Fátima Oliveira
Na sexta-feira na boquinha da noite, regulando umas seis e meia, a turma de Estela, afilhada de Dona Lô, juntamente com Cesinha, apeia na Matinha de Dona Lô e é recebida por ela com abraços e muitas gargalhadas, dizendo que passou a tarde com Maria Helena e Gracinha preparando comes e bebes para a noitada.
Pedro, mal apeou da caminhoneta todo porloche, crente que estava abafando, sem conter o riso, se dirigiu à dona da casa: “Ah, eu trouxe um CD de Marchinhas de Chiquinha Gonzaga pra Vosmicê apreciar... E nem almocei esperando os comes daqui”.
– Caaaaalma, Pedro! Deixe de ser glutão! A noite é longa. Temos muito tempo. Vamos chegando minha gente! Tudo bem, Cesinha? E com vocês, meninada? Nem um cherim na dindinha? Viiiixe, como você está bonita Estela! Oxente, cortou o cabelo que nem o da Dilma, hein?
– E que historia é essa de que Dilma é uma flor de sal?
– Gente, Pedro tá que tá... Preparei uma saladinha de entrada pra nossa noitada pra você compreender o que é flor de sal, meu chapa! Aliás, tem comido muita flor de sal aqui em casa sem saber apreciar direito.
Árvore da prosperidade, feita de flor de sal (Cimsal) |
– Parece que esses anos todos alimento você com flor de sal como se estivesse dando pérolas aos porcos... Eh, Estela vai letrar esse homem nunquinha, não? Terminem de arrumar os “teréns” de vocês e venham pro alpendre. Aqui tá correndo uma fresca boa que só! Vamos bebericando enquanto chega a hora do jantar. Maria Helena, minha rosa, traga a saladinha, minha filha! Cadê o CD Pedro? Enquanto termina de chegar, vou começar ouvindo uma musiquinha da nossa Chiquinha...
– Que era uma mulher de verdade! Das porretas mesmo! Abolicionista da primeira hora...
– Deixa de lero aí Estela! Vem ajudar aqui com as coisas dos meninos! Chega e vai logo se abancando, como se não tivesse nada para fazer...
– Está falando comigo Pedro? Estou cansada, meu bem... Vou ficando por aqui com Dindinha. Estou com sede... Vá você! Depois volte pra cá. Cesinha, os meninos querem cavalgar um pouquinho por aqui nos arredores da casa. Não vão pra longe, não! Já é noite, viu? Os cavalos estão prontos. Telefonei da estrada pra Zé Vaqueiro. Vá lá com eles, por favor! E aí, vamos comer o quê?
– Ih, já vi! Que coisa! Vocês só chegam aqui pensando em comer! Há a salada que Maria Helena já vem trazendo. Temos uns petisquinhos básicos que andei inventando. Coisinhas pra degustação. E, claro, uma carninha de sol, que parece estar muito boa. Gracinha está chegando pra finalizar uma Galinha de parida pro jantar. Tá de bom tamanho, não?
Ô ABRE ALAS
Chiquinha Gonzaga (1939)
Ô abre alas que eu quero passar
Ô abre alas que eu quero passar
Eu sou da lira não posso negar
Eu sou da lira não posso negar
Ô abre alas que eu quero passar
Ô abre alas que eu quero passar
Rosa de ouro é que vai ganhar
Rosa de ouro é que vai ganhar
– E aí Pedrão, o que tem a dizer?
– Euuuuuuuuu Dona Lô? De que e sobre o que senhora?
– Qualquer coisa! Prove da saladinha de flores com flor de sal...
– Usando de honestidade intelectual, sem brincadeira, acho que Dilma vem surpeendendo pra muito mais do que o esperado... O jeito dela de ser, o estilo de governar, o gosto dela de administrar o governo “pegando o touro pela unha”, tem agradado a grande mídia. A nativa e a internacional. Ela está se impondo bem.
– ...
Dilma Rousseff e Hebe Camargo se encontraram no Palácio da Alvorada (24.02.2011Foto: EFE/Folha Press) |
– No episódio mesmo da ida dela aos 90 anos da Folha. Tenho lido tudo o que tem saído a respeito e até agora a minha modesta opinião é que ela acertou em cheio ao comparecer. Claro que tem lá suas complicações, mas o saldo é positivo para a presidenta. Hoje e futuramente. Claro, a blogosfera progressista está caindo de pau. Coisa de inocentes da política. Nem mais e nem menos. Com amigos assim, quem precisa de inimigos? Tá uma coisa sem limites. Estão metendo o aço! Por enquanto Dilma tem problemas a resolver com o fogo amigo, porque o inimigo ainda não conseguiu acender o fogo dele. Oposiçãozinha sem rumo, sem leme...
– Muito bem Pedrão! Continue, mas não pare de comer, não! Prove aqui da linguiça de frango com ervas... Coisa fina, inventada e feita por mim... Também há salsicha de frango.
– O quê? Salsicha de frango? Increduincruz! Essa mulher é cheia de surpresas! Nem gosto da linguiça de frango, que dirá da salsicha! Se bem que comi uma linguiça de frango aqui outro dia e achei muito boa, bem temperadinha, com umas malaguetinhas frescas... Dobrando a língua: quer dizer, não gostava. Agora, depende!
– “Queto” Pedro! Aprenda a degustar os quitutes de Dindinha... Lembre-se: as entradas daqui hoje são finalizadas com flor de sal... Aproveite. Lá em casa tem disso, não!
– É! Então tá. Que jeito, né?
– Assim é que se fala Pedro! Vá comendo e vá falando...
– Pois muito que bem... Onde eu estava minha gente?
–...
– Ninguém prestando atenção... Nem lembram onde parei. Cervejinha aqui Maria Helena! Sua patroa bebe, hein minha filha? Enfim, bonita essa música “Atraente” de Chiquinha... Gosto!
– Vocês tem razão! Flor de sal é “caviar marinho”! Tem preço de caviar mesmo! Tanto o nacional quanto francês... Fazer o quê se Dilma não vai sossegar enquanto todo mundo não puder ter sua cota de flor de sal? Eu não preciso esperar, venho comer a minha cota semanal aqui na Matinha de Dona Lô. E pensar que esse patrimônio todo aqui foi construído no lombo de tropas de burros pelo sertão afora...
– Verdade, verdadeira Pedro! Tudo isso aqui e o que vai ficar pra você e sua mulher gozarem do bom e do melhor veio do lombo das tropas de burros...
– Oh, não diga que somos herdeiros?!
– Não Pedro, só Estela, que é quem resta de minha família, de prole sempre muito pequena. Os Tropeiros eram de poucos filhos. Parte disso aqui é dela quando eu me for. Eu disse: parte! Está escrito em testamento, meu chapa. Logo, cuide bem de mim... Porque se maltratar a velhinha aqui, adeus herança!
– Entendi, entendi. Deixe-me dengar a senhora um pouquinho aqui... Superada a votação do salário mínimo, que não dá ainda pras amplas massas provarem o gosto do caviar marinho... Mas eu espero que um dia elas chegarão lá! Diga-me se meu PMDB não saiu melhor do que a encomenda? Tô gostando do Temer. Eita cabra macho! Sabe domar a tropa. Ali tem! O que é eu não sei... Mas que ele está seguindo um plano, isso está!
– Menos empolgação, viu Pedro! Quatro anos não são quatro dias, não! Ainda temos quatro anos pela frente... Estela, e as comidinhas? Estás gostando?
– Muito Dindinha, gracias! Quero dizer como estou vendo essas coisas. Um olhar mais sociológico. Penso que é uma bobagem jogar Dilma nos braços da matilha sempre que ela não agir conforme desejamos. Nem sempre chefia de Estado pode fazer só o que quer. Tem de visar em primeiro lugar os interessses do Estado que, no Estado burguês, nem sempre coincidem com os interesses populares. Aliás, regra geral o Estado buguês é contra o povo. É da natureza dele ser assim. Ou podemos nos dar o luxo do esquecimento que Dilma se elegeu para chefiar um Estado burguês? Evidente que não, sob pena de sofrimentos inúteis. Ou seja, para mim o nó não é a Dilma, mas o Estado! E ela tem de atuar nos limites da legalidade do Estado burguês.
– Meu Deus, ser marido de mulher inteligente, intelectual, não é nada fácil!
– Ah, é Pedro? Então larga o osso. Vai roer mulher burra!
– Calma, minha gente! Bebamos com moderação! Ainda nem jantamos. Concordo com Estela. Dilma tem lado. E por enquanto nós somos o LADO dela! Eu não tenho e jamais tive ilusões com Dilma ou com Lula. Nem com PT, que é um partido socialdemocrata. O PT só aspira ser um bom gerente da crise do capitalismo. Nem mais e nem menos. E eu não posso esperar dele mais que isso. Cada um dá o que tem. Na discussão da ida da presidenta à Folha, quem está contrariado tem suas razões, embora eu não as considere com a importância que eles estão querendo dar. Dão a impressão, mas estão redondamente enganados, de que sem eles Dilma não teria sido eleita. Isto é passar dos limites, não é democrátrico e é um insulto à autonomia da presidenta, ao seu direito de ir e vir. Falam tanto em democracia e querem colocar a presidenta dentro de uma bolha ideológica particular. Que diacho de democracia, hein? Assim não dá!
– ...
– Evidente que jogaram um papel importante, por dever cívico, por puro patriotismo, ainda acho assim. Ou gente séria queria que o PSDB voltasse ao poder? Creio que não! Vamos cair na real: não exigir de Dilma e de seu partido mais do que eles podem, efetivamente, dar, nos marcos do Estado burguês e do republicanismo! Enfim, não dá pra ter ilusões além dos limites da República burguesa.
– ...
– Evidente que por mim Dilma não teria ido àquela festa. Mas ela deve ter tido seus motivos pessoais e suas razões de Estado para comparecer. E não vou crucificá-la por tal coisa. Prefiro esperar para compreender o inteiro teor da jogada. E se aquilo tudo não era uma festa, mas um enterro, hein?
– Ô língua ferina Dona Lô! Tudo bem que a Folha perdeu, depois de 24 anos, a hegemonia de diário de maior circulação nacional... Mas daí a falar em enterro...
– ...
– Nos preparemos para a chiação de setores feministas mais à esquerda. Dia Internacional da Mulher vem aí. A ordem parece ser nem pronunciar a palavra aborto! É o que se fala pelos becos, pelos botecos... Por sorte de Dilma o 8 de março é terça-feira de Carnaval. Se pra quem sabe ler um pingo é letra, o anunciado por enquanto, que não é de todo claro, as comemorações do 8 de março que serão protagonizadas pelo governo federal, são... assim.. digamos, “quase meia boca”... O que acha Estela?
Dilma no desfile Galo da Madrugada, em Recife, 13.02.2010 |
– ...
– Falam de um mês da mulher, com a presidenta em evidência pelo país afora. Imagens que deverão valer por mil palavras. Tudo acertadinho pra começar na Bahia profunda, mais precisamente em Irecê, em 1º de março, quando a presidenta anunciará o aumento da Bolsa Família, cujos valores variam de R$ 22 a R$ 220, de acordo com o número de filhos, dando uma média de R$ 94 por família portadora do cartão – um quase nada que faz toda a diferença na vida dos pobres, bem sabemos não é Dindinha? E no sertão, nem se fala, é maná na vida de nossa gente. Gol de placa, sem dúvida, pois conforme dados do governo 93% dos usuários do cartão são mulheres.
Dilma pisará o solo de uma região emblemática de contrastes e confrontos da política e da economia no Nordeste |
– Foi mesmo! Bem, mas ainda não se sabe o aumento de quanto será, mas que vai sair, vai! Falta é burilar e deixar transparente que mesmo a Bolsa Família que é uma política, digamos, de conotação economicista porque integra a ideia mais geral de combate à pobreza das mulheres, sobretudo ela precisa estar envolta de um verniz de necessidade estratégica de gênero...
– Tá falando difícil demais Estela...
– Ah, é? Tenha paciência Pedro! Terá um mês inteirinho pra aprender...
Dilma Rousseff entre a ministra Miriam Belchior (Planejamento) (à esq.) e o governador de Sergipe, Marcelo Déda, durante cerimônia de abertura do 12º Fórum dos Governadores do Nordeste [Roberto Stuckert Filho/21.fev.2011/PR] |
Fazenda Matinha de Dona Lô, Chapada do Arapari, 26 de fevereiro de 2011
Receita de salsicha de frango
Ingredientes
500g de carne de frango moída
1 cebola pequena ralada
2 colheres (sopa) de farinha de trigo
1 ovo
Sal e pimenta-do-reino a gosto
Modo de fazer
Em uma tigela, misture o frango, a cebola, a farinha e o ovo. Tempere com sal e pimenta e amasse bem com as mãos. Divida a massa em 6 porções. Abra um pedaço de filme plástico e coloque uma porção formando uma tira. Enrole o filme como rocambole, torça bem e feche as laterais como uma bala. Gire sobre a mesa até ficar bem cilíndrico e lembrar uma salsicha.
Repita a operação e cozinhe os rolinhos em água fervente por 20 minutos. Escorra, desembrulhe e sirva à gosto, inclusive em formato de espetinhos com frutas e legumes.
Galinha de parida com pirão, à moda do sertão: a receita de Jorge Amado
Os sabores baianos, coadjuvantes nos romances de Jorge Amado (1912-2001), transformam-se em personagens principais no livro de sua filha Paloma Jorge Amado.
Com ilustrações de Carybé (1911-1997), A Cozinha Baiana de Jorge Amado (320 p., ed. Record) mescla textos do escritor com o preparo dos pratos descritos em seus livros. A receita abaixo, por exemplo, é degustada em Tereza Batista Cansada de Guerra.
“A vida me deu mais do que pedi e mereci. Não me falta nada. Tenho Zélia e isso me basta” Jorge Amado, na foto com a mulher Zélia Gattai |
Para a galinha:
- 1 galinha inteira com cerca de 2 kg;
- 1 tomate grande;
- 1 cebola grande;
- 1 pimentão;
- 3 dentes grandes de alho;
- 2 colheres (sopa) de vinagre;
- 1/2 molho de coentro;
- 1/2 molho de cebolinha;
- 1/2 colher (sopa) de cominho em pó;
- 1 colher (sopa) de cominho em grão e sal e pimenta-do-reino a gosto.
Para o pirão:
- 1 cebola média;
- 1/2 molho de coentro;
- 1/2 molho de cebolinha e 2 xícaras (chá) de farinha de mandioca.
Modo de fazer:
A galinha: corte a galinha pelas juntas, sem retirar a pele. Pique bem miudinho o tomate, a cebola, o pimentão, o alho, o coentro e a cebolinha. Tempere os pedaços de galinha com os temperos picados, o vinagre, o sal, o cominho moído e a pimenta-do-reino. Deixe tomar gosto por, pelo menos, uma hora. Coloque a galinha numa panela com os temperos, ponha água suficiente para cobri-la e leve ao fogo. Quando a galinha começar a ficar macia, coloque o cominho em grão. Reserve.
O pirão: corte a cebola em rodelas. Pique o coentro e a cebolinha (não muito miúdo). Na tigela de servir, coloque as rodelas de cebola, o coentro e a cebolinha picados e a farinha de mandioca. Misture. Jogue por cima o caldo fervente do cozimento da galinha – não coloque pouco, devem ser pelo menos três conchas de uma vez só – e vá mexendo com uma colher de pau. Acrescente caldo até a farinha ficar toda molhada. Sirva em seguida com a galinha.
Receita de Nazareth Costa, do livro A Comida Baiana de Jorge Amado, de Paloma Jorge Amado.
(Extraído do livro Reencontros na travessia - a tradição das carpideiras, p 249-251, de Fátima Oliveira).
Sinopse: O olhar da autora sobre as carpideiras resgata um tipo de sabedoria brasileira: vindo do sertão e renovado por gerações de mulheres. Vale a pena destacar que esse olhar é de uma médica, feminista e cronista atenta aos movimentos sociais. Antes de mais nada, porém, deve-se ressaltar que trata-se de um olhar generoso que abre espaço para o dizer sábio de pessoas humildes. Através desta porta aberta, pode-se perceber que as personagens só podem ser íntimas do momento da morte porque mantêm um pacto firme com a vida que elas defendem amando e lutando de modo aguerrido. As carpideiras, que choram e cantam para encomendar almas ao outro mundo, possuem filosofia própria e certeira contra a dureza do dia-a-dia e a favor da alegria.
www.mazzaedicoes.com.br/detalheobra.php?l=104
Putz! Grandioso post!
ResponderExcluirArgumentos, receitinhas, tudo de bom
Conheço seus escritos do Azenha e hoje tive a honra de conhecer seu blog.
ResponderExcluirParabéns ! Sua sensatez é um lenitivo nestes dias de comentários tão sombrios na blogosfera dita progressista. Eu já me esquivei de comentar estas posições tão arbitrárias. Na minha opinião esta cobrança desarvorada tem a ver com o fato de termos uma mulher na Presidência. Ser mulher, num país machista significa ter que provar o tempo inteiro que se é competente e se esquivar de todo tipo de tutela, principalmente a dos "amigos".
A Dilma precisará ser muito paciente com aqueles que a "elegeram".
Abraços.
Nilva - SP
Fátima, gostei muito dos argumentos de Dona Lô, de Estela e de Pedro. Realmente o fogo amigo é complicadíssimo.
ResponderExcluirEu já estava incomodada com essa posição dos bloguiros progressista dando cacetadas em Dilma. Enfim, li algo da maior sensatez e gostoso de ler, em forma de conto. Parabéns pela sua criatividade e modo lindo de escrever
ResponderExcluirO papel da Dona Lô e a sua lucidez, vaão ficando cada vez mais claros e dão algum conforto para quem tem a política como paíxão, porque às vezes a paixão deixa a gente cega. No dia em que a presidenta foi ao ato comemorativo da Folha eu quase nem consigo dormir. De pura raiva. mas eu também tive a sensatez de não abrir a boca até entende ro que significava tudo aquilo que para mim era uma morte. Li muita coisa também. Todo mundo da blogosfera, digo, blogueiros pareciam contra. PHA menos que os outros. Nassif mais ou menos. Agora lendo a Dona Lô, fiquei mais leve. Deu pra entender que a condição de estadista que aspira ser estadista exige mais do que afagar os amigos. Exige fazer coisas que num primeiro momento eles vão nos odiar. Pedro tem razão: o saldo geral é positivo para a presidenta.
ResponderExcluirO episódio me faz lembra de Luís Carlos Prestes, que apoioi publicamente Getúlio vargas, depois dele ter entregue Olga Benário, o seu grande amor, para os nazistas. Prestes soube separar as questões da política nacional dos seus afetos pessoais.
Fátima, vou fazer que nem o Pedro, marido da Estela. Esperar o mes de março para entender o que o connto quis dizer no finalzinho.
ResponderExcluirSei que hoje está no Site da SPM
Secretaria de Políticas para as Mulheres da Presidência da República
http://www.sepm.gov.br
Lançamento da campanha do Dia Internacional da Mulher em rede nacional
Data: 25/02/2011
Começa, neste domingo (27/02), a veiculação em rede nacional de rádio e televisão da campanha em comemoração ao dia Internacional da Mulher - 8 de março, da Secretaria de Políticas para as Mulheres (SPM).
Comunicação Social
Tem muito de machismo nas crìticas que os mui amigos estão fazendo à presidenta Dilma Rousseff. Está me dando até uma agonia do jeito que essa gente amiga está se portando. Passa a impressão que Dilma foi eleita só por eles, ou só por causa deles e que lhes deve obediência. E ainda se acham democratas. Dona Lô está certíssima ao dizer que "Na discussão da ida da presidenta à Folha, quem está contrariado tem suas razões, embora que não as considere com a importância que eles estão querendo dar. Dão a impressão, mas estão redondamente enganados, de que sem eles Dilma não teria sido eleita. Isto é passar dos limites, não é democrátrico e é um insulto à autonomia da presidenta, ao seu direito de ir e vir. Falam tanto em democracia e querem colocar a presidenta dentro de uma bolha ideológica particular. Que diacho de democracia, hein? Assim não dá!"
ResponderExcluirMauricio Dias 25 de fevereiro de 2011
ResponderExcluirMineirismo
Dilma governa em silêncio. Em março, as primeiras pesquisas de opinião pública dirão o que pensa o brasileiro sobre o governo dela. A oposição, como se sabe, está inquieta. No fim de dezembro de 2010, pesquisa CNT/Sensus mostrou que 70% tinham expectativa positiva na soma do “ótimo” (27,7%) com o “bom” (41,5%).
www.cartacapital.com.br/politica/notas-sobre-jose-serra-dilma-aecio-neves-policia-federal-entre-outros
A medição aritmética dos discursos de Lula e Dilma também permite comparar a frequência de uso de determinados termos nos discursos de cada um. Com isso, é possível identificar diferenças de estilo, expressões que marcam o momento histórico e até mudanças de prioridades. Um dos casos mais evidentes ocorre com a palavra “fome”, muito repetida no discurso de Lula. Levando em consideração a expressão “Fome Zero”, programa de segurança alimentar que recebeu enorme ênfase em 2003, Lula citou esse vocábulo 117 vezes em seus primeiros 55 dias de governo, enquanto Dilma, até agora, só usou “fome” em seis ocasiões. A presidenta, em compensação, vence Lula com folga no uso da palavra “miséria”: 27 a 12.
ResponderExcluirHá casos de palavras usadas com regularidade por Lula que até agora não apareceram na boca de Dilma – pelo menos nos pronunciamentos oficiais. Desde a posse, ela não fez nenhuma referência à “reforma agrária” ou ao “PT”. O discurso de Lula também era recheado de citações a Deus, com expressões como “graças a Deus” ou “se Deus quiser”. Com Dilma, isso diminuiu.
No sentido inverso, a presidenta recorre mais a “educação”, “saúde”, “saneamento” e “direitos humanos”. A palavra “crack”, repetida 12 vezes por ela, não foi citada nenhuma vez por Lula. Como era de esperar, “mulher” e “mulheres” são mais frequentes agora. E ela também vence Lula no uso de expressões que remetem à ideia de avanço econômico, como “crescimento” e “energia”. O PAC, que não existia em 2003, já apareceu 35 vezes.
Para o cientista político Marcus Figueiredo, as substituições de palavras nos discursos oficiais têm forte relação com a conjuntura política vivida por cada um. “O discurso da fome está superado porque o Bolsa Família resolveu bastante esse problema”, diz. “O mesmo ocorre com a reforma agrária, que era um foco bem mais forte de conflitos nos anos 1990 e início dos anos 2000, mas, de certa forma, foi encaminhada ao longo do governo Lula.”
Em algumas situações, nem a conjuntura ajuda. É o que ocorre com a palavra “meio ambiente”, por exemplo. É difícil imaginar outro tema que tenha conquistado tanto espaço ao longo da última década. Mas nem isso parece ter sido suficiente para que o tema entrasse com força no discurso oficial. Lula falou “meio ambiente” apenas duas vezes no início de seu mandato. Dilma fez três citações. Testes com “Amazônia”, “natureza” ou com a palavra “sustentável” dão resultados parecidos. “Esse é um caso típico de agenda governamental”, diz Figueiredo. “O que aparece no discurso do governante é a agenda do governante, não necessariamente a agenda da sociedade.”
Algumas mudanças são curiosas. Na transição Lula-Dilma, o empresário José Alencar deixou de ser vice-presidente da República, mas agora, vítima do câncer, passou a ser mais lembrado e homenageado nos discursos oficiais. Dilma o citou 16 vezes, seis a mais que Lula. Outra mudança curiosa ocorre com as expressões de tratamento. A palavra “companheiro” e sua variante de gênero, bordão tradicional dos petistas, eram repetidas à exaustão por Lula. Dilma não abandonou o termo, mas tem preferido chamar os outros de “querido” ou “querida”.
Apesar de ter falado mais que Lula no início do mandato, seria exagero dizer que Dilma discursa em demasia. Para o cientista político Fernando Abrucio, colunista de ÉPOCA, a comparação direta só favorece a presidenta hoje porque Lula, no início de 2003, falava muito menos que o necessário. “Ele era criticado por não dar entrevista, lembra? Depois, em 2010, mudou completamente e passou a ser criticado pelo excesso.” Abrucio afirma que em momentos de ajuste fiscal, como o atual, é natural que o governante fale pouco. “Quando Dilma começar a colher resultados de suas políticas, certamente vai falar mais do que fala hoje”, diz. Se a frequência de seus discursos aumentar na mesma proporção do padrão Lula, ela ainda corre o risco de virar a tagarela do Planalto.
http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,EMI214537-15223,00-QUEM+DISSE+QUE+DILMA+FALA+POUCO.html
25/02/2011
ResponderExcluirQuem disse que Dilma fala pouco?
Em seus primeiros 55 dias de mandato, a presidenta falou 38% a mais que Lula, o governante que foi criticado por discursar demais
Ricardo Mendonça
Foram raras as análises sobre as primeiras semanas do novo governo que deixaram de destacar a “discrição”, o “comedimento” e o “recato” da presidenta Dilma Rousseff em relação ao antecessor, Luiz Inácio Lula da Silva, ambos do PT. Muitos críticos consideraram um alívio o fim do mandato de um presidente que não saía do palanque e parecia estar constantemente em campanha, falando e palpitando publicamente muito mais do que seria desejável e apropriado para um presidente da República. Por sua moderação nas aparições públicas, Dilma passou a ganhar elogios justamente por falar menos que o ex-presidente.
Com quase 80% de popularidade, fortemente engajado na última campanha presidencial e com uma oferta jamais vista antes de câmeras, microfones e gravadores à disposição, Lula provavelmente foi o governante que mais discursou no período final de mandato desde a proclamação da República, em 1889. No segundo semestre de 2010, era comum a ocorrência de dois ou três pronunciamentos por dia. Em 14 de outubro, uma quinta-feira, Lula chegou a fazer seis discursos seguidos para plateias distintas, possivelmente um recorde para o intervalo de 24 horas.
Um levantamento estatístico sobre as falas públicas de Lula e Dilma nos primeiros 55 dias de governo de cada um, porém, mostra um Lula menos palavroso e uma Dilma mais loquaz. Da posse até a semana passada, quem falou mais, na comparação direta, foi Dilma. E sua vantagem não pode ser considerada pequena. Em quantidade de palavras, ela falou exatamente 38% a mais que o Lula do início de 2003. Em números absolutos, bateu o antecessor com uma vantagem de 10.684 vocábulos.
Esse tipo de levantamento só pode ser feito com esse grau de precisão porque a Secretaria de Imprensa da Presidência divulga em seu site as transcrições de todas as intervenções públicas do ocupante do cargo máximo da nação desde o dia 1º de janeiro de 2003, data da posse de Lula. A conta que hoje dá vantagem a Dilma leva em consideração os discursos lidos e improvisados, pronunciamentos em rede de TV, entrevistas concedidas à imprensa e ao programa de rádio Café com o presidente, agora rebatizado como Café com a presidenta.
Entre a posse e o dia 24 de fevereiro de 2003, Lula fez 17 discursos, deu apenas uma entrevista (uma rápida coletiva ao lado do então presidente da França, Jacques Chirac) e não participou de nenhum programa oficial de rádio (o Café com o presidente só foi criado no fim de 2003). No intervalo equivalente, Dilma fez 16 discursos, mas concedeu seis entrevistas e participou de três Cafés com a presidenta. Mesmo sem os programas de rádio, ela continuaria na frente de Lula, com 8.750 palavras de vantagem.
Se Dilma fala mais que Lula, como surgiu a impressão de uma presidenta calada no Planalto? Para o cientista político Rui Tavares Maluf, professor da Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo, a quem foram apresentados os resultados desse levantamento, a explicação pode estar no conteúdo das falas de cada um. “É possível que a retórica do Lula tenha muito mais impacto midiático que a retórica da Dilma”, diz. “É surpreendente notar que ela discursou mais, mas repare que ela não dá declarações polêmicas, não faz provocações.”
Outra hipótese de Maluf diz respeito ao tamanho simbólico de cada personagem. “Goste-se ou não da figura política, todos são obrigados a admitir que Lula tem uma tremenda história. Ele fundou o PT, perdeu três eleições antes de chegar lá, sempre liderou a oposição. Então é possível que as falas de Lula tenham sido muito mais reproduzidas, repercutidas e analisadas que as falas de Dilma, mesmo as não polêmicas. Parece natural que Lula tenha gerado mais expectativa.”
Bravo Fátima Oliveira!!!!
ResponderExcluirEspetáculo de conto! Gostei dos argumentos, que para mim são corretos e justos. Bom Carnaval pra Dona Lô e que ela se divirta muito no Carnaval de São Luís
ResponderExcluirpolítica
ResponderExcluirDILMA
Mary Zaidan
A presidente Dilma Rousseff tem recebido elogios rasgados pelo seu jeito de ser. Mas, não fosse o contraponto com o seu padrinho, o que ela não diz ou as obviedades que diz não fariam sucesso.
Reservada, séria, trabalhadora, gestora de ponta. Essas são algumas das qualidades a ela atribuídas. Porém poucas – a não ser pela comparação com estilo carnavalesco do ex-presidente Lula – resistem aos fatos. A começar por ela freqüentar o local de trabalho e lá ficar por horas a fio, o que não é mérito algum; a maior parte dos brasileiros faz.
Nas poucas aparições públicas, Dilma repetiu mesmices com a profundidade de um pires sobre educação em cadeia de TV convocada, na verdade, para lançar o slogan do governo - Brasil, país rico é país sem pobreza -, jargão de gosto duvidoso. Desdisse os ministros Miriam Belchior e Guido Mantega quanto ao corte no PAC. Fez-se de brava. Mas não passou disso.
Os puxões de orelha de Dilma só aparecem em relatos de assessores e asseclas. Ninguém viu, ninguém ouviu. Pior: se aconteceram, não tiveram conseqüência.
Ela teria puxado os lóbulos do ministro da Energia Edson Lobão, que não conseguiu produzir explicação convincente sobre o apagão do Nordeste nem no dia seguinte, nem na semana seguinte, nem até hoje. Lobão continua firme e forte. E quem se lembra que os motivos do apagão não foram fornecidos? Possivelmente nem Dilma.
Dias antes, relatou-se que a presidente perdera a paciência com o ministro da Educação Fernando Haddad pelas sucessivas pisadas no tomate com o Enem e o Sisu. Não há testemunhas do pito. Sabe-se apenas que, sem qualquer bronca, Haddad ainda se dá ao luxo de arrasar o tomateiro ao permitir que faculdades reprovadas no Enade por dois anos consecutivos possam ser credenciadas ao Pró-uni. Um problema que se arrasta desde 2007.
O ministro do Esporte Orlando Silva também teria, dizem, ouvido poucas e boas da presidente. Se assim foi, fez ouvidos moucos. E ainda teve o desplante de classificar como “lacunas e falhas” o desvio de dinheiro público de seus correligionários do PC do B, denunciados por O Estado de S. Paulo. Dilma, de novo, nada disse.
Isso sem contar que após o anúncio de corte de R$ 50 bi, a presidente gestora-mor informou ao respeitável público a criação de mais um ministério e duas estatais.
Mais curioso ainda é ver os confetes por ela defender a liberdade de imprensa. De tão acostumado às ameaças do governo Lula, o país parece não se atinar que liberdade não é concessão de um governante; é princípio e obrigação.
......
Mary Zaidan é jornalista, trabalhou nos jornais O Globo e O Estado de S. Paulo, em Brasília. Foi assessora de imprensa do governador Mario Covas em duas campanhas e ao longo de todo o seu período no Palácio dos Bandeirantes. Há cinco anos coordena o atendimento da área pública da agência 'Lu Fernandes Comunicação e Imprensa, @maryzaidan
Dona Lô é fantástica
ResponderExcluirO vídeo da Alcione é MARAVILHOSO!
ResponderExcluir28 de fevereiro de 2011
ResponderExcluirDilma enfrenta PT para limpar segundo
A presidenta Dilma Rousseff está enfrentando resistência no PT para trocar nomes do segundo escalão. Ela fez um mapeamento dos cargos e constatou uma espécie de fadiga de material de algumas pessoas há muito tempo na mesma função – seja pelo que considera, em seu jeitão técnico, “incompetência” ou por problemas com o Ministério Público ou outros órgãos de fiscalização.
Na avaliação de Dilma, é a hora de trocar pessoas que estão há 7 ou 8 anos no mesmo cargo. A substituição seria uma espécie de ação preventiva antes que a má gestão em alguns casos seja descoberta pela oposição ou pela imprensa.
A guerra interna entre as tendências do PT, no entanto, é o maior entrave para as demissões. O partido evita expor essas desavenças da nanopolítica.
Um caso concreto é o do presidente do Incra em São Paulo, Raimundo Pires Silva, sob acusação de beneficiar cooperativas em convênios com o Movimento dos Sem-Terra (MST). Já existem nomes para substituí-lo, mas a Democracia Socialista entrou em ação.
- Quando o cargo está nas mãos de uma tendência organizada é difícil, há muita resistência – revelou um deputado do PT ao Poder Online.
Ler o que Fátima Oliveira escreve me faz um bem danado. Grata maranhense.
ResponderExcluirMuitos dengos para você e Dona Lô.
Dona Lô é minha analista política predileta, vê longe...
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Deus nos Amigos da Presidente Dilma
28 de fevereiro de 2011
DILMA COM ANA MARIA BRAGA: a estratégia, a imagem e a notícia
A estratégia política
Quando a presidenta Dilma foi à cerimônia de 90 anos da Folha de São Paulo, na semana passada, causou mal-estar em todos nós que apoiamos o governo Lula e a candidatura dela, contra o jornalão. Mas, como estratégia política, ela estava certa.
Ela colocou no bolso a oposição demo-tucana paulista e o PIG (Partido da Imprensa Golpista). A oposição, que já está na UTI, ficou menor ainda, foi desarmada, com ela sendo o centro da festa em pleno reduto oposicionista. De quebra, Dilma tomou a bandeira da liberdade de imprensa, daqueles que a criticavam justamente por isso.
Se nós sentimos mal-estar, pior foi para os reacionários demo-tucanos verem FHC, Alckmin, José Serra fazerem fila para beijar a mão da presidenta. Pior para eles foi ver FHC pedir audiência àquela que ele chamava de "poste". A oposição sentiu o golpe, tanto que enquanto nós aqui discutimos abertamente, eles simplesmente abafaram o caso, tratando com descrição para reduzir danos.
O que dá prestígio a um jornal não é cerimônias como estas, por mais gente importante que compareça. O que dá prestígio a um jornal são notícias exclusivas. É preciso notar que Dilma não concedeu ao jornalão nenhuma entrevista exclusiva, nem antecipou nenhuma notícia do governo que pudesse ser manchete.
Dilma também será vista na Rede TV, onde gravou entrevista para a estréia do Programa da Hebe Camargo; e na TV Globo, no programa de Ana Maria Braga, gravado hoje, e que deve ir ao ar amanhã, em comemoração pelo Dia Internacional da Mulher.
Desta vez a Presidenta gravou entrevista (diferente do que fez na Folha), mas de novo, dosou a "ração" que oferece ao PIG. Pelo que antecipa o G1 (das organizações Globo), também não haverá "furos", sendo uma conversa sobre amenidades, inclusive culinárias.
Obviamente que a Globo gostaria de uma entrevista da Presidenta no horário nobre, em um programa como o Fantástico, mas Dilma concedeu para um programa de nicho e para uma apresentadora que manteve-se isenta durante a campanha eleitoral (mesmo que tenha servido à oposição no passado como militante do fracassado movimento Cansei).
Leia a matéria na íntegra
http://osamigosdopresidentelula.blogspot.com/
Um show de conto! Dona Lô sabe das coisas e do que diz
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