
Igreja continuará satanizando direitos de mulheres, gays e lésbicas?
Fátima Oliveira
Médica - fatimaoliveira@ig.com @oliveirafatima_
Fátima Oliveira
Médica - fatimaoliveira@ig.com @oliveirafatima_
O papa Francisco, num mesmo dia, 20 de
setembro, apareceu na grande imprensa mundial falando para plateias diferentes,
emitindo opiniões aparentemente díspares sobre os direitos reprodutivos. Há
quem diga que ele está entre a cruz e a espada, pois deseja avançar, mas
poderosas forças retrógradas do catolicismo romano não permitem. Para outros,
ele está se tornando exímio em agradar a plateias: diz o que cada uma quer
ouvir. E assim as águas vão rolando, turbulentamente, na Santa Sé.
No mesmo dia, Philip Pullella, da
Reuters, publicou, sob o título “Papa critica obsessão da Igreja com gays,
aborto e contracepção”, informações de que o papa concedeu uma “longa
entrevista ao padre jesuíta Antonio Spadaro, diretor da revista ‘Civiltà Cattolica’, e disse que a Igreja precisa encontrar um novo equilíbrio entre a
preservação das regras e o exercício da misericórdia. ‘Do contrário, até o
edifício moral da Igreja deve cair como um castelo de cartas’”.
Acrescentou ainda que a Igreja se
fechou em coisas pequenas, em regras tacanhas e na avidez de condenar os
outros. E foi taxativo ao dizer na entrevista mencionada que: “Nós não podemos
insistir somente sobre questões relacionadas ao aborto, casamento gay e uso de
métodos contraceptivos. Isso não é possível. Eu não falei muito sobre essas coisas
e fui repreendido por isso”.
A perplexidade é
a tônica. Aonde o
papa quer ir e
para onde ele
vai? Ou o papa
não vai sair do
fundamentalismo?
A perplexidade é
a tônica. Aonde o
papa quer ir e
para onde ele
vai? Ou o papa
não vai sair do
fundamentalismo?
Embora o papa não tenha citado uma
“perspectiva de uma mudança iminente nos ensinamentos morais”, falou a respeito
das críticas recebidas do meio conservador católico por ter dito que não
poderia recriminar homossexuais que tenham boa vontade e que busquem Deus e que
não é possível interferir espiritualmente na vida de uma pessoa.
O diretor do grupo liberal Fé na Vida
Pública, John Gehring, declarou: “Este papa está resgatando a Igreja daqueles
que pensam que condenar gays e se opor à contracepção define o que significa
ser católico real”. O bispo Thomas J. Tobin, de Providence, Rhode Island, falou
em nome de muitos católicos conservadores quando disse que estava desapontado
com o fato de que o papa não tinha abordado o ‘mal do aborto’ mais diretamente
para encorajar ativistas antiaborto”.
Para muitos, a perplexidade é a
tônica, ao mesmo tempo em que indagam: aonde o papa quer ir e para onde ele
vai? Ou o papa não vai sair do fundamentalismo e o catolicismo continuará
satanizando os direitos reprodutivos (mulheres) e os direitos sexuais de gays e
lésbicas?
(Manual de Bioética para jovens não fala de preservativos nem de prevenção contra doenças sexualmente transmissíveis. Médicos e geneticistas dizem que conteúdo representa um perigo para adolescentes brasileiros).
Eu, particularmente, não “boto fé” em mudanças
nas “regras morais” da Igreja Católica. Basta lembrar o Manual de Bioética para Jovens, divulgado por ocasião da última Jornada Mundial da Juventude (Rio de
Janeiro, 23 a 28 de julho, 2013), que nada tem a ver com a ética da vida; é tão
somente uma compilação do que há de mais pantanoso do fundamentalismo católico
romano.
PUBLICADO EM 24.09.13
(Ministro Celso de Mello)







FONTE:
(


A oferta de uma esposa a Kenneth Good foi feita, em 1978, pelo irmão dela, o cacique da tribo, onde Good era chamado de “shori” (cunhado), numa cultura que, após a menarca, a mulher já pode ter marido, conforme Kenneth Good em seu livro “Into the Heart: An Amazonian Love Story” (“Coração Adentro: Uma História de Amor Amazônica” (1991). Disse o cacique: “Shori, você vem sempre aqui nos visitar e viver conosco... estive pensando que deveria ter uma esposa. Não é bom para você viver sozinho”. A oferta não foi aceita de imediato, mas acabou sendo concretizada.


“Quem sou eu? Sou ianomâmi ou sou ‘nabuh’ (branco)? Os ianomâmi me veem como um ‘nabuh’, e os ‘nabuh’ me veem como ianomâmi? Hoje me orgulho de ser um americano-ianomâmi, tenho orgulho da minha herança cultural. Eu amo minha mãe e anseio estar com ela novamente, aprendendo os costumes ianomâmi. Não sou antropólogo, não sou político, não sou missionário. Sou um irmão e sou um filho” (






Quando um médico setentão diz o que disse, demonstra que há caráter de todo tipo em qualquer profissão. Não é surpresa que médicos jovens portem cartazes “Sou médico, sou culto, sou rico”, que evidenciam uma faceta da desfaçatez reinante; nem é coisa de outro mundo, é daqui mesmo, a exibição do corredor polonês do banditismo do racismo ocorrido em Fortaleza, uma criminosa intimidação a médicos cubanos. E 