O que faz não ser apresentada com toda a grandeza que possui?
Fátima Oliveira
Médica -
Fátima Oliveira
Médica -
fatimaoliveira@ig.com @oliveirafatima_
Conheci Alexandra Mikhaylovna Kollontai (1872-1952) ao ler seu romance “Um Grande Amor” (Editora Rosa dos Tempos), cujo enredo, dizem, é o amor de Lenin (1870-1924) e da bolchevique e feminista francesa, radicada na Rússia, Inessa Armand (1874-1920), sob o olhar silencioso da mulher e secretária Nadezda Krupskaia (1869-1939), com quem ficou casado até morrer. Inessa Armand morreu de cólera.


(Inessa Armand)



Alexandra Kollontai, revolucionária bolchevique, um dos baluartes da Revolução Russa de 1917, era consciente do antagonismo entre os interesses das mulheres da burguesia e os das classes populares, linha teórica que a guiou quando ministra para abolir o entulho autoritário que oprimia as russas, promovendo a equiparação dos salários femininos aos masculinos, o divórcio, o aborto, inúmeros benefícios sociais para enfatizar a função social da maternidade, como creches urbanas e rurais.
Foi a única mulher a ocupar um cargo no primeiro escalão do governo após a Revolução de Outubro: comissária do povo (Comissariado da Assistência Social, equivalente a ministra de Estado do Bem-Estar Social). Sob o comando dela, foram elaboradas as novas leis sobre os direitos da mulher – os mais amplos de um país, em todos os tempos, até hoje, incluindo a legalização do aborto! “Não há dúvidas de que o governo soviético foi o primeiro do mundo a abolir as leis que conferiam cidadania de segunda categoria às mulheres” (OLIVEIRA, Fátima,“Reflexões sobre o centenário do Dia Internacional da Mulher", O TEMPO, 8.3.2011).
Sob seu comando
foram elaboradas leis
sobre os direitos da
mulher – os mais
amplos em todos os
tempos, incluindo a
legalização do aborto
Originária da nobreza latifundiária ucraniana – seu pai, Mikhail Domontovich, era general do czar; e sua mãe, finlandesa, descendente de camponeses –, concluiu o bacharelado aos 16 anos e a família decidiu que ela não precisava estudar mais. Como autodidata, continuou estudando. Casou-se aos 20 anos com um oficial do Exército russo, Vladimir Mikhailovich Kollontai, com quem teve um filho, Misha. Em 1896, simpatizante do socialismo agrário e do populismo, começou a estudar marxismo e economia.
Em 1898, separou-se do marido, que ficou com o filho, e filiou-se ao Partido Social-Democrata dos Trabalhadores Russos, no qual sua atividade de destaque foi entre as trabalhadoras. Polemista hábil, integrou a tendência bolchevique em 1905; de 1906 a 1915, virou menchevique, quando retornou ao grupo bolchevique. Esteve exilada de 1908 a 1917.
Em 1898, separou-se do marido, que ficou com o filho, e filiou-se ao Partido Social-Democrata dos Trabalhadores Russos, no qual sua atividade de destaque foi entre as trabalhadoras. Polemista hábil, integrou a tendência bolchevique em 1905; de 1906 a 1915, virou menchevique, quando retornou ao grupo bolchevique. Esteve exilada de 1908 a 1917.



Qual é a moralidade que ampara Alexandra Kollontai não ser apresentada com a grandeza que possui nos partidos comunistas?

PUBLICADO EM 01.10.13 - 03h00

Um amor vermelho a três
ResponderExcluirLenin, Krupskaya e Inessa, um amor a três, que começou no exílio, em Paris, e terminou no Kremlin.
Em 1894, Lenin conheceu Nadezhda Konstantinova Krupskaya.
Descreve William A. Henkin: Um ano mais velha do que Lenin, atraente, mas de ar severo, com o cabelo preso para trás, Krupskaya já era uma marxista ativista.
Lenin foi exilado para a Sibéria em 1897 e no ano seguinte Krupskaya também foi sentenciada a trës anos de exílio, tendo pedido permissão para passar esse tempo com o noivo – Lenin. O governo concedeu-lhe o pedido sob condição de o casal se casar imediatamente, o que foi feito, em 22 de julho de 1898.
Lenin conheceu Inessa em 1909, já quarentão. Inessa Armand era casada com Aleksandr Armand, um rico industrial de Moscou. Depois de 9 anos de casamento, fugiu com Vladimir Armand, irmão do marido, com quem teve o quinto filho (os demais 4 filhos eram do marido Aleksandr). Seu segundo marido morreu tuberculoso, deixando Inessa sozinha com os 5 filhos.
Há que acredite que este quinto filho seria de Lenin.
Inessa era uma revolucionária bolchevique, que foi várias vezes presa. Em 1917, Lenin e Inessa chegam, juntos, a Moscou.
Escreve Robert Payne, biógrafo de Lenin: Krupskaya não apenas não desaprovou a nova ligação de Lenin, como parece tê-la recebido bem. Ela realmente admirava Inessa, gostava de estar com ela e adorava seus filhos.
Os três moraram juntos.
Inessa morreu de cólera em 1922.
A bolchevique Alexandra Kolontai declarou que Lenin não conseguiria ssobreviver a Inessa Armand. “Em 1922, quando trouxeram o corpo dela do Cáucaso, e caminhamos no cortejo fúnebre, Lenin estava irreconhecível. Ele andava com os olhos fechados e a todo momento pensávamos que ele podia cair˜.
Lenin morreu em 1924.
http://jornaleirotalisandrade.wordpress.com/tag/inessa-armand/
Bomba-relógio ambulante
ResponderExcluirAlém do apelido “Lenin” e da oportunidade de pensar à vontade sobre a revolução, o exílio ainda rendeu ao revolucionário um casamento: em uma de suas estadas na Sibéria, ele conheceu a professora e dirigente operária Nadia Krupskaia, sua companheira por toda a vida. “Seu casamento com Nadia nunca implicou sentimentos românticos profundos da parte dele, ou mesmo dela, e deve ter havido ocasiões em que outras mulheres bolcheviques devem tê-lo atraído fortemente”, escreve o historiador britânico Robert Service. Tudo leva a crer que Lenin gostava – e muito! – de mulheres. Especialmente de Inessa Armand, a amante que manteve durante os anos que passou no exílio em Paris. Inessa era uma charmosa intelectual, ótima pianista, fluente em russo, francês e inglês e engajada na facção bolchevique francesa. “Ele jamais teria amado uma mulher de cujas opiniões discordasse e que não fosse uma camarada em seu trabalho”, disse Nadia sobre a amante do marido, após a morte de Lenin.
O revolucionário tinha um gênio forte e intempestivo. Era uma bomba-relógio ambulante: suas explosões de raiva tornaram-se lendárias no Partido Comunista. “Pessoalmente, não tinha qualquer ambição por matar, mutilar ou testemunhar qualquer barbaridade. Por outro lado, sentia um prazer cruel em recomendar tal violência”, afirma Service. O historiador ainda observa que Lenin raramente sorria e reprimia a diversão. Detestava o cinema e chegou a proibir seus companheiros de “gastar energia em coisa tão inútil”. Era um homem de hábitos simples. Tinha apenas uma empregada, dormia em um quarto reservado a serviçais no Kremlin e negava-se a queimar madeira para se aquecer no frio. Tinha horror à idéia de se transformar em mito – não permitia sequer que um retrato seu fosse colocado na parede.
A saúde de Lenin, ao contrário de sua personalidade, era muito frágil. Ele tinha úlcera, enxaqueca, erisipela e insônia crônica. Nos últimos dois anos de vida, sofreu vários derrames, que o incapacitaram de falar e escrever. A causa oficial de sua morte, em 1924, foi arteriosclerose cerebral. Mas estudos posteriores apontam que ele pode ter morrido de sífilis – um fato supostamente escamoteado por Stálin, cuja intenção era torná-lo uma lenda. Lenin, provavelmente, não se incomodaria com tal revelação. Afinal, ele odiava mitos. Gostava de ser considerado um homem como outro qualquer, simplesmente humano, que tinha virtudes, fraquezas e sonhos. Em suas próprias palavras: “É preciso sonhar, mas com a condição de observar atentamente a vida real”.
Lenin: sonhador e pragmático
http://guiadoestudante.abril.com.br/aventuras-historia/lenin-sonhador-pragmatico-435623.shtml
Eu também conheci Alexandra Kollontai depois da internet, lamentavelmente ñ a conheci antes
ResponderExcluirAlexandra Kollontai é uma revolucionária desrespeitada pelo Movimento Comunista Internacional por suas posições libertárias quanto à sexualidade. Sobre Lenin e Inês Armand, foi um grande amor, sem dúvida
ResponderExcluirConheço pouquíssimo Alexandra Kollontai, mas descobri que há vários livros del disponíveis na internet. Vou lê-los.
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