Fátima Oliveira
As visitas que vieram pra boiada, deixaram a Matinha de Dona Lô no dia 28 de janeiro. Ficaram na fazenda, a proprietária, Mãe Zefinha, Gracinha, Cesinha e Maria Helena. Os dias pareciam não acabar, do tanto que demoravam a passar.
O sofrimento que se abateu sobre Zé Vaqueiro parecia tomar conta de todo mundo. Gracinha passava a maior parte do tempo na casa dele, ajudando os velhos pais dele nos cuidados com ele, que estava dando um trabalho enorme, até para tomar banho. Parecia uma pessoa que perdeu a vontade de viver...
– Ô Lô, tu tá lembrada que hoje, dois de fevereiro, é Dia de Nossa Senhora das Candeias?
– Nem preciso lembrar Mãe Zefinha. Pra quê? A senhora não está aqui para lembrar?
– É só pra não esquecer de acender a candeia na porta da casa, quando der seis horinhas. Gracinha, acenda tombém uma candeia na porta da casa de Zé Vaqueiro, que aquele ali tombém precisa muito de luz e dos encaminhamentos de Nossa Senhora das candeias. Ela vai alumiar os caminhos dele.
Nossa Senhora das Candeias |
– Viiiiiiiiiiiiiiiiixe, que bicho te mordeu, hein mulher? Tá arisca. “É triscou mariscou...”
“Se importe, não Mãe Zefinha, pode ficar pior...” Alfinetou Cesinha.
– O que pode ficar pior, hein menino atentado? Tá querendo falar o que mesmo? Desembucha logo Cesinha. Senta aqui perto de mim e diz logo tudo o que está doidinho pra falar...
– Nada, não Dona Lô. Foi que eu pensei alto...
– Ah, e foooi? Tô te lendo, viu bichim?
Mãe Zefinha, como se estivesse empenhada em esconder um segredo, puxou a conversa pra outro rumo...
– Ô Lô, e Inácio vaqueiro depois que caiu nas abas do mundo com a muié do outro, abriu um buraco e entrou dentro, num foi? Nem notícia?
– O safado telefonou ontem pra Estela. Perguntou se ela achava se ele já podia falar comigo ao telefone. Ela disse-lhe que melhor não porque eu estava ainda muito zangada. Mas tem notícia grande, viu Mãe Zefinha!
– Pois ande logo, muié, conte! Ô Gracinha, vem cá, siá! Lô tem notiça de Inácio Vaqueiro.
– Pois bem, ele disse a Gracinha que mandou fazer DNA dos três filhos de Laurinha e os dois mais novos são filhos dele e não de Zé Vaqueiro. Quer dizer que me enganaram esse tempo todo...
– Que te enganaram nada, Lô! Enganaram foi o pobre do Zé Vaqueiro! Eita corno manso, meu Deus! Mulher safada dá jeito de cair na safadagem em qualquer canto. Pense em Laurinha aqui nesse mato... Pois a disgramada ainda engalhou o marido, c’os diacho! Os povo falava e esse minino mermim aí – esse bichim, cumucha? Ah, Cesinha! – cansou de pegar Laurinha furunfando com Inácio Vaqueiro. Aquilo ali é mulher de fogo alto entre as pernas. Um home só não dá conta. Foi ou num foi Cesinha?
– Dona Lô, e a senhora vai contar isso pra Zé Vaqueiro?
– É o jeito, não é Cesinha? Vou deixar passar uns dias pra poder contar. Ele ainda está muito desarvorado com o acontecido, coitado. Pensa que é pai dos três meninos da Laurinha. Agora nem se sabe se é pai de algum...
– Pois eu acho bom a senhora contar logo. Talvez por esses meios ele lhe conte o resto...
– Que resto Cesinha? O que estás escondendo de mim, hein?
– Eeeeeeeu? Nada, como diz a senhora, a minha vida é um livro aberto, mas tem gente que passou cadeado no livro da vida...
– Cesinha, abre logo essa boca e fale o que está engasgado...
Naquele exato momento, quando parecia que Cesinha contaria algo, parou um carro no terreiro da casa...
– Pois não! Vamos apeando. E vamos sentando. Sintam-se em casa! Em que posso servi-los?
– A senhora nos desculpe Dona Lô, chegamos sem avisar. É que estivemos lá no povoado e conversamos com algumas mulheres que foram à posse da presidenta Dilma Rousseff.
–...
– Estamos fazendo uma matéria sobre a presença de vocês em Brasília e gostaríamos de saber se a senhora está disponível para nos dar uma entrevista... A senhora desculpa, mas como não conseguimos falar por telefone, já que estávamos tão perto daqui, resolvemos arriscar vir aqui e a senhora nos receber...
– Primeiramente, quero que saibam que não tenho problema nenhum em dar a entrevista, desde que coloquem no ar o que eu falar... Mas qual o interesse de vocês numa viagem que já aconteceu há mais de um mês? Falta de notícia, não é?
–...
– Dilma está tratando vocês a pão e água... Trabalhando com afinco e sem estrelismo. Eu morro de rir com essas matérias mornas que estão saindo e que os obrigam a centrar no estilo discreto dela... Isso pra mídia é uma morte! Mas o jeito de ser dela está sendo muito educativo pra vocês.
–...
– Se preparem porque ela é assim mesmo! Nada a ver com a armadilha sociológica que a grande imprensa e seus apaniguados estão tentando criar: que o Governo Dilma será eminentemente técnico! Desejam enterrar a política. Eita burrice! Dilma tem a política no sangue! Imagina se cairá na armadilha de que seu governo deverá ter apenas competência técnica. Podem botar o rabinho estre as pernas e arrumar outra lorota. Quem pagar pra ver, verá... E que tal o sucesso dela com as Mães e as Avós da Praça de Maio, lá na Argentina?
As mães e avós da Praça de Mayo, na Argentina, representam a resistência à ditadura |
– E não vai mudar! Está sendo pedagógico também para o ministério dela. Ela já deu o recado, sem falar uma palavra sequer. Só com gestos. Falou demais, falou do que não deve: olho da rua! Eita firmeza, minha gente!
Fazenda Matinha de Lô, Chapada do Arapari, 02 de fevereiro de 2011
Dona Lô acertou na mosca! Os caras estão enganados com essa estoria de governo eminentemente técnico. Aliás com Dilma eles nãoa certam nunca!
ResponderExcluirDiscrição e firmeza são marcas do primeiro mês do governo Dilma, dizem analistas
ResponderExcluir01/02/2011 - 07:56
Opinião de todas as tendências é de que a presidenta é firme sem perder a ternura
Após um mês de governo da presidente Dilma Rousseff, cientistas políticos apostam em um governo mais voltado para a administração pública. Ainda sem saber quais serão os rumos da política adotada pela sucessora do ex-presidente Lula, analistas afirmam que o estilo mais concentrado, discreto e enfático de Dilma mostram características positivas para um país que precisa de alguém que se dedique à gestão pública.
Em pouco tempo, Dilma Roussef mostrou diferenças claras no jeito de governar em relação a Lula, seu antecessor. Para o professor da UnB João Paulo Peixoto, a mudança, inicialmente, é positiva. “Foi uma mudança no estilo de governo. A administração pública foi por muito tempo politizada. Esse estilo dela [Dilma] de ser concentrada, discreta, vai fazer um bom contraponto na gestão. Até agora, tem sido uma surpresa.”
Segundo o cientista político do Insper, Carlos Melo, Dilma tem demonstrado uma diferença muito grande em relação ao Lula também pelo momento em que o país vive. De 2003 pra cá, o cenário político se redesenhou depois que o PT conquistou a confiança do país. “Ele [Lula] precisou dar credibilidade na época para governar. Talvez agora os fundamentos que tenham ficado obriguem ela [Dilma] a ser mais uma coordenadora gerencial do que estar na linha de frente, fazendo política e aparecendo na TV.”
O perfil político também contribui para essa diferença no estilo de governar. “Enquanto o Lula fez política na massa, ela [Dilma] fez durante a gestão”, afirma Carlos Melo. O que não significa que eles rompam o laço político. Pelo contrário. “A perspectiva é de que continuem juntos, até para suprir o que ela não tem e vice-versa”.
"Outro aspecto é que Dilma tem sido bastante avessa às concessões. Ela já começou com um enfrentamento contra a sua base, não só com o PMDB, como também com o próprio PT. Ela [Dilma] também tem sido menos tolerante com as dissonâncias no governo", o que é positivo, na avaliação do cientista político.
Salário Mínimo
Em algumas questões mais polêmicas, como o aumento do salário mínimo, os cientistas políticos ouvidos pelo UOL Notícias acreditam que será um grande desafio para o seu governo. Para Carlos Melo, o fato de ela se basear em dados na hora de falar “não dá” significa que não vai abrir mão.
Nos discursos, Dilma também tem demonstrado isso. Durante uma entrevista coletiva em Porto Alegre (RS), na última sexta-feira (28), a presidente declarou: "O que nós queremos saber é se as centrais querem ou não a manutenção desse acordo pelo período do nosso governo", avisou. "E se querem, o que nós propomos é R$ 545". As centrais sindicais, no entanto, defendem o valor de R$580.
O professor da UnB João Paulo Peixoto aposta que os sindicatos vão desafiá-la. E, apenas depois disso será possível fazer uma avaliação mais profunda a respeito do novo governo.
Agenda política
Para Carlos Melo, o silêncio sobre as reformas pode significar lados opostos. “Ou ela vai colocar aos poucos, sem estardalhaço, para fazer uma reforma sem parecer que é, ou simplesmente não tem agenda.”
No entanto, segundo Peixoto, Dilma já mostrou indisposição para as reformas institucional, trabalhista, tributária e econômica. “Ela jogou um balde de água fria em um momento que precisava agir, e ainda com maioria no Congresso. Dilma terá que optar pela ideologia ou pelo pragmatismo”.
Fonte: Correio do Povo
Dilma está papando essa imprensa mesquinha é pelas beiradas
ResponderExcluirFátima, teu blog é uma beleza. Os argumentos que terces favoráveis a Dilma são geniais
ResponderExcluirEstou impressionada com os louvores da grande mídia ao governo técnico, como eles classificaram o jeito Dilma de governar. São uns maluquetes que querem enquadrar a presidenta em tal classificação
ResponderExcluirDona Lô está sempre atenta
ResponderExcluirDona Lô disse TUDO: "– Se preparem porque ela é assim mesmo! Nada a ver com a armadilha sociológica que a grande imprensa e seus apaniguados estão tentando criar: que o Governo Dilma será eminentemente técnico! Desejam enterrar a política. Eita burrice! Dilma tem a política no sangue! Imagina se cairá na armadilha de que seu governo deverá ter apenas competência técnica. Podem botar o rabinho estre as pernas e arrumar outra lorota. Quem pagar pra ver, verá... E que tal o sucesso dela com as Mães e as Avós da Praça de Maio, lá na Argentina?"
ResponderExcluirDona Lô tem resposta na ponta da lîngua.E quando a históra é com Dilma,não há imprensa que se meta á besta.
ResponderExcluirÈ isso aí Dona Lô! Tô com a senhora e não abro!
ResponderExcluirDilma mostra com quantos Alves se faz um PMDB
ResponderExcluirPublicado em 04/02/2011
Alves: um “atrevido”
O Globo publica na pág. 3 reportagem de título “Dilma enfrenta (Eduardo) Cunha e (Henrique) Alves e indica para dirigir Furnas Flávio Decat, que tem ligações com a família Sarney”.
Primeiro, sobre os filhos do Roberto Marinho – eles não têm nome próprio – e José Sarney.
Os meninos deveriam demonstrar um mínimo de gratidão.
Roberto Marinho co-presidiu o Brasil com José Sarney.
Mailson da Nóbrega conta que foi Roberto Marinho quem o nomeou Ministro da Fazenda.
Antonio Carlos Magalhães era a barriga de aluguel de Roberto Marinho no Ministério das Comunicações.
ACM tomou a NEC do Mário Garnero para dar ao Roberto Marinho.
E, agora, os filhos do Roberto Marinho acham que ter “ligações” com a família Sarney é pecado.
Mas, não é esse o ponto principal da reportagem do Globo.
Ela mostra que Henrique Alves – o porta estandarte da chantagem do PMDB, segundo a abalizada opinião da Maria Inês Nassif – resolveu peitar a presidenta.
Era só o que faltava.
Segundo o Globo, Henrique Alves mandou dizer que não queria o Decat. (Clique aqui para ler “Dilma ignora Cunha e nomeia Decat para Furnas”).
(Clique aqui para votar na trepidante enquete “Dos lideres da oposição no Congresso, qual a Dilma mais deve temer ?).
(Este ansioso blogueiro votou na opção “Alexandre Garcia”, mas já se arrependeu. Deveria ter votado em “Zileide Silva”.)
Depois, segundo o Globo, Alves se mostrou “irredutível”.
Tony Palocci chegou a ameaçar – e olha para o Tony ameaçar alguém … :
“Se você quiser romper, se você quiser sair do Governo, fique à vontade.”
Ainda segundo uma fonte anônima do Globo, Alves foi “exagerado” e “atrevido”.
O Conversa Afiada já propôs a construção de um Panteão da Moralidade do PMDB, com a efígie do Alves, do Cunha e do Wellington Moreira Franco.
E instalar o panteão – como o de Agripa, em Roma – à porta do gabinete do vice-presidente Michel Temer.
O fim da história de Furnas já se conhece.
Dilma mandou Decat expurgar Furnas de Cunha.
Segundo a Folha (*) de hoje, pág. A8, “Sócia de Furnas omitiu sua origem em paraíso fiscal”.
Trata-se de uma “sociedade” muito interessante, nos tempos em que o PMDB de Eduardo Cunha fazia chover em Furnas.
Cunha esse que, segundo este Conversa Afiada, sem Furnas, é uma Paris Hilton sem fotógrafo.
Dilma mostrou com quantos Alves se faz um PMDB.
Paulo Henrique Amorim
(*) Folha é um jornal que não se deve deixar a avó ler, porque publica palavrões. Além disso, Folha é aquele jornal que entrevista Daniel Dantas DEPOIS de condenado e pergunta o que ele achou da investigação; da “ditabranda”; da ficha falsa da Dilma; que veste FHC com o manto de “bom caráter”, porque, depois de 18 anos, reconheceu um filho; que matou o Tuma e depois o ressuscitou; e que é o que é, porque o dono é o que é; nos anos militares, a Folha emprestava carros de reportagem aos torturadores.
Oração a Nossa Senhora das Candeias
ResponderExcluirFazei, ó Deus, que, ao celebrarmos a memória de Nossa Senhora das Candeias, possamos também, por sua intercessão, participar da plenitude da vossa graça. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso filho, na unidade do Espírito Santo. Amém
Valeu! Amei conhecer Dona Lô
ResponderExcluirSerra encontra no Twitter palco para criticar governo Dilma
ResponderExcluirSem cargo público desde abril do ano passado, candidato derrotado conta com a repercussão de suas mensagens na internet
Nara Alves, iG São Paulo | 06/02/2011 08:00
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Compartilhar: Desde que perdeu a disputa pela Presidência em outubro de 2010, José Serra tem procurado se afastar da imprensa e agir nos bastidores. Até agora, as únicas manifestações públicas do tucano foram feitas no Twitter. O microblog tem servido como palanque para Serra, que em posts diários critica o governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e da presidenta da República, Dilma Rousseff.
Foto: Agência Estado Ampliar
Tucano tem fugido de entrevistas e aparições públicas
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Serra não concedeu entrevistas exclusivas e fez raras aparições públicas em eventos oficiais desde as eleições. A última vez em que concedeu uma entrevista coletiva foi no dia 1º de janeiro, na posse do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin. Na ocasião, admitiu estar desempregado, “sem renda”, afirmou que viveria de escrever e dar palestras, mas que seguiria na política.
Até o momento, no entanto, nenhum texto assinado pelo tucano foi publicado e nenhuma palestra foi proferida. A última aconteceu em dezembro de 2010, nos Estados Unidos. Seus interlocutores, como o senador Aloysio Nunes Ferreira, por exemplo, transmitem à imprensa o que se passa na cabeça de Serra. Ele mesmo, no entanto, emite sua opinião diretamente apenas por meio de seus comentários na internet.
Entre as mais de 600 mil pessoas que seguem @joseserra_ no Twitter estão políticos e jornalistas, que acabam repercutindo as opiniões do tucano em outras esferas. Exemplo disso foi o bate-boca virtual que o tucano teve com o presidente do PT, José Eduardo Dutra, no dia 19 de janeiro.
Serra agora virou um desocupado e tem bastante tempo para ficar zuando a presidenta Dilma Roussef.
ResponderExcluirDona Lô defende com unhas e dentes aquilo no que acredita. Um episódio de caráter político no sério
ResponderExcluirDra. Fátima Oliveira, fiquei apaixonada por Dona Lô e estou aprendendo muito com ela
ResponderExcluirMuito especial. Estou doidinha querendo saber mais do desfecho do galho que Laurinha colocou em Zé Vaqueiro
ResponderExcluirDona Lô é fenomenal! Não há dúvida
ResponderExcluirBlog do Editor (BBC Brasil)
ResponderExcluirDilma, sucesso de crítica
Rogério Simões
sexta-feira, 18 fevereiro 2011
Os elogios pipocam por todos os lados. A candidata que muitos consideravam uma espécie de fantoche do ultrapopular Luiz Inácio Lula da Silva é hoje descrita como uma presidente de personalidade própria, equilibrada e pragmática. A imagem adquirida por Dilma Rousseff junto a analistas, jornalistas e políticos é de uma chefe de governo capaz de rejeitar posições do seu próprio mentor e resistir ao fisiologismo de membros do Congresso.
Uma das medidas do governo que mais conquistaram admiradores foi o corte de R$ 50 bilhões no orçamento da União, anunciado pelo ministro Guido Mantega. A revista britânica The Economist, que defendeu a eleição do tucano José Serra, elogiou o maior compromisso do governo até agora com a austeridade fiscal, em contraste à herança deixada por Lula. Na mesma linha, o respeitado diário Financial Times escolheu o adjetivo "sólido" para descrever o início de governo da primeira mulher presidente do Brasil. O jornal, que também havia declarado preferência por Serra na fase final da campanha, elogiou o fato de a petista ter sinalizado uma posição diferente da do governo Lula em relação a violações de direitos humanos no Irã. As diferenças entre criador e criatura também foram observadas pelo espanhol El País, que destacou uma suposta preferência de Dilma pelos caças americanos da Boeing para a Força Aérea Brasileira, em vez do francês Rafale, defendido pelo antecessor. Em apenas 45 dias no Planalto, Dilma Rousseff é um sucesso de crítica.
A boa impressão não tem se limitado à imprensa e analistas. O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso disse que as primeiras semanas da petista como chefe da nação foram uma "surpresa positiva". Trata-se de um reconhecimento importante de um dos maiores nomes da oposição e adversário de Lula na histórica, e às vezes cansativa, disputa sobre quem fez mais pelo Brasil. Mas quem importa para a presidente Dilma são os políticos em atividade, especialmente aqueles que, no papel, pertencem à sua base de apoio. Em sua primeira batalha na Câmara dos Deputados, por um aumento do salário mínimo mais modesto do que queriam centrais sindicais e a oposição, Dilma venceu com uma margem de mais de 200 votos. Além de reafirmar seu atual controle sobre sua base, expôs as fraquezas da oposição, formada por partidos que costumavam defender a austeridade, mas tentaram abraçar uma bandeira oposta devido a seus objetivos políticos.
Um admirado início de governo, no entanto, está longe de representar a certeza de sucesso. Uma lua-de-mel seguida de períodos desastrosos é tão comum na carreira de governantes como na vida de casais antes apaixonados. A primeira preocupação de Dilma Rousseff é com os problemas que estão à sua frente, que incluem o avanço da inflação, o enfraquecimento de parcela da indústria devido ao real fortalecido e o estado lamentável da infraestrutura nacional. Como se não bastasse a necessidade de oferecer estradas, portos, aeroportos e energia elétrica apenas para administrar as necessidades básicas de uma economia em crescimento, o Brasil ainda tem de organizar uma Copa do Mundo e uma Olimpíada nos próximos cinco anos. E não poderá sair gastando como se não houvesse amanhã, o que nos leva à segunda grande preocupação da presidente. Além de tomar medidas equilibradas e sensatas para proteger a economia, ela precisa também ser adorada pelos eleitores, mesmo adotando políticas supostamente impopulares. Só assim conquistará nas urnas um segundo mandato. Já respeitada pela crítica, Dilma Rousseff terá de mostrar se consegue ser também um sucesso de público
http://www.bbc.co.uk/blogs/portuguese/
Fátima Oliveira, fiquei fascinada pela Dona Lô, personagem que ainda vai dar o que falar. Grande ideia
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