(Summerhill)
Melhor
um varredor de rua feliz do que um premiê neurótico
Fátima Oliveira
Médica - fatimaoliveira@ig.com
@oliveirafatima_
Criar filhos em uma sociedade cada vez mais individualista e consumista é um desafio de fritar neurônios. Penso que o antídoto está nas escolas humanistas, solidárias, que educam para a liberdade e a felicidade. Sei que sou o que sou, e gosto do que sou, graças a uma escola pautada por uma visão humanista, o Colégio Colinense.
(Maria Montessori)
Sou uma professora normalista que se
formou em medicina. Amei estudar filosofia e conhecer os grandes pensadores da
educação. Já escrevi sobre uma educadora admirável: “Maria Montessori: médicaitaliana fascinada pela educação” (O TEMPO, 6.11.2012). Minha neta Clarinha, de
quase 4 anos, vai para uma escola montessoriana, a Upaon-Açu, em São Luís (MA),
que ela amou ao primeiro olhar; e quando perguntei se gostou da escola nova,
ela tascou: “Hum hum... Eu não estudei lá ainda não, vovó! Fui só passear”. E
se encantou com a biblioteca...
(Centro de Ensino Upaon-Açu)
(Neill)
Criar
filhos em uma
sociedade
individualista
e
consumista
é um desafio. Antídoto está
nas
escolas humanistas,
que
educam para
a
liberdade e a felicidade.
O que é Summerhill? É uma escola
democrática pioneira, para crianças a partir de 5 anos e jovens até 18 anos
(ensino fundamental e médio), em regime de internato, que se autorregula – as
decisões são tomadas em assembleias, nas quais os votos de professores, alunos
e funcionários possuem peso igual – e nenhum adulto possui mais direitos que
uma criança; assistir a aulas não é obrigatório, embora ofereça a grade
curricular oficial. Para Neill, o objetivo da escola é fornecer equilíbrio
emocional, a principal via para a felicidade.
A dentista Nadia Hartmann, ex-aluna de
Summerhill, ficou anos sem ir à aula, até que resolveu ser dentista e “decidiu
se focar e estudar para as provas”. Seus dois filhos estudam lá. Ela é a prova
do que Neill pensava: “Constranger uma criança a estudar alguma coisa tem a
mesma força de um governo que obriga a adotar uma religião”.

A inspiração filosófica de Summerhill
foi a compreensão de Neill de que “A humanidade está doente e essa doença
decorre do tratamento repressivo que as crianças recebem numa sociedade
patriarcal. Inclusive nas questões ligadas à repressão sexual, em especial
quando associadas a normas religiosas malcompreendidas”.
Summerhill é dirigida pela filha de
Neill, que nasceu, estudou e vive lá: Zoë Readhead, instrutora de equitação. A
média do número de alunos é entre 80 e 90, de vários países. Em 92 anos, nenhum
caso de gravidez adolescente nem de drogadização. Zoë declarou que Summerhill
ignora os diagnósticos de Transtornos de Déficit de Atenção com Hiperatividade,
pois “Nós não categorizamos os alunos”.
Indagada “O que será de seus alunos
quando eles deixarem Summerhill?”, disse Zoë: “Nossos formandos são muito bons
em concretizar a imaginação. Eles fazem acontecer! Temos empresários de
sucesso, escritores, cientistas, médicos e muitos formandos se decidem por
profissões criativas” – gente que guarda Summerhill como a experiência mais
marcante de suas vidas, concretizando o sonho de Neill: “Preferiria que
Summerhill produzisse um varredor de rua feliz do que um primeiro-ministro
neurótico”.
PUBLICADO EM 26.11.13
FONTE: OTEMPO 

Um caso exemplar é o do Maranhão. A eterna governadora Roseana Sarney e o seu vice do PT, vulgo Luiz Macaxeira, dizendo ser o maior “programa” de saúde da história do Maranhão, inventaram o Saúde é Vida (olha a tolice: trocar política de Estado por programa!), cujo carro-chefe seria a construção de 72 hospitais, com abertura de 1.944 leitos. Nem metade dos prometidos existe! E os inaugurados, com problemas de diferentes ordens, como disse Martins Costa Neto (PRB), prefeito de São Félix de Balsas: “Eles construíram um hospital de grande porte para um município de pequeno porte. Além disso, sempre atrasam o repasse dos recursos, repasse que já não é suficiente para manter aquele elefante branco” (“
Ai, meus sais! Uma canseira a tosquice dessa gente que se dana a prometer UPAs a granel, ambulâncias e UTIs-cegonha e hospitais a granel, despudoradamente, como se não houvesse uma política nacional de saúde à espera de implantação/implementação e sem considerar que é a partir dos princípios do SUS que resolveremos, paulatinamente, os entraves à atenção à saúde de modo digno.
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(JB, 30 de outubro de 1945)