Foto: Duke
"A forma de chegar ao impossível é acreditar que é possível"
Fátima Oliveira
Médica - fatimaoliveira@ig.com @oliveirafatima_
Tenho na leitura uma companhia prazerosa. Os livros não são apenas fontes de diversão. Neles encontro pistas para solucionar problemas e vislumbrar novos horizontes. Como, não sei.
Acontece. Falo de leitura de entretenimento, como crônicas, contos de fadas e infantis de modo geral, romances, narrativas de viagens, biografias e poesias. Por aí.
Nada a ver com literatura de autoajuda, da qual não consigo gostar, pois, via de regra, mais se parece com receita de bolo. Os que já li são similares à camisa de força e, sobretudo, tolhem a minha liberdade de escolher caminhos.
Diante de problemas, recorro aos livros. Nos primeiros dias de janeiro, chocada com a MP do Nascituro (disfarçada de "cadastro de grávidas"), fucei minha biblioteca atrás de um livro que falasse algo reconfortante sobre o inesperado e o impossível. Eu havia lido em algum lugar.
Foi então que senti falta das antigas fichas de leitura. Durante anos eu, paciente e disciplinadamente, fichei todos os livros que li - nome, autoria, editora, breves linhas sobre o conteúdo e as melhores e/ou mais bonitas frases. Meu fichário se perdeu em uma de minhas mudanças de vida cigana, quando abandonei o hábito de fichar livros.
A memória tem das suas. Dei na batida que o que eu procurava estava num livro para crianças. Rememorei, como num filme, e estava certa de que era um livro de que eu gostava e que havia lido várias vezes. Dei uma olhada no que me resta de contos infantis e nada! Sem mais perder tempo, fui ao "são Google". Bah! Em segundos estava lá: "A única forma de chegar ao impossível é acreditar que é possível".
Autorretrato de Lewis Carroll
Foi emocionante! A frase é de "Alice no País das Maravilhas", de Lewis Carroll, pseudônimo do poeta, romancista, matemático e pastor inglês Charles Lutwidge Dodgson (1832-1898). Trata-se de uma história inventada durante um passeio de barco pelo rio Tâmisa, em 4 de julho de 1862, para entreter três crianças - Lorina Charlotte, Edith Mary e Alice Pleasance Liddell -, filhas de Henry George Liddell, vice-chanceler da Universidade de Oxford, decano da Igreja de Cristo, reitor da Christ Church, onde Lewis Carroll ensinava matemática.
Alice Liddell (foto) foi a inspiração de Carroll para criar Alice no País das Maravilhas.
A história da menina Alice, que caiu numa toca de coelho e viveu aventuras fantásticas num mundo maravilhoso de bichos e coisas sábias e falantes, foi passada para o papel em 1864 e publicada em 1865. Dizem ser o livro mais citado depois da Bíblia e é a obra mais famosa do mundo do gênero literário nonsense.
É um conto infantil
de zooliteratura,
com seus fascinantes bichos
falantes, mas
é também é um livro
sobre costumes
da era vitoriana.
Na coletânea de frases do referido livro, havia outra que, de algum modo, respondia à minha busca de entender o momento em que vivia: "Podes dizer-me, por favor, que caminho devo seguir para sair daqui?".
"Isso depende muito de para onde queres ir", respondeu o gato.
"Preocupa-me pouco aonde ir" - disse Alice.
"Nesse caso, pouco importa o caminho que sigas" - replicou o gato.
"Alice no País das Maravilhas" é um conto infantil de zooliteratura, com seus fascinantes bichos falantes, mas também um livro sobre costumes da era vitoriana. Contém muito da cultura inglesa da época, incluindo gastronomia, e críticas ao modo vitoriano de ser, e entremeia sonho e vida real do tempo em que foi escrito e que nos seduz pelo que encerra de nonsense.
Eu adoro "Alice no País das Maravilhas", mas impliquei com seu autor ao descobrir que foi acusado de pedofilia, o que abordarei em outro dia. Por fim, a história de Alice ainda diverte crianças do mundo inteiro, inspira as artes e nos ensina que "tudo tem uma moral se você conseguir simplesmente notar".
Alice no país das maravilhas, Salvador Dali
Publicado no Jornal OTEMPO em 10/01/2012
Veja no Mol-TaGGE: Maravilhosas imagens de Alice no país das maravilhas:
Em 2012, a história de Alice no País das Maravilhas completa 150 anos. Desde então a novela de Lewis Carroll conquista artistas de todas as épocas. Nomes como os de Salvador Dalí, René Magritte, Yayoi Kusama, entre outros não escaparam ao seu fascínio. Imagens de grandes artistas revivem o conto de Carroll.
Aqui você pode aprender e ver muito sobre Alice no país das maravilhas
Massa demais
ResponderExcluirEu também sou fã de Alice no país das maravilhas. Um encanto de crônica
ResponderExcluirA VERDADE SOBRE ALICE NO PAÍS DAS MARAVILHAS 2
ResponderExcluir“Um dos aspectos interessantes da história é que ela não surgiu como obra literária, mas de forma oral”, explicou Adriana. “Quando o livro foi publicado ele acrescentou novos capítulos, personagens, deixando a obra mais complexa.”Graças a um pedido de Alice as ideias daquela tarde transformaram-se num manuscrito chamado Alice’s Adventures Underground – As Aventuras de Alice no Subsolo, em tradução livre – e, posteriormente, originaram as duas obras que envolvem a menina: Alice no País das Maravilhas e Através do Espelho e o Que Alice Encontrou Por Lá.
Esse manuscrito, um presente de Carroll à musa inspiradora, acabou sendo vendido por ela anos mais tarde, quando a já adulta Alice precisou de dinheiro para manter sua residência após a morte do marido. A cópia rendeu um total de £15.400 e atualmente está guardada na British Library, a biblioteca nacional da Inglaterra.
Apesar do dinheiro, ter servido de inspiração para um livro tão famoso não facilitou a vida de Alice Liddell. “A história foi criada para encantá-la, mas ela foi tragada para dentro desse contexto imaginário, mesmo sem ter nenhuma relação com os personagens”, conta Adriana, acreditando que a Alice real teve de lidar com a expectativa que as pessoas tinham em relação a ela, uma pessoa comum que acabou associada a uma fábula.
Essa frustração é o ponto de partida para o livro Eu Sou Alice, de Melanie Benjamin, publicado pela editora Planeta do Brasil. “É como se fosse um diário da Alice, onde ela fala de seus conflitos em relação à obra”, revela Adriana.
Alice Liddell morreu em 16 de novembro de 1934 aos 82 anos, enquanto sua contraparte literária continua cada vez mais viva no imaginário das pessoas.
http://www.universodoslivros.com.br/noticias/a-verdade-sobre-alice-no-pais-das-maravilhas
A VERDADE SOBRE ALICE NO PAÍS DAS MARAVILHAS 1
ResponderExcluirComo se sabe, Alice no País das Maravilhas é a obra-prima de Lewis Carroll, que ganhou ao longo do tempo, uma adaptação contemporânea, valorizada com ilustrações que vão da delicadeza à excentricidade. Suas publicações tiveram adaptações, inclusive para a versão cinematográfica de Tim Burton. E para ilustrar vamos contar a história por trás da criação de Alice no País das Maravilhas.
Em 1865 a primeira edição de Alice no País das Maravilhas foi lançada na Inglaterra, apresentando aos leitores um universo cheio de personagens curiosos, como o Chapeleiro Maluco, organizador de uma festa louca do chá, e a Rainha de Copas, monarca com predileção por decapitações. Mas de onde teria vindo a inspiração para a criação de uma história com elementos tão estranhos, como o gato que consegue desaparecer e um exército formado por cartas de baralho?
Além de referências ao contexto político da Inglaterra, como a relação entre a Rainha de Copas e a Rainha Vitória, alega-se que Lewis Carroll inspirou-se em pessoas que participavam de seu cotidiano, como Theophilus Carter, um vendedor de móveis excêntrico que é apontado como base para a criação do Chapeleiro.
Apesar de viver cercado por todas essas referências, não foi outra pessoa senão a menina Alice Pleasance Liddell, na época com apenas nove anos, quem inspirou o reverendo Charles Lutwidge Dodgson, nome real de Lewis Carroll, a criar a história.
A Alice real era a quarta filha do vice-reitor da Universidade de Oxford, Henry George Liddell, e seu primeiro encontro com Lewis Carroll ocorreu em 25 de abril de 1856, enquanto o autor fotografava a catedral de Oxford – a fotografia sempre fora uma de suas paixões.
Deste encontro desenvolveu-se a amizade entre Carroll e a família Liddell – em especial Alice.”Ele era encantado pelas meninas e Alice acabou tornando-se sua musa. Carroll foi muito criativo na relação com as crianças e adorava impressioná-las enviado a elas cartas malucas e inventando jogos de palavras, trocadilhos…
Durante seu convívio ele contou dezenas de histórias a elas”, diz Adriana Peliano, presidente da Sociedade Lewis Carroll do Brasil. E numa travessia de barco pelo Rio Tâmisa Carroll, percebendo o tédio das irmãs Liddell, contou-lhes a aventura da jovem Alice, que após seguir um coelho apressado encontra o estranho País das Maravilhas. Para tornar a aventura familiar às ouvintes, ele utilizou elementos do cotidiano delas, sendo o próprio coelho um exemplo disso.
http://www.universodoslivros.com.br/noticias/a-verdade-sobre-alice-no-pais-das-maravilhas
Fátima, estou querendo saber é como Dona Lõ vai defender a Dilma rsrsrsrss Aguardo ansiosamente
ResponderExcluirFátima você é uma escritor e ativista política fantástica. Lembrar de Alice no país das maravilhas numa hora dessas, só mesmo a cabeça genial de Fátima Oliveira.
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