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terça-feira, 21 de fevereiro de 2017

Botando fé na greve geral das mulheres por um mundo solidário

ewf (DUKE)
Fátima Oliveira
Médica – fatima.oliveira1953@gmail.com @oliveirafatima_


Os 107 anos da instituição do Dia Internacional da Mulher em 8 de março serão celebrados em diferentes partes do mundo em 2017 com a greve geral das mulheres. Não sem razão. A ideia central é usar a greve como ferramenta política para visibilizar demandas cruciais e dizer ao mundo que exigimos mudanças!


Resultado de imagem para Clara Zétkin e Rosa de LuxemburgoResultado de imagem para Clara Zétkin e Rosa de Luxemburgo  (Clara Zetkin)


O Dia Internacional da Mulher foi proposto em 1910, na 2ª Conferência Internacional de Mulheres Socialistas, organizada por Clara Zetkin (1857-1933) e Rosa Luxemburgo (1871-1919), tendo como eixo da luta pela emancipação feminina a igualdade de oportunidades no trabalho e na vida social e política – aspirações ainda atuais, tanto que a greve geral das mulheres defende “um feminismo mais amplo, que seja antirracista, anti-imperialista, ‘anti-heterossexista’ e antineoliberal, ao mesmo tempo que faça uma luta que não secundarize as pautas das mulheres negras, pobres, lésbicas, trans e queers”.
Via de regra, o mundo é hostil com as mulheres. O ranking do Fórum Social Mundial de 2015 informa que a Islândia é um dos melhores países do mundo para ser mulher, conquista alcançada a partir do Dia Livre das Mulheres islandesas em 24 de outubro de 1975, “dia em que 90% da população feminina deixou de trabalhar, fazer tarefas domésticas e cuidar dos filhos”.


Resultado de imagem para Greve das mulheres na Polônia Outro exemplo vem da Polônia, cuja legislação sobre aborto é de 1933; considerada uma das mais restritivas da Europa, “só permite a interrupção da gravidez em caso de estupro ou incesto, quando representa um risco para a saúde da mãe e quando o feto apresenta malformação grave”; e o Parlamento, com o apoio ostensivo da Igreja Católica, pretendia restringir ainda mais! Em 3 de outubro de 2016, as mulheres, vestidas de preto, decretaram greve, não apenas em Varsóvia, mas em muitas cidades. E em 6 de outubro saíram vitoriosas, pois o Parlamento arquivou a proposta de lei de proibição total do aborto!


Resultado de imagem para Marcha das Mulheres Washington Em 21 de janeiro passado, cerca de 500 mil pessoas protestaram na marcha das mulheres em Washington, e milhares de outras marcharam em diferentes cidades norte-americanas e do mundo contra a eleição de Trump e sua agenda conservadora. Estima-se que mais de 3 milhões de pessoas marcharam! Para Douglas McAdam, da Universidade Stanford e pesquisador de movimentos sociais nos EUA desde a década de 70, “historicamente, o poder de movimentos sociais deriva de sua capacidade de perturbar a normalidade. Eles ainda podem fazer isso, mas marchas como as que vimos naquele sábado não perturbam – elas servem mais para expressar valores e, nesse sentido, podem ser úteis para o movimento”.


Resultado de imagem para Marcha das Mulheres Washington O sucesso da marcha das estadunidenses, um dos maiores protestos da história dos EUA, deu fôlego para que o feminismo mundial paute com mais vigor a luta contra a misoginia e o conservadorismo. A ex-presidente Dilma Rousseff é uma entusiasta da greve geral das mulheres, vide trechos da convocatória feita por ela: “Nós, no Brasil, estamos em sintonia com os movimentos de mulheres que ocorrem em todo o mundo, como, por exemplo, o movimento Ni Una a Menos, na Argentina, e a convocação de Angela Davis e Nancy Fraser, para uma greve feminista, nos EUA... É preciso, por isso, que todas as mulheres de diferentes matrizes religiosas, opção política, diversidade sexual, negras, brancas, de todas as etnias, se juntem a esse movimento para reagir aos reflexos da política neoliberal que avança sobre a democracia e fortalece discriminações e preconceitos. Em todo o mundo, as mulheres têm assumido a liderança na luta contra a barbárie e mostram sua força e determinação”.


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PUBLICADO EM 21.02.17 
Resultado de imagem para Ângela Davis Marcha das Mulheres Washington (Angela Davis na Marcha das Mulheres em Washington)
Resultado de imagem para Ângela Davis Marcha das Mulheres Washington (Gloria Steinem na Marcha das Mulheres em Washington)

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