção de uma ponte na cidade, operários encontraram a ossada no meio da praça da Matriz. “Fontes octogenárias e nonagenárias informaram que o cemitério onde dona Beija foi enterrada ficava no quarteirão debaixo da praça onde a ossada foi encontrada”, disse.
Pelos cálculos do historiador, o antigo cemitério da cidade ficava de 80 a 100 metros do local onde a ossada foi encontrada. “Provavelmente pode ser a ossada de alguém que foi sepultado perto da igreja antes do cemitério ficar pronto, ou talvez alguém que foi sepultado fora do cemitério.” De acordo com Rosa, se o local onde foi localizada a ossada fosse o cemitério, pelo tamanho da escavação, os operários teriam encontrado mais túmulos.
Antigo cemitério: O corpo de Dona Beija foi enterrado no antigo cemitério de Estrela do Sul, que ficava em frente à praça da Matriz. Em 1925, a cidade ganhou um novo cemitério e os túmulos foram transferidos para este local. ” Na época, algumas famílias levaram os restos mortais dos entes queridos para o novo cemitério. Lá é possível encontrar túmulos com as datas, inclusive com as lápides, que mostram as datas dos falecimentos no mesmo período do século XIX, mas o túmulo de Dona Beija não existe, isso significa que a família não teve a preocupação em retirar os restos mortais dela e levar para o novo cemitério.”
De acordo com o historiador, os restos mortais de Dona Beija continuam enterrados no local onde era o antigo cemitério da cidade que, hoje, é um quarteirão residencial. “Ela está enterrada embaixo de alguma casa ou no quintal ”, afirmou.
Biógrafo também descarta hipótese: O jornalista Pedro Divino Rosa, autor do livro “Dona Beija”, lançado em 1997 e que conta a história de cortesã, também descarta a hipótese de que a ossada seja dela. “Estive no local para fazer um levantamento e os caixões encontrados não condizem com o possível caixão dela”, disse.
Fonte: Jornal correio de Uberlandia.
rsrsrsrsrsrs dos penicos com a cara da presidenta e das ministras é coisa de machismo dos mais safados
ResponderExcluirFátima, não acho que seja uma má idéia ou uma idéia má que se prepare urinóis com os rostos da presidenta e ministras para, depois de cheios e apodrecidos (os mijos) mandar jogá-los nas cabeças fétidas dos idealizadores. Esse povo tem cabeça de camarão e um machismo enojante.
ResponderExcluirQuanto aos ossos da outra lá, na minha opinião, tem mais é que mandar moer para adubar roseiras.Possa ser que as rosas fiquem viçosas. Duvido muito! O que não se pode é gastar dinheiro público com o defunto ruim de uma escravocata. Um chega pra lá! É passada a hora!
Leila Jalul
SERTÃO DA FARINHA PODRE
ResponderExcluirErnesto Rosa
Você sabia que em 1835 o município de Araxá englobava todo o Triângulo e Alto Paranaíba? Isso mesmo! O município de Araxá era todo o Sertão da Farinha Podre!
Araxá - é o núcleo urbano mais antigo de todo o sertão da Farinha Podre, contando com 230 anos.
1780 virou povoado a partir de um pouso de tropeiros;
1791 passou a Freguesia;
1811 foi elevada a Julgado;
1831 foi elevada a Vila, desmembrando-se de Paracatu, sendo eleita a primeira câmara do Município de Araxá;
1865 foi elevada à cidade.
Em um primeiro momento, a região era dominada pelos caiapós
Em um segundo momento, todo o Sertão da Farinha Podre ficou sendo um único
Julgado, com cabeça em Desemboque
.Em seguida, o grande julgado foi desmembrado em dois, o de Desemboque e o de
Araxá, separados pelo rio das Velhas.
Em um quarto momento, os dois julgados foram unificados em um único
município, com sede em Araxá
.A partir daí foram se desmembrando os vários municípios.
O primeiro povoado de toda essa região foi um acampamento de garimpeiros, nas nascentes do rio das Velhas, atual rio Araguari, chamada Tabuleiro, logo destruído pelos índios caiapós.
O segundo foi outra vila de garimpeiros, chamado Desemboque, que cresceu virando
cabeça de Julgado, que também desapareceu, a partir do esgotamento das minas.
O terceiro foi Araxá, que vingou, cresceu e dominou todo o Sertão da Farinha Podre.
Essas e muitas outras surpreendentes informações estão no meu romance histórico “Sertão da Farinha Podre”. O livro possui interessantes personagens como o Mingo, Teteu, Maria Tombaome, Bento Antônio, Beja, Lindolphe, e Badiinha que formam a “atmosfera” da época, entrelaçando os fatos históricos e o desenvolvimento da região.
As histórias locais de cada cidade são importantes memoriais com informações, lendas, nomes, datas, causos, que devem ser preservadas. Mas o livro mostra as relações e interdependências entre esses municípios do Sertão da Farinha Podre, bem como com o resto do Brasil, formando como que uma identidade cultural, econômica e política de todos nós farinhapodrenses.
http://www.matinterativa.com.br/Blog/SertaoFarinhaPodre.pdf
A ossada de Dona Beija, nem a família dela quis. Teve a oportunidade de retirar do cemitério e não quis.
ResponderExcluirQuanto aos penicos com as caras das ministras e da presidenta isso é o mais descarado machismo
BEIJA OU BEJA
ResponderExcluirCom o apelido de Dona Beja ou Dona Beija ela tornou-se mundialmente conhecida. Os autores que escreveram romances sobre a personagem, que adaptaram o tema para a novela, que criaram samba-enredos de carnaval ou, ainda, a tradição popular que transmitiu sua história, ao longo do tempo, adotaram Beja ou Beija.
Seu apelido pode ser vinculado à beleza da flor chamada beijo (denominação popular do hibisco) ou à ave beija-flor. Beja é também o nome de um lugar em Portugal cujo habitante é conhecido por “bejense”.
O tema Dona Beija é um forte atrativo turístico para Araxá. A sua inegável existência histórica, fortalecida pelo mito, justifica o nome do Museu Histórico de Araxá, da Fonte de Água Radioativa, de eventos culturais, esportivos e de inúmeros estabelecimentos e produtos comerciais.
Anna Jacintha de São José, personagem da história de Araxá, aqui viveu na primeira metade do século XIX.
Com o apelido de Dona Beja ou Dona Beija tornou-se conhecida. Em torno da sua história de vida construiu-se o mito, hoje incorporado à nossa cultura.
Para explicar a origem desse apelido é preciso recorrer à tradição popular. Isso porque, na documentação existente, as referências a ele aparecem somente a partir do final do século XIX, após a morte da personagem, ocorrida em 1873. Antes, Anna Jacintha era identificada, nos documentos oficiais, pelo próprio nome, é claro, e não pelo apelido.
A literatura e a tradição têm associado o significado do apelido à beleza da flor chamada beijo (denominação popular do hibisco) ou ao beija-flor (ave que, segundo Aurélio Buarque de Holanda, alimenta-se de néctar das flores e de insetos minúsculos).
Existe uma terceira referência a respeito do nome Beja: lugar em Portugal cujo habitante é conhecido por “bejense”.
Os autores que escreveram romances envolvendo a personagem utilizaram-se das grafias Beja ou Beija. Vejam alguns dos principais:
Dr. Waldir Costa justificou a sua opção por escrever Beja pelo fato de o apelido indicar uma “linguagem íntima”, modificada para o gênero feminino e que eliminou, com o “dengue de linguagem”, a letra i do ditongo ei.
Agripa de Vasconcelos, Leonilda Montandon Scarpellini e Calmon Barreto decidiram, também, pela grafia Beja. Dona Beija (com i) foi a grafia usada pelo memorialista Sebastião de Affonseca e Silva e pelos escritores Maria Santos Teixeira e Thomas Leonardos. Este último é autor do romance que inspirou a telenovela da Rede Manchete, motivo pelo qual a grafia Beija foi, inicialmente, veiculada na televisão.
A mesma versão (Beija) constou do trabalho desenvolvido pelo G. R. E. S. Beija-Flor de Nilópolis e apresentado no carnaval carioca de 1999.
Museu Histórico de Araxá - Dona Beja, Fonte Dona Beja, Dona Beja Park Hotel, Café Dona Beja são, também, exemplos em que se optou por Beja e não Beija. A primeira tem sido a forma adotada pela Fundação Cultural Calmon Barreto na divulgação das suas pesquisas.
Os leitores podem perceber que os critérios são subjetivos e que lhes é permitido, como tem mostrado a tradição, escrever Beja ou Beija.
Fonte:
Arquivos do Setor de Arquivos, Pesquisas e Publicações.
P.S.: Os livros e trabalhos dos autores citados encontram-se na Fundação Cultural Calmon Barreto, à disposição, para consulta.
http://www.shamanaraxa.com.br/curiosidades/donabeja.htm
Dona Beija era mesmo uma senhora de escravos.
ResponderExcluirAna Jansen
ResponderExcluirLivro de Rita Ribeiro
Resumo de Alexandre Meirelles
Embora descendente da nobreza européia, Ana Jansen tem uma juventude sofrida. Mãe solteira, luta para manter a mãe e o filho pequeno. Sua situação melhora aos poucos, depois que se torn
a amante do coronel Izidoro Rodrigues Pereira, o homem mais rico da província. Esse relacionamento escuso transforma Ana Jansen num alvo fácil para a sociedade moralista da época, personificada acima de tudo por sua maior inimiga: dona Rosalina Ribeiro. Izidoro assume oficialmente a relação com Ana depois da morte de sua esposa, dona Vicência. O casal permanece junto por quinze anos até a morte de Izidoro, que deixa mais seis filhos para a heroína. O principal motor psicológico da personagem Ana Jansen é o desejo de resgatar o nome e o prestígio de sua família, achincalhado depois da falência de seu avô, Cornélio Jansen Müller.
Após a morte de Izidoro, Ana dá um largo passo em direção a este sonho, tornando-se rica, independente e poderosa. Ela assume a fazenda Santo Antônio, propriedade do falecido coronel e, logo, consegue triplicar a fortuna herdada. Perseverante e ambiciosa, Ana transforma o dinheiro em poder, assumindo a liderança política da cidade e reativando o esfacelado partido liberal Bem-te-Vi.
Cada vez mais, Ana é mal falada pelas mulheres maranhenses e odiada pelos inimigos políticos (ressaltando-se sua rivalidade com o Comendador Meireles, líder do partido conservador). Mas seu temperamento forte e sua capacidade de liderança alcançam a corte de D. Pedro II e ela passa a ser chamada, informalmente, de “Rainha do Maranhão”.
Depois da morte de Izidoro, Ana se torna amante do Desembargador Francisco Vieira de Melo, com quem tem mais quatro filhos. Mais tarde, já aos sessenta anos, casa-se pela segunta vez com o comerciante paraense Antônio Xavier. Depois de morta, Ana tem sua memória maculada pelos inimigos que a transformam em uma alma penada, em uma bruxa maldita que percorre as ruas de São Luís puxando um cortejo de escravos mutilados.
Fonte: http://pt.shvoong.com/books/novel-novella/1655923-ana-jansen/#ixzz1PvikhlQr
Realmente só mijo podre nesses machistas
ResponderExcluirOssada é o novo mistério de Dona Beja
ResponderExcluir17/06/2011
Reza a lenda que Dona Beja foi um das mulheres mais bonitas do Brasil Império. A mítica loira, filha de uma índia, que encantou homens na região de Araxá, interior de Minas Gerais, virou nome de livro, personagem de novela e ganhou um status quase folclórico na história do Brasil. Agora, 138 anos depois de sua morte, o paradeiro de Ana Jacinta de São José — nome de batismo daquela que ficou conhecida como Dona Beja, em referência a uma flor do Cerrado — pode estar próximo de ser desvendado.
Em um antigo cemitério em Estrela do Sul, cidadezinha mineira de pouco mais de 7 mil habitantes, onde ela teria sido enterrada, foram encontrados ossos que muito provavelmente pertenceram à celebre cortesã e líder política. O achado é a mais nova polêmica a cercar uma mulher que, por sua posição política e pelo comportamento social, marcou a primeira metade do século 19.
Os ossos foram encontrados por acaso. Durante a obra para a construção de um chafariz, na praça central da cidade, um dos pedreiros achou objetos que se pareciam com ossos. Registros históricos mostram que até 1925 funcionou no local um cemitério, onde Ana Jacinta teria sido enterrada. Os mesmos registros garantem que a família de Beja decidiu não transferir os restos mortais da célebre mineira quando o cemitério foi desativado, no início do século passado.
Além de ser uma das poucas remanescentes do antigo cemitério de Estrela do Sul, outro indício liga a célebre mineira aos ossos encontrados essa semana. Em meio ao material desenterrado, também foram achados restos de zinco. Conta a história que, em 1853, Beja deixou Araxá, onde foi criada e viveu sua juventude, para comandar uma mina de diamantes, na região de Bagage, hoje Estrela do Sul. Quando morreu, em 1873, ela pediu que seu caixão fosse adornado com enfeites de zinco, justamente o material encontrado junto aos ossos — e, na época, algo muito pouco comum.
Essa não é a primeira vez que os restos mortais de Ana Jacinta criam polêmicas nas pequenas cidades do Alto Paranaíba, região distante cerca de 450km da capital do estado, Belo Horizonte. Em 1996, a prefeitura de Araxá propôs a busca pelas ossadas — as que supostamente foram encontradas agora — à prefeitura de Estrela do Sul. No entanto, uma briga entre os dois municípios, sobre qual deles abrigaria os restos quando fossem encontrados, impediu que o empreendimento fosse a diante.
Agora, pesquisadores devem fazer exames mais detalhados para saber se trata-se mesmo de Beja ou se essa será apenas mais uma polêmica dentre tantas que permeiam a história da mítica mulher mineira.
Carruagem de Ana Jansen
ResponderExcluirData publicação: 21/06/2007 08:32:23
Autor: Cazumbá Online
No século 19 viveu em São Luís a Senhora Dona Ana Joaquina Jansen Pereira, comerciante que, tendo acumulado grande fortuna, exerceu forte influência na vida social, administrativa e política da cidade.
Era voz corrente, então, que Donana Jansen- como era comumente chamada-cometia as mais bárbaras atrocidades contra seus numerosos escravos, os quais, submetia a toda sorte de suplícios e torturas em seções que, não raro, terminavam com a morte.
Alguns anos após o falecimento de Donana, passou a ser contada na cidade a fantástica estória, segundo a qual, nas noites escuras das sextas-feiras, boêmios e noctívagos costumam deparar com uma assombrosa e apavorante carruagem, em desenfreada correria pelas ruas de São Luís, puxada por muitas parelhas de cavalos brancos sem cabeças, guiados por uma caveira de escravo, também decapitada, conduzindo o fantasma da falecida senhora, penando, sem perdão, pelos pecados e atrocidades, em vida, cometidos.
Quem tiver a infelicidade e a desventura de encontrar a diligência de Donana Jansen e deixar de fazer uma oração pela salvação da alma da maligna senhora, ao deitar-se para dormir, receberá das mãos de seu fantasma uma vela de cera. Esta, porém, quando o dia amanhecer, estará transformada em descarnado osso humano.
O Fantasma de Ana Jansen [Maranhão]
2011-03-19 21:46
Ana Joaquina Jansen Pereira [1787-1889], Donana Jansen, nasceu e morreu em São Luis do Maranhão. Duas vezes casada, duas vezes viúva, teve 12 filhos, nem todos fruto dos casamentos, mas das relações com amantes que escandalizavam a sociedade da época. Comerciante poderosa, foi uma pessoa influente, posição rara para as mulheres daquele tempo. Senhora de muitos escravos, tornou-se conhecida pela crueldade com que tratava os negros, submetendo-os as mais bárbaras torturas que, não raro, provocavam a morte de suas vítimas. Muitas das ossadas destes infelizes foram encontradas em um poço localizado nas terras da tirana.
Quando morreu aos 82 anos em seu casarão da Praia Grande, sua alma não encontrou descanso. Nas noites de sexta-feira, ela assombra as ruas da capital maranhense à bordo de uma carruagem, que passa em desabalada carreira puxada por uma parelha de cavalos brancos sem cabeça [algumas versões dizem: "com chamas no lugar das cabeças"], guiada pelo esqueleto espectral de um escravo também decapitado. É o coche "maldito", que sai do cemitério do Gavião em seu passeio macabro seguido pelo som dos lamentos dos escravos supliciados. O fantasma quer orações pela sua salvação e quem se recusa a atender o pedido, é visitado pelo espectro de Donana: aparece ao leito do devedor antes que caia no sono e entrega-lhe uma vela que, no dia seguinte, terá se transformado em osso humano.
Doian Lô é massa demais! Lembrar do Comendador Meireles eheheheh...
ResponderExcluirDra. Fátima o artigo é excelente e demonstra o quanto a sua escrita é instigante. Muito
ResponderExcluirA minha filha indicou-me o blogue com a recomendação do artigo. Em boa hora. Concordo plenamente com o conteúdo
ResponderExcluirUm assunto e tanto. Realmente não dá pra ficar louvando essas mulheres que se destacaram no passado, sobretudo como empreendedoras, geradoras de riquezas, quando eram também Donas de escravos. Nunca houve proprietário de escravo que fosse santo, caso fosse não teria escravos.
ResponderExcluirFáááááátima, mulher essa crônica é profética! Foi falar em Ana Jansen e a Branca resolveu dar uma de Ana Jansen logo pra cima de nossa ministra negra, Luiza Bairros!
ResponderExcluirÉ mas Dona Lô, viva que só ela não deixou barato em "É cantar “Chora boi da Lua” pelos quilombolas..."
Não seja ridículo meu senhor! temos uma historia e não podemos fugir dela, que sugere vc? que fechemos os museus? temos um passado escravocrata e nada pode apagar isso, que devemos fazer com todos os centros históricos do Brasil? destruir tudo para apagar a memoria? hoje não somos escravocratas e nem racista (pelo menos eu n sou) mas sim me interessa a historia desta mulher independente de que em 1800 e algo ela tenha tido escravos.
ResponderExcluir