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quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Dilma esturricou o Blocão & A festa é nossa, oxente!

Fátima Oliveira


Quando Dona Lô, Gracinha e Cesinha se aproximaram do alpendre, Estela, que voltara um pouco antes do goiabal, sorridente recebeu a madrinha com uma jarra de suco de goiaba: “Dindinha, prove a gostosura do suco que fiz especial para a senhora!”
– Ih Dona Lô, a Estela lhe mima demais. Nem deixou a gente provar o suco ainda, dizendo que enquanto a Dindinha não der o primeiro gole ninguém bebe!  Beba logo senhora, que estamos aqui mortos de sede, não é meninada?
– Ela é assim mesmo Pedro. Estão casados há tanto tempo e ainda não se conformou que para ela é Deus no céu e eu na Terra? E aí o que achou do tranco nocauteante que Dilma deu naqueles lesados do PMDB? Estela, minha querida, arrume aí uma cervejinha estupidamente gelada pra sua dindinha... Quero umazinha depois do suco.
– O que isso Dona Lô, não fale assim do meu partido senhora! O PMDB tem historia.
– Perfeitamente, mestre! Mas hoje em dia há uma tropa de gente lesada, lesada... Ainda bem que Ulisses Guimarães, a quem eu tanto admiro e guardo no fundo do peito, já morreu para não ter de passar tanta vergonha! Todo fisiológico na política eu ponho na prateleira dos lesados, dos sem jeito, que vão morrer assim...
– Brinca assim com a gente não, Dona Lô! Assim nos deixa mais baixo do que escada de tirar maxixe, senhora!
E rindo, ela continuou: “Esse PMDB, esse PMDB, ô povo que gosta duma biqueira de poder! Claro, nem todos. Quase todos. Parte dessa gente está do lado de cá, digo: com Dilma, mas combina mesmo muito mais é com o povo da ‘Óia’ e daquele jornal que quer porque quer encontrar um sinalzinho de que Dilma era chefe de bando de cangaceiros. Ô gentinha, viu Pedro! Olha as companhias meu filho! Já disse que tu pagas pelas más companhias. Claro, pois compra tanto a revista quanto o jornal. Eu, hein? Faz tempo que não folheio nem uma e nem outro... 
 
Para Presidente do Brasil Ibop aponta dilma Roussef

Estela, com a bandeja na mão, ria que se engasgava, tentando falar, quando por fim conseguiu: “Lembra do que eu te falei Pedro? Dilma foi quentura. Fritou os caras. Fritou não, esturricou! Botou aqueles marmanjos no devido lugar quando bateu o martelo, direta e certeira, esfacelando o suposto Blocão: ‘As indicações para as pastas que considero de Estado serão exclusivamente minhas’. Achei foi bom. E foi pouco! O Blocão era uma articulação política com vistas à chantagem! Que falta de desconfiômetro, eu hein? Com amigos assim quem precisa de inimigo?
Dona Lô gargalhava gostosamente e, olhando para o marido da afilhada, não se conteve: “E demonstrou o esperado do estilo dela: osso duro de roer. Ou não foi Pedro? Não vão roer não! Ficou a lição pra quem duvidava quem mandaria no governo Dilma. Será ela! Só tenho uma preocupação: a presença das mulheres no primeiro escalão do governo. Pra mim Dilma deveria ter ido pelo caminho da paridade de gênero, você não acha?
– Dindinha, não é fácil. Nem assessoria feminista ela tem. Pelo menos não é público que tenha. Portanto, paridade de gênero nem a fórceps!
– Mas não posso deixar de constatar que ela bateu fofo na paridade de gênero no primeiro escalão. Poderia ter ousado, pelo menos no discurso, minha rosa! Não usou ousar! Esse negócio que falam por aí que ela quer 1/3 do ministério de mulheres, é “mincho, mincho”. Michelle Bachelet, a primeira presidenta chilena (2006), que nem era feminista de carterinha, tascou a paridade de gênero em sua primeira composição ministerial: dez ministros e dez ministras! E explicou que assim cumpria seu compromisso com os direitos das chilenas à paridade de gênero no poder. Foi raçuda, pois foi o primeiro governo do mundo a fazer dessa maneira. Fez bonito pra cacete! Acho que Dilma pode ficar mal na foto. Vai justificar como por que não adotou um ministério paritário, depois de Michelle Bachelet ter provado que é possível?

Michelle Bachelet
– ...
– Pois bem. Ela precisa pensar. E muito. Há tempo. Bem curto, é certo. Mas que há, há! A atitude de Michelle Bachelet marcou tanto que na hora da criação da ONU-Mulher, agora recentemente em 2010, ela se tornou imbatível para chefiá-la e a assumiu em 14 de setembro passado.
Espantado, Pedro, levantando-se da cadeira, indagou: “ONU-Mulher?”
Impaciente Dona Lô não se fez de rogada: “Sim, Pedro! Uma nova agência da ONU, com a finalidade de melhorar as condições de vida das mulheres e buscar a igualdade de gênero. Ela foi composta por outros órgãos que já existiam que cuidavam do tema mulher: o Fundo da ONU para o Desenvolvimento da Mulher (Unifem); a Divisão da ONU para o Avanço da Mulher’; o Instituto Internacional de Pesquisas e Capacitação para a Promoção da Mulher (Instraw, na sigla em inglês)’; e o Escritório do Assessor Especial para Assuntos do Gênero (Osagi, na sigla em inglês)”.

Mestre Vitalino
– Ô Dindinha o negócio é o seguinte: Dilma se quiser enfrentar as barreiras de gênero ao seu governo, que serão zilhões, das descobertas às camufladas, precisa botar a massa cinzenta em ação... Primeiro, esquecer os machos palpiteiros, a começar pelos 3 porquinhos, que de certeza serão do contra, ou no mínimo grunirão muitos poréns... E, segundo, adotar o lema da paridade de gênero na política e no governo como essencial para a democracia. Martelar nisso. Ancorada no discurso e na prática da paridade de gênero ela já garante ter ao seu lado, de saída, metade da população, as mulheres. São favas contadas. Será que ela vai querer perdê-las?

Michelle Bachelet
– Que diacho de linguajar é esse de paridade de gênero pra ministérios?
– Olhe Estela, minha conversa com esse seu marido chegou no limite. Como pode ser marido da Estela e nem saber os conceitos que são elementos de trabalho de sua mulher?
– Ora Dona Lô, a socióloga feminista da família é ela. Por que eu teria de saber?
– Pra dar conta de conversar com ela, meu filho! Que coisa! Casamento não é só cama, não! Vez por outra é preciso abrir a boca pra conversar também... Chega de arengar, vamos ao trabalho, esse doce tem de sair. E aí Estela, como vai o almoço? 
            – Tá no jeito. Estamos fazendo uma comidinha boa.
– A de sempre: maria-isabel, não é? De carne seca ou de carne de sol?
– É! Alguma coisa contra, senhor lesado? Aqui na casa da Dindinha nós preservamos as tradições familiares. Tia Donana sempre fez maria-isabel de carne seca e salada de tomate com alface na Festa da Goiabada. E todo mundo não só gosta como espera comer maria-isabel nesse dia. É ou não é, Gracinha?
             Gracinha apenas balançou a cabeça afirmativamente. Cesinha, que prestava atenção a tudo, aproveitou que a conversa saiu de entre os três – Dona Lô, Pedro e Estela – foi logo se metendo:
– Doutora Estela, pucardiquê o Dia da Imaculada Conceição de Maria, o 8 de dezembro, é dia santo de preceito?
– Ih, responda logo Estela que esse aí veio do goiabal até aqui fazendo essa pergunta...
– E daí?
– E daí que não respondi. É que não sei mesmo. Não sei essas coisas dos troncos do catolicismo. Só sei o suficiente pra ajudar a fazer essa festa de mamãe, que tem de ser feita. Ela fez a vida toda e o povo espera que eu faça também. Até gosto. Acho bonito. Só não gosto do padreco, quer ser mais realista que o rei! Mas acabo tendo de engolir por causa da festa. Toda vida teve missa, desde o tempo em que os padres faziam desobrigas. Uma das paradas era aqui. Sempre no dia 8 de dezembro. Então...
Dona Lô decidiu contar a conversa que teve com Cesinha.
– Dona Lô pucardiquê o Dia da Imaculada Conceição de Maria, ou como é mais chamado Dia de Nossa Senhora da Conceição, o 8 de dezembro, é dia santo de preceito?
– Cesinha, tu és um perguntador de marca maior, bem que mamãe pediu que eu tivesse paciência contigo... Ela estava absolutamente certa. Afe! É preciso paciência de Jó! Tu não te cansas de tanta perguntação besta, não?
– ...
– O que foi Cesinha que tá me olhando atravessado, oxente?!
– Tô aqui pensando no quanto Donana era engraçada.
– Purcardiquê?
– Pucardiquê ela também me pediu a mesma coisa...
– Como assim?
– Que eu tivesse muita paciência com a senhora, principalmente quando a gente fosse fazer a festa da capela. Ela dizia que a senhora era...
– Era o que Cesinha?
–...
– Marrapá, diga!
– He-re-ge... Pra Donana a festa da Imaculada começava com a colheita da goiaba de novembro. Então, era pra gente ir lhe ensinando os costumes da festa da capela, que era pra ela não se acabar nunca, nunquinha...
– Ah, e fooooooi?
– Pois foi...
– E o que mais que aquela velha danada lhe falou a meu respeito, hein?
E ambos riram.




 Enquanto ouvia Dona Lô relatar a conversa que tiveram quando voltavam do goiabal, que ficava nos fundos da casa, Cesinha rememorava que empurrava um carinho de mão cheio de baldes de goiaba, que seriam os primeiros a ocupar a turma das descascadoras. Mas ele sabia que ainda teria umas cinco viagens carregando goiaba. Eita mulheres fominhas, parecendo o povo da Seca de XV, pois não deixavam sequer uma goiabinha madura nos pés!
A trabalheira festiva era organizada em 4 turmas: a da coleta das goiabas; a que lavava, descascava, cortava as goiabas ao meio e retirava, com uma colher, o miolo com as sementes, deixando só as duas cuias para o doce em calda, que também pesava as goiabas; as que passavam o miolo na peneira e preparavam a massa; e as 3 duplas de “tacheiras”, que faziam, respectivamente, a goiabada cascão, a goiabada em calda e a geléia de goiaba, as três especialidades que surgiam no fim de um dia de alegria e trabalho. Tudo feito no fogão de lenha e no tacho de cobre, que garante que a goiaba fique bem vermelhinha e brilhante.
Estela resolveu saciar a curiosidade daquele garoto esperto: “Ora Júlio César, Dia Santo de preceito é aquele em que os católicos guardam, como se fosse um feriado. Você não aprendeu no catecismo, pois eu aprendi, que é preciso guardar dias santos?”
“Viiiixe Maria, de todos os santos? É muito, não?” Ponderou Cesinha.
– Claro, nem de todos os santos. Mas a Igreja Católica fixou alguns que, dependendo do país, é feriado ou não. Por exemplo, no Brasil, temos quatro que são feriados: a Solenidade da Santíssima Mãe de Deus, em 1º. de janeiro; o Dia de Corpus Christi, em data móvel; o Dia da Imaculada Conceição de Maria, em 8 de dezembro; e o Natal, em 25 de dezembro.
Gracinha disse que do que se lembrava nos tempos antigos os “dias de guarda” eram muitos.
– Verdade Gracinha. Mas alguns dias de santos nunca foram feriados. Só os de patentes mais altas. Mas não perguntem por que há santos de alta e de baixa patente, pois não sei responder. As outras quatro datas que não são feriados no Brasil têm suas solenidades transferidas para o domingo seguinte à data. Isso porque é exigido dos católicos que “guardem” a data. Não sendo feriado, comemora-se no domingo seguinte. São elas: a Solenidade da Epifania do Senhor, que era em 6 de janeiro; a Ascensão do Senhor, que antigamente era na primeira quinta-feira seguinte aos 40 dias depois da Páscoa; a Assunção de Maria, que era em 15 de agosto; e o Dia de Todos os Santos, que todo mundo ainda acha que é no dia 1º de novembro. E não é! Passou para o primeiro domingo de novembro.
– Então “guardar” é não trabalhar naquela data?
– É, Cesinha! Mas não só, tem de ir à Igreja, rezar, fazer qualquer coisa em homenagem a Deus, e aos santos também, assim como fazemos no 8 de dezembro. Falando nisso, ô Dindinha, como estão os preparativos?
– Nos trinques. Com Memélia à frente, que agora é tesoureira da capela. Novena, seguida de ladainha, prevista pra começar dia 30 de novembro até o 7 de dezembro, data do levantamento do mastro, da procissão, à tarde; e do arraial, com barraquinhas de tudo quanto é tranqueira, na noite do dia 7, que prossegue durante o dia todo no último dia da festa, no largo da capela. Aquelas “coiseiras” de sempre, desde leilão. Olhe Memélia alí, pergunte mais a ela.
Memélia, que se aproximava, disse que ouvira tudo e só tinha a acrescentar que havia uma novidade, que era a decisão de haver um local para os romeiros terem onde armar uma redinha pro descanso, com um quarto de guardar as coisas de cada um; e que decidiram fazer uma coberta de palha, tipo um galpão, no terreno ao lado da capela, numa distância que desse pra aproveitar também os banheiros que Dona Lô fizera no ano passado.    
– Mas não é pra ser dado de graça, não! Vamos cobrar pelo pernoite e pela guarda dos teréns dessa gente. Mais um dinheirinho pra santa, né não?
– E você acha que tem freguesia pra isso Memélia?
– Ora se tem! Minha filha, aqui desde a noite do último da novena, começa a entupir de gente. Lugar de dormir por essas bandas, só tem a pensão, que é pequena e nem cabe muita gente, e o cabaré de Lalá, o Peixeira no Bucho, que só vai homem dormir com mulher, pois não? Entonce, freguesia vamos ter. Já soltamos aviso pra tudo quanto é lado. Vamos dividir o galpão, dum lado dorme homem; e do outro, mulher. Vai ter lugar para armar pra mais de duzentas redes. Isso é um melhoramento grande demais pra nossa festa e um conforto pros romeiros. É preciso, né "mermo"? Nossa festa é afamada.
Estela, que estava prestando bastante atenção, indagou: “E não tem problema que a festa aconteça no meio da semana, não? Por exemplo, esse ano o dia 8 cai numa quinta-feira...”
– Não, pois o 8 de dezembro é feriado. Então o povo daqui das redondezas vem na véspera, que é pra pegar as missas, que são três: a das seis horas da manhã; a das oito e a das dez, que é quando são feitos os batizados e os casamentos. Muita gente prefere a assistir a missa das seis ou das oito, que demoram menos, pois são sem batizados e sem casamentos.
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Mestre Vitalino
Dona Lô e Gracinha estavam na fazenda há três dias preparando as coisas para uma festança no sábado. Na sexta-feira à noite chegou sua afilhada Estela, com o marido e os três filhos à tiracolo, e ainda Cesinha na rabichola, que não perdiam a Goiabada de Novembro por nada no mundo. Chegaram soltando foguete, um antigo costume do pai de Dona Lô, do tempo em que as estradas eram ruins, para avisar que estava chegando em casa. 
A Goiabada de Novembro, nada mais é do que um ajuntamento de mulheres do povoado para a última colheita de goiaba do ano, ocasião em que fazem doces de goiaba para as festas da capela, do Dia do Nascimento (Dia de Natal) e do Dia de Ano (Ano-Novo). Mais uma das tradições que Dona Lô herdou de sua mãe Donana.
Na região era o único lugar onde havia “goiaba antes do tempo”, como dizia o povo. É sabido que a colheita normal de goiaba por essas bandas começa em janeiro e vai até abril, mas na “Matinha de Dona Lô” – nome dado por seu pai, que desde criança a chamava de Dona Lô – havia um imenso goiabal nativo, que começa a frutificar em meados de novembro, desde quando Donana implantou o procedimento de poda das goiabeiras em diferentes épocas, há muitos e muitos anos. Atualmente o goiabal é uma das fontes de renda da Fazenda Matinha de Dona Lô, cuidado segundo os cânones agronômicos.  


Escutemos Mãe Zefinha, a mais velha parteira do lugar: “Desde a primeira vez que deu goiaba em novembro, faz tanto tempo que nem me ‘arrecordo’ bem, causou tanta admiração que Donana pegou toda a mulherzada amiga dela da Chapada do Arapari pra fazer doce na Matinha. Era uma farra; vinha mulher, criança e cachorro de tudo quanto é lado; parecia uma procissão na estrada. Tudinho ‘de a pés’; quando muito se ‘botava’ os ‘mais pequenos’ no carro de boi de Seu Zé de Dona Toinha, que  levava os ’teréns’ de todo mundo. Aí virou costume! Dona Lô também faz a mesma coisa todo ano”.
Dona Toinha ainda se lembra que na Matinha havia até a pessoa encarregada de fazer o “dicumé” da cachorrada, já que os cachorros acompanhavam a comitiva das doceiras. E que nunca viu gente gostar tanto de cachorro como aqui na Chapada do Arapari, até parece que em cada casa há no mínimo um. Acrescentou que depois que fizeram a estrada boa, todo mundo vai de carro e os cachorros não acompanham mais.
Depois de beber duas cervejas “véu de noiva”, acompanhada por Estela e Pedro, Dona Lô parecia cochilar em sua cadeira de balanço. Ouviu Estela dizer: “Gente, vamos saindo. Ela precisa repousar agora porque hoje ela não terá sossego enquanto os doces não estiverem prontos. Pedro, vamos ao bananal escolher as folhas de bananeira para forrar as caixinhas de madeira da goiabada cascão, né mesmo?  Vamos prepará-las agora para dar tempo delas murcharem bem antes de receberem o doce”.
Dona Lô em seu cochilo maquinava como não dar de cara com o padre durante os festejos. Ah, vou inventar que estou com gota! Uma gota daquelas serenas, que me impede de andar... Riu só de pensar na artimanha que preparava.
Tudo pra não cruzar com o padre! Estava dando um boi pra não entrar naquela briga, porque se entrasse, daria uma boiada para não sair. Como disse rindo às suas amigas: “Agora não era hora de se dar boi pra Seu Ninguém, que carne subiu de preço”. Pra quem compra é uma lástima, mas pra quem labuta criando, é o sétimo céu, ela bem sabia!
“Quero que todo mundo veja e saiba que estou insatisfeita. Mas que sou mulher de palavra! Não deixo a peteca cair e no que dependeu de mim, a festa saiu! Só de birra no dia do encerramento dos festejos vou sentar na calçada de minha casa desde bem cedo. E de lá apreciarei o movimento até quando tocaram os foguetes para o último casal de noivo que sair da capela”.
Ai, ai... Cochilinho bom e gostooooso! Hora de descansar o esqueleto, Lô! Parece que sua mãe está ali em sua frente... “Tai mamãe, só canseira alegre que você me deixou, não foi? Quem disse que festa não cansa, hein?” Acabando os festejos da santa quero dormir dias inteiriços até negociar a porcada. Natal vem aí! Outra canseira. Viiiixe, depois vem Brasília. Um puxadão. Tudo grudadinho um no outro... Mas a posse de Dilma não vou perder, mesmo! Ver ao vivo Dilma receber a faixa presidencial, não há quem pague...

.. tacho de cobre com capacidade para 200 litros de leite!! Bichinho ..
Foto de André Luís Vieira


ARROZ DE MARIA ISABEL DE CARNE SECA

Ingredientes
1 Kg de arroz
1 Kg de carne seca gorda, dessalgada e cortada em pequenos cubos
4 dentes de alho
1 cebola, óleo, pimenta-do-reino e cheiro verde

Modo de fazer
Refogar e dourar a carne seca com alho e cebola. Depois que estiver cozida, coloca-se o arroz misturando bastante com os temperos e a carne, acrescentando-se em seguida a água quente e a pimenta de cheiro cortada ao meio. Abafa-se a panela e aguarda-se um pouco, até que o arroz fique solto.



ARROZ MARIA ISABEL DE CARNE DE SOL

Ingredientes
1 Kg de carne de sol gorda, dessalgada cortada em pequenos cubos
1 xícara (chá) de toucinho de fumeiro, cortado em cubos
1 Kg de arroz
4 dentes de alho
2 cebolas médias
3 tomates maduros
1/2 xícara (chá) de óleo
1 pitada de louro em pó
1 colher (chá) de cominho moído
Pimenta-de-cheiro, cheiro verde a gosto
2 colheres (sopa) de manteiga de garrafa

Modo de fazer
Afervente a carne, depois de dessalgada, para amolecer um pouco. Escorra.
Em uma panela grande aqueça o óleo e frite ligeiramente a carne e o toucinho de fumeiro. Tempere com o louro, o cominho, o alho e a cebola picada.
Continue refogando até que a cebola esteja alourada.
Acrescente os tomates, a pimenta de cheiro e o arroz, previamente lavado, escorrido e seco. Refogue tudo muito bem e adicione água fervente suficiente para cobrir o arroz.
Retifique o sal se precisar, tampe a panela, abaixe o fogo e cozinhe até o arroz ficar macio e úmido. Retire do fogo, junte a manteiga de garrafa, polvilhe o cheiro verde picadinho, misture e transfira para o prato de serviço de preferência de barro ou cerâmica. Sirva em seguida.
Refogar e dourar a carne seca no óleo com alho e cebola. Frite separadamente o toucinho de fumeiro. Acrescentar o louro e o cominho. Deixe cozinhar.
Depois de cozida, acrescente os tomates picados, a pimenta de cheiro e o arroz, previamente lavado, escorrido e seco. Refogue tudo muito bem e adicione água fervente suficiente para cobrir o arroz e misture bem. Acrescentar água quente suficiente para cobrir o arroz  Retificar o sal se precisar.
Retire do fogo, junte a manteiga de garrafa, polvilhe o cheiro verde picadinho, misture e transfira para um prato, preferencialmente de barro ou de cerâmica. Sirva em seguida.

 



COMPOTA DE GOIABA

Ingredientes
1 Kg de goiaba vermelhas maduras
½ Kg de açúcar
2 xícaras de água
10 cravos-da-índia

Modo de fazer
Descasque as goiabas, corte-as ao meio e elimine as sementes.
Reserve.
Coloque em uma panela a água e o açúcar, leve à fervura até obter um ponto de fio.
Adicione as goiabas e os cravos-da-índia e cozinhe em fogo baixo até que as goiabas estejam macias.
Retire-as com uma escumadeira e coloque em uma compoteira.
Continue cozinhando a calda até o ponto desejado.
Quanto mais reduzida a calda mais doce ficará a compota.
Despeje a calda sobre as goiabas e deixe esfriar.
Guarde na geladeira.


GELEIA DE GOIABA

Ingredientes
1 Kg de massa de goiaba
½ Kg de açúcar

Modo de fazer
1. Para obter a massa de goiaba, bata as goiabas inteiras, ou as cascas e caroços, no liquidificador e passe na peneira ou coador grosso.
2. Misture o açúcar e leve ao fogo brando, mexendo sem parar até ficar no ponto
3. Deixe esfriar na panela e acondicione em vidros
Para
saber se já esta no ponto, pingue um pouco da geléia num pires “gelado” e observe a geleia não deve escorrer e ao ser tocada com o dedo a superfície dela deve “enrugar”.
* Para fazer esta geleia pode-se usar a goiaba inteira ou aproveitar as cascas e caroços que sobraram do preparo da goiabada e da compota

GOIABADA CASCÃO

Ingredientes
1 Kg de goiabas vermelhas (maduras, pesadas com casca)
600g de açúcar cristal

Modo de fazer
1. Abra as goiabas ao meio, conservando as cascas. Retire e reserve as sementes.
2. Coloque as goiabas em uma balança. O peso deve ser de um quilo.
3. Em seguida, lave-as e deixe-as escorrer.
4. Passe as sementes numa peneira e aperte bem, para sair toda a polpa. Descarte as sementes.
5. Num tacho de cobre junte as goiabas, o açúcar e a polpa passada pela peneira.
6. Leve ao fogo forte, mexendo de vez em quando com uma colher
de pau, durante os primeiros minutos.
7. À medida que a goiaba vai amolecendo e destilando, vá
passando a colher de pau, sem parar, no fundo do tacho, para não  grudar, sempre em fogo forte.
8. Continue mexendo por uns 30 a 40 minutos, aproximadamente, até dar o ponto, o que acontece quando o doce começa a ganhar consistência, ficando bem grosso e soltando do fundo do tacho.
9. Passe o doce de goiaba para um recipiente e deixe esfriar.
Esse é o ponto de se comer com colher.


GOIABADA CASCÃO

Ingredientes
6 Kg de goiaba
3 Kg de açúcar

Modo de fazer
Lavar bem as goiabas e retirar os pontinhos pretos. O doce é feito apenas com a casca da goiaba. Colocar na panela as cascas e todo o açúcar. Mexer sempre. São 2 horas de fervura em fogo baixo. Depois de 4 horas a massa fica consistente.
Fazer o teste para saber o ponto. Colocar um pouquinho do doce na água, retirar em seguida e tente fazer uma bolinha consistente. Deixar o doce esfriar e está pronto.


GOIABADA CASCÃO TÍPICA

Ingredientes
3 Kg de goiaba bem maduras
2 Kg de açúcar
Manteiga para untar

Modo de fazer
Corte a goiaba ao meio e tire as sementes.
Passe as sementes numa peneira e reserve a polpa.
Corte as goiabas com casca em pedaços menores ou passe no moedor.
Coloque a polpa e a goiaba numa panela grande com o açúcar.
Misture bem e cozinhe em fogo brando, mexendo de vez em quando até soltar do fundo da panela.
A goiabada estará no ponto, quando você colocar uma faca molhada no doce e a mesma sair limpa.
Retire do fogo e bata um pouco com uma colher de pau (cerca de 5 minutos).
Despeje a goiabada em 2  formas forradas com papel alumínio untado.
Deixe esfriar e desenforme.

24 comentários:

  1. Maria Aparecida Damasceno25 de novembro de 2010 às 08:58

    Dona Lô, valeu as cutucas na paridade de gênero! A historia é muito boa.

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  2. Bispo que apoiou Dilma é pressionando a renunciar
    Por Paulo Cezar
    24/11/2010 15h35


    Papa aceita renúncia de bispo brasileiro que apoiou Dilma RousseffCIDADE DO VATICANO - O papa Bento XVI aceitou a renúncia de Luiz Carlos Eccel, bispo de Caçador (Santa Catarina, Brasil), que apoiou para a eleição presidencial Dilma Rousseff, criticada pela Igreja Católica por suas posições sobre o aborto, anunciou nesta quarta-feira o Vaticano.

    Bento XVI aceitou a renúncia do bispo Eccel "em conformidade com o artigo 401 parágrafo 2 do Código de Direito Canônico", indicou o Vaticano em um comunicado. Esse artigo prevê a renúncia "por motivos de saúde ou por outra causa grave".

    Este bispo, de 58 anos, não teria se mantido fiel à Igreja católica ao apoiar abertamente a candidatura de Dilma Rousseff, eleita presidente no dia 31 de outubro.

    Alvo da Igreja católica e dos evangélicos por suas posições a favor da legalização do aborto, a candidata do Partido dos Trabalhadores afirmou antes do segundo turno que não iria modificar a lei.

    Durante a campanha eleitoral, o bispo de Guarulhos (São Paulo) divulgou um manifesto contra Dilma, a pessoa escolhida pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva para sucedê-lo, apresentando-a como "a candidata da morte".

    Três dias antes do segundo turno, no dia 28 de outubro, Bento XVI disse, ao receber os bispos brasileiros, que os sacerdotes tinham "o dever de emitir um julgamento moral, mesmo na política", quando "os direitos fundamentais da pessoa ou a salvação das almas o exigirem".

    As declarações foram recebidas no Brasil como um apoio implícito ao candidato social-democrata da oposição, José Serra.

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  3. Sem dúvida que Dona Lô foi pras cabeças. Muito legal e criativo esse texto. E bem político.

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  4. Lula reafirma confiança 'total e absoluta' em Dilma
    - Para o presidente, eleição de Dilma é a consagração da luta de décadas no País -
    Agência Estado | 25/11/2010 13:37

    O presidente Luiz Inácio Lula da Silva reafirmou hoje a sua satisfação em ter conseguido eleger uma mulher para sucedê-lo. Em discurso no Seminário Nacional do Programa de Aquisição de Alimento, em Brasília, Lula fez um apelo para que os movimentos sociais continuem apoiando o governo. "A minha confiança nela (Dilma Rousseff) é total e absoluta", afirmou. "Ela vai ser um orgulho para cada mulher, principalmente para as mulheres que não votaram nela", acrescentou.

    Segundo o presidente, Dilma é a consagração da luta de décadas no País. Ele lembrou que, na década de 1970, o mundo de Dilma ruiu quando ela era uma militante de esquerda, ficou presa três anos e meio e chegou a pensar que o mundo dela tivesse acabado. "Quem a torturou, pensou que tinha acabado com ela na política e deve estar sendo torturado de vê-la na Presidência. Imagina o choque que esse cara está tomando por dentro, agora que ela virou presidenta da República, sem o ódio que ele tinha, sem querer vingança, só querendo um Brasil melhor."

    Lula também deu um conselho à presidenta eleita, que não estava presente ao evento. "Dilminha, na hora do aperto, quando a coisa tiver ficando feia, não vacile, vai para perto do povo. Não tenha medo. Quando não souber o que fazer, pergunte ao povo. Na dúvida, o povo é a solução. Eu nunca tive decepção com o povo", disse o presidente, que foi bastante aplaudido. Lula voltou a criticar a imprensa e comemorou os 80% de popularidade.

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  5. Fátima, poderia explicar o que é Índice de Paridade de Gênero (IPG)?
    Dona Lô, mais uma vez, perfeita! Se melhorar estraga

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  6. Mensagem da Sra. Michelle Bachelet, Subsecretária-Geral da ONU Mulheres, por ocasião do Dia Internacional pela Eliminação da Violência contra a Mulher

    Fim da violência contra as mulheres
    Michelle Bachelet

    Nós, todos e todas, devemos nos unir Nós nos juntamos aos milhões de mulheres e homens, grupos comunitários, redes pelos direitos das mulheres, parceiros governamentais, parlamentares, trabalhadores de saúde e professores que fazem do 25 de novembro - Dia Internacional pelo Fim da Violência contra as Mulheres - um dia em que nos unimos e renovamos nosso compromisso comum com o fim da pandemia global da violência contra as mulheres. No mundo todo, mulheres e meninas continuam a sofrer violência dentro e fora de suas casas, muitas vezes pela ação de parceiros íntimos ou pessoas da sua confiança. A violência de gênero, especialmente a violência sexual, também se tornou uma característica complicada e persistente das situações de conflito armado. O fim das violações dos direitos humanos das mulheres é um imperativo moral pelo qual todos devemos lutar juntos. O impacto de tal flagelo na sociedade – seja de ordem psicológica, física ou econômica – não pode ser mais evidente. Enfrentar esta violação persistente também pode reverter o impacto econômico da significativa queda de produtividade e aumento dos gastos com os cuidados de saúde - recursos gastos com um problema evitável.
    A campanha do Secretário-Geral “UNA – SE pelo fim da violência contra as mulheres” deu um novo impulso aos esforços para acabar com a violência contra as mulheres. Mais de 130 países contam hoje com leis contra a violência doméstica, mas é preciso fazer muito mais para aplicá-las e acabar com a impunidade. Mais homens e suas organizações estão aderindo a essa campanha pelo fim da violência contra as mulheres e meninas; porém, precisamos combater atitudes e comportamentos que pemitem ou até mesmo estimulam essa violência. Precisamos de serviços que permitam que os milhões de mulheres e meninas que sofrem abusos todo ano possam se recuperar e obter justiça. Preicsamos responsabilizar os perpetradores. Precisamos intensificar os esforços de prevenção, de modo que um dia não precisemos mais nos reunir no 25 de Novembro e pedir o fim da violência contra as mulheres.
    A união de esforços para acabar com a violência é responsabilidade de todos. Governos, empresas privadas, organizações da sociedade civil, comunidades e indivíduos podem dar contribuições essenciais. Homens e meninos devem incentivar ativamente o respeito às mulheres e a tolerância zero com a violência. Líderes culturais e religiosos devem enviar mensagens claras sobre o valor de um mundo livre da violência contra as mulheres.

    Tão importante quanto nos unirmos pelo fim da violência é assumirmos a responsabilidade aportar recursos suficientes para este fim. Até o momento, o investimento tem sido insuficiente. No ano passado, o Fundo Fiduciário da ONU pelo Fim da Violência contra as Mulheres atendeu apenas 3% das propostas que recebeu de programas essenciais para o avanço. O Fundo tem uma meta de US$ 100 milhões disponíveis por ano, quee todos podemos lutar para atingir. Esses recursos serão destinados a governos, organizações da sociedade civil e agências da ONU que atuam em incidência política e inovação pelo fim da violência contra as mulheres e meninas. Passo a passo, podemos trabalhar juntos e juntas rumo ao dia em que todas as mulheres vivam livres de violência e realizem plenamente seu potencial como poderosas agentes de sociedades prósperas e pacíficas.

    UNIFEM Brasil e Cone Sul
    (parte da ONU Mulheres)

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  7. Estela, a afilhada de Dona Lô, acertou quando disse que a presidenta-eleita Dilma Rousseff não tem assessoria feminista. E faz falta, pois se tivesse ela não teria confundido paridade de gênero com COTAS.

    Vejam só:

    Dilma quer mais mulheres no governo mas descarta "cotas"

    A presidente eleita Dilma Rousseff (PT) afirmou ontem, em entrevista à TV Brasil, que tem interesse em aumentar a participação das mulheres em seu governo, mas que isso não significa “criar cotas”. “Tenho todo interesse em ocupar os quadros ministeriais com muito mais mulheres, mas também não vou fazer regime de cotas. Se as mulheres forem maioria é porque foram competentes. Dilma disse ainda que poderá manter alguns dos ministros do governo de Lula, mas evitou adiantar em quais áreas

    http://www.douradosagora.com.br/noticias/politica/dilma-quer-mais-mulheres-no-governo-mas-descarta-cotas

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  8. Eitá Dona Lô além da prosa boa temos também receitas.
    Num vou sair mais desse blog, affe!

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  9. Há muitos anos não ouvia a palavra esturricar, que cresci ouvindo. Adorei. As receitas são ótimas, viu Dona Lô?

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  10. Dona Lô, mulher quando receberei um convite pra uma chepa na Matinha de Dona Lô?

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  11. Dona Lô é antenada. É uma mulher com Dilma, mas é antenada. E tem um língua bem afiadinha

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  12. Fiquei bobo diante da criatividade de Dona Lô. Tá valendo As receitas são da hora

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  13. Maria Aparecida Damasceno28 de novembro de 2010 às 13:48

    ACUSADO DE TORTURAR DILMA LEVA VIDA TRANQUILA NO GUARUJÁ
    Militar aposentado falou ao iG; ele está entre alvos do MPF por participação na morte de 6 pessoas e na tortura a outras 20
    Ricardo Galhardo, enviado ao Guarujá | 28/11/2010 07:00

    Acusado pelo Ministério Público Federal de participar da morte de seis presos políticos e torturar outras 20 pessoas, entre elas a presidenta eleita Dilma Rousseff, o tenente-coronel reformado do Exército Maurício Lopes Lima descreve a violência nos porões da ditadura como algo “corriqueiro”. Na mesma semana em que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva declarou que o torturador de sua sucessora hoje deve estar se torturando, a reportagem do iG encontrou o militar levando uma vida calma na praia das Astúrias, no Guarujá.
    Hoje aposentado, ele fala tranquilamente sobre os acontecimentos relatados em 39 documentos que serviram de base para a ação civil pública ajuizada na 4ª Vara Cível contra ele. Questionado sobre o uso da tortura nos interrogatórios, comentou: “Era a coisa mais corriqueira que tinha”, afirmou. Embora negue ter torturado Dilma, ele admite que teve contato com a presidenta eleita. Diz que na época não podia sequer imaginar que a veria na Presidência. “Se soubesse naquela época que ela seria presidenta teria pedido: ‘Anota meu nome aí. Eu sou bonzinho’”, afirma.
    A ação aberta contra Lima e os demais acusados – dois ex-militares e um ex-policial civil - se refere ao período entre 1969 e 1970, quando Lima e outros três acusados integraram a equipe da Operação Bandeirante e do DOI-Codi, ambos protagonistas da repressão política durante a ditadura militar (1964-1985). Entre os documentos, está um depoimento de Dilma à Justiça Militar, em 1970, no qual ela pede a impugnação de Lima como testemunha de acusação, alegando que o então capitão do Exército era torturador e, portanto, não poderia testemunhar.
    “Pelos nomes conhece apenas a testemunha Maurício Lopes Lima, sendo que não pode ser considerada a testemunha como tal, visto que ele foi um dos torturadores da Operação Bandeirante", diz o depoimento de Dilma. Na época com 22 anos, a hoje presidenta eleita foi presa por integrar a organização de esquerda VAR-Palmares. No mesmo depoimento Dilma acusa dois homens da equipe de Lima de ameaçá-la de novas torturas quando ela já havia sido transferida para o presídio Tiradentes. Ela teria questionado se eles tinham autorização judicial para estarem ali e recebido a seguinte resposta: “Você vai ver o que é juiz lá na Operação Bandeirante”.
    Outros depoimentos deixam mais evidente a ação do militar, como o do frade dominicano Tito de Alencar Lima, o Frei Tito, descreve em detalhes como foi colocado no pau-de-arara e torturado por uma equipe de seis homens liderados por Lima. “O capitão Maurício veio buscar-me em companhia de dois policiais e disse-me: ‘Você agora vai conhecer a sucursal do inferno’”, diz um trecho do depoimento, no qual ele diz ter recebido choques elétricos e “telefones” (tapas na orelha), entre outras agressões.
    O então capitão do Exército é acusado também de ter participado da morte de Vírgilio Gomes da Silva, o "Jonas" da ALN, outra organização de esquerda que defendia a luta armada. Líder do sequestro do embaixador dos EUA Charles Elbrick, Virgílio foi assassinado no DOI-Codi, conforme admitiu oficialmente o Exército em 2009. Lima nega todas as acusações. Leia abaixo trechos da entrevista concedida por Lima ao iG:

    http://ultimosegundo.ig.com.br/politica/acusado+de+torturar+dilma+leva+vida+tranquila+no+guaruja/n1237841186503.html
    CONTINUA...

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  14. Maria Aparecida Damasceno28 de novembro de 2010 às 13:49

    ACUSADO DE TORTURAR DILMA LEVA VIDA TRANQUILA NO GUARUJÁ

    iG - Como era chegar em casa e pensar que uma moça como a Dilma, de vinte e poucos anos, havia sido torturada?
    Lima - Nunca comentei isso com ninguém, mas desenvolvi um processo interessante. Eu não voltava mais para casa, pois achava que podia morrer a qualquer momento. Me isolei dos amigos e das pessoas que gostava. O quanto mais pudesse ficar longe melhor. Era uma fuga.
    iG - O senhor fugia do que?
    Lima - De uma realidade. Eu sabia que ia morrer. Minha mulher estudava história na USP. Ela soube por terceiros que eu estava no DOI-Codi. As colegas dela todas presas.
    iG - Então não era a tortura que o incomodava?
    Lima - É como um curso na selva. No primeiro dia você vê cobras em todo canto. No terceiro dia você toma cuidado. Depois do décimo dia passa um cobra na sua frente e você chuta. É adaptação.
    iG - Se tornou uma coisa banal?
    Lima - Sim.
    iG - E hoje em dia o que o senhor pensa daquilo?
    Lima - Penso que só é torturado quem quer. Agi certo. Arrisquei minha vida. Não tive medo. Não tremi, não. E não torturei ninguém. Pertenci a uma organização triste, sim. O DOI-Codi, a Operação Bandeirante eram grupos tristes.
    iG - O senhor está pesquisando no projeto Brasil Nunca Mais para preparar sua defesa?
    Lima - Sim. Primeiro porque não sei quem falou. Uns me citam, outros "ouvi dizer".
    iG - O MPF cita sua participação em torturas contra 16 pessoas.
    Lima - É. Outro que me deixa fulo da vida é o Diógenes Câmara Arruda (ex-dirigente do PCB preso na mesma época que Dilma). Ele faz a minha ligação como torturador dele e o CCC (Comando de Caça aos Comunistas, grupo de extrema direita que atuou nas décadas de 60 e 70). Eu tinha uma bronca desgraçada do CCC. Me referia a eles como "aqueles moleques chutadores de porta de garagem". É o que eles eram. Nunca tive nada com o CCC.
    iG - O senhor também é acusado de participar da morte do Virgílio Gomes da Silva (o "Jonas" da ALN, morto no DOI-Codi em 29 de setembro de 1969).
    Lima - Me acusam de ter matado o Virgílio e de ter torturado o filhinho dele (então com quatro meses de idade). Eu não estava lá e demonstro para quem quiser ver (se levanta e pega um livro do Exército com os registros de todas suas mudanças e transferência ao longo da carreira). Isso são minhas folhas de alterações militares. Pode olhar aí. Fui transferido para a Operação Bandeirante no dia 3 de outubro. O Virgílio foi morto no dia 29 de setembro.
    iG - Não havia entre os militares a questão moral de que a tortura desrespeita os direitos humanos?
    Lima - A tortura diz respeito a direitos humanos e o terrorismo também.
    iG - Um erro justifica o outro?
    Lima - Estão ligados. Tortura no Brasil era a coisa mais corriqueira que tinha. Toda delegacia tinha seu pau-de-arara. Dizer que não houve tortura é mentira, mas dizer que todo delegado torturava também é mentira. Dependia da índole. As acusações não podem ser jogadas ao léu. Têm que ser específicas. Eu sei quem torturava e não era só no DOI-Codi, era no Dops também. Mas eu saber não quer dizer que eu possa impedir e nem que eu torturasse também. A tortura é válida para trocar tempo por ação.
    iG - Quem torturava?
    Lima - O maior de todos eles já morreu e não dá para falar dos mortos.
    iG - Alguma vez o senhor contestou a prática de tortura no DOI-Codi?
    Lima - Não porque existia um responsável maior, o comandante do DOI-Codi. Eu fiz a minha parte. Se eu fosse mandado torturar, não torturaria. Outros não. O Fleury (delegado Sérgio Paranhos Fleury), por exemplo, até dava um sorriso.

    http://ultimosegundo.ig.com.br/politica/acusado+de+torturar+dilma+leva+vida+tranquila+no+guaruja/n1237841186503.html

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  15. Dona LÕ, não sei se a senhora conhece o Blog Síndrome de Estocolmo. Pois bem, li hoje um post de lá que sei que a senhora vai gostar:

    Meu manifesto contra a gikovatização e empetelhamento nos blogs
    Leia mais sobre Blogosfera
    Publicado na Friday, 19 November 2010

    http://sindromedeestocolmo.com/2010/11/meu_manifesto_contra_a_gikovatizacao_e_empetelhamento_nos_blogs/

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  16. É Dona Lõ, parece que mulheres ministras serão poucas, viu? Até agora só uma. E na COTA de Lula, que já vai emplacando uns dez...

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  17. Dona Lô, mulher que delícias de histórias você nos conta. As receitas são mesmo de lamber os beiços, mas as análises políticas são ótimas

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  18. Dá gosto de ler as estripulias de Dona Lô, juntamente com as mulheres da Chapada do Arapari. Me lambuzei com a goiabada casão, a compota de goiaba e também com a geleia. Foi tudo de bom

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  19. Cadê as mulheres no Governo Dilma, dona Lô? Por enquanto só UMAZINHA...

    José Eduardo Cardozo é o novo ministro da Justiça

    Cardozo, que é um dos coordenadores da equipe de transição de Dilma, chegou a ser cotado para assumir uma vaga no STF
    Andréia Sadi, iG Brasília | 02/12/2010 10:33 - Atualizada às 11:38

    A presidenta eleita, Dilma Rousseff, definiu o nome do deputado federal José Eduardo Cardozo para o Ministério da Justiça. Segundo o iG apurou, o acerto foi feito ontem à noite na Granja do Torto, residência oficial de Dilma durante o período de transição. Além de Cardozo, estavam presentes na conversa com Dilma assessores da presidenta eleita e Antonio Palocci, confirmado como o novo ministro da Casa Civil. O anúncio oficial deverá ser feito ainda nesta sexta-feira (03).

    A princípio, o anúncio não terá apresentação. O nome de Cardozo deverá ser confirmado por meio de uma nota e sem a presença do deputado, que embarca para São Paulo no começo desta tarde.

    Cardozo é um dos coordenadores de transição da presidenta eleita e atuou ao lado de Palocci e José Eduardo Dutra na campanha eleitoral. Antes de ser escolhido para a pasta da Justiça, Cardozo chegou a ser cotado para assumir uma vaga no Supremo Tribunal Federal (STF).

    Além de Cardozo, outro petista de São Paulo deve ser confirmado nos próximos dias na pasta de Ciência e Tecnologia. O nome de Aloizio Mercadante, senador e candidato derrotado pelo governo de São Paulo, é dado como certo no Ministério que hoje pertence ao PSB.

    http://ultimosegundo.ig.com.br/politica/dilma+acerta+cardozo+na+justica/n1237846660184.html

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  20. Fátima, estou amando a Dona LÔ! Ela é uma sertaneja cosmopolita e porreta demais

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  21. Fátima, isso não é um conto, um causo: é uma apoteose

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  22. SOBRE A ONU-MULHERES

    ''DEBATE DA SAÚDE DA MULHER DEVE IR ALÉM DO ABORTO''
    Para a ex-presidente chilena e 1ª diretora executiva da ONU Mulheres - que reunirá políticas de promoção de direitos -, planejamento familiar e educação sexual são fundamentais
    05 de dezembro de 2010 | 0h 00
    Jamil Chade - O Estado de S.Paulo
    Uma sociedade não pode se limitar a debater apenas se as mulheres têm ou não o direito de abortar, pensando que isso seja a resposta para a defesa dos direitos das mulheres. Quem faz o alerta é Michelle Bachelet, a primeira diretora executiva da ONU Mulheres, entidade que será criada a partir de 1.º de janeiro para reunir em um só organismo todas as políticas de promoção dos direitos do sexo feminino.
    Diferenças. Michelle: políticas de direitos femininos devem levar em conta culturas e tradições de cada país
    Em entrevista exclusiva ao Estado, durante visita a Genebra, a ex-presidente do Chile insiste que o planejamento familiar deve ser reforçado junto com a criação de uma estrutura que possibilite que a gravidez indesejada seja evitada. Mas afirma que o Estado deve deixar a cada mulher a opção da escolha e cada uma optará dependendo de seus próprios valores e culturas. "O Estado não tem o direito de impor nada", diz. Médica, ela declara que seu programa de governo à frente da nova organização é claro: maior autonomia econômica para que as mulheres tenham o poder de decisão.
    Bachelet deu conselhos à presidente eleita Dilma Rousseff e deixou claro: as mulheres chegaram para ficar na política latino-americana "e não só para tomar decisões fáceis". A chilena entrou para a história como a primeira presidente mulher da América do Sul e a primeira ministra de Defesa.
    Sua trajetória foi marcada por brutalidades que, segundo ela, até hoje formam seu caráter. Seu pai, um militar, foi assassinado pela junta em 1973 ao se opor ao golpe de estado no Chile. Bachelet e sua mãe foram presas e torturadas. Décadas depois, ao voltar ao Chile, foram morar no mesmo prédio onde vivia um de seus torturadores e não era raro se encontrarem.
    A agenda de defesa dos direitos das mulheres é um dos assuntos mais complexos e envolve religião, machismo, saúde, poder e renda. Qual será a prioridade da sra.?
    A ONU Mulheres considera fundamental incentivar as condições para que a mulher obtenha sua independência econômica, saia da submissão e tenha melhores ferramentas para sua decidir sobre sua vida. Na medida em que a mulher tenha a capacidade de ter trabalho, ser empreendedora e gerar renda, responderá melhor às necessidades de sua família. Mas nosso objetivo não é ver as mulheres apenas como vítimas. Elas são essenciais para fazer avançar suas famílias, para promover mudanças e ser fatores de paz e desenvolvimento. Diante de desastres naturais, como no Haiti ou no Chile, foram as mulheres que se organizaram e evitaram o caos. Por isso, vamos batalhar para que mulheres tenham espaço nas mesas de negociação de processos de paz. Dos 685 processos de paz que a ONU acompanhou pelo mundo em 60 anos, apenas 16 deles mencionam a necessidade de lutar contra a violência sexual contra as mulheres.

    http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20101205/not_imp649630,0.php

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  23. Fátima, minha família é do Ceará, mas eu vim pro sudeste ainda bebê. Perdi meus pais cedo e muito dos costumes, até os culinários eu perdi. Mas não resisti quando vi a receira da maria-isabel. E fiz uma, que ficou maravilhosa. Tenho apreciado muito os eu blogue.

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