(DUKE)
Fátima Oliveira
Médica – fatimaoliveira1953@gmail.com @oliveirafatima_
Em 13 de novembro passado, a
publicitária Mariana Menezes de Araújo Costa Pinto, 33, que tinha duas filhas,
de 9 e 11 anos, casada com José Marcus Renato, evangélica, foi estuprada e
assassinada em sua residência, em São Luís (MA), por seu cunhado Lucas Leite
Ribeiro Porto, 37, também evangélico, casado com sua irmã Carolina Costa – o
casal também tem duas filhas. O assassino, apesar de preso no mesmo dia e das
muitas evidências que o colocavam na cena do crime, só confessou em 16 de
novembro.
(Mariana Menezes de Araújo Costa Pinto)
Dados do Dossiê Feminicídio: o Brasil é
o quinto no ranking de assassinatos de mulheres, tendo registrado 13 homicídios
femininos por dia em 2013. Para Alex Marshall, na pesquisa Estado da População
Mundial – Relatório 2000, a violência atinge a mulher do berço ao túmulo, o que
foi corroborado pelo relatório “Corpos quebrados e mentes destruídas: tortura e
maus-tratos em mulheres”, que diz: “Para milhões de mulheres, o lar não é um
abrigo de paz, e sim um lugar de terror, pois o lar é o principal palco de
brutalidade e os governos pouco fazem para proteger as vítimas e punir os
culpados” (Anistia Internacional, 2001).
Há uma guerra contra as mulheres! Em uma
cultura assim, há que se destacar o trabalho ágil da Secretaria de Segurança do
Maranhão, que desvendou o crime no mesmo dia. Assassino preso, famílias
destruídas e uma irmã dilacerada; chamam a atenção os melindres machistas e
patriarcais e a blindagem de classe da maioria dos blogs ditos políticos de São
Luís, que não apenas demoraram a noticiar o fato, como descuidaram da análise
que as evidências mostradas pela polícia permitiram fartamente.
(Mariana Menezes de Araújo Costa Pinto com o marido José Marcus Renato)
O assassino exibe um prontuário
sociopata inegável! E seus advogados desejam abreviar seu tempo de cadeia,
ainda que tenha cometido dois crimes hediondos: estupro e feminicídio. Antes da
confissão, aventaram que era gay, logo não poderia ter estuprado Mariana. Parte
da imprensa embarcou, embora ele tenha duas filhas! Após a confissão do crime,
na qual ele diz: “Sofri abuso sexual na minha infância”, querem estabelecer sua
inimputabilidade, alegando que nutria pela cunhada uma paixão eterna e doentia.
Querem trafegar na tese da inimputabilidade e insanidade, sem respaldo da
ciência, que está alicerçada em elementos novos, científicos e consensuais
pertinentes às personalidades criminosas ou bandidas, já que “os transtornos de
personalidade são intratáveis, incuráveis e irreversíveis”, mas há prevenção:
“Investir em educação, em atendimento à primeira infância, na aplicação das
leis e em contenção” (João Augusto Figueiró, revista “Época”, 4.7.2005).
Fonte: Último Segundo
Repito o dito em “A personalidades delinquentes, só a lei é que pode impor limites” porque se faz necessário: “Nem
todo homicida é sociopata. Nem todo sociopata mata, mas pode virar assassino se
a lei não comparecer para punir outros delitos, pois portam personalidades a
quem só a lei dá limites: são devotos da transgressão e do banditismo e
precisam da liberdade para o culto à marginalidade.
O sociopata não é doente mental nem
desprovido de razão – característica dos ditos ‘malucos’, ‘loucos de pedra’,
‘doidos varridos’ ou que ‘rasgam dinheiro’; logo, responde por seus crimes”.
PUBLICADO EM 22.1.16
FONTE: OTEMPO
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