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segunda-feira, 1 de abril de 2013

Marco Feliciano tira sarro da cara de todo mundo porque pode

 DUKE
A TEOLOGIA DA PROSPERIDADE NÃO PERDE BALCÃO DE NEGÓCIOS

Fátima Oliveira
Médica – fatimaoliveira@ig.com.br @oliveirafatima_

Quando apareceu a manchete "Pastor homofóbico deve presidir a Comissão de Direitos Humanos da Câmara" (27.02), ele declarou: "Se tem alguém que entende o que é direito de minorias e que sofreu na pele o preconceito e a perseguição, é o PSC; o cristianismo foi a religião que mais sofreu até hoje na Terra"; complementou que a Comissão se resumia a defender "privilégios" de gays, lésbicas, bissexuais e transexuais; e que ele defendia um "maior equilíbrio".



 Falo do deputado Marco Antônio Feliciano - empresário, pastor evangélico, conferencista e sócio-proprietário da Kakeka - Comércio Varejista de Brinquedos, Artigos do Vestuário Ltda., da Marco Feliciano Empreendimentos Culturais e Eventos Ltda. e do Tempo de Avivamento Empreendimentos Ltda. Todos em Orlândia (SP). É também pastor presidente da igreja Assembleia de Deus de Orlândia - Ministério Catedral do Avivamento. Ele também crê na "cura gay", pois vê a homossexualidade como uma doença e a Aids como um câncer gay. Sobre negros disse: "A maldição que Noé lança sobre seu neto, Canaã, respinga sobre o continente africano, daí a fome, as pestes, as doenças e as guerras étnicas" (2011).



Lendo as notícias, entendi que tê-lo na presidência da Comissão de Direitos Humanos e Minorias (CDHM) era da responsabilidade da Câmara. O movimento social nunca teve força política para definir quem preside uma comissão. O pastor recebeu apoios eloquentes do governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, e do deputado Garotinho (PR-RJ).
"A CDHM é uma das 20 comissões permanentes da Câmara dos Deputados, onde atua como órgão técnico constituído por 18 deputados membros e igual número de suplentes, apoiada por um grupo de assessores e servidores administrativos". A principal atribuição da CDHM, criada em 1995, como uma ressonância da Conferência da ONU sobre Direitos Humanos, em Viena (1993), é "contribuir para a afirmação dos direitos humanos". Com poder deliberativo desde 2004, cabe a ela a "formulação de propostas e programas governamentais ligados à cidadania e aos direitos humanos".

"Esse é o resultado
do presidencialismo
de coalizão". Tiremos
as viseiras da
hipocrisia: o PSC
jamais reivindicou a
presidência da CDHM




 [O deputado federal eleito Feliciano (PSC) dá entrevista em sua casa, em Orlândia]

 Para Wyllys, Malafaia é “falso profeta” e um “vendilhão do templo homofóbico”  Nilmario Miranda, presidente da Fundação Perseu Abramo, durante entrevista A má notícia, de que presidiria a CDHM uma pessoa sem as qualificações necessárias para o cargo, mereceu o seguinte comentário, no Twitter, do deputado federal Jean Wyllys (PSOL-RJ): "Ele é confessadamente homofóbico e fez declarações racistas sobre africanos. Está claro que o objetivo do PSC, ao escolher a CDHM, deve ser barrar a extensão da cidadania plena às minorias. É lamentável". Nilmário Miranda (PT-MG), primeiro presidente da CDHM, soube ser magistralmente grande no Twitter, sem dourar a pílula: "Esse é o resultado do presidencialismo de coalizão. Nosso PT optou por outras comissões mais importantes" (7.3.2013).
Sem mais hipocrisias, tratemos do assunto como ele é e merece. Nos marcos da ética da responsabilidade. O governo cometeu um erro monumental ao abrir mão do que sempre foi "a joia da coroa" do petismo: a CDHM; o PT dormiu no ponto; e os partidos da base aliada, idem. Todos têm culpa no cartório. Não escapa um! Tiremos as viseiras da hipocrisia: o PSC jamais reivindicou a presidência da CDHM; ela sobrou para ele, como o patinho feio das comissões!
A dureza é ter de assistir às escaramuças da esquerda, partidos e militantes de movimentos sociais, agora que "Inês é morta", fazendo de conta que o pastor é um usurpador (o que não é!) ao expor as vísceras partidárias da esquerda e do governo, tirando o maior sarro da cara de todos nós! Erramos, e a teologia da prosperidade não perde balcão de negócio.
 

 Publicado no Jornal OTEMPO em 02/04/2013

6 comentários:

  1. Falou TUDO! É isso aí

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  2. O cara é tão posudo que chegou a ameaçar a presidenta Dilma nos últimos dias, caso ele dissesse até que ele era bonito. Ou seja, é um pastor que acha que tem a presidenta do país no bolso por causa das eleições.

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  3. Feliciano é exemplo da influência dos evangélicos na política brasileira
    RFI

    O Brasil é destaque em dois jornais franceses que circulam nesta terça-feira. Dois temas chamaram a atenção: a enorme influência da bancada evangélica no Congresso, confirmada com a nomeação de Marco Feliciano para a Comissão de Direitos Humanos e de Minorias, e as críticas do Movimento Sem terra à reforma agrárias dos governos de esquerda no país.

    www.portugues.rfi.fr/geral/20130402-feliciano-e-exemplo-da-influencia-dos-evangelicos-na-politica-brasileira


    A democracia brasileira está infestada de evangélicos. Com essa manchete o jornal Le Figaro explica como esses aliados da presidente Dilma Rousseff estão impondo sua visão conservadora sobre a sociedade.
    A reportagem da correspondente no Rio de Janeiro começa com a declaração do pastor Marco Feliciano de que ao dar às mulheres os mesmos poderes, elas querem trabalhar, o que destrói a família e cria uma sociedade de homossexuais.
    As palavras do pastor evangélico tomaram nova dimensão desde que ele foi escolhido para chefiar a Comissão de Direitos Humanos e Minorias no Congresso, por imposição de seu partido, aliado do governo. Na sequência o Le Figaro explica que a presença de Feliciano na comissão faz parte da estratégia da forte bancada evangélica no Congresso de ocupar diversos postos em comissões principalmente relacionadas a questões da sociedade e de mídia. Le Figaro diz que a presença de evangélicos na política brasileira é recente e após o fim da ditadura, os pastores perceberam seu poder de comunicação e influência.
    Os evangélicos também se beneficiaram da decadência do catolicismo, afirma Le Figaro. Menos instruídos, os fiéis dessas igrejas são mais facilmente manipulados e votam pelos pastores.
    O custo de alianças com a bancada evangélica tem um preço alto para o governo. Le Figaro cita como exemplo a retirada de um material pedagógico sobre AIDS nas escolas, que estimulava o uso de preservativo. A Frente evangélica aprovou a decisão, lembra o jornal. Um dirigente do programa da ONU contra a Aids no Brasil encerra a reportagem dizendo que neste caso o governo transmitiu uma imagem retrógrada sob influência de dogmas religiosos.

    O problema dos sem terra também foi destaque na imprensa francesa hoje.

    Em nenhum outro lugar do mundo a distribuição de terra é tão desigual, afirma o Libération que dedica duas páginas para fazer um balanço da reforma agrária. Os milhares de camponeses que lutam há 30 anos por uma melhor distribuição da terra contavam com a chegada da esquerda ao poder, mas os governos sucessivos de Lula e Dilma Rousseff satisfazem apenas parcialmente as reivindicações dessa população, constata o jornal.
    O governo afirma já ter distribuído terra para 56% das 950 mil famílias de sem terra que se beneficiaram da reforma agrária, em uma área equivalente a 27% das terras agrícolas do país. Mas para as lideranças do MST, a reforma é um fracasso, escreve o Libération.

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  4. O presidente da Comissão de Direitos Humanos e Minorias, deputado Marco Feliciano (PSC-SP) enfrenta uma nova rodada de pressão política para abandonar o cargo. O presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), prometeu na semana passada reunir os líderes partidários em uma reunião com Feliciano para pedir que ele deixe o posto.

    Desde a chegada de Feliciano à presidência do colegiado a comissão não consegue funcionar, fato que deve ser usado como principal argumento pelo peemedebista e líderes de partido para convencer o deputado do PSC a abandonar a presidência da comissão.

    Em diversas entrevistas, no entanto, Feliciano já deixou claro que não tem interesse em sair. O partido do congressista, que também é pastor evangélico, defende sua permanência, apesar dos seguidos protestos de defensores de direitos humanos, artistas, deputados e organizações internacionais.

    Pesam contra Feliciano acusações de que ele teria praticado atos racistas em comentários na internet, além de declarações discriminatórias contra os homossexuais. Segundo a Declaração Universal de Direitos Humanos, que tem força de lei no Brasil, "ninguém será sujeito a interferências na sua vida privada, na sua família, no seu lar ou na sua correspondência, nem a ataques à sua honra e reputação", afirma o texto. "Toda pessoa tem direito à proteção da lei contra tais interferências ou ataques." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

    http://migre.me/dWV81

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  5. Feliciano faz de conta que é um sem noção, mas não é. Concordo com o artigo

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  6. É a mais pura verdade. Ele pode. Ameaça até a presidenta da República. A que ponto chegamos em nosso país, uma República laica que se curva às religiões!!!!

    Comissão de Direitos Humanos aprova reuniões fechadas a pedido de Feliciano

    Manifestantes estão vetados e será autorizada a entrada apenas de deputados, funcionários e jornalistas; presidente do órgão diz que adota medida com o 'coração sangrando'

    iG São Paulo | 03/04/2013 16:23:29- Atualizada às 03/04/2013 17:58:15

    A Comissão de Direitos Humanos e Minorias (CDHM) aprovou nesta quarta-feira um requerimento do deputado federal Pastor Marco Feliciano (PSC-SP) para que o órgão realize a partir de agora reuniões fechadas ao público em geral. Será autorizada a entrada apenas de deputados, funcionários e jornalistas. A medida proíbe a participação de manifestantes, que protestam contra a permanência de Feliciano no comando da comissão.

    Feliciano disse que adota a medida com o "coração sangrando". "Faço isso com o coração sangrando, mas, se não for dessa forma, não conseguiremos trabalhar", disse, ao defender a aprovação do requerimento. "Não é reservado, é aberto com restrições. Semana passada, nós tivemos tumulto e pessoas machucaram-se", disse.

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