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terça-feira, 8 de maio de 2012

O transporte de tração animal no Central Park e no Sul de Minas

DUKE
IRAQUE CAIU NA RUA, EM 30.12, APÓS TER FEITO DOIS PASSEIOSFátima Oliveira
Médica –
fatimaoliveira@ig.com.br @oliveirafatima_

Sou aficionada por revistas e livros sobre animais de montaria. Gosto de cavalos e jegues. E depois que conheci o cavalinho piquira, ter um é meu sonho de consumo.


Em várias crônicas registrei que em meu sertão, lá nos cafundós do Maranhão, em minha meninice, por necessidade de transporte, aprendi a montar. Fora o Misto (ônibus com carroceria), que no verão cortava o sertão uma vez por semana, viajava-se em cavalos, burros e jegues ou em carro de boi!




No ano passado li que “Cavalo explorado por charreteiros morre subitamente em pleno centro de Nova Iorque”. Dizia a matéria que “exatamente às 8h30min da manhã, um cavalo sofreu um colapso e morreu na 54th Street. Ele tinha acabado de deixar o estábulo e se dirigia ao Central Park” (23.10.2011). Dizem que o cavalo morreu de exaustão! Para quem gosta de cavalos, ou andou numa charrete no Central Park, a tragédia dá tristeza.

 


 As opiniões sobre o fato são quase unânimes: “Um cavalo saudável não deveria simplesmente morrer no meio da rua” e “A morte súbita de qualquer cavalo é muito incomum, e essa morte é um sinal que não podemos permitir que cavalos continuem a trabalhar nas ruas duras da cidade”. Há uma luta não desprezível para abolir as carruagens puxadas por cavalos no Central Park. 

 
Silva Junior/Folhapress
Charrete transporta turistas em Poços de Caldas (MG); supostos maus-tratos causam polêmica no interior mineiro  Charrete transporta turistas em Poços de Caldas (MG); supostos maus-tratos causam polêmica no interior mineiro



 (Caxambu)



 (Caxambu) (Cambuquira)


Urge encontrar uma solução que,
ao mesmo tempo, proteja os animais
e assegure a idílica atração turística
dos passeios de charrete

No começo do ano, pipocaram denúncias de maus tratos a cavalos que conduzem charretes no Sul de Minas que tem como uma atração turística passeios de charretes, como Poços de Caldas e principais cidades do Circuito das Águas (composto por dez municípios): Cambuquira, Caxambu, Lambari e São Lourenço.

 Tudo explodiu quando “Iraque, um cavalo de 12 anos, voltava para casa, em 30.12.2011, caiu na rua e foi fotografado, após ter feito, segundo o dono, dois passeios e aparentar estar mal (cólica renal)”. A versão corrente é que o veterinário Mariano Etchichury  atestou “exaustão por esforço físico”.
A foto “caiu na web” e protagonizou mobilização que desaguou numa audiência pública e num aceno de Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) para a Associação dos Charreteiros. Em debate duas propostas: extinguir/proibir passeios de charrete, pois os cavalos são maltratados, inclusive carregando peso além do que suportam; e exigência de “melhorias e mudanças no serviço de charretes, especialmente quanto ao tratamento adequado aos animais”. Destacando que os cavalos charreteiros sofrem maus-tratos, ambas publicaram abaixo-assinados corroborando suas visões.

Ressaltando que o transporte por tração animal é o meio de transporte mais antigo do mundo, não se configura crime um animal conduzir arado, carroça, charrete, carruagem ou meio de transporte similar movido por tração, se respeitados os princípios da ciência do bem-estar animal – expostos pela veterinária e psicóloga Mariângela Freitas de Almeida e Souza no artigo “Implicações para o bem-estar de equinos usados para tração de veículos”. É aplicar com rigor o instrumento das “cinco liberdades”, que avaliam as necessidades básicas (físicas, mentais e comportamentais) de equinos que realizam trabalho de tração de veículos: (1) Livre de fome e de sede; (2) Livre de dor, lesões e doenças; (3) Livre de desconforto; (4) Livre de medo e de estresse; e (5) Livre para expressar comportamento natural.
Há problemas no trato com os animais. Cabe às prefeituras uma atitude que considere a proteção dos animais e das famílias que vivem das charretes. Urge encontrar uma solução que ao mesmo tempo proteja os animais e assegure a idílica atração turística dos passeios de charrete.

 Publicado em OTEMPO em 08.05.201208.05.2012
Crônicas de Fátima Oliveira sobre cavalos, cavalgadas & Diversão e saúde:
Taj Mahal, meu mangalarga marchador (22.07.2008)
As endorfinas das cavalgadas são tudo de bom e muito mais (28.04.2009)
Uma nova paixão: o piquira, um cavalinho marchador (15.06.2010)

A vaquejada tradicional é diversão que não maltrata os animais (29.03.2011)
As práticas zooterapêuticas são fonte de saúde e felicidade (05.04.2011)

4 comentários:

  1. Fátim, eu também acho que é muito sextarismo dessa gente que quer im pedir que animais sejam usados como meios de transporte. Evidente que os animais devem ser devidademente cuidados. Se não estão sendo é de responsabilidade das prefeituras que sejam.
    O cavalo iraque não morreu. Vejam a matéria

    5/1/2012 - ACS/Prefeitura

    Cavalo de charrete que teve cólica passa bem

    Iraque, o cavalo de charrete que caiu na avenida Edmundo Cardillo no dia 30 e foi dado como morto , passa bem e o problema que causou tanta dor ao animal foi problemas renais. O incidente acabou gerando suspeita de maus-tratos. O cavalo passou mal quando retornava para casa, após ter feito um passeio de manhã, e recebeu diagnóstico de dores renais por parte da Associação Protetora dos Animais (Aapa), que prestou atendimento no local.

    Segundo Francisco Carlos Rodrigues, presidente da Associação dos Condutores de Veículos de Tração Animal, não há histórico de problemas com cavalos que conduzem charretes há vários anos. A associação possui uma parceria com a PUC Minas e a Secretaria de Saúde através do programa Charreteiro Gente Nossa. O curso de Medicina Veterinária da universidade acompanha os 120 cavalos que são usados nas charretes, prestando atendimento veterinário. Além disso, o programa irá proporcionar padronização das charretes e capacitação dos condutores. Os charreteiros receberão um selo que comprovará idoneidade e comprometimento com os requisitos do Charreteiro Gente Nossa. As rotas dos passeios serão padronizadas e uniformes serão distribuídos entre os condutores.

    Iraque tem 12 anos, idade média de um cavalo. Na tarde da última quarta-feira (4), o animal estava bem disposto e se alimentou normalmente no quintal da propriedade do dono, no São Sebastião, onde descansa e interage com outros cavalos. Ele ficará dois meses sob observação. "O cavalo veio para trabalhar na sexta e fez um único passeio pela manhã. Ficou um tempo parado e vimos que ele não estava muito bem. Aí acionamos o dono, que o levou embora. Infelizmente, ele acabou passando mal no caminho para a casa", relembra Rodrigues.

    O presidente enfatiza que há uma fiscalização rígida nos pontos de charretes. No dia 31, a associação advertiu um condutor que havia desrespeitado o regulamento, que determina que um cavalo não possa conduzir charretes dois dias seguidos. O charreteiro havia trazido o mesmo cavalo no dia seguinte e foi impedido.

    Tradição
    Os passeios de charrete são muito requisitados pelos turistas. Segundo o secretário de Turismo José Carlos Polli, o atrativo turístico tem toda a atenção da secretaria e é supervisionado com cuidado por possuir animais como meio de locomoção. "As charretes fazem parte de uma tradição de Poços. São um atrativo que o turista aprecia muito. Ao contrário do que muita gente imagina, elas não estão atrapalhando o trânsito e são fiscalizadas pelo Demutran, como consta na lei. Os charretistas tratam bem os cavalos e há muitas famílias que são sustentadas por meio dos passeios de charrete", afirma.

    http://www.pocoshoje.com/mostra_noticia.asp?codigonoticia=6798

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  2. Fátima eu adoro andar de charrete. Não sou a favor da proibição, mas defendo que os animais sejam bem cuidados, então realmente as prefeituras precisam tomar conta do que acontece com os animais

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  3. Ac ho que esses defensores do animais são exigentes demais, no entanto por que nunca se interessaram em fiscalizar esse tipo de transporte para a diversão para educar as pessoas que vivem disso? Acho que os animais não podem ser maltratados, ma sé preciso mais um pouco de tolerância

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  4. Eugênio Lima Barbosa28 de maio de 2012 às 17:09

    Eu acredito que os ambientalistas exageraram. Se as prefeituras cumprirem o dever delas de normatizar as charretes, é só fiscalizar e nada mais

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