Visualizações de página do mês passado

terça-feira, 2 de outubro de 2012

Maria de Magdala, a santa Maria Madalena, ícone feminista

Ficheiro:Pietro Perugino 047.jpg  [(Maria Madalena, Pietro Perugino (c. 1500)]

 

A IDEIA DE QUE ERAM AMANTES NUNCA FOI LEVADA A SÉRIO
Fátima Oliveira
Médica -
fatimaoliveira@ig.com @oliveirafatima_


O boato de que Maria de Magdala, contemporânea de Jesus de Nazaré, era prostituta, "pecadora pública arrependida", não se sustenta em relatos bíblicos nem em pesquisas. Em um contexto em que a participação da mulher na sociedade judaica era restrita à sua casa e aos mandamentos da Lei, ela foi discípula de Jesus e proeminente liderança na Igreja primitiva. Ela é uma figura fascinante, e é um dever feminista resgatar seu verdadeiro papel na história da humanidade.

 
  Para Chris Schenk, da Congregação das Irmãs de São José e diretora da FutureChurch, "a inclusão de mulheres por parte de Jesus em seu discipulado itinerante pela Galileia não é nada menos do que notável. No judaísmo palestino, os homens não falavam publicamente com as mulheres de fora do seu círculo de parentesco, e, muito menos, lhes era permitido viajar com eles em uma comitiva mista".


 Mercedes Lopes, em "Maria Madalena e as Outras Marias", diz: "Nos evangelhos, ela é a mulher mais citada pelo nome; aparece realizando funções muito importantes para as origens do cristianismo: como discípula de Jesus (Lc 8,1-3); como testemunha da sua crucifixão (Mc 15,40-41; Mt 27,55-56; Lc 23,49; Jo 19,25); como testemunha do seu sepultamento (Mc 15,47; Mt 27,61); como testemunha da sua ressurreição (Mc 16,1-8; Mt 28,1-10; Lc 24,1-10; Jó 20,1;20,11-8); e como enviada aos 11 com uma mensagem de Jesus (Mt 28,10; Jo 20,17-18). Ela é citada em primeiro lugar em todos esses textos. A única exceção é Jó 19,25, em que a mãe de Jesus aparece em primeiro lugar".


  (A última ceia, Leonardo da Vinci)


Chris Schenk, na entrevista "Maria de Magdala, a grande ‘Apóstola dos Apóstolos’", é elucidativa: "As mulheres muito raramente eram nomeadas em textos antigos. Foram nomeadas porque tinham alguma proeminência social e, mesmo assim, na maioria das situações, são nomeadas em relação aos homens presentes em suas vidas: maridos, pais ou irmãos... Mas, quando Maria de Magdala é identificada, foi nomeada pelo povoado de onde veio, não em relação a um parente do sexo masculino... Isso significa que Maria de Magdala era uma mulher rica de recursos independentes".
Na história do cristianismo, Maria de Magdala foi minimizada, ocultada e também ofuscada pelo marianismo. Estudiosas feministas, em especial teólogas, como Mercedes Lopes, aventam que "essa confusão a respeito de Maria Madalena pode ter muitas causas... A deturpação da figura dela mantém uma velha atitude de suspeita em relação às mulheres, passando a ideia de que sua natureza e seus corpos são espaços perigosos, de possessão demoníaca, identificados com pecado. Os corpos inferiorizados e culpabilizados são mais facilmente submetidos".


Em um contexto em
que a participação da
mulher na sociedade
judaica era restrita ela
foi discípula de Jesus
e proeminente liderança
na Igreja primitiva


Palavra de Fé -  Quando Jesus é lembrado...  Margaret George, autora de "Maria Madalena - A Verdadeira História de Maria Madalena e Jesus Cristo" (Geração Editorial), declara: "A ideia de que Jesus e Maria Madalena eram amantes ou casados volta à baila de vez em quando, mas nunca foi levada a sério, pelo menos, não pelos mais sérios estudiosos do assunto. Penso que houve algum tipo de relacionamento entre eles, do tipo espiritual; afinal de contas, foi a ela que ele apareceu no jardim na manhã da Páscoa. Minha velha tia-avó, que conhecia a Bíblia em detalhes, tinha a própria teoria de que era Maria Betânia que Jesus amava, e se levarmos em conta as passagens nas quais Maria Betânia está sentada a seus pés - acho que ela tem razão -, parece haver mais ‘vibrações’ entre eles do que entre Jesus e Maria Madalena. Naturalmente, com um material tão escasso, é difícil tirar conclusões".







[21+-+Igreja+Russa++de+Maria+Madalena.jpg] 

8 comentários:

  1. Oi Fátima, uma crônica redonda, redonda. Maria de magdala é um ícone feminista mesmo

    ResponderExcluir
  2. Qual a intenção do artigo? Gostaria de saber porque acho que não é de graça. As feministas agora vão pegar Maria Madalena no colo para atacar a Igreja Católica?

    ResponderExcluir
  3. Eider, acho que oa rtigo é apenas informativo. Nada d epegara Maria de Magdala no colo para atacar a Igreja Católica, apenas denunciar os ataques que a Igreja Católica tem feito à Maria Madalena, inclusive porque foi um Papa quem criou toda essa confusão:
    "O discurso de um Papa foi responsável pela má fama que Maria Madalena carregou durante séculos, mas descobertas recentes apontam que ela teria sido, na verdade, a discípula preferida de Jesus"...
    “Esse engano data do século VI, quando o Papa Gregório Magno fez um discurso identificando a ‘mulher pecadora’ que se arrepende e cai aos pés de Cristo (e que, nos evangelhos, é na verdade uma personagem anônima) como sendo Maria Madalena”, explica o frei Jacir de Freitas Faria, professor de exegese bíblica e hermenêutica de textos antigos do Instituto São Tomás de Aquino, de Belo Horizonte, Minas Gerais.....

    Maria Madalena: mistérios e fascínios
    http://www.triada.com.br/espiritualidade/cristianismo/aq173-204-534-1-maria-madalena-misterios-e-fascinios.html

    ResponderExcluir
  4. http://www.moacirsader.com/emadalen.htm
    "Viagem à cidade espiritual de Necanerom" - 2ª edição
    de Moacir Sader?

    Maria Madalena, de todas as personagens Bíblicas, talvez seja aquela personagem mais deturpada, encoberta por inverdades divulgadas ao longo dos séculos pela Igreja, pelos textos Bíblicos e por errôneas interpretações. Paralelamente às inverdades, uma outra história tem sido contada de modo sublinear pela arte ao longo de dois mil anos de história Cristã e, também, pelos textos apócrifos.

    O livro O Código Da Vinci, de Dan Brown, percorreu o mundo, sendo lido por milhões de pessoas. Em meio a uma história de suspense, o autor insere algumas das verdades, que ao longo do tempo, estavam sendo ocultas. Dan Brown nos chama a observar o quadro da Santa Ceia, de Leonardo da Vinci, onde transparece que uma das imagens dos apóstolos apresenta traços femininos, estando com a mesma cor da roupa de Jesus e interligada a Ele por um grande M formado pela postura física dos dois na pintura, em face da cor vermelha. Segundo a interpretação do autor de O Código Da Vinci, os dois símbolos, a letra M e a cor vermelha, indicariam ser Maria Madalena a personagem ao lado de Jesus.

    Vejamos, a seguir, a imagem da Santa Ceia pintada por Leonardo Da Vinci, no ano aproximado de 1495, na Igreja Santa Maria Delle Grazie, em Milão, onde aparece nitidamente o formatado de um M, seguindo-se os contornos da cor vermelha nas roupas de Jesus e de Maria Madalena.



    Imagem extraída da Revista Super Interessante
    edição - outubro/2004

    Em sendo esta a interpretação correta, o que Da Vinci pretendia com a mensagem sublinear? Da Vinci, ao que se sabe, pertencia ao Priorado de Sião, sociedade secreta fundada em Jerusalém no ano em 1099 pelo rei Godofredo de Bouillon, com o objetivo de guardar um segredo mantido por sua família desde há época de Jesus. E para ajudar na manutenção e proteção desse segredo foi criada a Ordem dos Cavaleiros Templários. O segredo que se queria, a todo custo resguardar, dizia respeito ao Santo Graal. Da Vinci, de forma oculta na arte, guardou o segredo, mas legando ao futuro a sua descoberta.

    O Priorado de Sião, conhecido também como Monastério do Sinai, segundo alguns pesquisadores históricos, constituiu-se em uma sociedade secreta, relacionada à Maçonaria e aos Rosacruzes, criada para proteger a linhagem divina. Além de Da Vinci, participaram dessa sociedade secreta personagens históricos e escritores importantes, tais como, Isaac Newton e Victor Hugo.

    Existe uma corrente imensa de pesquisadores que admitem que Jesus e Maria Madalena foram casados e deste casamento pode ter nascido uma filha, que seria a descendência real, o sangue real, o Santo Graal, e que Maria Madalena com sua filha, chamada Sara, foram viver na França. Esse seria o grande segredo, a versão da história guardada há milênios, ou melhor, história que se julgava devidamente sucumbida a partir do Concílio de Nicéia, ocorrido no ano de 327 depois de Cristo.

    ResponderExcluir
  5. Maria Madalena jamais será mais importante do que maria, a mãe de Jesus. A senhora critica erradamente o marianismo. Chega!

    ResponderExcluir
  6. Fátima, gostei. Aptoveitei e reli os episódios de Dona Lô sobre Maria madalena

    ResponderExcluir
  7. As mulheres de Jesus

    A visão feminina do Novo Testamento sempre existiu, mas o estudo sistematizado com vistas às revisões do papel da mulher na vida e no legado de Jesus é mais recente. O que se convencionou chamar de teologia feminista nasceu com os movimentos pelos direitos das mulheres nos anos 60, quase dois mil anos depois da reunião dos textos que compõem a segunda parte da Bíblia. “Prevaleciam, e ainda prevalecem, em muitos lugares interpretações dos textos que justificavam a subjugação da mulher”, conta Yury Puello Orozco, teóloga feminista do departamento de Ciências da Religião pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP)

    ....
    Mas era na margem que Jesus caminhava e foi lá que ele encontrou outra mulher que seria fundamental em sua vida: Maria de Magdala, também conhecida como Maria Madalena. Magdala é o nome de pequena cidade de onde viera, usado como cognome para distingui-la das outras Marias que aparecem na narrativa evangélica. Sofrera a influência Espíritos impuros, afastados por Jesus, ela passou a segui-lo e se tornou seu braço-direito no ministério. Jesus deu inúmeras demonstrações de confiança a Maria Madalena – boa parte registrada nos evangelhos canônicos e outra contada nos chamados apócrifos, escritos que datam quase em sua totalidade do século III, mas que não foram incluídos na “Bíblia”. Ela é chamada de apóstola dos apóstolos, por exemplo, e chega a despertar ciúmes nos homens que seguem Cristo. A mais poderosa das demonstrações de confiança do Messias em Madalena, e, por extensão, nas mulheres, foi o fato de tê-la escolhido para ser a primeira testemunha de sua ressurreição, o momento definidor da fé católica. Foi ela quem viu e anunciou aos apóstolos que Jesus havia aparecido a ela ressuscitado.
    Jesus era amigo de três irmãos: Lázaro, Marta e Maria. Eles viviam em Betânia, um povoado próximo de Jerusalém, e Jesus costumava visitá-los. Em uma dessas visitas, Maria senta-se ao lado de Jesus e põe-se a escutá-Lo, enquanto Marta continua ocupada, atarefada com o trabalho doméstico. A certa altura, ela reclama com Jesus que não aparentava se importar com a faina de Marta em contraponto ao conforto de Maria. Mais que reclamar, Marta pede que Jesus mande Maria ajudá-la com o serviço. E Jesus lhe responde com clareza: “Acalme-se, você está agitada com tanta coisa, mas uma só é necessária. Maria escolheu uma boa parte e não vou tirar isso dela.”
    ...
    Lídia gostava das cores, ela vendia tecidos coloridos, mas descobriu que em Jesus, as cores ganham vida e a vida passa a ter sentido. Joana, esposa de Cuza, um alto funcionário de Herodes, segundo Humberto de Campos, no livro Boa Nova, psicografia de Chico Xavier, foi ardorosa discípula de Jesus, de quem recebeu sábios conselhos para lidar com seu marido, homem rico, envolvido com trocas da política e vida desregrada.
    Tendo recebido de Jesus alguma graça ou cura e tendo conhecido os ensinamentos do Mestre, buscou segui-lo, sendo por ele orientada a permanecer no lar, ajudando, com seu comportamento e suas palavras, ao marido que lhe havia sido confiado naquela vida.
    Ao nascer-lhe um filho, entregou-se à sua criação e educação moral, com o mesmo zelo e amor com que assistia ao marido. Seguindo Jesus à distância, foi uma das mulheres que, com suas posses, atenderam às necessidades do Mestre e de seus discípulos.
    Logo após o martírio de Jesus, juntou-se a outras mulheres para irem ao sepulcro, levando especiarias e ungüentos para envolver o corpo morto do Mestre. Em lá chegando, encontraram o sepulcro vazio, constatando, conforme lhes ensinara Jesus, a sobrevivência do Espírito quando da morte do corpo.
    Após sua morte, Joana dedicou-se aos labores evangélicos e teria sido martirizada no circo romano, em glorioso testemunho de suas convicções.
    .....
    Colaborou neste texto, Sonia Lo Prete, do CE Casa de Catarina.
    http://aprendizadoespirita.wordpress.com/2011/11/01/as-mulheres-de-jesus/

    ResponderExcluir

  8. Papiro diz que Jesus se casou

    Uma historiadora da Universidade Harvard identificou um pedaço de papiro datado do século 4.º que sugere que Jesus Cristo teria se casado. No fragmento, escrito no idioma copta, surgido do Egito antigo, há uma frase nunca vista nas escrituras: "Jesus lhes disse: 'Minha mulher..." A frase é interrompida nesse ponto, mas, na linha seguinte, lê-se "...ela será capaz de ser minha discípula".

    "A tradição cristã sustentou por muito tempo que Jesus não era casado, mesmo sem provas históricas confiáveis para corroborar essa afirmação", disse em nota a historiadora Karen King, que anunciou a descoberta num encontro de especialistas na cultura copta em Roma. Entretanto, Karen, de 58 anos, que já publicou vários livros sobre descobertas recentes relativas aos evangelhos, lembra que "esse novo evangelho não prova que Jesus foi casado".

    A origem do fragmento é um mistério, assim como a identidade de seu proprietário, que preferiu o anonimato. Até ontem, a historiadora o havia mostrado apenas a um seleto grupo de especialistas em papirologia e na língua copta. Eles concluíram que a probabilidade de o fragmento ser falso é remota.

    Mesmo com tantas questões pendentes, a descoberta pode reacender o debate em torno das polêmicas: Jesus foi casado? Maria Madalena foi sua mulher? Ele teve uma mulher entre seus apóstolos? São perguntas feitas desde os primeiros séculos da cristandade, mas que se tornam relevantes hoje com o debate em torno da possibilidade de mulheres assumirem funções de padres.

    Ineditismo

    Antes de partir para Roma, Karen recebeu em seu escritório, na quinta-feira, os jornais The New York Times, The Boston Globe e uma revista de Harvard. Apesar de reiterar que sua descoberta não prova que o Jesus histórico tenha sido casado, ela disse que o achado é "excitante" porque é a primeira declaração atribuída a Jesus em que ele diz que tinha uma mulher.

    "Esse fragmento sugere que alguns dos primeiros cristãos tinham uma tradição na qual Jesus era casado", diz ela. "Sabemos que existia uma controvérsia no século 2.º sobre o casamento de Jesus, assim como um debate sobre se os cristãos deveriam se casar ou fazer sexo."

    Karen diz que ficou sabendo do que chama de "O Evangelho da Mulher de Jesus" quando recebeu, em 2010, um e-mail de um colecionador de papiros coptas, gregos e arábicos com um pedido de ajuda para traduzir o documento. O colecionador o comprou em 1997 de um professor de egiptologia alemão. Não se sabe onde, quando ou como o papiro foi descoberto originalmente.

    Karen recebeu o fragmento em dezembro passado. Após três meses, ela o levou a Nova York para mostrá-lo a dois papirologistas, das renomadas Universidades de Nova York e Princeton. Eles concluíram que "é algo impossível de falsificar" e que o significado das palavras "minha mulher" não pode ser questionado. A idade do fragmento será confirmada por espectroscopia.

    A pesquisa de Karen deve ser publicada em janeiro na revista Harvard Theological Review. Ariel Shisha-Halevy, um respeitado especialista em copta da Universidade Hebraica de Jerusalém, também consultado pela historiadora americana, disse acreditar que "o texto é autêntico".

    http://www.ihu.unisinos.br/noticias/513722-papiro-diz-que-jesus-se-casou

    ResponderExcluir