Visualizações de página do mês passado

terça-feira, 21 de abril de 2015

A conversa fiada de quem dizia que a luta de classes acabou

 
Fátima Oliveira
Médica - fatimaoliveira@ig.com.br @oliveirafatima_


“Não nos enganemos, a luta de classes não acabou, e, para o patronato, paz social é um discurso que carece de recheio humanitário” – frase final do meu artigo “Dia Mundial do Trabalho”, escrito em 2007, do qual compartilho trechos:




“No 1º de maio é comemorado o Dia do Trabalho ou Dia Mundial do Trabalho, como um registro de que o direito ao trabalho é um direito de cidadania e em memória dos trabalhadores assassinados em 1º de maio de 1886, em Chicago (EUA), numa manifestação pela redução da jornada de trabalho.


Operarios_tarsila_amaral 
(Operários, Tarsila do Amaral, 1933)


“O 1º de maio como Dia Mundial do Trabalho, aprovado em 20.6.1889, na Segunda Internacional Socialista, em Paris, aqui é celebrado desde 1895, mas só em 1925 o presidente Artur Bernardes oficializou a data. Foi em 1º de maio de 1940 que o presidente Getúlio Vargas instituiu o valor do salário mínimo” (O TEMPO, 1º de maio de 2007).


Quadro Segunda Classe
(Segunda Classe, Tarsila do Amaral, 1933) 


Em 2015, o Dia do Trabalho em nosso país será marcado por manifestações em defesa dos direitos trabalhistas conquistados e de repúdio à ampliação da precarização do trabalho como desejam o patronato aqui estabelecido e deputados federais a ele vinculados, que aprovaram o PL das terceirizações num espetáculo sem pudor civilizatório, no qual o PT tem parcela de responsabilidade porque, dentre outras negligências políticas com o tema, implementou terceirizações até no seio do governo federal!


img1.jpg  Como disse Ana Maria Prestes: “Eis que ao final deste primeiro trimestre dá entrada na cena política a mãe de todas as contradições: capital x trabalho. Entrou como um divisor de águas, como uma organizadora da confusão, dando nomes aos bois e revelando que o principal esvaziamento da base de apoio ao governo tem razões materiais e objetivas, para além das políticas... A ‘luta de classes é o motor da história’, chegou quando o capital cobrou sua fatura aos políticos recém-eleitos. Para chegar ao ‘paraíso’ do Parlamento, negociaram direitos trabalhistas e sociais dos eleitores” (“Luta de classes ganha a cena política através do PL das terceirizações”).


   Tenho a opinião de que a terceirização equivale à precarização do trabalho – nociva em todos os aspectos para quem vende a sua força de trabalho, com as mulheres pagando o maior tributo.


  Endosso as palavras da União Brasileira de Mulheres: “O projeto de lei que permite a terceirização do trabalho – PL 4.330, do empresário e deputado Sandro Mabel (PMDB-GO) – é, em si, uma violência contra os trabalhadores e trabalhadoras. Representa a legitimação da precarização do trabalho e da vida de milhões de brasileiros em benefício de poucos, abrindo flanco, inclusive, para relações de trabalho análogas à escravidão... Nós, mulheres brasileiras, não admitimos que um parlamentar eleito com voto popular utilize seu mandato para calar a democracia e marchar contra direitos conquistados com tanto esforço por gerações e gerações” (Brasília, 7 de abril de 2015).


Resultado de imagem para Angelina Gonçalves


Em 2015, será relembrado o massacre da cidade de Rio Grande (RS) pelas forças policiais, em 1° de maio de 1950, no qual foram assassinados o pedreiro Euclides Pinto, o portuário Honório Alves de Couto e o ferroviário Osvaldino Correa. No fim da ação assassina, a comunista e tecelã Angelina Gonçalves, aos 37 anos, que estava enrolada em uma bandeira do Brasil, foi morta a tiros!
O massacre de Rio Grande é exemplar de que o capital historicamente entrava, solapa e usurpa direitos trabalhistas e pode matar para impor a sua política de ganância.
 PUBLICADO EM 21.04.15
 FONTE: OTEMPO

Nenhum comentário:

Postar um comentário