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terça-feira, 13 de novembro de 2012

A etnia luo: o povo de Barack Obama em estilosa celebração




Foto de Obama abraçando a primeira-dama no Twitter bateu recorde de compartilhamentos na rede | Foto: Reprodução Internet (Foto de Obama abraçando a primeira-dama no Twitter bateu recorde de compartilhamentos na rede)

ENFIM, A CASA BRANCA CONTINUA PRETA E LAICA 
Fátima Oliveira
Médica - fatimaoliveira@ig.com.br

 

Madrugada correndo, e eu acuada pelo "pinoquismo" midiático que, por meses, martelou um suposto empate técnico entre Obama e Mitt Romney. Um alívio sonolento a tuitada de Obama com sua foto abraçado a Michelle: "Quatro anos mais. Isso aconteceu por causa de vocês. Obrigado".
  • Reprodução O presidente norte-americano, Barack Obama, agradece no Twitter sua reeleição

Só dormi após o placar, que, hoje sabemos, dava vitória folgada, no voto popular e em delegados ao colégio eleitoral, com os resultados da Flórida: Obama, 332 delegados; e Mitt Romney, 206. Vitória suada, como disse Eliakim Araújo, em "Ricos contra pobres nos EUA": "Obama é vidraça e Romney, atiradeira... Obama é o melhor, embora não seja nenhuma maravilha".
Ao que adendo: um presidente dos Estados Unidos, seja quem for, jamais será uma maravilha, dada a natureza escorpiônica da prática imperialista, mas, para o mundo, é menos doentio quando quem preside os EUA é um democrata. Daí a torcida pró-Obama e contra o fundamentalismo do Tea Party (Partido do Chá).
Para as mulheres do mundo, uma perseguição a menos, pois "Romney se opõe à Roe v. Wade, decisão de 1973 da Suprema Corte que defende o direito da mulher ao aborto", e é contra os subsídios federais para planejamento familiar. Obama mantém a opinião de que "as escolhas de uma mulher quanto à sua saúde são decisões pessoais, são tomadas da melhor forma com seu médico - sem a interferência de políticos".


(Barack Obama e sua mãe, Ann Dunham)
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(Obama com o seu Pai Barack Obama)

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[Em Jakarta Lolo Soetoro, a sua filha, Maya, com
Ann Dunham e Barack Obama. (Photo courtesy of Barack Obama)]


 Quando acusado de baixo compromisso com a "questão racial", tem uma frase pronta: "Não sou o presidente dos Estados Unidos dos Negros, sou o presidente dos Estados Unidos da América". Tem de governar conforme a lei. Logo, nada de ilusões, além do dito em 2009 por sua filha Malia: "Ser o primeiro presidente negro vem com uma grande responsabilidade". Para muitos, ele - que tem pai negro, um queniano da etnia luo; mãe branca, descendente de irlandeses da aldeia de Moneygall; e padrasto asiático - aprendeu a ser unificador, constatação implícita em célebre frase num programa de Oprah Winfrey ao falar que jantares de sua família "são sempre uma mini-ONU, com parentes de todas as etnias".



Popoli d'Africa: Luo

(Obama com Mama Sarah)
 
(Obama com parentes no Quênia)



Obama_in_Kogela.jpg (Senador Barack Obama, em Kogelo, agosto de 2006)

(Mama Sarah)
De Kogelo, povoado nas proximidades do lago Vitória, no oeste do Quênia, Mama Sarah, 90 anos, avó de Obama, deu duas declarações. A primeira, antes das eleições: "Eu rezo por ele, para que Deus o ajude... É uma disputa dura. Se for a vez dele, Deus o deixará triunfar". No dia seguinte à reeleição, ela, singela e altivamente, disse: "Venceu pela graça de Deus. E, também, porque sabe amar as pessoas, não gosta de divisões. Por isso ganhou", e arrematou: "Tentou uma segunda vez e ganhou". Ela expressou com fidelidade a filosofia do povo luo, o povo ancestral de Obama, que habita o Quênia há milhares de anos.


A poster of Barack Obama hangs in Kogelo village, Kenya, where President Obama's father was born. (Poster de  Obama em Kogelo, 2012)


Para Mark Weisbrot, codiretor do Centro para Investigação Econômica e Política, a reeleição de Obama "estava prevista pelas pesquisas eleitorais do Princeton Electin Consortium e do Fivethirtyeight.com. Não foi uma surpresa, a não ser para a maioria dos meios de comunicação e os especialistas que fingiam que havia uma disputa acirrada" e que "a campanha democrata foi vitoriosa porque conseguiu convencer a maioria dos eleitores de que Romney e os republicanos se importam apenas com os ricos". Leila Cordeiro, em "A vitória de Obama e o racismo explícito" (8.11.2012), declarou que, "depois da reeleição de Obama", começa "a pensar se, além da rivalidade, não existiu, latente e implícito nas atitudes dos conservadores, o velho e enferrujado preconceito, que, por séculos, tomou conta do país de Tio Sam...".
Enfim, a Casa Branca continua preta e laica.



Família Obama foi fotografada por Annie Leibovitz para a imagem oficial, no Salão Verde da Casa Branca, em Washington, EUA (Família Obama foi fotografada por Annie Leibovitz para a imagem oficial, no Salão Verde da Casa Branca, em Washington, EUA)

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Win McNamee/Getty Images/AFP 
Vitória de Obama anunciada no comício em Chicago
Com vestido Michael Kors usado em duas ocasiões no passado, Michelle Obama acompanhou o marido, Barack Obama, e as filhas Sasha e Malia durante o discurso de reeleição em Chicago (07/11/2012) Publicado no Jornal OTEMPO em 13.11.2012

2 comentários:

  1. Oi Fátima, muito boa a sua visão sobre Obama, com seus limites e potencialidades. As ilustrações são belas

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  2. Sim, ter em mente que num país imperialista como os EUA, democratas são menos piores do que republicanos, sem falar que a reeeleição de Obama significa derrota do fundamentalismo religioso

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