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terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

“Imprensa livre e plural é imprescindível”, presidenta Dilma Rousseff, no FOLHA, 90 anos

Dilma Rousseff

Eu queria desejar boa noite a todos os presentes.
Cumprimentar o sr. Michel Temer, vice-presidente da República, o nosso governador do Estado de São Paulo, Geraldo Alckmin, e a senhora Lu Alckmin. Queria cumprimentar o senador José Sarney, presidente do Senado. Queria cumprimentar também o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Cumprimentar o presidente da Câmara dos Deputados, deputado Marco Maia. O ministro Cezar Peluso, presidente do Supremo Tribunal Federal, por meio de quem cumprimento os demais ministros do Supremo presentes a esta cerimônia.
Queria cumprimentar a família Frias, o Luiz, o Otávio, a Maria Cristina, e queria cumprimentar também o senhor José Serra, ex-governador do Estado.
Dirijo um cumprimento especial também aos governadores aqui presentes e também aos ministros de Estado que me acompanham nesta cerimônia. Cumprimento o senhor Barros Munhoz, presidente da Assembleia Legislativa do Estado.
Queria cumprimentar também todos os senadores, deputados e senadoras, deputados e deputadas federais, deputados e deputadas estaduais. Queria cumprimentar o senhor Paulo Skaf, presidente da Fiesp. Dirigir um cumprimento especial aos representantes das diferentes religiões que estiveram neste palco.
Dirigir também um cumprimento a todos os funcionários do Grupo Folha. Queria cumprimentar os senhores e as senhoras jornalistas. E a todos aqueles que contribuem para que a Folha seja diariamente levada até nós.


Consciência cívica
Eu estou aqui representando a Presidência da República, estou aqui como presidente da República. E tenho certeza que cada um de nós percebe, hoje, que o Brasil é um país em desenvolvimento econômico acelerado. Que aspira ser, ao mesmo tempo, um país justo, uma nação justa, sem pobreza, e com cada vez menos desigualdade. Para todos nós isso não é concebível sem democracia. Uma democracia viva, construída com esforço de cada um de nós, e construída ao longo destes anos por todos aqui presentes. Que cresce e se consolida a cada dia. É uma democracia ainda jovem, mas nem por isso mais valorosa e valiosa.
A nossa democracia se fortalece por meio de práticas diárias, como os diferentes processos eleitorais. As discussões que a sociedade trava e que leva até as suas representações políticas. E, sobretudo, pela atividade da liberdade de opinião e de expressão. E, obviamente, uma liberdade que se alicerça, também, na liberdade de crítica, no direito de se expressar e se manifestar de acordo com suas convicções.
Nós, quando saímos da ditadura em 1988, consagramos a liberdade de imprensa e rompemos com aquele passado que vedava manifestações e que tornou a censura o pilar de uma atividade que afetou profundamente a imprensa brasileira.
A multiplicidade de pontos de vista, a abordagem investigativa e sem preconceitos dos grandes temas de interesse nacional constituem requisitos indispensáveis para o pleno usufruto da democracia, mesmo quando são irritantes, mesmo quando nos afetam, mesmo quando nos atingem.
E o amadurecimento da consciência cívica da nossa sociedade faz com que nós tenhamos a obrigação de conviver de forma civilizada com as diferenças de opinião, de crença e de propostas.


Fronteiras digitais
Ao comemorar o aniversário de 90 anos da Folha de S.Paulo, este grande jornal brasileiro, o que estamos celebrando também é a existência da liberdade de imprensa no Brasil.
Sabemos que nem sempre foi assim. A censura obrigou o primeiro jornal brasileiro a ser impresso em Londres, a partir de 1808. Nesses 188 anos de independência, é necessário reconhecer que na maior parte do tempo a imprensa brasileira viveu sob algum tipo de censura. De Líbero Badaró a Vladimir Herzog, ser um jornalista no Brasil tem sido um ato de coragem. É esta coragem que aplaudo hoje no aniversário da Folha.
Uma imprensa livre, plural e investigativa, ela é imprescindível para a democracia num país como o nosso, que além de ser um país continental, é um país que congrega diferenças culturais apesar da nossa unidade. Um governo deve saber conviver com as críticas dos jornais para ter um compromisso real com a democracia. Porque a democracia exige sobretudo este contraditório, e repito mais uma vez: o convívio civilizado, com a multiplicidade de opiniões, crenças, aspirações.
Este evento é também uma homenagem à obra e ao legado de um grande empresário. Um homem que é referência para toda a imprensa brasileira. Octavio Frias de Oliveira foi um exemplo de jornalismo dinâmico e inovador. Trabalhador desde os 14 anos de idade, Octavio Frias transformou a Folha de S.Paulo em um dos jornais mais importantes do nosso país. E foi responsável por revolucionar a forma de se fazer jornalismo no nosso Brasil.
Soube, por exemplo, levar o seu jornal a ocupar espaços decisivos em momentos marcantes da nossa história, como foi o caso da campanha das Diretas-Já. Soube também promover uma série de inovações tecnológicas, tanto nas versões impressas dos seus jornais, como nas novas fronteiras digitais da internet.


Vozes críticas
Reafirmo nessa homenagem aos 90 anos da Folha de S.Paulo meu compromisso inabalável com a garantia plena das liberdades democráticas, entre elas a liberdade de imprensa e de opinião.
Sei que o jornalismo impresso atravessa um momento especial na sua história. A revolução tecnológica proporcionada pela internet modificou para sempre os hábitos dos leitores e, principalmente, a relação desses leitores com seus jornais. Como oferecer um produto que acompanhe a velocidade tecnológica e não perca a sua profundidade? Como aceitar as críticas dos leitores e torná-las um ativo do jornal?
Sei que as senhoras e os senhores conhecem a dimensão do desafio que enfrentam, e que, com a mesma dedicação com que enfrentaram a censura, irão encontrar a resposta para esse novo desafio. E desejo a vocês o que nesse caminho sintetiza melhor o sucesso: que dentro de 90 anos a Folha continue sendo tão importante como agora para se entender o Brasil.
É nesse espírito que parabenizo a Folha pelos seus 90 anos. Parabenizo cada um daqueles que contribuem, e daquelas que contribuem, para que ela chegue à luz. A todos esses profissionais que lhe dedicam diariamente o melhor do seu talento e do seu trabalho.
Por fim, reitero sempre, que no Brasil de hoje, nesse Brasil com uma democracia tão nova, todos nós devemos preferir um milhão de vezes os sons das vozes críticas de uma imprensa livre ao silêncio das ditaduras.
Muito obrigada.

Discurso proferido pela presidente da República no evento comemorativo dos 90 anos da Folha de S.Paulo, na Sala São Paulo (São Paulo, SP), 21/2/2011 (intertítulos do OI).



A presidente Dilma Rousseff exaltou ontem a liberdade de imprensa na comemoração dos 90 anos da Folha. "Uma imprensa livre, pluralista e investigativa é imprescindível para um país como o nosso", disse. "Devemos preferir o som das vozes críticas da imprensa livre ao silêncio das ditaduras."

A celebração reuniu cerca de 1.200 convidados na Sala São Paulo, na Luz (região central). Compareceram os presidentes do Senado, José Sarney, da Câmara, Marco Maia, e do Supremo Tribunal Federal, Cezar Peluso.
Além de Sarney, participaram da cerimônia os ex-presidentes da República Fernando Collor de Mello e Fernando Henrique Cardoso.
Também estavam presentes os ministros José Eduardo Cardozo (Justiça), Fernando Haddad (Educação), Alexandre Padilha (Saúde) e Aloizio Mercadante (Ciência e Tecnologia), além de governadores e congressistas.
Entre outros empresários e banqueiros, compareceram Luiz Carlos Trabuco, presidente do Bradesco, Daniel Feffer, do grupo Suzano, e Fábio Barbosa, presidente do Conselho de Administração do Santander.
O governador paulista Geraldo Alckmin (PSDB) disse que a expressão imprensa livre deveria ser considerada pleonasmo. "A imprensa só é [imprensa] se for livre."
Otavio Frias Filho, diretor de Redação da Folha, ressaltou que o projeto do jornal "jamais teria acontecido sem aquele que é origem e destinatário de tudo, aquele a quem o sr. Frias, criador da Folha moderna, chamava de Sua Excelência, o leitor", referindo-se a seu pai, o empresário Octavio Frias de Oliveira (1912-2007).
"Em nome desse leitor, peço que aceitem a incumbência de continuar sendo fiscais, hoje e amanhã, dos compromissos da Folha com o jornalismo, com a democracia e com o desenvolvimento do Brasil", disse.
O evento começou com um ato multirreligioso, que reuniu líderes de oito religiões. Participaram o cônego Aparecido Pereira (catolicismo), Rolf Schünemann (protestantismo), João Baptista do Valle (espiritismo), xeque Abdel Hamid Mohamed Mohamed Aly Metwally (islamismo), monja Coen Murayama (budismo), mãe Liliana de Oxum (candomblé), rabino Michel Schlesinger (judaísmo) e dom Datev Karibian (armênios apostólicos).
A cerimônia foi encerrada com o concerto de Villa-Lobos, a "Sinfonia Nº 6", pela Osesp, regida pelo maestro Isaac Karabtchevsky.

FOLHA, 90 ANOS: Rascunho da história faz história
Por Alberto Dines em 21/2/2011

Sobre comentário para o programa radiofônico do OI, 21/2/2011

A Folha de S.Paulo completou 90 anos no sábado (19/2) e ofereceu um magnífico presente à sociedade brasileira: a disponibilização integral do seu conteúdo desde 20 de fevereiro de 1921. São 1,8 milhão de páginas totalmente indexadas, permitindo buscas e cruzamentos por assunto, data, nome, localização etc.
Mesmo que a atração deixe de ser universal passando a ser restrita aos assinantes, o "rascunho da história" (como o próprio jornal o designa) é um serviço inédito no segmento dos diários. O semanário Veja já o oferece gratuitamente a qualquer cidadão há dois anos.
A grande mídia brasileira parece assim disposta a reencontrar a sua vocação como agente do interesse público. Por alguns instantes está abandonando a obsessão quase suicida pelo "modelo de negócio" para investir (no caso, cerca de 3 milhões de reais) no reforço da sua imagem como instituição de referência e transparência.

Sem destaque
O país agradece. Dilma Rousseff também agradece, já que o jornal foi a um beija-mão na semana passada, em Brasília, para selar a publicação de um artigo assinado pela presidente em homenagem à efeméride.
Algo não funcionou ou funcionou ao revés: a presidente evitou qualquer alusão ao jornal-aniversariante num texto de 13 parágrafos ("País do conhecimento, potência ambiental", domingo, 20/2, pág. 3). Menciona aleatoriamente o período de "90 anos", o que para o leitor desatento nada significa e para os atentos significa muito – equivale a um puxão de orelhas público. A Folha vingou-se de forma desabrida: publicou o texto da presidente recém-empossada sem qualquer destaque.
Coisas da Folha: o jornal chega à marca quase centenária e se comporta como a eterna criança.

Serviços prestados
Agora com o conteúdo integral na internet, as traquinagens e cosméticas das últimas décadas correm o risco de ser escancaradas na hora. O rascunho da sua própria história bosquejado na edição de sábado ("90 anos em nove atos", caderno "Especial", pág.10) é desastroso.
Ao justificar a entrega da redação da Folha da Tarde em 1969 a "jornalistas entusiasmados com a linha dura militar (vários eram policiais)", o texto afirma que se tratou de represália da empresa "à atuação clandestina na redação de militantes da ALN de Carlos Marighela um dos terroristas mais procurados do país".
Horror! No dia dos seus 90 anos de gloriosos serviços prestados ao país a empresa admite solenemente que na redação de um de seus jornais – e com o conhecimento da sua direção – desenrolou-se um capítulo da "guerra suja".
recém-lançado site  já tem candidatos a campeões de acessos.
FONTE: www.observatoriodaimprensa.com.br/artigos.asp?cod=629IMQ013#

15 comentários:

  1. Li em alguns blogues uma série de comentários infantis dizendo que a presidenta não deveria comparecer aos 90 anos da Folha. Pois eu acho
    que ela só fez bem em ir. Assim obrigou a Folha enfiou o rabinho entre as pernas, eheheheheh

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  2. 22 de fevereiro de 2011 às 12:32
    Leandro Fortes: Presidente Dilma na cova dos leões
    Dilma na cova dos leões

    Por Leandro Fortes, no Brasília Eu Vi

    Na íntegra do discurso de Dilma Rousseff proferido na cerimônia de aniversário de 90 anos da Folha de S.Paulo, disponibilizado na internet pela página do Portal UOL, lê-se, não sem certo espanto: “Estou aqui representando a Presidência da República. Estou aqui como presidente da República”. Das duas uma: ou Dilma abriu mão, em um discurso oficial, de sua batalha pessoal para ser chamada de “presidenta”, ou, mais grave, a transcrição de seu discurso foi alterada para se enquadrar aos ditames do anfitrião, que a chama ostensivamente de “presidente”, muito mais por birra do que por purismo gramatical.

    Caso tenha, de fato, por conta própria, aberto mão do título de “presidenta” que, até então, lhe parecia tão caro, este terá sido, contudo, o menor dos pecados de Dilma Rousseff no regabofe de 90 anos da Folha.

    Explica-se: é a mesma Folha que estampou uma ficha falsa da atual presidenta em sua primeira página, dando início a uma campanha oficial que pretendia estigmatizá-la, às vésperas da campanha eleitoral de 2010, como terrorista, assaltante de banco e assassina. A ela e a seus companheiros de luta, alguns mortos no combate à ditadura.

    Ditadura, aliás, chamada de “ditabranda”, pela mesma Folha.

    Esta mesma Folha que, ainda na campanha de 2010, escalou um colunista para, imbuído de sutileza cavalar, chamá-la, e à atual senadora Marta Suplicy, de vadia e vagabunda.

    Essa mesma Folha, ora homenageada com a presença de Dilma Rousseff.

    Digo o menor dos pecados porque o maior, o mais grave, o inaceitável, não foi o de submeter a Presidência da República a um duvidoso rito de diplomacia de uma malfadada estratégia de realpolitik. O pecado capital de Dilma foi ter, quase que de maneira singela, corroborado com a falsa retórica da velha mídia sobre liberdade de imprensa e de expressão. Em noite de gala da rua Barão de Limeira, a presidenta usou como seu o discurso distorcido sobre dois temas distintos transformados, deliberadamente, em um só para, justamente, não ser uma coisa nem outra. Uma manipulação conceitual bolada como estratégia de defesa e ataque prévios à possível disposição do governo em rever as leis e normas que transformaram o Brasil num país dominado por barões de mídia dispostos, quando necessário, a apelar para o golpismo editorial puro e simples.

    A liberdade de expressão que garantiu o surgimento de uma blogosfera crítica e atuante durante a guerra eleitoral de 2010 nada tem a ver com aquela outra, defendida pela Associação Nacional dos Jornais, comandada por uma executiva da Folha de S.Paulo. São posições, na verdade, antagônicas. A Dilma, é bom lembrar, a Folha jamais pediu desculpas (nem a seus próprios leitores, diga-se de passagem) por ter ostentado uma ficha falsa fabricada por sites de extrema-direita e vendida, nas bancas, como produto oficial do DOPS. Jamais.

    Ao comparecer ao aniversário da Folha, a quem, imagina-se, deve ter processado por conta da ficha falsa, Dilma se fez acompanhar de um séquito no qual se incluiu o ministro da Justiça. Fez, assim, uma concessão que está no cerne das muitas desgraças recentes da história política brasileira, baseada na arte de beijar a mão do algoz na esperança, tão vã como previsível, de que esta não irá outra vez se levantar contra ela. Ledo engano. Estão a preparar-lhe uma outra surra, desta feita, e sempre por ironia, com o chicote da liberdade de imprensa, de expressão, cada vez mais a tomar do patriotismo o status de último refúgio dos canalhas.

    Dilma foi torturada em um cárcere da ditadura, esta mesma, dita branda, que usufruiu de veículos da Folha para transporte e remoção de prisioneiros políticos – acusação feita pela jornalista Beatriz Kushnir no livro “Cães de guarda” (Editora Boitempo), nunca refutada pelos donos do jornal.

    A presidenta conhece a verdadeira natureza dos agressores. Deveria saber, portanto, da proverbial inutilidade de se colocar civilizadamente entre eles.

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  3. DA SÉRIE: ME ENGANA QUE EU GOOOOOOOSTO!!!!
    Filhos do “seu” Frias tentam se re-inventar.
    Fingem que não apoiaram o Golpe

    Por Paulo Henrique Amorim

    Ligo para o Vasco, navegador de longo curso, que tinha acabado de aportar, ainda sem saber se o que balançava era a embarcação ou ele próprio.
    - Vasco, e a festa da Folha?
    - Bem que a Dilma poderia ter recusado o convite do Palocci.
    - Você quer dizer “Tony” Palocci, corrijo.
    - Sim, tudo bem. Você chama ele como quiser, mas não muda a essência dele. Vamos lá. Ela poderia dizer ao Palocci que não tinha engolido a ficha falsa.
    - Mas, Vasco, não seja irresponsável. Quem disse que o Tony foi o portador do convite?
    - Uma baleia que cruzou com o meu barco, ali na Taprobana.
    - Mas, ela não tinha condição de dizer que não ia … que iria como Chefe de Estado …
    - Prossiga, meu filho. Tenho mais o que fazer.
    - Mas, e o que você acha desse beija-mão dos filhos do “seu Frias”, dessa bajulação à perigosa guerrilheira ? Não foram eles que recorreram à Justiça para saber se a Dilma tinha matado o John Kennedy ?
    - Meu filho, eles pensam que são tão espertos quanto o pai.
    - É, não são …
    - Como os filhos do Roberto Marinho, como o Roberto Civita … eles envergonhariam o pai …
    - Mas, por que pensam que são tão espertos quanto o pai?
    - Porque o “seu” Frias apoiou o regime militar de uma forma mais suja que até o Roberto Marinho.
    - Como assim?
    - O Roberto Marinho apoiou no jornal nacional, nos editoriais que o Jorge Serpa escrevia no Globo. Ele não entrou na cova do leão.
    - E o “seu” Frias, ele entrou na cova da OBAN?
    - O “seu Frias” emprestava os carros à OBAN, o “seu” Frias noticiava a morte em combate de militantes mortos pelos criminosos pelo regime militar … aquelas coisas todas.
    - Mas ele noticiava mentiras?, me fiz de incrédulo …
    - Ele dava a notícia que correspondia à desculpa que os torturadores precisavam ter … Se quer chamar de mentira, pode chamar. Mas, é pior do que mentira. É crime.
    - E, aí, como é que ele se re-inventou?
    - Aí, ele viu que ia afundar com os militares e aderiu às Diretas Já.
    - Aderiu, como?
    - Contratou o Fernando Henrique e o Serra …
    - Com “c”, por favor, interrompi. Padim Pade Cerra.
    - Com “c” ou com cedilha. Contratou os esquerdinhas para fazer umas pesquisas de marketing.
    - Mas isso não reinventa ninguém. Marketing por marketing o Gonzalez elegia o Cerra – com “c” !
    - Não, aí ele contratou uns jornalistas sérios, de reputação ilibada. Até uns comunas.
    - E enganou alguém?
    - Enganou os trouxas de São Paulo, que começaram a achar que a Folha tinha virado um jornal liberal, independente.
    - E o “seu” Frias?
    - Chamava o Maluf pra conversar e morria de rir.
    - E os filhos?
    - Agora, meu filho, a vaca foi pro brejo … Ainda se diz isso?
    - Não importa, Vasco, prossiga. Tenho mais o que fazer, respondi na mesma moeda.
    - Agora, meu filho, a Folha não vale dez mil réis, quer dizer, Reais.
    - Vale, sim, o que é isso, Vasco? Vale muito, resolvi refutá-lo.
    - Vale? Você iria ao BNDES pedir dinheiro emprestado para comprar a Folha?
    - Nem a pau. E olha que o BNDES deu dinheiro para a BrOi …
    - É melhor comprar o meu barco. Pelo menos esse flutua.
    Pano rápido.

    (*) Folha é um jornal que não se deve deixar a avó ler, porque publica palavrões. Além disso, Folha é aquele jornal que entrevista Daniel Dantas DEPOIS de condenado e pergunta o que ele achou da investigação; da “ditabranda”; da ficha falsa da Dilma; que veste FHC com o manto de “bom caráter”, porque, depois de 18 anos, reconheceu um filho; que matou o Tuma e depois o ressuscitou; e que é o que é, porque o dono é o que é; nos anos militares, a Folha emprestava carros de reportagem aos torturadores.
    www.conversaafiada.com.br/pig/2011/02/22/filhos-do-%e2%80%9cseu%e2%80%9d-frias-tentam-se-re-inventar-fingem-que-nao-apoiaram-o-golpe/

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  4. Entendo que Dilma tenha ido e até porque. Mas não gostei. A Folha sacaneou demais com ela nas eleições. Achei o máximo ela cumprimentar o FHC e o Serra, como presidenta da República!

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  5. Rita, eu tenho dúvidas se foi bom a presidenta ter ido ao evento da Folha, um jornaleco que a odeia. E não acho que a minha opinião é infantil, não! Mas parece que foi bom. Coisas da política

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  6. Catarina Alencar Seixas22 de fevereiro de 2011 às 18:51

    Lamentavelmente a presidenta fez uma concessão indevida à Folha de São Paulo, que nunca fez por onde merecer

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  7. NAVEGAR É PRECISO
    Fernando Pessoa


    Navegadores antigos tinham uma frase gloriosa:
    "Navegar é preciso; viver não é preciso".

    Quero para mim o espírito [d]esta frase,
    transformada a forma para a casar como eu sou:

    Viver não é necessário; o que é necessário é criar.
    Não conto gozar a minha vida; nem em gozá-la penso.
    Só quero torná-la grande,
    ainda que para isso tenha de ser o meu corpo e a (minha alma) a lenha desse fogo.

    Só quero torná-la de toda a humanidade;
    ainda que para isso tenha de a perder como minha.
    Cada vez mais assim penso.

    Cada vez mais ponho da essência anímica do meu sangue
    o propósito impessoal de engrandecer a pátria e contribuir
    para a evolução da humanidade.

    É a forma que em mim tomou o misticismo da nossa Raça.

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  8. A presidenta Dilma Rousseff acertou em ter ido. A Folha se viu obrigada a convidá-la, como disse o jornalista Alberto Dines: já que a Folha foi a um beija-mão da presidenta na semana passada em Brasília.

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  9. Como bem frisou no discurso de posse, Dilma vem se comportando como presidenta de todos os brasileiros. Ouvi o discurso e percebi a frieza "bem educada". Se continuar assim, vai respeitar a liturgia do cargo. É o que todos esperamos.

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  10. Gente, dei uma passeada por alguns blogues e estou estarrecidas com os aliados da presidenta.
    Pra encurtar conversa, vou copiar aqui uma comentário que fiz no Maria Frô, da nossa aguerrida e querida Conceição Oliveira.

    COMENTÁRIO ao texto LAMENTÁVEL PRESIDENTA DILMA

    Conceição, querida eu estou de queixo caído com a reação infantilizada (com a licença das crianças, é claro) dos denominados blogueiros progressistas com a ida da presidenta Dilma à Folha, em seus noventas anos. Não creio que sintam-se donos dela, só porque fizeram campanha. Assim como vocês eu conheço uma pá de gente que se envolveu. Não é hora para alegações do que fez por livre vontade. Dilma não deve ter rabo preso nem conosco, seus eleitores. Apenas com os interesses do país. Tá meio embolado, mas acho que me fiz entender.

    Nem eu gostei, fiquei me roendo, mas já dizia o velho (não sei mais se foi Lênin ou Marx, ih, esqueci!), que SE FAZ POLÍTICA SEGUNDO AS CIRCUNSTÂNCIAS e não como queremos. A presidenta foi ali fazer política, não tenha dúvida. Não gostei, mas sei que ela deveria ir. Como foi.

    Ou vocês acham que ela vai enfrentar as forças armadas, das quais é comandante-em-chefe (ih, nem sei se é assim que se escreva, deixa pra lá), criar a Comissão da Verdade para apurar os crimes da ditabranda, sem neutralizar a Folha? Porque é preciso, já que os militares pensavam que contavam com a Folha. Agora, contavam, não é?

    Gente, em política é preciso ver longe e nisso a Dilma é boa. É uma estragista política experiente. Acalmen-se. Aguardem. Dilma deu o bote seguro.

    http://mariafro.com.br/wordpress/?p=23503

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  11. Dilma Rousseff tem um motivo pra ter ido. Estou P da vida, mas vou esperar. No momento, apenas respeito a atitude dela porque confio nela.

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  12. Eliana Fonseca das Chagas24 de fevereiro de 2011 às 11:51

    Já li muitas críticas ao fato da presidenta Dilma Rousseff ter ido aos 90 anos da Folha, porém nenhuma me convenceu que ela cometeu um
    erro. Vamos deixar de bobagem e mais respeito com a noss apresidenta também é preciso.

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  13. DILMA E A IMPRENSA LIVRE
    23 de fevereiro de 2011
    O Estado de S.Paulo

    “Uma imprensa livre, pluralista e investigativa é imprescindível para um país como o nosso (…) Devemos preferir o som das vozes críticas da imprensa livre ao silêncio das ditaduras”, disse a presidente Dilma Rousseff no evento comemorativo de 90 anos da Folha de S.Paulo. Não é a primeira vez que a chefe de governo faz profissão de fé na imprensa livre, fundamento básico da democracia. Essas mesmas palavras ela já havia dito quando, recém-eleita, concedeu a sua primeira entrevista coletiva. E voltou a repetir o compromisso, sempre que oportuno. Mas o pronunciamento feito na Sala São Paulo diante de uma plateia de 1.200 convidados tem um significado especial e relevante. Primeiro, pelo inequívoco sentido de alerta, quase uma palavra de ordem sobre a postura que os governantes devem manter em relação à imprensa, claramente explicitada na presença de todos aqueles com quem Dilma divide a responsabilidade de governar. E também, não menos importante, por tudo o que pode significar o simples fato de a presidente da República comparecer naquele evento e afirmar o que afirmou. Pode significar o resgate das relações de respeito e de compreensão mútua dos respectivos papéis que devem caracterizar a convivência entre o poder público e a mídia numa sociedade democrática. É com otimismo, portanto, que, com mais esse vigoroso pronunciamento, se constata que o passado recente de permanente beligerância do poder central contra a imprensa livre é página virada.
    Seguidores fiéis do ex-presidente Lula, como o fez há pouco o ministro Gilberto Carvalho, têm sistematicamente desdenhado os elogios a Dilma Rousseff por parte de quem, como este jornal, não poupa críticas a Lula quando julga que as merece. Argumentam que o que se pretende é “desconstruir” a imagem do ex-presidente. Na verdade, não fazem mais do que repetir o que o próprio Lula tem afirmado sempre que surge a oportunidade. Mas não há como deixar de registrar, e aplaudir, a enorme diferença, que não é apenas de estilo, entre as posições firmadas por Dilma numa questão fundamental como esta, a da liberdade de imprensa, e as insistentes diatribes de Lula e seus prepostos contra o trabalho dos jornalistas e a favor do “controle social” da mídia.
    CONTINUA

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  14. Cont... DILMA E A IMPRENSA LIVRE
    23 de fevereiro de 2011
    O Estado de S.Paulo

    A verdade é que há muitos anos não se ouviam, por parte do chefe da Nação, declarações tão auspiciosas sobre os fundamentos da pluralidade democrática e o verdadeiro papel da imprensa. Afirmou Dilma Rousseff: “A multiplicidade de pontos de vista, a abordagem investigativa e sem preconceitos dos grandes temas de interesse nacional constituem requisitos indispensáveis para o pleno usufruto da democracia, mesmo quando são irritantes, mesmo quando nos afetam, mesmo quando nos atingem. E o amadurecimento da consciência cívica da nossa sociedade faz com que nós tenhamos a obrigação de conviver de forma civilizada com as diferenças de opinião, de crença e de propostas”.
    Em sua intervenção, o diretor de redação do jornal, Otávio Frias Filho, lembrou que, em nome do leitor, os jornalistas exercem a função de fiscais do governo, tendo sempre um compromisso com a democracia e com o desenvolvimento do País.
    Essa alusão aos pesos e contrapesos que mantêm o equilíbrio da convivência democrática acabou estabelecendo uma feliz relação dialógica com o discurso da presidente da República, o que abre nova e promissora perspectiva para o futuro da imprensa no País. Pois, se a mídia conhece a extensão de sua responsabilidade social e sabe que essa responsabilidade deve ser cobrada pela sociedade, cabe ao poder público ser fiador do ambiente de liberdade indispensável ao exercício pleno da atividade jornalística. Dilma Rousseff demonstrou firme convicção nesses princípios ao reiterar seu “compromisso inabalável com a garantia plena das liberdades democráticas, entre elas a liberdade de imprensa e de opinião”. E foi além: “Um governo deve saber conviver com as críticas dos jornais para ter um compromisso real com a democracia. Porque a democracia exige, sobretudo, este contraditório, e repito mais uma vez: o convívio civilizado, com a multiplicidade de opiniões, crenças, aspirações”. Um discurso realmente novo.

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