Fátima Oliveira
Todo mundo sabia que Laurinha, a mulher de Zé Vaqueiro, no tempo de solteira, era ariri* de festa e vivia zanzando pelas quebrada. Vivia em tudo quanto é frege. Perto de dar o primeiro tiro na macaca, passou a se esfregar em Zé Vaqueiro, que caiu feito um patinho. E quando casou todo mundo dizia que ela não era mais “suficiente”. Ele diz que não; que encontrou tudo “certim”. Mas Mãe Zefinha sempre duvidou, no que era apoiada por Estela, que ouvia a história e até então estava calada:
– Conversa, mulher! Ficou com vergonha e tá na moita. A bicha era da pá virada. E ele, um Nhô Zé! Falamos e falamos, e ele nem Seu Souza! É um André! Purinho. Tia Donana cansou de falar. Vamos ver se agora ele procura uma mulher do tope dele e que saiba valorizá-lo. E é ligeiro, ligeiro, porque como é que vai ficar sozinho aqui na fazenda? Não dá, né não? O que acha Dindinha?
Vaqueiro, de Mestre Vitalino |
– Eu odeio essa estória antiga, do tempo do ronca, de que há mulher suficiente e outras não! Naquele tempo mulher suficiente era só quem era virgem. Isso acabou. E faz é tempo! Em todo canto. Até aqui na roça. Ô gente, chega, né? O que passou, passou. Não dá pra agora querer colocar a Sé em Santanhinha*. Não cabe, né não? O que eu acho? Nada! Nunca achei nada. Tudo o que tenho ganhei do trabalho de meus bisavós, avós e de papai e de mamãe. Vamos cuidar da vida... Cesinha, tá querendo falar alguma coisa?
– Eeeeeeeeeeeeu? Tô caladinho aqui em meu canto Dona Lô.
– Eu sei! Tá tão calado que estou admirando... Ainda não deu nem um pio... Estranho... Muito estranho. Mais estranho ainda que não tenha dado opinião sobre essa historia de Gracinha ter resolvido que não vai viajar nas férias dela... Ela bate perna todo ano... Nunca deixou de viajar nas férias... Aí tem! Desembucha Cesinha!
– Não sei nadica de nada, Dona Lô!
Pedro, o marido de Estela, assistia a tudo de camarote com um ar de riso zombeteiro que enfadou Dona Lô. Todavia ela fez de conta que não percebeu. Estava com a pulga atrás da orelha: o que será que esse magote de gente não quer me contar? Ou quer contar e não encontrou brecha? Deixa pra lá, não há segredo que seja para sempre. Um dia a casa cai. É esperar.
– Dindinha, você conheceu bem a Lélia Abramo? Viu que o centenário dela está sendo bem festejado, não é? Ela nasceu em 1910 e faleceu, aos 93 anos, em 2004.
– Ela bem merece... Lélia dedicou a sua vida à luta política, muito mais que à arte. Neta de anarquistas italianos, carregava a política no sangue. E a luta popular e democrática, não só a categoria de artistas, devem muito a ela. Era uma deusa do teatro que amava fazer política. Nunca sossegou. Era incansável. E de muita fibra. Entre o trabalho dela na Globo e a luta, ela ficou com a luta e desempregada. Não podemos jamais nos esquecer de tal fato. Festejar o centenário dela é mais que obrigação moral. Ela teria gostado de ver Dilma presidenta. Tristeza que não esteja viva. Foi fundadora do Partido dos Trabalhadores, em 1980.
Prêmios de Lélia Abramo |
Colégio Sion, SP, SP, 10 de fevereiro de 1980, fundação do PT. A atriz Lélia Abramo (à esq.), o historiador Sérgio Buarque de Holanda, Olívio Dutra, Lula e Jacó Bittar. (foto Arquivo Central da Unicamp) |
– Minha? Não é sua também não? Virou PSDB, que não se conforma com a eleição de Dilma, é? Só sendo! Dilma é presidenta do Brasil, esqueceu? Logo é minha, sua e de todos nós; e está se saindo melhor do que a encomenda.
– Ela está jogando bem pra plateia. E com sabedoria extrema. Fez bonito com a liberação gratuita de remédios para hipertensão e diabetes. Foi bem nas enchentes do Rio de Janeiro... Ou seja, ela ainda não deu passo em falso. E está sendo dura com os sindicalistas na historia do salário mínimo.
– Não se trata de dureza Pedro. É firmeza! Só firmeza! O resto é conversa pra boi dormir. Tudo coisa de sua gente, que vive sem ter o que fazer. Tudo como gilete, cortando dos dois lados. Ao bem da verdade, há um tripé na discussão do salário mínimo.
– Quêquisso Dona Lô? Assim não, minha santa!
– Ora, não me venhas com chorumelas e indagando pucardiquê. Não me engana, não violão! Vocês, digo o PMDB, está passando as medidas. São seguidores do José Serra? Esse aí, bem sabemos, perdeu completamente o senso. Até o PSDB quer distância dele e o cara faz de conta que não entende! Mas voltando ao tripé que se digladia em torno do salário mínimo: 1. Há a proposta do Governo; 2. A proposta dos que falam em nome dos sindicatos; e 3. A proposta do Serra, que não é pra nada, nem se preocupa com quem ganha na base do salário mínimo, se fosse teria feito nos dois Governos FHC. Agora, de cara lavada, só pensam em emprensar a Dilma e colocar os trabalhadores, o povo, contra ela, logo agora, no comecinho do governo. Esse Serra... .
– É. Ele sempre foi assim. Só faz o que quer.
– Pois que pague pela sua arrogância insana! O governo mantém, e parece não querer arredar, a proposta de R$ 545 (quinhentos e quarenta e cinco reais), e clama pelo cumprimento do acordo que as centrais sindicais fizeram com Lula: aumento do salário mínimo baseado no crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) e da inflação. As centrais sindicais colocaram na mesa R$ 580,00 (quinhentos e oitenta reais), alegando que no ano de referência do PIB, 2009, o Brasil não cresceu! Mesmo assim querem o tratamento dispensado às grandes empresas quando da crise do capitalismo internacional: apoio para fazer face à crise. Não estão de todo errados e nem blefando.
– ...
– Os chatonildos do PSDB querem o que Serra prometeu quando candidato: salário mínimo de R$ 600,00 (seiscentos reais). E pasme! Como, se ele não ganhou as eleições? Piraram! Não esquecendo que qualquer aumento do salário mínimo impacta os gastos públicos globalmente... Há uma contradição com a promessa da Dilma-candidata: conter os gastos públicos. Bem, não sou economista e nem admnistradora... Dilma tem lá suas razões. Talvez não sejam bem dela, mas do Estado que preside!
–...
– Por mim, o salário mínimo seria o do Dieese, calculado agora em fevereiro: R$ 2.194,76 (dois mil, cento e noventa e quatro reais e setenta e seis centavos), que é realmente o valor que assegura o mínimo para sobreviver sem riscos. Mas aí, quem correria riscos seria o Governo, pois precisaria fazer um maior ajuste fiscal e abrir mão de investimentos em todas as área. E é isso que a tucanaiada quer. São cruéis! Mas nissso ninguém fala...
– Verdade, verdadeira! "O Ministério do Planejamento calcula que um aumento para R$ 600 geraria uma despesa extra de R$ 17,7 bilhões para os cofres da União, valor proibitivo em ano de aperto”...
– Querem medir força com Dilma! De modo que a votação do salário mínimo agora no dia 16, quarta-feira, terá a finalidade de termômetro. Depois, o que passar na Câmara dos Deputados seguirá para o Senado, no dia seguinte, ou seja, dia 17, onde Dilma tem maioria certa e folgada. Conta com 63 dos 81 senadores... É segurar as emoções.
– ...
– A zueira toda na Câmara dos Deputados – fora o PSDB que quer é ver o circo pegar fogo. Nada a ver com trabalhadores e nem povo, por isso faz lambança – na base aliada, é a busca de cargos no terceiro escalão dos ministérios que move quem pensa em trair o governo. E o governo não fez por menos: emplacou a votação nominal. É o “Olho por olho, dente por dente”. O DEM e o senador Aécio Neves (PSDB-MG), correm atrás de algo que derrote os R$ 545,00 (quinhentos e quarenta e cinco reais) da proposta governamental, com todo mundo cedendo um pouco: falam de R$ 560, 00 (quinhentos e sessenta reais). Já disse e repito, a zueira toda da base aliada na Câmara dos Deputados, sem dúvida é a troca de interesses. Tem nome: chantagem!
– ...
– Não mais e nem menos. É mesquinharia da bruta! Não vê que até Renan Calheiros começa a roer a corda?
– Como assim?
– Ora, fez a proposta de que “O governo crie compensações para anos em que não houver ganho real no aumento, mas apenas reposição da inflação, como 2011.” Me diga se isso é hora de fazer proposta? Tem mais é de blindar o governo. Maria Helena, minha rosa, busque ali uma cervejinha pra Pedro. Dois copos também porque vou acompanhá-lo.
– Oh, pensei que seria tratado a água aqui hoje...
– Imagine Pedro! Brigamos, mas fazemos companhia um ao outro, sempre. E depois, o almoço hoje é a buchada do cabrito que comemos ontem. Deixei um tiquinho do espinhaço com leite de coco pra vocês. Gostoooooooooso, que só provando pra ter ideia...
– Dona Lô, olhe pro jardim! Espie que beleza aqueles passarinhos se bicando, como que se beijando...
– Santíssima! Que coisa mais linda, minha gente! “É o amor...
Que mexe com minha cabeça
E me deixa assim
Que faz eu lembrar de você
E esquecer de mim
Que faz eu esquecer que a vida
É feita pra viver”
– Pois bem, falemos de amor, agora que a senhora está inspirada... Notícia fresquinha de Inácio Vaqueiro com Laurinha?
– Gente, vamos trocar o disco. Ela e Inácio Vaqueiro tão na deles, curtindo lua de mel. E aqui parece que o tempo parou, c’os diacho!
– Nada disso. É que eles deixaram rastro pra todo lado, senhora! Um deles... Está bem sentada? Pois assim fique e preste bem atenção no que vou lhe dizer. Não se assuste… Cesinha, mais cervejinha aqui pra Dona Lô...
O silêncio era sepulcral. Todo mundo prestando atenção sem piscar os olhos...
– Pois muito que bem! Laurinha é o que se chama de mulher desmantelada. Desde nova, bem sabemos. Foi embora mais deixou desmantelo para todo lado. Mas agora, montada na bufunfa, tudo indica que sossegará o facho. O resto, é que Zé Vaqueiro e Gracinha vão se amasiar. Isso é o bom! O ruim e o pior mesmo é que ele quer que Gracinha more aqui na fazenda. Quer dizer, a senhora perdeu o seu “pau para toda obra”, que é Gracinha...
–...
– Pois é Dona Lô, eu disse muitas vezes que mais coisas ainda aconteceriam...
–....
– Isso é coisa antiga. Do tempo do onça... Desde bem pequeninho que eu via umas coisas diferentes entre os dois. Muito antes de Zé Vaqueiro casar com Laurinha... Por isso ela e Laurinha eram políticas, toda vida. Mamãe só se achegou com ela pra ajudá-la a dar no pé com Inácio Vaqueiro. Ela queria o pasto limpo...
Casamento, de Mestre Vitalino |
– Cesinha, e tu sabias? E desde quando? Gracinha! Ô Gracinha, dê uma chegadinha aqui. Só acredito ouvindo de sua própria boca... Meu bisavô gostava de dizer que mulher é bicho traiçoeiro. Eu sempre ficava aborrecida com ele, mas agora... Depois dessas duas, aqui debaixo de minhas ventas, vou repensar... Ô Cesinha, chame seu padastro Zé Vaqueiro aqui também, jazim, jazim! Se é pra amasiar, que se resolva logo. Mas quero a garantia dele que... Deixe pra lá! De certo que vou fazer uma festança de arromba aqui na Matinha. Ora se vou! Ou não me chamo Lô! Aqui todo casamento, com gosto ou sem gosto, é celebrado, faz parte da nossa historia.
Fazenda Matinha de Lô, Chapada do Arapari, 14 de fevereiro de 2011
Espinhaço de bode ao leite de coco Ingredientes: 1kg de espinhaço de bode 1 cebola 1 tomate ½ pimentão 2 dentes de alho 1 colher das de chá de sal ½ colher das de chá de colorau ½ litro de água pimenta-do-reino a gosto pimenta-de-cheiro a gosto cheiro verde a gosto Modo de fazer: Corte o espinhaço em pedaços grandes (cada vértebra, um corte!). Tempere com o sal, a cebola picada, sal, pimentão, pimenta-do-reino, pimenta-de-cheiro e colorau. Em seguida, acrescente água e, por último o cheiroverde. Cozinhe em panela de pressão por 20 a 30 minutos. |
Buchada de bode
Ingredientes:
Vísceras de bode ou de carneiro (intestino, fígado, rim, coração, bofe, língua etc.)
Estômago, sangue, patas e cabeça do animal
Cebola
Coentro
Pimenta-do-reino
Cominho
Vinagre
Sal
Limão
Gordura ou óleo
Farinha
Modo de fazer:
Limpar as vísceras, retirando a cartilagem e o sebo.
Cozinhe as vísceras e as tripas em água e sal.
Depois de cozidas, cortar as vísceras bem miudinhas ou moê-las junto com o sangue, que também é cozido em água e sal.
Limpar o bucho e esfregar limão por dentro e por fora - deixar de molho em água fria com o suco de 1 limão por 5 h.
O estômago é cozido, em água e sal, em outra panela.
Reserve as tripas mais finas para enrolar as patas, que são cozidas à parte e reservadas.
Misture o que já está picadinho ou moído e tempere a gosto com cebola picada, todos os temperos e o vinagre.
Recheie o estômago com essa mistura (se for pouca, complete com pedacinhos de carne refogada do próprio animal). Pode ser recheado inteiro ou por partes.
Costure-o com linha e agulha para evitar que o recheio saia.
Refogue o estômago (de preferência na panela de barro) junto com todos os temperos e deixar tudo na panela até o dia seguinte.
Enrole as tripas finas nas patas, refogue como o estômago, só que em outra panela, onde ficará até o dia seguinte.
A cabeça é refogada junto com as patas, ficando também na panela.
No dia seguinte, reúna tudo numa panela só e dê outra fervura de cerca de uma hora, com bastante água, porque o caldo será aproveitado para fazer o pirão que acompanha o prato.
Buchada de bode |
* Ariri – palmeira ariri que ornamenta festas de arraial e festas juninas no Maranhão. Ser ariri de festa: não perder uma festa, estar em todas. [Ariri é o nome popular no Maraanhão de uma espécie de palmeira da família das Arecáceas (ex-Palmáceas), que produz fibras utilizadas na fabricação de cordas, pincéis, vassouras, etc. Também conhecida por buri-do-campo, emburi, guriri-do-campo. O nome científico da ariri pode ser: Diplothermium Campestre ou Allagoptera Campestris.] * A igreja de Santaninha, em São Luís-MA, erigida ao lado do antigo Largo do Quartel, foi demolida há muito tempo e era uma pequena ermida que deveria caber duas vezes na Sé.
Olha Fátima, eu sabia que Gracinha estava de treta com Zé Vaqueiro! Adorei
ResponderExcluirai, ai, que amor o de Gracinha com Zé Vaqueiro. E Dona Lô depois do susto fez bonito e até vai dar uma festa de arroma! Gostei das discussões sobre o salário mínimo. Concordo com Dona Lô que salário mínimo decente é o do Dieese: R$ 2.194,76 (dois mil reais, cento e noventa e quatro reais e setenta e quatro centavos).
ResponderExcluirCorrigindo: é festa de ARROMBA! E não de arroma, heeheheh Foi a emoção quem me fez errar...
ResponderExcluirFátima, Dona Lô sabe argumnentar e contraargumentar com propriedade a respeito do Salário Mínimo. Melhor ainda ela dizer que decente seria mesmo os alário do DIEESE
ResponderExcluirSagardo Coração de Jesus, que lugar onde o tempo não pára. Nem parece roça! eheheheh Gracinha né brinquedo. não!
ResponderExcluirBem, eu também acahava que daquele mato, a Matinha de Dona Lô, sairia uma casal de coelhos! Pois saiu: Zé Vaqueiro e Gracinha!
ResponderExcluirQuanto à comida, fiquei lambendo os beiços. E quem não ficaria? Só FHC, que não gosta nem de buchada e muito menos de espinhaço de bode com leite de coco!
Realmente espantoso tudo por aqui. Adorei as comidas. E também saber que haverá uma festança de arromba no casamento, ou amasiamento de Gracinha com Zé Vaqueiro. Só achei Dona Lô exagerada na defesa do governo Dilma sobre o salário mínimo, eheheheheh
ResponderExcluirADORO MULHERES INTELIGENTES E DONA LÔ NÃO FAZ MISTÉRIO DA SUA. ELA SABE QUE UMA COISA É A IDEAL; OUTRA COISA E A POSSÍVEL.
ResponderExcluirACHO QUE O CASAMENTO DE GRACINHA MAIS O ZÉ VAQUEIRO VAI MERECER UMAS AVALIAÇÕES. ACHO QUE VAI!
Fátima, tenho frequentando o blog Tá Lubrinando - escritos da Chapada do Arapari. Já li todos os episódios, mas resta ainda uma pergunta: e Dona Lô, que vive sozinha para a matinha de Dona Lô, não maam e nem amou ninguém? Ela é MISTERIOSA, o que se sabe é que ela é uma herdeira que parece ser muito rica; é uma mulher de mais de sessenta anos; ficou fora do país muito tempo - foi exilada pela Ditadura Militar de 1964. Há alusões em alguns episódios de que conhece Dilma do Movimento Estudantil... E só! E o resto?
ResponderExcluirApenas curiosidade de leitor atento.
Uma discussão bem fundamentada e crítica sobre o Salário Mínimo, recheada da vida da fazenda.
Gente, que reviravolta! Então o choro de Zé Vqaqueiro era puro fingimento? Só pra inglês ver?
ResponderExcluirComo sempre fatinha... mais uma crônica maravilhosa!!!
ResponderExcluirSão Paulo, segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011
ResponderExcluirCaça-fantasmas
RENATA LO PRETE
Enquanto revisa os contratos firmados por seu antecessor, Geraldo Alckmin prepara outra operação com potencial de constrangimento para a gestão do correligionário José Serra. A Corregedoria Geral da Administração fará um pente-fino nos convênios assinados por São Paulo com ONGs e entidades beneficentes para realização de festas e eventos. Em 2010, 1.800 instituições receberam recursos do Estado.
Um cadastro dessas associações será montado para permitir checagem dos endereços e fiscalização do emprego do dinheiro, detectando eventuais entidades de fachada e desvios de recursos e de finalidade.
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Ano XI - Número 4062
A exemplo de Kassab no DEM, Serra tenta reunir forças para deixar o PSDB
13/2/2011, Por Redação - de São Paulo
Serra garante que não está dormindo no pontoA vitória da petista Dilma Rousseff, nas últimas eleições, vem causando a dissolvição dos partidos que representam a direita no país. Apenas alguns dias após o encerramento das eleições, o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (DEM) já anunciava sua disposição de deixar a legenda, dominada por setores da ultradireita, que mingua no Congresso e nas administrações estaduais, com um reduto cada vez mais concentrado em Santa Catarina e Paraná, na Região Sul do país. Kassab estuda a possibilidade da formação de uma nova legenda, o Partido da Democracia Brasileira (PDB). Agora, chega a vez do candidato derrotado à Presidência da República José Serra (PSDB) buscar seu destino político fora do ninho tucano, tendo em vista o crescimento do senador mineiro Aécio Neves.
Perguntado se pretende concorrer ao Palácio do Planalto em 2014, Aécio, com mandato garantido até 2018, respondeu aos jornalistas que não tem “nada a perder”, em um recado claro ao desafeto político paulista que, nas eleições passadas, o fez desistir de enfrentar a candidatura do PT. Diante do fato, Serra – que quer uma nova oportunidade de levar seu programa de governo aos eleitores –, a exemplo de Kassab, faz suas primeiras sondagens para saber quantos parlamentares e administradores regionais o acompanhariam numa eventual debandada.
Um blogue bonito, literário e político muito especial
ResponderExcluirTô com Dona Lô, totalmente
ResponderExcluirNão conhecia a expressão ARIRI DE FESTA e a achei graciosa. Belo texto
ResponderExcluirDilma vai perder no enfrentamento do salário mínimo no Congresso Nacional. E feio! Perdendo, sairá menor e diminuirá a aarrogância stalinista
ResponderExcluirDona Lô, não se fie muito porque eu acho que Dilma vai perder a primeira batalha na Câmara dos Deputados amanhã? E a senhora ficará como? Como analista de araque?
ResponderExcluirDona Lô mais uma vez firme com Dilma. E argumenta muito bem. Sobre o casório próximo na Matinha de Dona Lô, vou aguardar os comes e bebes. mas também acho que Dona Lô vai morar definitivamente na Matinha. Como ela viverá sem Gracinha? Ela é mais que uma empregada doméstica é uma acompanhante de Dona Lô. A não ser que Dona Lô apareça com uma mor daqueles roxos. Pode ser. Tudo pode acontecer
ResponderExcluir16 de Fevereiro de 2011 - 17h36
ResponderExcluirDILMA NA GRANDE MÍDIA: DO "POSTE" À GOVERNANTE ENCANTADORA
A mídia que tratou Dilma Rousseff como um poste durante o processo eleitoral enche a nova presidente de elogios, tenta apresentá-la como antagônica a Lula e cobra dela um programa de oposição, que foi fragorosamente derrotado ano passado. Para a imprensa de mercado, Dilma é comprometida com a austeridade e tem que resolver uma pesada herança deixada por Lula, “o gastador”
Por Mair Pena Neto, no Direto da Redação
Um leitor desavisado poderia achar que Lula saiu derrotado das últimas eleições e não que fez a sua sucessora, escolhida pessoalmente. Que Dilma não foi eleita para prosseguir as políticas dos últimos oito anos, principalmente dos quatro últimos, de redução das desigualdades e erradicação da miséria. Estes são os principais compromissos de Dilma, reiterados constantemente e que guiarão o seu governo.
Enquanto esteve à frente da Presidência, Lula acusou a herança maldita do governo Fernando Henrique Cardoso, que se evidenciava num crescimento econômico pífio (menos de 1% entre 1998 e 2002), endividamento externo aviltante, falta de reservas cambiais, inflação de dois dígitos, desemprego em alta, privatizações e Estado cada vez menor e mais fraco.
Lula, com o auxílio de Dilma, mudou inteiramente essa lógica e entregou a sua sucessora um país com crescimento médio de 4,2%, sem considerar o resultado de 2010, estimado em 7,5%; mudança de devedor para credor internacional, reservas internacionais de US$ 300 bilhões (FHC deixou o país com menos de US$ 40 bilhões), inflação dentro da meta, emprego em nível recorde e, principalmente, um papel mais ativo do Estado, responsável pela ascensão de mais de 30 milhões de brasileiros à classe média, o equivalente a quase uma Argentina.
Agora, a mídia tenta criar uma herança maldita que Lula teria deixado para Dilma, com aumento dos gastos públicos, e chega a invocar inflação e taxa de juros em alta como problemas. Os dois últimos argumentos nem mereceriam resposta. FHC entregou o país com a inflação em dois dígitos (12,53% pelo IPCA) e a taxa de juros em 27%, enquanto Dilma começa com a inflação dentro da meta (5,85%) e a Selic em 11%, depois de uma trajetória de queda no governo Lula que chegou a 8,75% em meados de 2009.
A questão dos gastos públicos é que merece discussão. O governo Lula não seguiu exclusivamente as regras de mercado, como seu antecessor e como aprecia a grande imprensa, e devolveu ao Estado um papel preponderante, não apenas nas questões econômicas, mas, sobretudo, nas políticas, incluindo a externa.
Lula aumentou os gastos para fazer políticas públicas, aquelas que causam ojeriza às elites, como o Bolsa-Família; para investir mais em educação, pesquisa, ciência e tecnologia (vide apoio maciço da comunidade acadêmica a seu governo e à candidatura Dilma) e para combater uma das maiores crises do capitalismo, que explodiu no fim de 2008 e afeta até hoje grandes economias, como a dos Estados Unidos e da Europa.
O governo Lula não aumentou impostos e desprezou o receituário dos analistas de mercado, os mesmos que sugerem agora a Obama que estenda o corte de US$ 1,1 trilhão no Orçamento à previdência e a programas de saúde para idosos e pobres. Para combater a crise, Lula obrigou os bancos públicos (política de Estado) a concederam crédito, fez desonerações tributárias e apostou no consumo, reduzindo o vagalhão que engolia o mundo à marolinha.
É lógico que isso tem custos e precisa ser revisto quando a situação melhora. O que Dilma herda não é uma situação desastrosa e inadministrável. Se fosse este o cenário que Lula tivesse encontrado quando assumiu o governo, em 2003, o Brasil certamente estaria muito melhor. Dilma foi parte importante do governo Lula, aprovou suas políticas e tende a aprofundá-las. O resto é tentativa de apresentar à população o que a presidente não é.
Câmara aprova reajuste do mínimo de R$ 545. Duas outras emendas são apreciadas neste momento, uma pelo valor de R$ 560 e outra por R$ 600
ResponderExcluiriG São Paulo | 16/02/2011 15:09 - Atualizada às 22:01
A Câmara dos Deputados votou e aprovou nesta noite a proposta que reajusta o salário mínimo para o valor de R$ 545 proposto pelo governo. Duas emendas de aumento desse reajuste - para R$ 560 e R$ 600 - são votadas neste momento. A votação dá um desfecho a meses de negociação intensa entre o Planalto, partidos da base aliada e da oposição, marcando o primeiro teste do governo da presidenta Dilma Rousseff no Congresso. Para garantir o apoio da base, o Planalto investiu no rateio de cargos do segundo escalão e no aviso de que não vai tolerar divergências.
Com amplo apoio da base, governo aprova mínimo de R$ 545
ResponderExcluirA Câmara dos Deputados aprovou nesta quarta-feira (16) o aumento do salário mínimo para R$ 545. O salário era de R$ 510 até dezembro passado. A proposta segue agora para o Senado e, se for aprovada, começa a valer em 1º de março. A votação é considerada por analistas uma vitória da presidente Dilma Rousseff, no primeiro grande teste de sua articulação política no Congresso desde que ela tomou posse, em janeiro.
Os deputados votaram nominalmente. A emenda do PSDB, que propunha valor de R$ 600, foi rejeitada por 376 votos; outros 106 parlamentares foram a favor e sete se abstiveram. A emenda do DEM, que queria um reajuste para R$ 560 também foi rejeitada com o placar de 361 contra, 120 a favor e 11 abstenções.
O Plenário também rejeitou, por 350 votos a 117 e 2 abstenções, o destaque do PPS que pretendia retirar do Projeto de Lei 382/11 a permissão dada ao Executivo para baixar, por decreto, os valores dos salários mínimos nos anos de 2012 a 2015.
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Um total de 47 milhões de pessoas recebe o salário mínimo no país.
Da redação, Cláudio Gonzalez, com agências
colaborou: Régia Vitória, de Brasília
http://www.vermelho.org.br/noticia.php?id_noticia=147770&id_secao=1
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O deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP) foi um dos parlamentares escalados para defender a proposta governista. Ele salientou que “pela primeira vez os trabalhadores terão uma lei de reposição da inflação no ganho e crescimento econômico do país”. Disse ainda que "naturalmente o PCdoB gostaria de votar um valor maior", mas o partido optou por votar "com o Executivo e com a coerência de um partido que faz parte da base do governo".
O PMDB também surpreendeu. Havia dúvidas sobre a fidelidade do partido ao governo após várias rusgas criadas em torno da disputa de cargos, mas o líder do partido, Henrique Eduardo Alves (RN), foi à tribuna e prometeu que a bancada peemedebista daria todos os seus 77 votos a favor da proposta do governo. Os deputados cumpriram a promessa. Mas o líder deixou no ar um recado: "Quero mostrar que o PMDB pode votar unido não só hoje (quarta-feira), seja a favor ou contra", observou Alves, insinuando que o apoio não é incondicional.
PMDB é 100% fiel e PT tem dois dissidentes na votação do mínimo por ricardochapola
ResponderExcluir17.fevereiro.2011 00:01:48
do estadão.com.br
O PMDB foi mais fiel ao governo na votação do salário mínimo nesta quarta-feira que o próprio PT. O partido da presidente Dilma Rousseff, no entanto, decidiu que não irá punir os dissidentes.
O mapa de votação mostra que todos os 77 deputados do PMDB votaram contra a proposta de R$ 560. Foi nesta votação que se fixou o mínimo em R$ 545.
No PT, dois deputados votaram contra o governo. Francisco Praciano(AM) e Eudes Xavier (CE) votaram a favor dos R$ 560. O mapa mostra que 76 petistas votaram contra a emenda e da forma como o governo desejava.
“Nós não fechamos questão, então, regimentalmente, não se pode punir ninguém”, disse o líder do PT na Casa, Paulo Teixeira (SP).
O número de dissidências do PT foi o mesmo do PP, onde Jair Bolsonaro (RJ) e Paulo Maluf (SP) ficaram contra o governo.
No PDT, o ministro Carlos Lupi (Trabalho), ameaçado de perder o cargo, conseguiu a maioria dos votos do partido. Foram 16 deputados do PDT do lado do governo, nove a favor dos R$ 560 e um se absteve.
Além do PMDB, PSB, PSC, PC do B, PRB, PMN, PT do B, PRP, PRTB, PTC e PSL entregaram todos os votos de suas bancadas ao desejo do governo.
Na oposição, dois deputados do PSDB, Carlos Alberto Lereia (GO) e Manuel Salviano (CE), e dois do DEM, Jairo Ataíde e Vitor Penido, votaram a favor do governo e contra os R$ 560.
No PV, que chegou até a apresentar uma emenda defendendo o valor, a preferência foi pela abstenção. Foram 10 deputados que se posicionaram desta forma enquanto dois votaram a favor e dois contra o governo.
O deputado Tiririca, que na primeira votação ficou contra o governo, confirmou a visão de sua assessoria de que errou ao apertar o botão de votação e dessa vez votou contra a proposta do mínimo de R$ 560.
Eitá Gracinha retada, quero ir nesta festa de ajuntamento com Zé Vaqueiro.
ResponderExcluirParece frase de Dona Lô:
ResponderExcluirMINAS É A CALÁBRIA DO BRASIL!!!!
Lucas Figueiredo: Serra caiu no conto dos mineiros
qui, 17/02/2011
do blog do Lucas Figueiredo, via blog do Luis Nassif
José Serra não aprende. Não bastasse o isolamento numa fatia grande do PSDB, operação armada pelo senador Aécio Neves, seu colega-adversário, Serra caiu numa armadilha montada por Itamar Franco (PPS-MG), senador redivivo na última eleição justamente pelas mãos de Aécio.
Nos últimos dias, Itamar, o imprevisível, saiu pelos corredores e pelo plenário do Senado a defender a convocação de Serra à Casa. Itamar advogava que Serra deveria ser chamado para defender publicamente a proposta que apresentara na campanha presidencial de elevar o salário mínimo a R$ 600 ainda neste ano. O objetivo de Itamar, segundo o próprio, seria ampliar o debate sobre o tema, até então dominado pela proposta do governo, de R$ 545. Muito bom, muito bem, não fosse o fato de que, até a eleição de 2010, quando ao menos tecnicamente estiveram no mesmo lado, Itamar alimentou por Serra um desprezo colossal. (Nesse caso, não valia a máxima de que mineiro não briga, mas também não perdoa, já que um dos esportes preferidos de Itamar sempre foi falar mal de Serra.) Noves fora os desentendimentos do passado, o certo é que, do Senado, Itamar lançava um tapete vermelho na direção de Serra – e o gestou encontrou ressonância. Dando gás ao plano, o jornal Estado de Minas, porta-voz dos interesses de Aécio, replicou o convite: “Itamar quer convocar Serra para explicar mínimo de R$ 600”.
Parecia armadilha – e era. Mas Serra pagou para ver.
Ontem, Serra foi a Brasília. Não falou no Senado, mas em reunião com deputados e senadores tucanos, o candidato derrotado à Presidência defendeu o salário mínimo de R$ 600. “É factível”, disse ele. No mesmo dia, o governador de São Paulo, o também tucano Geraldo Alckmin, anunciou que o valor do salário mínimo no Estado será de R$ 600. Por algumas horas, alguns jornalistas, eu inclusive, enxergamos na fala sincronizada de Serra e Alckmin uma inusitada harmonia no ninho tucano. Cheguei a postar no twitter (@_lucasfigueired) que Itamar tinha servido de escada para Serra. Qual o quê. Em Minas, nada é o que parece.
Leio hoje na coluna Painel da Folha de S.Paulo, usada por Aécio para mandar recados, a seguinte nota:
“Água e óleo – Até o salário mínimo divide José Serra e Aécio Neves. Enquanto o primeiro foi a Brasília tentar convencer a bancada tucana a abraçar os R$ 600 defendidos por ele na campanha, aecistas argumentaram que a oposição soará oportunista se bater o pé por esse valor, especialmente se as centrais sindicais aceitarem algo mais modesto, como tudo indica que irá acontecer.”
Não foi a única lambada que Serra levou. Ontem, o Estado de Minas – o mesmo que noticiara com destaque o inusitado interesse de Itamar em convocar Serra ao Senado – noticiou na capa: “Serra defende R$ 600, mas prefeitos tucanos refutam”.
Buscando a luz, fugindo do fracasso da eleição e da perseguição de seus pares tucanos, Serra acreditou que ia se dar bem com o aceno de Itamar. Não sabia ele que Minas é a Calábria do Brasil.
http://lfigueiredo.wordpress.com/
Agora que o PMDB deu 100% dos votos na proposta do salário mínimo do governo, quero ver Dona Lô tripudiar em cima de Pedro, que agora está por cima da carne seca ehhehehe
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