Visualizações de página do mês passado

terça-feira, 6 de setembro de 2016

O novo cenário nacional das eleições municipais de 2016

0  (DUKE)
Fátima Oliveira
Médica - fatimaoliveira@ig.com.br @oliveirafatima_
  
Gosto de eleições. Desde criança. Com o passar dos anos, o gosto só foi aumentando pari passu o maior entendimento do processo político.
O período eleitoral é momento especial para aumentar a consciência política do povo, discutir a importância e o valor do voto na aquisição e manutenção da cidadania, do bem comum, bem como colocar em debate a cidade, o Estado e o país que queremos.
Quando da escolha de um prefeito ou uma prefeita, o que faz sentido é indagar o que queremos da futura administração da cidade, pois todo município é, no mínimo, dois, e o caminho da cidadania implica diminuir o fosso que separa um do outro, adotando a equidade: mais para quem precisa de mais.
As eleições municipais são mais intimistas, logo, mais apropriadas para diálogos. O financiamento empresarial para as candidaturas nos últimos 20 anos torna até as eleições municipais um espetáculo deprimente, de performances hollywoodianas, que suplantavam a possibilidade do debate de aspirações e ideias.
Esperei as eleições municipais de 2016, as primeiras após a proibição do financiamento empresarial, sonhando que elas estabelecessem um novo patamar, sob o concurso das novas tecnologias de informação, para as eleições como momento cívico solene: das andanças, das conversas, da busca do voto pelo convencimento presencial das candidaturas. E sonhei até que quem se elegesse mostrasse os sapatos gastos nas perambulações pelo voto!


Resultado de imagem para eleições charge
Resultado de imagem para eleições charge   Do que tenho lido, ouvido e visto na TV, a maioria expressiva das candidaturas às prefeituras e à vereança está perdida e sem saber como fazer uma campanha pé no chão, sem dinheiro a rodo! As candidaturas parecem morar numa bolha de vidro, num país das maravilhas, nada a ver com a atual conjuntura brasileira de perda de direitos, como se mudar o mundo hoje, mesmo o microcosmo municipal, e o futuro só dependesse da bondade de cada um deles. Para pedir voto, todo mundo é igualmente santo e tenta nos impingir que suas vitórias seriam privilégios de cada um de nós!


Resultado de imagem para eleições charge   Com raras exceções, nem sequer dão ideia de que sabem qual é o papel de um vereador, de um prefeito, até confundem o que é da alçada do Parlamento e do Executivo! Ao fim de cada programa eleitoral, quedo-me a indagar de qual país são as figuras que pedem o meu voto.
O cenário é de enormes dificuldades, com quase todos os governadores de Estado que nem sequer se preocupam em responder aos casos de síndrome de zika congênita; antes, com prefeitos que nem dão conta de matar mosquito – em geral por negligência; com as ameaças à universalidade do Sistema Único de Saúde (“Saúde, direito de todos, dever do Estado”); o fato de que, pela primeira vez em 13 anos, o reajuste do salário mínimo será menor do que a inflação; com anúncios de cerceamento ao acesso ao Bolsa Família, que hoje abriga 50 milhões de pessoas e é o maior programa do mundo de distribuição de renda; sem falar na síndrome de terror de mudança nas regras das aposentadorias, até naquelas em vigor; e o congelamento dos investimentos (que estão chamando de gastos!) em saúde e educação por 20 anos!


Resultado de imagem para eleições charges do duke


Num cenário assim, seria bastante salutar que candidaturas à vereança e às prefeituras assumissem compromissos da defesa dos direitos que correm riscos, sobretudo na saúde e na educação; de apoio às lutas pela manutenção dos direitos; e de revitalização dos conselhos locais e municipais de saúde, como trincheiras excepcionais de luta popular, tendo o controle social como polo de aglutinação, sobretudo contra a “prefeiturização” deles, como tem sido a regra geral pelo país afora!


Resultado de imagem para charge da revista fon-fon
Resultado de imagem para eleições charge PUBLICADO EM 06.09.16
Resultado de imagem para eleições charge FONTE: OTEMPO

Nenhum comentário:

Postar um comentário