Fátima Oliveira
Quando saía da casa de Dona Lô, o padre deu de cara com algumas mulheres que lá chegavam para ajudar a preparar a galinha ao molho pardo. Mal as cumprimentou, meio abufelado, disse: “Algumas das senhoras podem dar uma chegadinha na capela pra gente conversar sobre a festa de Nossa Senhora da Imaculada Conceição? Ô Cesinha, pode abrir a capela? Estou indo pra lá”.
– Iiiiih, padre, só com ordem de Dona Lô. Eu não comi manga com febre não pra fazer alguma coisa sem ela mandar. O senhor sabe que a capela é dela, desde toda vida. Foi Donana, a mãe dela quem fez, aqui dentro dos terrenos dela. Não sabia não padre? Digo isso porque se ela escorraçou o senhor daqui da casa dela, pode ser que não aceite a sua pessoa na capela também, né não?
E disse isso com um ar de superioridade que até as mulheres, espantadas, se entreolharam.
Rosa, um pouco assustada, tomou a frente das outras e, inquirindo Cesinha, com ar de incrédula, falou: “O que é isso Cesinha, mais respeito com o padre, sô! Tá só querendo ser que nem o ´bunitim das tapiocas’, e é? Onde já se viu não abrir igreja pra padre? Pucardiquê não vai abrir, hein moleque?"
– Ora Rosa, pucardiquê? Ele e Dona Lô viraram “político”*, indagorinha mesmo. Tão adversários “purcadi” de Dilma, minha gente! Não sabiam, não? O bicho pegou e feio pro lado do padre hoje.
E fez um silêncio solene, antes de prosseguir, imitando Dona Lô: “Ô Cesinha, leve o padre até lá na porta, menino! Não tem hospedagem pra ele aqui, não! E que vá comer do bom e do melhor lá na caixaprega, na baixa da égua. É só escolher!” Tão vendo como o bicho é feio? Nem comer do molho pardo hoje, feito no fogão de lenha, que ele gosta tanto, não vai! É, “miou” o padre comer do bem bom hoje. Ela falou, tá falado! Eu, hein, que vou contrariar Dona Lô? De jeito maneira!
Ester Angelini
– Padre, o senhor pode dizer purcardiquê essa pendenga agora com Dona Lô? “Marmoço”, virou maluco, e foi?
– Eita magote de bestas, isso sim! Dona Lô é da mesma laia da Dilma, quem sabe foram até colegas. Não é de duvidar. Não meto a minha mão no fogo, pelas duas. Vocês já perguntaram por que entre os anos de 1969 até 1985 Dona Lô não vivia no Brasil? Os mais velhos sabem que ela nem veio por aqui nesses anos todos. Nem pro enterro do pai ela veio. E olhem que era filha única! Alguém viu Dona Lô aqui no enterro do pai, hein? Como uma filha tão mimada não veio ao enterro do pai? Por que estava proibida de entrar no Brasil naquele tempo! Boa coisa ela não fez... Disso fiquem certos.
–...
– Aqui e acolá se ouvia falar que ela estava na Europa, de papo pro ar. E a mãe dela aqui, todos vocês e os pais de vocês, que viviam da lida na fazenda de Donana, se matando trabalhando ganhando dois tostões pra sustentar a vagabundagem da princesa pelo mundo...
“Padre, padre, não mexa com quem tá quieta debaixo de sete palmos de terra! Donana já morreu, mas nunca nos deixou na mão por aqui. De todas as fazendas da redondeza, era a única que pagava bem, com dinheiro no dia e na hora certa; foi a primeira dessas bandas daqui a ter trabalhador de carteira assinada, desde as cozinheiras, e bote tempo nisso 'benhí'. Por isso os outros fazendeiros até diziam ela era uma besta parida...” Ponderou Rosa.
– Não se interessam de saber por que Lô, que nunca mexeu com política desde que chegou aqui e agora, esse ano, se soltou que só a “mulesta” na politicada? Dilma, agora a presidenta, pro povo da Chapada do Arapari virou uma rainha, foi? Ou melhor, Dona Lô quer transformá-la em uma rainha, é isso? Vão pensando aí no que lhes digo.
Rosa, que já estava vermelha, as veias do pescoço pareciam querer saltar quando ela falou: “Padre, dobre a língua! As mulheres daqui da idade dela, todas, brincaram com Dona Lô quando crianças. Aliás, todo mundo da idade dela. Mulher e homem. Essa casa merminha aí, donde o senhor foi escorraçado, foi feita depois que Dona Lô nasceu, no lugar da tapera de um pouso de tropeiro do bisavô dela por parte de pai, o velho Chico Tropeiro. Aí foi a primeira casa daqui!”
Interveio Alice: “Donana ficava a maior parte do tempo por aqui pra Dona Lô ter companhia de outras crianças; botou escola e trouxe professora, não só pra filha dela, mas pra criançada toda daqui. Ela poderia muito bem ter levado a professora lá pra dentro da fazenda, mas não! Ela sabia que lá os filhos dos trabalhadores não poderiam estudar. Era muito longe e os caminhos muito ruins. É por isso que Dona Lô vive mais aqui do que lá pra dentro das matas, mesmo hoje em dia tendo estrada boa e a gente não leva nem meia hora daqui até lá. É que gosta mais dessa casa daqui!”
“Muito bem Alice!” Bradaram várias.
Foi o estímulo para ela continuar: “E se alembre: tem filho de caboclo daqui que é advogado, dentista, doutor de muitas coisas, outras são professoras e tudo quanto é ofício que só o saber da leitura dá, que só chegou nesse ponto porque Donana incentivava a caboclada a botar os filhos na escola. É que nem todo mundo queria. Achavam que filho de pobre quando muito precisava só saber assinar o nome. Se soubesse fazer as quatro operações era que nem um doutor. Isso, os machos. Porque as fêmeas, pra muitos pais, ‘dirriba’ da ignorância, nem precisavam disso, não. Diziam que mulher que tem uma leiturinha é um perigo, só serve pra fazer bilhete pra homem. Era ou num era, minha gente?”
Rosa, impaciente, com uma mão na cintura e a outra apontando pro padre, foi ríspida ao falar: “Aqui se triscar em Dilma, se lascou! Triscar em Dilma, nem com um cisco não pode! Não vamos deixar mesmo! Nem Dona Lô e nem nós. Não se arrisque! Não pague pra ver! Esperem um tiquinho aí que vou lá dentro perguntar se Cesinha pode abrir a capela pro senhor se arranchar nela. Se ela disser sim, muito que bem. Se não, é não! E então o senhor se arranque e não venha botar gosto ruim em nosso almoço! Não vê que esse bichim mermim aí (apontando pra Cesinha) tem razão? A capela é da mãe de Dona Lô. Como ela já morreu, tudo é dela! Aqui todo mundo sabe, desde toda vida.
E saiu que nem um azougue, no rumo de dentro da casa, onde encontrou Dona Lô cantarolando baixinho e se embalando em sua cadeira, fazendo de conta que cochilava, como se nada estivesse acontecendo lá fora. Rosa pigarreou. A outra abriu os olhos e ficaram uma olhando pra outra silenciosamente.
– ...
– ...
– Tá com pena do brôco desse padre, é Rosa? Fique não, que ele não merece. Já conversamos sobre isso naquele dia em que ele disse na capela que Dilma não prestava porque defendia mulher que abortava. E o que eu disse, tá lembrada?
– Que padre tinha de ficar quieto com coisa de mulher. Não se meter. Que aqui na Chapada do Arapari as mulheres não abortam, só têm “pérca” (perda natural). E “pérca” não é aborto, é coisa que acontece.
– Bem lembrado! Onde já se viu que mulher tomar garrafada pras “regras” descerem é coisa de outro mundo? Nunca foi! E que tomar remédio pra fazer descer as “regras” é pecado? Pois muito que bem... E eu pergunto, quem é a mulher aqui que se esfrega em homem que nunca atrasou as “regras” e que não toma seus remedinhos? Ou as mulheres daqui, e de todo canto, não fazem isso desde toda a vida? E purcardiquê esse padreco vem agora com essa? Se ele quer bagaceira, vai ter!
– ...
– Fez doce de que para a sobremesa do nosso almoço?
– De mamão verde. Ficou coisa de fidalgo Dona Lô. Do jeitim que o finado seu pai gostava. Fazia tempo que eu não fazia um doce tão bom como o de hoje. Isso eu posso “agarantir”.
– Hem-hem?! Então pode mandar esse padre safado, pior que “gato véio” da “farra véia”, se arranchar lá na capela. Diga a Cesinha que abra. Não vou negar isso a ele não! Mas que fique sabendo que só vai porque estou deixando, “homessa”! E vamos cuidar do nosso almoço que estou quase com fome. Ô Gracinha, quer que eu pique a cebolinha e o coentro?
E foi para a cozinha, onde pôs um avental, lavou as mãos, pegou a tábua de verduras e foi até à pia, onde picaria o cheiro verde. Nisso, sentiu o alvoroço das mulheres porta adentro. Ela e Gracinha responderam com largos sorrisos aos cumprimentos de todas.
E ali ficaram, na maior animação, dividindo o trabalho: quem faria o arroz, a salada chopska (com as cores da bandeira búlgara) – que tem como ingredientes: tomate; pepino; cebola; pimentão vermelho; azeitona; pimenta vermelha; azeite; sal; vinagre; salsinha; e queijo feta (leite de ovelha ou cabra feito com iogurte e coalho) – até quem colocaria a mesa.
E falavam quase todas de uma só vez. Ela amava aquele burburinho que era pura alegria da mulherada. No quintal, ouvia-se de longe a balbúrdia da criançada brincando de pegador.
– Então, quer dizer que vocês vão à capela conversar com aquele “coiso”, é?
“Ah, se vamos? Vamos sim!” Retrucou Pretinha. “Mas só depois do almoço, já dissemos pra ele. Coisa ligeira, que depois de encher a pança com galinha ao molho pardo a gente tem mais é que tirar um cochilo. Dona Maria Amélia já disse pra ele que no nosso festejo mandamos nós. Se ele quiser vir dizer missa aqui, muito bem. Se não, vamos arrumar outro padre. Mas a festa será do nosso jeito, como sempre foi. Tem a novena na capela até o dia 7 de dezembro no comecinho da noite; e a missa no dia 8, com os batizados e depois os casamentos. As barraquinhas e outras coisas, sempre demos conta de fazer no sábado e no domingo.”
Dona Lô não escondia o ar de contentamento ao dizer “Isso mesmo! Assim é que se fala! E se ele triscar em aborto, já sabem a resposta na ponta da língua. Né mesmo Memélia? Pro pastorzinho também, né minha gente?”
– O de sempre Dona Lô. É fazer cara amarrada, indignada e dizer bem alto: “Deus me livre e guarde!” E fazer o “increduincruz”. Três vezes! Aqui ninguém aborta. Agora perder, acontece. Descer a menstruação, à força de chás e garrafadas, não é fazer aborto. A menstruação descer, mesmo depois de um, dois, até três meses de “regra atrasada”, acontece, bebendo ou não garrafada! Entonce, tanto faz beber ou não, se descer é o mesmo resultado!
– ...
– Beber garrafada para a menstruação descer, pode. Não é pecado. É só inteligência pra saber se virar. Se precisar ir pro hospital, Dona Lô leva, né não? Dilma garantiu, e foi muitas vezes, que não vai prender mulher que tiver feito aborto, vai é atender. Quer dizer, se por acaso acontecer qualquer “disgrota”, é correr “diretim” pro hospital. Sem medo de cadeia.
E todas riam, e como riam! Até mãe Zefinha, a parteira, que estava sentadinha tricotando em sua cadeira predileta, bem na porta da cozinha, doidinha pra fumar seu cigarrinho de palha de milho.
– Quá, quá, quá, quá, se dizer de padre valesse... Ah, se valesse! Minhas “‘oiças”, num tão muito boa, não. Mas deu prumode compreendê! É o que te digo Lô, o que sei aprendi com minha mãe, que aprendeu com a sua mãe, que aprendeu com a mãe dela... E assim em cada tempo cada uma de nós aprendeu com os troncos véio das muié da famía, esse saber que não pode se perder, que é de grande valia pras muié. É pra ser dado e nunca ser vendido. É pra servir a quarquer muié que dele precisar. Garrafada de Zefinha não faia. É tiro e queda!
Em mais de cinquenta anos que assumi o lugar de minha mãe nesse negoço de ajudar as muié, só uma precisou sair daqui, carregada na rede, que era um inverno danado e carro num passava aqui, pra ir pro doutor lá na cidade. Teve uma hemorragia medonha. Nada estancava. Quase morreu. E não morreu! Ainda tá vivinha aí pra contar a história. É a mãe dessa menina “benhí”, a Alice.
Aqui com Zefinha é assim: quer ter muito "fii", pois tenha que eu aparo. Quer ter só, um? Pois tá. Aparo "tombém". E quando não quer ter, dou o adjutório "tombém". Deus me deu dois dons: o de aparar menino e de ajudar a quem não quer ter. E o quê padre tem a ver com isso? Nada! Então que vá se lascar! Pastor, do mermo jeitim! As muié toda vida, desde os tempo antigo sabem dessas coisas. Aqui na Chapado do Arapari é assim: mulher só tem o tanto de "fii" que quiser. É um saber que uma vai passando pras outras e assim segue a vida das muié com seus segredos. Donana só teve a Lô. Olhe Gracinha, só queria um, só tem um! Né mermo Gracinha?
E o almoço começava a ser servido... Dona Lô, já quase mortinha de fome, avisou: “Gente, quem tem criança, venha fazer os pratos delas; e depois vamos chegando pra mesa que o cheirinho do ‘dicumê’ tá é bom demais. Vamos falar da nossa viagem pra posse de Dilma, comendo coisa boa. Merecemos. Damos um duro danado pra ter vida boa. Comer galinha ao molho pardo, em muitos lugares chamada de galinha à cabidela, é um supremo prazer. Falando nisso, já arrumei comprador pra nossa porcada. Vai dar um dinheirinho bom. As galinhas, já estão causando briga. Tem gente demais querendo comprar. Mas já disse: só vendemos galinheiro fechado. Brasííííííília, estamos chegando!”
Chapada do Arapari, 14 de novembro de 2010
* Dizer que alguém é “político” com outro é o mesmo que são inimigos.
Galinha ao molho pardo é prato francês originário da “Poulet en Barbouille” e similares: canard au sang, coq au fleurie e até mesmo coq au vin, em cujo molho Paul Bocuse adiciona sangue. Em muitos lugares é também chamada de galinha à cabidela (palavra angolana que significa miúdos de aves). Tornou-se um prato tradicional da cozinha portuguesa, sem o vinho tinto e o champignon da receita original francesa. Em Portugal fazem cabidela de tudo quanto é ave.
GALINHA AO MOLHO PARDO
Ingredientes:
1 galinha caipira grande e gorda; 2 colheres das de sopa de vinagre; 4 limões
sal, pimenta do reino e cheiro verde a gosto; 2 dentes de alho socados; 1 cebola ralada; 2 colheres das de sopa de óleo (ou azeite de oliva); ½ pimentão cortado em tiras finas; 4 tomates picados (sem pele e sem sementes); 2 colheres das de sobremesa de extrato de tomate; e 2 folhas de louro.
sal, pimenta do reino e cheiro verde a gosto; 2 dentes de alho socados; 1 cebola ralada; 2 colheres das de sopa de óleo (ou azeite de oliva); ½ pimentão cortado em tiras finas; 4 tomates picados (sem pele e sem sementes); 2 colheres das de sobremesa de extrato de tomate; e 2 folhas de louro.
Modo de fazer:
Sangre a galinha e apare o sangue num prato fundo com 2 colheres das de sopa de vinagre, sempre batendo com um garfo para não talhar (reserve).
Depois de a galinha cortada em pedaços, passe limão; em seguida lave com bastante água e tempere com sal, alho e pimenta do reino (reserve, por meia hora).
Doure a galinha numa panela com o óleo; juntar os demais ingredientes e refogar em fogo brando; em seguida acrescentar água suficiente para a galinha ficar bem cozida. Antes de servir, acrescentar o sangue, mexendo bem até levantar fervura. Cozinhar mais por mais uns dez minutos.
Depois de a galinha cortada em pedaços, passe limão; em seguida lave com bastante água e tempere com sal, alho e pimenta do reino (reserve, por meia hora).
Doure a galinha numa panela com o óleo; juntar os demais ingredientes e refogar em fogo brando; em seguida acrescentar água suficiente para a galinha ficar bem cozida. Antes de servir, acrescentar o sangue, mexendo bem até levantar fervura. Cozinhar mais por mais uns dez minutos.
SALADA CHOPSKA (com as cores da bandeira búlgara)
4 tomates; 1 pepino; 2 cebolas; 2 pimentões vermelhos; 4 azeitonas; 1 pimenta vermelha; azeite; sal; vinagre; folhas de salsinha; e queijo feta (leite de ovelha ou cabra feito com iogurte e coalho).
Retire a pele dos pimentões na chama do fogo. Corte os legumes em tiras fininhas; misture com o azeite, o vinagre e o sal. Rale o queijo e decore com as azeitonas e as folhas de salsinha.
Receita de queijo feta: http://tipdeck.com/pt/how-to-make-feta-cheese/
DOCE DE MAMÃO VERDE
Ingredientes:
9 xícaras (das de chá) de mamão verde ralado; 6 xícaras (das de chá) de água
3 paus de canela; 6 e 1/2 xícaras (das de chá) de açúcar; e 5 cravos-da-índia
Modo de fazer:
Coloque o mamão de molho em 4 xícaras (das de chá) de água por 8 horas.
Escorra bem.
Em uma panela, misture a canela, o açúcar, o cravo e o mamão e 4 xícaras das de chá de água.
Leve ao fogo alto até ferver; diminua o fogo e cozinhe até o mamão amaciar, mexendo de vez em quando.
Dona Lô é linda demais. Por Deus! O episódio é muito bonito e eu adorei a galeria de caricaturas da presidenta Dilma Rousseff.
ResponderExcluirDefender Dilma das garras desses carcarás ferozes e machistas vai dar pano pras mangas. Ferreira Gullar o poeta maranhense que se dizia comunista e hoje é serrista até não mais poder, escreveu na LIMPINHA essa imoralidade abaixo.
ResponderExcluirAH, SE NÃO FOSSE A REALIDADE
Ferreira Gullar
Ninguém imagina que Lula deixe dona Marisa em São Bernardo para instalar-se na alcova de Dilma
DILMA ESTÁ eleita e, a partir de 1º de janeiro de 2011, será a presidente do Brasil. Nunca imaginou que isso pudesse acontecer, nunca sonhou com isso, nunca o desejou e, não obstante, terá em breve, nas mãos, o mais alto posto político do país. Um milagre? Um passe de mágica? Se pensamos assim, o mago é o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Inicialmente, apesar de sua indiscutível popularidade, dava a impressão que superestimara seu prestígio, não iria elegê-la.
De fato, como acreditar que uma mulher que nunca se candidatara a nada, destituída de carisma e até mesmo de simpatia, fosse capaz de derrotar um candidato como José Serra, dono de uma folha de serviços invejável, tanto como parlamentar quanto como ministro de Estado, prefeito e governador?
Não obstante, aconteceu. Para espanto meu e de muita gente mais, 56% dos eleitores preferiram votar em alguém que eles mal conhecem do que eleger um político conhecido de todos, contra o qual não pesa qualquer suspeita ou acusação desabonadora. E por que o fizeram? Porque o presidente Lula mandou.
E não foi só o pessoal mal informado que recebe Bolsa Família, não. Empresários, banqueiros e intelectuais famosos também apoiaram sua candidatura, porque Lula mandou. Mas não estou aqui para chorar sobre o leite derramado e, sim, para tentar ver o que pode acontecer em consequência disso.
Advirto o leitor de que não parto do princípio de que vai dar tudo errado, que o governo de Dilma Rousseff está condenado ao fracasso. Nada disso. Como muita gente, diante desse fato inusitado, nunca visto na história brasileira, pergunto: e agora?
Sempre se faz tal pergunta quando um presidente da República, seja ele quem for, assume o mandato. Ocorre que, pela primeira vez, pouco se sabe da pessoa eleita e, mais que isso, eleita porque alguém mandou. A pergunta que está na cabeça de todos -dos que votaram contra e dos que votaram a favor- é: quem vai governar, ela ou Lula?
(continua)
(Continuação) AH, SE NÃO FOSSE A REALIDADE
ResponderExcluirFerreira Gullar
É uma questão razoável, não só porque ela nunca governou nem mesmo um município, como porque Lula, sabendo disso, deve temer pelo que venha a fazer. E temerá, com razão, já que o fracasso dela, como governante, será debitado inevitavelmente na conta dele, responsável pela mágica que a pôs na Presidência da República.
Estará, assim, criada uma situação também inédita na história do poder central do Brasil: como Dilma não é responsável por ter sido eleita -e ocupar o lugar que só não é do Lula porque a lei não permite uma segunda reeleição-, talvez não possa fazer no governo senão o que for aprovado por ele.
Isso lembra, até certo ponto, a situação vivida por Cristina Kirchner, eleita presidente da Argentina graças à popularidade do marido, Néstor Kirchner, recentemente falecido. Enquanto vivo, era ele quem governava, sem maiores vexames para ela, uma vez que, casados, podiam até na cama discutir e acertar as medidas governamentais que ela tomaria no dia seguinte.
Já o caso de Lula e Dilma será mais complicado, pois ninguém imagina que ele deixe dona Marisa dormindo em São Bernardo para instalar-se na alcova da presidente Dilma, no palácio da Alvorada.
Nem se acredita, tampouco, que optem por um relacionamento clandestino para, em encontros secretos, disfarçados -ele de peruca loura e ela vestida de homem, bigode e barbas-, discutirem a volta da CPMF ou o que fazer com o MST.
Fora daí, o jeito seria divorciar-se e casar com Dilma, mas tendo o cuidado de deixar claro que se tratou de uma paixão repentina, fulminante, e não de um romance secreto que só então veio à tona. Tal solução tem o perigo de manchar a reputação dos dois, por oferecer aos maldosos a chance de sussurrar que a candidatura de Dilma teria origens sexuais. É risco demais, não dá.
A alternativa, então, talvez seja Dilma nomeá-lo chefe da Casa Civil, lugar antes ocupado por ela. Minha dúvida é se Lula, que se acredita o maior estadista brasileiro de todos os tempos, aceitaria função tão subalterna, especialmente depois dos escândalos que envolveram Erenice Guerra, a substituta de Dilma no cargo.
É problema dele. Apenas constato que, se é fácil, com truques mágicos, fazer acontecer o impossível, difícil é resolver os problemas reais.
Folha de São Paulo, domingo, 14 de novembro de 2010
Em primeiro lugar, o episódio é impecável em beleza. Dona Lô terá muito trabalho porque há inconformismos com a leição de Dilma, principlamente dos homens da esquerda que queriam estar no lugar dele. E não perdoam Lula.
ResponderExcluirLaura Antunes, eu também fiquei tonto com esse artigo do poeta maranhense.
Ferreira Gullar, em que pese ser um poeta a quem todo mundo admira é carta fora do baralho da seriedade faz tempo. Ele está possuído do alemão (o tal do Alzheimer), muito provavelmente. Afirmar não afirmo, mas os sintomas na escrita vão bem no rumo.
Meus cumprimentos à Fátima Oliveira pela beleza do blog e de Dona Lô, que veio pra ficar e já está estabelecida. Vou visitá-la muitas vezes.
Um abraço do Olímpio Passos
Gostei muito desse episódio de Dona Lô, que é uma personagem muito bem elaborado e linda. O falar é do interior do Maranhão, igualzinho mesmo.
ResponderExcluirPara ajudar, na compreensão um pequeno dicionário do falar de Imperatriz vai ajudar muito. Vou procurar e daqui a pouco postarei
Breve DICIONÁRIO DE IMPERATRIZ-MA E REGIÃO TOCANTINA
ResponderExcluirABUSAR - não significa apenas “usar indevidamente” alguma coisa. Significa também “enjoar” de alguma coisa
AVUAR - O mesmo que voar
ASSUBIR - O mesmo que subir
BAITOLA - O mesmo que “bicha”, ou “boiola”
BANHAR - Por incrível que pareça, a forma é correta, mas só no Maranhão se usa o verbo banhar.
BENHÍ - Antônimo de “lá acolá” (O rio fica “benhi”).
BARRUAR - Corruptela de “Abalroar”, significa “bater o carro”. Ex.: Aconteceu uma “barruada ali na esquina”, quer dizer que dois carros bateram!
BOGA - abertura exterior do tubo digestivo, na extremidade do reto, entre as duas nádegas pela qual se expelem os excrementos
BUNITIM DAS TAPIOCA - Ironia sobre quando alguém quer ser melhor que os outros, pode ser substituído por “só quer ser” (aquilo que não é!)
CACETE - Iguaria feita de massa de mandioca, dura, em forma daquilo mesmo, consumido no café da manhã
CACETINHO - Igual ao cacete, só que menor
CAÇAR CONVERSA - O mesmo que “Tomar gosto”
CARA - Um indivíduo (Pessoa)
CUIÉ - Colher
COALIRA (Qualira) - O mesmo que baitola
CUMÊ - Fazer sexo, ou se alimentar
CUNZINHA - Cozinha
CUSCUZ DE ARROZ - Muito gostoso. Em Imperatriz se vende no meio da rua. É mais consumido na cidade do que o pãozinho francês.
CURRAL DAS ÉGUAS - Bar muito conhecido da cidade de Imperatriz-MA
CURUBA - Se pereba é no pé, imagina onde fica a curuba? Errou! Curuba pode ser em qualquer parte do corpo. Por isso que alguém disser que tem uma curuba, a única certeza que você terá, é que a danada da ferida não é na perna.
DESTÁ - Abreviação da frase “deixe do jeito que está”. Ex.: Destá muleque!
DEIXEQUETO - Irão se vingar de você. Ex.: “Deixequeto que eu me acertu cum ele dispois”.
DISGROTA - Desgraça modificado, mais leve no caso.Ex: Olha aquele avião! -Disgroba cara.
DISGUEMBA - vide disgrota
DIPOIS - depois
DOIDIM - Não é nada demais. “Eh doindim!', é o mesmo que “E aí, cara?” Tratamento afetuso
DICUMÊ - Usado por pessoas de baixo talão com o intuito de dizer comida. Ex:. “Menina pega teu dicumê”.
ÉEEEEgua!!!! - Noooooooosssa!!!
ENFARENTO - Enjoado. Pessoa fácil de 'abusar'.
ENRRIBA - Mesmo que encima, acima
ESSE BICHO BEM AÍ OU ESSE BICHIM BENHÍ - Uma espécie de frase-expressão que serve como apontamento de um adjetivo para uma certa pessoa. Ex.: “Esse bicho bem aí é muleque”!' “Esse bicho bem aí é corno!”
FULEIRAGEM OU FULÊRAGE - sacanegem
FII - Termo usado para chamar alguém que não se conhece. Ex.: Ei Fii vem cá..
FIIA - Feminino de Fii
FICÛM-EU - O mesmo que fica comigo
GAIATO - Mesmo que engraçado, gozado
GATO VÉIO - Mulher fácil
INFILIZ - Expressão designada à pessoas que fazem algum feito exuberante. Ex: Infiliz, cumeu a muié mais gostosa da cidade.
ISCRITIM - Expressão usada para designar uma Pessoa parecida com outra. Ex: fulano é iscritim o beltrano.
(continuação) Breve DICIONÁRIO DE IMPERATRIZ-MA E REGIÃO TOCANTINA
ResponderExcluirJAZIM - Expressão usada para designar uma Pequena demora. Ex: eu vou jazim.
LÁCOLÁ - Quando alguém disser pra você que um local fica “lácolá” é porque é muuuuuuuito longe.
LIDILEITE – o mesmo que litro de leite, como em Minas Gerais.
MAGOTE - Multidão (um 'magote' de gente...)
MALINAR - Bulir, mexer.
MANGAR - Ver 'Caçar conversa'.
MARMOÇO - afirmação positiva. Ex: - Hoje você vai pra seresta? - Marmoço!.
MAR - Não, não pense que quando escutar mar é aquela imensa massa de H2O salgado, mas sim, uma redefinição pra palavra Mais
MARRAPÁ - Vide marmoço
MENINA-MUIÉ E MENINO-HOMI - Usado para determinar uma criança que não se sabe o sexo ao certo.
MIOU - No resto do Brasil significa o barulho que os felinos produzem, porém em Imperatriz miou significa que algo deu errado ou não foi bem sucedido Ex: O passeio miou
PEGAR CARREIRA - o mesmo de distanciar-se de algo
PEREBA - Erupção cutânea infecciosa de difícil cicatrização localizada nos membros inferiores. Por isso o nome: Pé-reba.
PESCOÇO - Pessoa curiosa, fofoqueira.
PÔRRUMBÓRA - Vamos. Ex: Pôrrumbóra na farmácia do Ambrósio.
PUCARDIQUÊ - Por quê . Ex: Pucardiquê tu fez isso?
PUCARDISSO - É a resposta do pucardiquê. Ex.: Pucardisso, disso e disso
RUMBORA - Mesmo que vamos embora
SALIENÇA - Ver fuleiragem
SUVINA - Pão duro
TOBA - Ver boga
PAIA - sem graça Ex.: “Esse carinha é paia!”
SAIDINHA - Não, não é uma “volta pela cidade” é um assalto efetuado na porta de um banco
TOMAR BANHO - Se algum nativo falar pra você 'Tomar Banho' é o mesmo que “ah deixa disso”; ou “ah, vá passear”
TOMAR GOSTO - Se alguém disser pra você que alguém está “tomando gosto” com você, não fique achando que é alguma coisa boa não. “Tomar gosto” significa zombar, caçoar.
Muito show. Dona Lô é linda. Virei fã.
ResponderExcluirDona Lô é doida demais. Sensacional! Em mulheragem à sua criadora, tomei uma CUBA LIBRE, segundo a receita original:
ResponderExcluirIngredientes:
- Rum Bacardi Carta Blanca
- Coca-Cola
- 1/4 Lima (lima mesmo!)
Modo de fazer:
Um copo com gelo + rum bacardi a gosto + coca-cola a gosto.
Um post sobre aborto, tal como é a vida das mulheres. Concordo que é bem escrito também. Dá gosto de ler.
Pretinha,
ResponderExcluirVocê é ma-ra-vi-lho-sa!
Cada dia que passa tenho mais e mais orgulho de ser tua filha!
Você, essa cabeça iluminada e esse jeito lindo de escrever e fazer a gente 'viajar' até o 'Mará' e se deliciar(!) é a maior herança e riqueza que você nos dá..
Te amo, mami!
Tua Binha.
(Débora Oliveira)
A história é boa, bem escrita e bonita. Demais. Uma forma descolada de abordar o aborto.
ResponderExcluirBeijos em Dona Lô,
Larissa
Dra. Fátima a Tia Lô é uma mulher rosiana, podes crer.
ResponderExcluirFRASES DE GUIMARÃES ROSA
1. "Aprender a viver é que é viver mesmo".
2. "Infelicidade é uma questão de prefixo".
3. "Na vida, o que aprendemos mesmo é a sempre fazer maiores perguntas".
4. "O amor é sede depois de se ter bem bebido".
5. "Tudo o que muda a vida vem quieto no escuro, sem preparos de avisar".
6. "Vida é noção que a gente completa seguida assim, mas só por lei duma idéia falsa. Cada dia é um dia".
7. “Tem uma verdade que se carece de aprender, do encoberto, e que ninguém não ensina: o bêco para a liberdade se fazer. Sou um homem ignorante. Mas, me diga o senhor: a vida não é cousa terrível? Lengalenga. Fomos, fomos. (…) O correr da vida embrulha tudo, a vida é assim: esquenta e esfria, aperta e daí afrouxa, sossega e depois desinquieta. O que ela quer da gente é coragem.”
[Guimarães Rosa, “Grande Sertão: Veredas”, páginas 280 e 290]
Depois de vencer uma eleição na qual até o Papa pediu votos para José Serra, contra os interesses do povo mais sofrido (cadê a opção da Igreja Católica pelos pobres?) temos mais é que comemorar a vitória de Dilma. Estou lá, na Chpada do Arapari (e que nome bonito!) juntinho com Dona Lô e suas mulheres.
ResponderExcluirDigo a autora que essa ideia de Dona Lô contra os ataques preconceituosos, passados, presentes e futuros, contra a presidenta eleita Dilma Rousseff é uma sacada política genial. Dona Lô já está dando o que falar.
Fátima Oliveira, o teu talento literário está todinho aqui na grandeza e beleza da Chapada do Arapari e suas mulheres que labutam por uma vida melhor e no entendimento político delas de como é que se muda o mundo. Parabéns! Estou com Dona Lõ e não abro! A discussão sobre o aborto aqui foi supimpa! Principalmente porque já temos os contra os direitos reprodutivos das mulheres em ação, com todo o ódio que é possível dedicar as mulheres.
ResponderExcluirÉ só ler a matéria abaixo, que saiu ontem no Correio Braziliense:
Bancada Evangélica Cobra De Temer CPI Do Aborto
JOSIE JERONIMO E IVAN IUNES, do Correio Braziliense
www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/politica/2010/11/15/interna_politica,223137/bancada-evangelica-cobra-de-temer-cpi-do-aborto-e-proibicao-da-prostituicao.shtml
Dra. Fátima Oliveira, a tua criatura, a Dona Lô, é uma ideia brilhante pra fazer política via literatura. Vai bombar, ah se vai! Essa conversa sobre o aborto é linda, cheia de vida e dos segredos das mulheres. Eu espero que a presidenta Dilma conheça Dona Lô e todas as mulheres da Chpada do Arapari.
ResponderExcluirFiquei roxa de apaixonada por elas. Como faço pra ir pra lá? ahahahhaah
Oi! Achei ess amatéria ótima, porque assim a gente conhece um pouquinho mais a nossa presidenta. Dona Lô vai gostar de saber
ResponderExcluirGUIA DO BAJULADOR: SAIBA COMO SE DAR BEM COM DILMA ROUSSEFF
Presidenta eleita é chocólatra, não fuma e adora cantar; em compensação, não tem paciência com quem fala sobre o que não entende
Andreia Sadi, iG Brasília, e Ricardo Galhardo- 18/11/2010 13:16
A eleição de uma mulher para a Presidência da República não vai mudar a rotina só do Palácio do Planalto. Com a ex-ministra Dilma Rousseff no cargo mais alto do Executivo, lobistas, assessores e bajuladores também terão que passar por uma reciclagem a partir do ano que vem.
Apesar da grande afinidade política, Dilma e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva têm perfis opostos e, dado o temperamento da presidenta eleita, conhecida por ser “durona”, ter algum conhecimento sobre suas preferências é fundamental quando o objetivo é agradar.
Na área profissional, a petista prefere os assessores objetivos, aqueles que evitam “tergiversar”, como diria a ex-candidata.
De perfil técnico, Dilma não gosta de lidar com negociações entre partidos por cargos no governo. Como não pode evitar, a ex-ministra procura ser o mais direta possível nas conversas e vez ou outra escala alguém para substituí-la.
No quesito vida pessoal, Dilma é discreta e não gosta de abrir sua intimidade - seja para imprensa ou até mesmo para assessores com os quais trabalha diariamente. Por conta desta característica, são poucas as pessoas que conhecem suas preferências e hobbies.
A seguir, uma lista com dicas e recomendações feitas por pessoas que sabem como agradar a presidenta eleita:
Só puxe assunto se souber o que está falando
Uma recomendação corriqueira é a seguinte: nunca puxe um assunto sobre o qual não tenha domínio. Dilma costuma se aprofundar nos temas pelos quais se interessa e quando encontra um interlocutor à altura desenvolve a conversa. Assim, não adianta apenas saber que a ministra gosta de artes plásticas e tem um “museu particular” no computador. É preciso saber quais são os pintores, estilos e fases preferidos da eleita e se for preciso fazer um curso intensivo sobre, por exemplo, a escola impressionista francesa.
Do contrário, o que deveria ser uma tentativa de agradar pode acabar em constrangimento. O mesmo vale para a música, cinema e principalmente a literatura. Dilma é cinéfila, leitora voraz e apreciadora de música com gosto peculiar e eclético (ouve desde música erudita, forró, até o pop-rock). Na leitura, Dilma já disse e não custa anotar: mesmo com a rotina intensa de presidenta, ela pretende continuar com a prática, misturando grandes biografias com literaturas.
Não seja pedante
Mesmo que seja um especialista em um determinado assunto, é bom tomar cuidado com excessos para não parecer pedante. A dica vale até para comida. Como boa mineira, Dilma gosta de comidas triviais como arroz com feijão.
Tour e souvenir
Sempre que viajar com a presidenta eleita, principalmente para o exterior, tenha em mente o seguinte: Dilma gosta de conhecer os pontos turísticos da cidade que está visitando. Para agradá-la, assessores sugerem ter sempre na ponta da língua nome de museus famosos para sugerir. E quanto mais discreto, melhor. Segundo assessores, Dilma costuma também passar nas lojas de souvenirs durante as viagens. Ultimamente, ela tem demonstrado preferência pelas lembrancinhas ao neto Gabriel.
Entre nós
A petista não gosta de muvuca e prefere passear acompanhada apenas por poucas pessoas. Em sua primeira viagem internacional, por exemplo, levou a tiracolo apenas dois assessores para conhecer o Palácio Imperial, um dos principais pontos de Seul, na Coréia do Sul.
A presidenta eleita gosta de companhia para almoçar. Mas só chama os mais próximos. Portanto, não se convide. (...)
Continua...
GUIA DO BAJULADOR: SAIBA COMO SE DAR BEM COM DILMA ROUSSEFF
ResponderExcluirVai um Karaokê aí?
Durante a campanha, para aliviar a tensão, Dilma costumava soltar a voz nos jatinhos que a levavam de um comício par outro. Quando não estava lendo ou dormindo, a petista cantava observada pelos aliados José Eduardo Martins Cardozo ou e José Eduardo Dutra. Quem sabe sugerir uma cantoria no final de semana livre só entre amigos não agrada a presidenta?
Dilma entende futebol e é colorada
Embora tenha gosto artístico sofisticado, Dilma tem hábitos simples e sabe falar sobre futebol. Torcedora declarada do Internacional de Porto Alegre, a presidenta eleita conhece os principais jogadores, os últimos resultados e a situação do time na tabela. Durante a Copa do Mundo, Dilma impressionou assessores ao fazer comentários pertinentes sobre a seleção brasileira.
Ela não bebe nem fuma
Outra grande diferença em relação a Lula é que Dilma não bebe nem fuma. Ela abandonou o cigarro no final da década de 90 e desde então nunca mais fumou. Quanto à bebida, a presidenta diz ter baixa resistência e portanto evita o álcool a não ser em ocasiões especiais. Nem no dia da vitória Dilma abriu uma exceção. Reunida no Alvorada com Lula, coordenadores de sua campanha e governadores eleitos, a petista recusou bebidas. Disse que só tomava, ocasionalmente, vinho.
Não dê uma de ‘ folgado’
Para os acostumados com o estilo informal e nada protocolar de Lula, todo cuidado é pouco. Dilma é uma pessoa reservada e tímida. Piadas chulas ou preconceituosas são o caminho certo para irritar a presidenta eleita. O velho truque de fingir intimidade para forçar a aproximação também pode sair pela culatra.
Não banque o dissimulado
Na verdade Dilma prefere uma crítica sincera e bem fundamentada à bajulação mal disfarçada. E neste ponto o terreno fica ainda mais escorregadio pois a futura presidenta costuma dizer que consegue "ler a alma das pessoas".
Nunca desobedeça
Nada irrita mais Dilma do que uma ordem não cumprida. “Ela fecha a cara e às vezes chega a perder as estribeiras. O clima fica azedo”, confidenciou um colega mineiro. Se combinar ou prometer alguma coisa, cumpra da forma e no prazo combinados. Do contrário o risco de levar um pito em público é grande.
Vá direto ao ponto
Outra dica de pessoas próximas a Dilma: não tergiverse, como diria a ex-candidata. Seja direto. A presidenta eleita não gosta de perder tempo com discussões.Gosta de números, planilhas e dados- de preferência exibidos em Power Point. Também não atrase. Principalmente se for levá-la para ver Paula, sua filha. Assessores dizem que nada deixa Dilma mais tensa que se atrasar para ver a filha, em Porto Alegre.
Fale sobre bebês, mas não exagere
Segundo colaboradores próximos de Dilma, nos últimos meses surgiu uma brecha para os candidatos a bajulador. O assunto preferido da presidenta eleita é o neto único, Gabriel, nascido durante a campanha eleitoral. As engenhocas à disposição no mercado para facilitar a vida das mães, os avanços da medicina, as diferenças entre ser avó e mãe são temas que atraem a atenção da futura presidenta do Brasil e podem render conversas longas e agradáveis desde que o interlocutor não exagere, nem tente bancar o enxerido.
Novos acessórios
Durante a campanha, Dilma usou no pulso esquerdo um presente de Fátima, mulher do governador da Bahia, Jacques Wagner. A pulseira de ouro com olho grego é geralmente usada para combater mau olhado. Para a fase como presidenta eleita, assessores sugerem : Por que não comprar um amuleto da sorte contra novos maus olhados? Ou, como anotou um observador masculino, presenteá-la com um par de brincos de pérola, um de seus favoritos?
Eu só quero chocolate
Durante viagem a Seul, um bajulador atento anotaria: chocolate está entre as preferências na lista de Dilma. Na bagagem da presidenta que seguiu para o Brasil, entre os presentes e compras, uma caixa chamou a atenção pelo tamanho: eram chocolates finos na mala. Quem sabe investir na guloseima?
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Me senti embalada. Que ideia bonita! Sou uma tiete de Dona Lô
ResponderExcluirUm show de causo. Vida longa à Dona Lô
ResponderExcluirVou acompanhar as peripecias de Dona Lô rumo à posse de Dilma com muito prazer
ResponderExcluirAdorei. Muito criativo e bonito
ResponderExcluirA abordagem sobre o aborto ficou perfeita dentro de uma história impecável
ResponderExcluirUm amostra da criatividade da autora
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