Fátima Oliveira
– O que foi Estela? Se vi o Fantástico?
– ...– É, passei uma raivazinha, mas aguentei ver. O que achei? Que não acrescentou nada. Menos... A presidenta aparecer num programa de domingo, mesmo já desprestigiado, embora muito visto, como o Fantástico, tem suas vantagens. Algumas delas é a gente saber que Dilma é expert em sopa de beterraba; que não sabe fazer omelete, apenas ovos revoltos...
– ...
– Aliás, eu acho acertado a presidenta dar entrevistas. Não sou daquelas pessoas que acham que ela deve recusar falar aos meios de comunicação. Evidente que o resultado final quase sempre é uma incógnita. São ossos do ofício... Tem de arriscar.
– ...
– Foi muito terra-a-terra, mas não se engane, o povo gosta de saber dessas coisinhas...
– ...
– É sério! Saber dessas coisas aproxima o povo da presidenta. Podemos até achar que foram feitas muitas indagações bobas, e é verdade, pero... Acho até que indagar sobre aparência, até a marca da maquiagem, hábitos pessoais, não é em si perda de tempo. Repito, o povo gosta de saber da intimidade de pessoas poderosas, coisas como marca do perfume, mil e uma futilidades, vá lá! Aliás, faltou Patrícia Poeta perguntar o perfume da presidenta. Ah, isso é imperdoável! Tudo isso faz parte. E por que não? Mas há formas e formas de se perguntar sem parecer bobagem e sem deixar a pessoa entrevistada desconfortável. Mas não foi o que aconteceu... Entrevistadora sem tato...
– ...
– No mais, achei que Patrícia Poeta, tadinha, se estrepou... Cada pergunta besta, mas a maior foi “Como é acordar como presidente da República?” Não sei se ela, ou quem montou a entrevista, mas é certo que meteu o pé no jacá. Isso lá é pergunta? Está entendido que para a Globo o roteiro da conversa era duplo: mostrar a intimidade da presidenta no Palácio da Alvorada, onde ela vive; e a outra era uma conversa mais sobre política, no Palácio do Planalto...
– ...
– Intimidade em casa... A melhor parte foi quando a presidenta, na biblioteca do Alvorada, disse que aquela era a parte do palácio que ela mais gostava: ...“Eu gosto de página. Gosto de papel. Gosto do cheiro de papel. Uma coisa de infância, sabe?” E no Palácio do Planalto o melhor momento foi mostrar as obras de Djanira e a menção que Dilma fez sobre ela (“Uma homenagem à mulher, uma das maiores pintoras desse país”) , além de ter discorrido sobre a importância das mulheres, destacando que “Todos somos complementares”... A entrevista poderia ter encerrado ali, mas não! Patrícia Poeta tinha de cumprir a pauta que lhe foi designada... E esticou...
Gabinete presidencial: 2 grandes quadros de Djanira: "Praia do Nordeste" e "Colheita de Banana".
Djanira da Motta e Silva (Avaré, 20 de junho de 1914 - Rio de Janeiro, 31 de maio de 1979)
(Casa de farinha, Djanira)
– ...
– Dilma foi bem ao responder sobre acertos: “Foi muito acertado logo no início ter entregue os remédios de graça”... (diabetes e hipertensão). Disse: “Sou contra o CPMF... Foi feita pra ser uma coisa e virou outra...”. Poderia ter encerrado ali a entrevista. Mas não! Patrícia Poeta cutucou a presidenta, que respondeu: “Muito cuidado no Brasil para não demonizar a política...”
Mais ainda havia cutucadas... “E como que a senhora controla esse toma lá da cá, digamos assim, cada vez mais sem cerimônia das bancadas? Como é que a senhora faz esse controle?" Dilma não se fez de rogada: “Cê me dá um exemplo do dá cá e eu te explico o toma lá”. E ainda alfinetou rindo: “Tô brincando contigo”...
– Se eu acho que a pergunta foi desrespeitosa? Só foi! Isso é pergunta que se faça a uma presidenta? Mas a resposta foi com chave de ouro... Enfim, chega Estela quero ver o bota-fora do Pedro Novais, ué! E o bota-dentro do pupilo dos Sarney: Gastão Vieira. Santíssima! Eita Maranhão de horror: no frigir dos ovos, ficou tudo em casa! Agora sim que o Ministério do Turismo ficou nas mãos da famiglia mesmo, escancaradamente! Depois não digam que não cantei a pedra! Aqui, de mamando a caducando, todo mundo sabe que Gastãozinho é menino de recado de Roseana... Se duvida, pergunte a Pedro, seu marido, que é do PMDB também.
– ...
– Lembra o que ele disse em agosto passado ao programa humorístico CQC? Pois vou refrescar sua memória Estela: “No PMDB todo mundo manda, ninguém obedece e cada um faz o que quer”. Ali é menino treinado... Já foi Secretário de Planejamento de Roseana. É da Turma do jogo de buraco... A conhecida Turma do pif-paf. Ou ainda, Turma do carteado... Tudo a mesma coisa... Desde sempre. Tem até blog no site do jornal da famiglia... Blog do Gastão Vieira...
Gastão Vieira
Chapada do Arapari, 15.09.2011
Nota de apoio a Presidenta
NÃO SE PODE TRATAR ASSIM UMA PRESIDENTA! Na noite deste domingo 11 de setembro, assistimos entre preocupadas e estarrecidas à entrevista do Fantástico à presidenta Dilma.
Embora tenhamos ficado satisfeitas com o resultado final, vimos a público apresentar nossos protestos à Rede Globo e sua equipe de jornalismo.
A presidenta Dilma, mulher com atuação política de longa data, se viu obrigada a responder perguntas medíocres e cretinas sobre sua aparência, hábitos pessoais….enfim, amenidades.
Na nossa leitura a maioria das perguntas não se fazem a presidentes muito menos a uma mulher com a historia política da presidenta Dilma.
Por acaso é tão exótico uma mulher presidenta que o jornalismo brasileiro não sabe como lidar com esta realidade?
Seja como for, por incapacidade ou preconceito, o Fantástico foi indelicado, desrespeitoso e ofensivo à inteligência e capacidade da mulher, que, pela força do voto da maioria da população brasileira, ocupa o hoje o lugar de presidente.
Brasília, 12 de setembro de 2011
Feministas presentes ao seminário “As Mulheres na Democratização da Gestão Pública” organizado pela Articulação de Mulheres Brasileiras.
Embora tenhamos ficado satisfeitas com o resultado final, vimos a público apresentar nossos protestos à Rede Globo e sua equipe de jornalismo.
A presidenta Dilma, mulher com atuação política de longa data, se viu obrigada a responder perguntas medíocres e cretinas sobre sua aparência, hábitos pessoais….enfim, amenidades.
Na nossa leitura a maioria das perguntas não se fazem a presidentes muito menos a uma mulher com a historia política da presidenta Dilma.
Por acaso é tão exótico uma mulher presidenta que o jornalismo brasileiro não sabe como lidar com esta realidade?
Seja como for, por incapacidade ou preconceito, o Fantástico foi indelicado, desrespeitoso e ofensivo à inteligência e capacidade da mulher, que, pela força do voto da maioria da população brasileira, ocupa o hoje o lugar de presidente.
Brasília, 12 de setembro de 2011
Feministas presentes ao seminário “As Mulheres na Democratização da Gestão Pública” organizado pela Articulação de Mulheres Brasileiras.
O belo pito está na parte 2/2 da entrevista
Parte 1/2
Parte 2/2
O “pito” que a presidente Dilma Rousseff deu na apresentadora Patrícia Poeta em entrevista veiculada no “Fantástico” de domingo sumiu na edição que a Globo exibiu da reportagem no “Bom Dia Brasil” na manhã desta segunda-feira.
Patrícia Poeta teve seu dia de Agripino Maia: Recebeu na lata uma bela resposta de nossa presidenta.
Abaixo, em destaque, o "direto" de Dilma nesta Patricinha da Globo.
"A ATIVIDADE DE CONTROLE DO GASTO PÚBLICO JAMAIS SE ENCERRA", afirma Dilma
Em entrevista ao Fantástico, a presidente falou em combate permanente à corrupção. Nesta quarta-feira (14), ela precisou lidar com mais uma troca de ministro.
Chegamos ao Palácio da Alvorada de manhã cedo. Um bonito dia de sol, mas com o ar muito seco: umidade a 13%. O caminho pelos jardins é longo até que a fachada do palácio se descortina. Lindo.
Logo, a presidente Dilma Rousseff aparece. Chega junto com a ministra-chefe da Secretaria de Comunicação Social da Presidência, Helena Chagas, de um assessor e do cabeleireiro e maquiador Celso Kamura, que ela chamou de São Paulo.
Ela cumprimenta toda nossa equipe. E se mostra de bom humor.
“Você tem que ter patins para viver aqui. Ou um skate”, brinca.
Mas ela quer começar logo.
Patrícia Poeta: Agora vamos trabalhar?
Dilma Rousseff: Vamos embora. Vamos trabalhar.
Fantástico: São 9h30 da manhã, 8 de setembro, quinta-feira. O que a senhora já fez hoje? Conta para a gente.
Dilma: Eu já li todos os jornais, pelo menos a síntese dos jornais, né? Me preparei para recebê-la, o que não é pouco, né, Patricia? E já fiz vários telefonemas, a gente começa telefonando.
Patrícia: A senhora está gostando de morar aqui, presidente?
Dilma: Olha, é muito bonito. É bom de manhã, que você pode caminhar lá fora. Tem uma grande pista que você leva... Como eu estou mais lenta, é uma hora e dez. Um palácio não é um local feito para as pessoas morarem.
Patrícia: Por isso a senhora deve usar mais a parte de cima.
Dilma: Geralmente é o que todo mundo usa para viver, um quarto e uma sala. Se tivesse uma cozinha era ótimo, mas essa cozinha eles fizeram do outro lado. Para fazer um café de noite, se você tiver de andar um quilômetro, é complicado.
Patrícia: Quem vem lhe visitar aqui no Palácio?
Dilma: Olha, Patricia, vem a minha família basicamente.
Patrícia: Agora o espaço é grande, a senhora já teve tempo de sentar em todos esses sofás ou não?
Dilma: Olha, eu já, viu? Vou te dizer com sinceridade.
Patrícia: Já inaugurou todos, então.
Dilma: Porque quando é mais pessoas eu recebo do lado de cá, quando é menos eu recebo do lado de lá.
Patrícia: A senhora parece apreciar arte bastante.
Dilma: Eu gosto muito, Patrícia, e aqui é um lugar que você convive com isso. Tem uma tapeçaria do Di (Calvalcanti), como você pode ver. Aqui não dá pra botar muito quadro porque tem pouca parede. Mas na verdade, a parede é a natureza.
Patrícia: O que que tem a sua cara aqui, que a senhora gosta, que a senhora se enxerga?
Dilma: A biblioteca. Acho aquela biblioteca ela muito bonita também. E um local muito bom, eu gosto muito de conviver com livro. E livro. Apesar de eu ter feito um esforço e aprendi a ler no Ipad. Eu leio hoje e-books, eu gosto de página, gosto de papel, gosto do cheiro de papel. Uma coisa de infância, sabe?
Mas em palácio presidencial, biblioteca não é só ambiente de leitura. É palco de reuniões, muitas reuniões. E ela gosta.
Dilma: Tem uma vantagem aqui, vou te explicar qual é: não tem ar-condicionado.
Patrícia: A senhora não gosta de ar-condicionado?
Dilma: Se eu puder evitar, eu não gosto de ar-condicionado. Então você abre essa cortina e abre a janela e a reunião, eu posso ficar mais tempo fazendo reunião, sem aquela coisa do ar-condicionado, que é do Planalto.
Na sala seguinte, mais revelações sobre os gostos da primeira presidente mulher da história do Brasil.
Patrícia: Como é que é acordar todo dia como presidente da República?
Dilma: É como todo mundo acorda, Patrícia.
Patrícia: E ter que escolher, por exemplo, uma roupa, tem que estar sempre muito bem alinhada, tem que se preocupar com isso também.
Dilma: Geralmente, Patricia, eu acordo cedo porque eu caminho. Ai eu volto e aí você tem de, de fato, procurar uma roupa rápido.
Patrícia: Tem alguém que escolhe as suas roupas, tem alguém que lhe ajuda nessa tarefa?
Dilma: Não. Não. É inviável, é pouco eficiente, você tem de dar conta das suas necessidades. Pelo fato de você ter virado presidente, você não deixa de ser uma pessoa e é bom que você seja responsável por tudo que diz respeito a você mesma.
Patrícia: É impressão minha ou a senhora tem usado mais saia, mais vestidos?
Dilma: Ah, eu tenho usado.
Patrícia: Hoje, por acaso, a senhora não está usando, mas eu tenho visto.
Dilma: Eu tenho usado mais saia do que antes. Eu poderia continuar usando só calça comprida, mas eu acho que pelo fato de eu ser mulher tem horas que eu tenho de afirmar essa característica feminina.
Patrícia: Pede isso, né?
Dilma: É, pede.
Patrícia: Tem tempo pra cuidar do visual, se preocupar com isso?
Dilma: Isso faz parte da minha condição de presidenta, não posso sair sem ter um cuidado com a minha aparência.
Patrícia: Quem é que faz, por exemplo, a sua maquiagem?
Dilma: Eu mesma.
Patrícia: A senhora aprendeu a se maquiar?
Dilma: Eu sabia desde, há muitos anos, eu não maquiava porque eu não queria.
E com a deixa de mostrar mais uma tapeçaria de que gosta muito, a presidente muda de assunto. Seguimos o tour pelo palácio.
Patrícia: Sua mãe, dona Dilma Jane, e sua tia, dona Arilda, seguem morando com a senhora aqui no Palácio?
Dilma: É, é, diríamos assim que não é constante. Às vezes elas vão para Belo Horizonte. Mas eu tenho tentado fazer com que minha mãe fique aqui permanentemente.
Patrícia: Estou perguntando, porque, no ano passado, eu entrevistei as duas e elas pareciam bem animadas em viver aqui. Sua mãe disse que queria se divertir, queria assistir a um bom filme, aqui no Palácio da Alvorada.
Dilma: Mas elas estão bem.
Patrícia: Têm assistido a filme?
Dilma: Têm assistido mais a novela. A verdade é essa.
Patrícia: E a senhora assiste com elas?
Dilma: Hoje não dá. Não tenho mais tempo, mas até assisto um capítulo aqui, outro ali. E geralmente procuro assistir os últimos.
Patrícia: No Palácio do Planalto é a senhora que manda. E aqui no Palácio da Alvorada, é a senhora ou sua mãe?
Dilma: Acho que nenhuma de nós mandamos. Isso funciona por si só, viu?
O palácio tem 143 empregados. Mas a presidente conta que usa pouco do que tem à disposição. Não usa, por exemplo, as oito suítes da área privativa, nem o cinema com 30 lugares. A sala de ginástica, só vem quando chove. E a de jogos serve apenas para ela gravar seu programa de rádio.
Patrícia: A senhora não traz nem o netinho aqui para brincar?
Dilma: Ele não anda. Ele está para andar, ele engatinha.
Patrícia: A senhora tem recebido a visita dele, do seu netinho, ele vem com frequência?
Dilma: Ele está aqui.
Patrícia: Ah, eles estão aqui esta semana, né? Chegaram no final de semana passado?
Dilma: Chegaram e agora eles vão embora depois que ele fizer o aniversário que é sexta.
Patrícia: De um aninho já?
Dilma: De um aninho.
Patrícia: O que a senhora costuma fazer com ele?
Dilma: Fico o dia inteiro com ele.
Patrícia: Brinca com ele?
Dilma: Brinco, levo ele pra nadar.
Patrícia: É verdade que a senhora canta pro seu netinho de vez em quando?
Dilma: Ué, faço tudo que toda avó faz, tudo.
Patrícia: Está curtindo esse papel de avó?
Dilma: Olha, eu vou te falar, é um papel fantástico. É mãe com açúcar.
E num lugar inusitado, passando pela garagem, surge o assunto saúde. Paramos.
Patrícia: Como é que está a sua saúde?
Dilma: A minha está boa. Agora, estou tentando, como sempre, emagrecer.
Patrícia: Mas a senhora pretende emagrecer quantos quilos? O sonho de consumo?
Dilma: Ah, não é muito, uns quatro, cinco quilos.
Patrícia: Mulher quer sempre perder um pouquinho, né?
Dilma: Não, é voltar o que eu era antes da eleição.
Patrícia: E a senhora tem passado por um acompanhamento médico depois do câncer tratado?
Dilma: Olha, eu sistematicamente acompanho, mas agora é de seis em seis meses. A questão do câncer hoje é uma questão resolvida quando você consegue detectar cedo. Isso é muito importante. Se as pessoas fazem prevenção, elas têm, então, condições de detectar e tratar. Foi o que aconteceu comigo.
Aos poucos, a presidente vai nos encaminhando para cima e para fora.
Dilma: A parte que eu acho mais bonita desse palácio é você olhar ele de lá pra cá. Meu neto fala... A primeira palavra que eu acho que ele falou é ema.
Além do netinho presidencial, o palácio hospeda hoje outros nove bebês. Filhotes de emas que nasceram na semana passada.
Dilma: Tem uma chocando. É um emo que choca.
Aproveito para a última pergunta que eu queria fazer antes de falarmos de política.
Patrícia: Qual o seu prato preferido?
Dilma: Arroz, feijão, bife, batata frita e salada de tomate com alface, que era isso que eu comi com a minha infância.
Patrícia: Agora quem é que cozinha pra senhora aqui?
Dilma: Tem um chefe, tem um cozinheiro, é ele que cozinha.
Patrícia: A senhora sabe cozinhar?
Dilma: Eu sei. Algumas coisas eu faço direito; outras, não.
Patrícia: Eu sei uma coisa que a senhora sabe fazer.
Dilma: Uma sopa de beterraba.
Patrícia: Mas tem uma outra coisa que a senhora sabe fazer bem.
Dilma: O quê?
Patrícia: Omelete.
Dilma: Ah, omelete. O problema meu com omelete é que ele gruda. Eu não sou boa de omelete, não. Sou boa de ovos revueltos (ovos mexidos).
Ela avança mais um pouquinho. Fica claro o motivo. São 10h30 da manhã. Normalmente ela sai para o trabalho às 9h.
Dilma: Você já notou que eu comecei a ficar indócil, não é?
Patrícia: Já, reparei pela perninha, já reparei.
Dilma: Estou indócil.
Patrícia: Está na hora de ir para o Palácio do Planalto, certo?
Dilma: Certíssimo.
Patrícia: A gente pode acompanhar a senhora até lá?
Dilma: Com o compromisso de serem bem rápidos.
Patrícia: Está certo, temos um acordo, então.
Dilma: Temos um acordo, então.
O trajeto entre os Palácios da Alvorada e do Planalto - a casa e o trabalho da presidente da República - leva quatro minutos. É ela quem faz questão de me destacar esse detalhe de eficiência e rapidez. Duas qualidades que aprecia muito.
Patrícia Poeta: Aqui é o gabinete da presidência da República, certo?
Dilma: É verdade.
Patrícia: A senhora senta em frente à mesa para reuniões com os ministros. As obras que a senhora fez questão de trazer de Djanira, né?
Dilma: Uma homenagem à mulher, uma das maiores pintoras desse país.
Patrícia: E eu vi que tem também uma fotinho do seu neto na sua mesa.
Dilma: Tem uma fotinho da minha filha e do meu neto.
Perguntamos à presidente sobre a importância das mulheres no seu governo. Em
especial das ministras Gleisi Hoffmann, Miriam Belchior e Ideli Salvatti.
Patrícia: O comando político tem três mulheres. Como é que tem funcionado esse clube?
Dilma: Eu acho que é sempre bom combinar homens e mulheres, porque nós todos omos complementares. A mulher, eu acho, que ela é mais analítica, ela tem uma capacidade maior de olhar o detalhe, de procurar aquela perfeição, uma certa... Nós somos, assim, mais obcecadas.
Patrícia: E os homens?
Dilma: Os homens têm uma capacidade de síntese, dão uma contribuição no sentido de ser mais, eu diria assim, objetivos no detalhe, eles sintetizam uma questão, a mulher analisa. Então, essa complementaridade é muito importante.
Dilma: Mulher é carinhosa, cobra e tem uma coisa que eu acho fundamental, a generosidade. Você tem que cobrar, tem que ficar ali em cima, mas tem horas que você tem que ser generosa também.Mulher é capaz, porque, senão, não educava filho.
Patrícia: Agora e as reuniões com elas, como é que são? São mais descontraídas, são mais duras? A senhora estava fazendo uma comparação em relação aos homens.
Dilma: Não, não, eu acho que é muito similar.
Patrícia: Em uma reunião dessas, por exemplo, tem um momento mais mulher? Bolsa, sapato, filho, neto?
Dilma: Tem não.
Patrícia: Tem não. Nem no cafezinho?
Dilma: Na verdade, não tem, viu? Não. Tem neto, viu? Agora que tem uma quantidade de gente com neto e todo mundo quer mostrar o seu atualmente.
Patrícia: Agora, presidente, vamos esclarecer algo que virou meio lenda aqui, que é o jeitão da presidente, que é o estilo. A senhora é durona mesmo?
Dilma: Uma vez eu disse e ninguém entendeu. Eu disse achando que eu estava fazendo uma ótima piada. É que eu sou a única mulher dura cercada de homens todos meigos aqui. Nenhum é duro, nenhum é tranquilo e firme, então, é uma coisa absurda. Só porque eu sou mulher e estou em um cargo que, obviamente, é de autoridade, eu tenho que ser dura. Se fosse um homem, você já viu alguém chamar... Aqui no Brasil alguém falar: "Não, fulano está num cargo e ele é..."
Patrícia: Durão.
Dilma: ... Uma pessoa durona, não. Homem pode ser durão, mulher não.
Patrícia: A senhora acha, então, que é pelo fato de a senhora ser mulher?
Dilma: É, e eu sou uma pessoa assertiva. Que nesse cargo que eu ocupo, eu tenho que exercer a autoridade que o povo me deu.
Dilma: Eu tenho que achar que podemos sempre ser um pouquinho mais, que vamos conseguir um pouquinho mais, e que vai sair um pouco mais perfeito e que a gente vai conseguir. Se eu não fizer isso, eu não dou o exemplo e as coisas não saem.
Patrícia: E vale bronca nessa hora, por exemplo?
Dilma: Olha, a bronca faz parte e é uma bronca meiga. É aquela...
Patrícia: Dá um exemplo para gente.
Dilma: "Isso não está certo, não pode ser assim".
Patrícia: Nesse tom?
Dilma: Ah, é, é esse tom. "Não está certo e não pode ser assim".
Patrícia: O que tira a senhora do sério?
Dilma: Eu vou te falar, eu acho que quando a gente não deu o melhor de si, me tira do sério.
Patrícia: Aí, a senhora vai lá e cobra e é aí que entra bronca.
Dilma: Mas sabe o que é? Eu cobro de mim também.
Patrícia: E quando falam, assim, do seu temperamento, isso incomoda a senhora de alguma forma ou não, a senhora não está nem aí para isso?
Dilma: Sabe o que é, Patrícia? Ossos do ofício. Tem vários ossos do ofício de ser presidente. Um é esse. O caso, por exemplo, da luta contra a corrupção é osso do oficio da presidência, ou seja, é intrínseco à condição de presidente zelar para que o dinheiro público seja bem gasto. Depois, eu tenho uma responsabilidade pessoal também nessa direção.
Patrícia: A senhora não imaginava, por exemplo, que fosse ter que trocar quatro ministros em tão pouco tempo, três deles, pelo menos, ligados a denúncias de corrupção, esperava isso?
Dilma: Olha, Patrícia, eu espero nunca trocar nenhum ministro e muitos deles eu não troquei exatamente por isso. Vamos e venhamos. O ministro Jobim, Nelson Jobim, saiu por outros motivos.
Patrícia: Mas os outros três...
Dilma: Eles ainda não foram julgados, então não podem ser condenados.
Patrícia: Mas isso foi faxina ou não foi, presidente?
Dilma: Eu não acho, eu acho a palavra faxina errada, porque faxina você faz às 6h da manhã, e às 8h, ela acabou. Atividade de controle do gasto público, na atividade presidencial, jamais se encerra.
Patrícia: Por que a senhora acha que nesses oito anos e oito meses do governo de PT, eles não foram capazes, não foram suficientes para acabar com a corrupção, já que essa é uma das bandeiras do partido?
Dilma: Minha querida, a corrupção ela não... Por isso que não é faxina, viu, Patrícia? Você não acaba com a corrupção de uma vez por todas. Você torna ela cada vez mais difícil.
Patrícia: É possível ter um governo equilibrado, um governo estável, tendo a base aliada que tem no Congresso? A minha pergunta é a seguinte: a senhora acha que a senhora pode ficar refém dos aliados?
Dilma: Mas eu não acho, Patrícia, que eu sou refém.
Patrícia: Nem que pode ficar?
Dilma: Nem acho. Tem de ter muito cuidado no Brasil para a gente não demonizar a política. Nós temos uma discussão de alto nível com a base, com a nossa base, e nós vamos...
Patrícia: E como que a senhora controla esse toma lá da cá, digamos assim, cada vez mais sem cerimônia das bancadas? Como é que a senhora faz esse controle?
Dilma: Você me dá um exemplo do "da cá" que eu te explico o "toma lá". Estou brincando contigo. Vou te explicar. Eu não dei nada a ninguém que eu não quisesse. Nós montamos um governo de composição. Caso ele não seja um governo de composição, nós não conseguimos governar. A minha base aliada, ela é composta de pessoas de bem. Ela não é composta, não é possível que a gente chegue e diga o seguinte: “Olha, todos os políticos são pessoas ruins”. Não é possível isso no Brasil. Vou tomar uma água.
Intervalo para um copo d'água. É rápido. Depois de falar sobre corrupção, a demissão de três ministros, certamente os piores momentos que enfrentou até aqui, pergunto sobre os acertos.
Patrícia: Qual que a senhora acha que foi, nesses oito meses, o seu maior acerto?
Dilma: Nesses oito meses? Deixa eu pensar. Por que eu estou pensando? Porque eu não posso te dar várias. Porque eu acho que algumas coisas eu acertei bastante. Eu vou falar, eu acho que foi muito acertado, logo de início, ter entregue os remédios de graça. Sabe por que eu estou falando isso? Porque eu acho que a pessoa que não tem dinheiro para comprar um remédio que precisa, acho que é um drama humano violento. Aqui nessa mesa, nós decidimos que a gente ia garantir e assegurar para todas as pessoas do Brasil que sofrem de diabetes e pressão alta, que a gente ia assegurar o acesso ao medicamento de graça. Porque nós somos o único país que faz isso nessa proporção. Por isso que eu tenho orgulho disso. Podia dar uma segunda?
Patrícia: Pode, vou deixar a senhora, já que eu roubei o seu tempo lá no Palácio da Alvorada, a senhora tem crédito comigo. Pode dar a segunda.
Dilma: Olha, Patrícia, eu fico muito orgulhosa de uma outra coisa. É outra coisa que não é assim grande, mas para mim é importante. É importante reduzir imposto. Então, eu gostei de fazer isso. Para quem? Para o super simples e para o MEI.
Em abril, a presidente reduziu impostos pagos pelos microempreendedores individuais, chamados MEI. E em agosto, propôs a diminuição dos impostos das pequenas empresas.
Dilma: Então eu acho que são as duas coisas que eu mais me orgulho, entre outras. Se você deixar, eu penso em mais umas dez. Nós tiramos 40 milhões de pessoas da pobreza. Essas pessoas são hoje da classe média. O meu maior compromisso é garantir para esses 40 milhões, mais os outros que já usavam, garantir educação pública de qualidade, saúde de qualidade e segurança pública de qualidade.
Já que a presidente tinha acabado de falar em redução de impostos, em seguida, pergunto sobre o novo debate nos meios políticos: a possível volta da CPMF, o chamado imposto sobre o cheque. A presidente logo esclarece:
Dilma: Eu sou contra a CPMF, hein.
Patrícia: A senhora acha que a gente precisa de um imposto, de mais um imposto, para ter um atendimento de saúde melhor?
Dilma: Sabe por que a população é contra a CPMF? Porque a CPMF foi feita para ser uma coisa e virou outra. Acho que a CPMF foi um engodo nesse sentido de usar o dinheiro da saúde e não para saúde.
Patrícia: Está falando que foi desviado?
Dilma: Foi, foi. O dinheiro não foi usado onde devia. Nós, na saúde pública do país, gastamos 2,5 vezes menos do que na saúde privada. Um país desse tamanho, o maior país da América Latina, com a maior economia da América Latina, gasta 42% menos na saúde do que a Argentina.
Dilma: Para dar saúde de qualidade, nós vamos precisar de dinheiro, sim. Não tem jeito, tem de tirar de algum lugar. Agora, o Brasil precisará aumentar o seu gasto com saúde. Inexoravelmente.
Patrícia: Isso seria quando?
Dilma: O mais rápido possível.
Patrícia: Outra polêmica recente: houve interferência da presidente na decisão do Banco Central de reduzir a taxa básica dos juros em 0,5%.
Patrícia: A senhora não interferiu, nem de leve, nesse caso?
Dilma: Não, nós não fazemos isso. Nós estávamos dizendo naquela oportunidade é que a crise econômica, quando se aprofundou ali por agosto, ela criou uma nova conjuntura internacional. É esta conjuntura internacional que cria a diferença e não nós interferindo no Banco Central.
Patrícia: E a crise econômica mundial? Que impacto a senhora acha que isso vai ter no Brasil nos próximos meses?
Dilma: Nós temos um mercado interno crescente e vamos combater essa crise crescendo.
Patrícia: Que a indústria nacional vem freando, dando uma estagnada.
Dilma: Pois é, mas veja, a indústria deu uma diminuída em relação ao ano passado, que nós crescemos 7,5. Nós estamos esperando esse ano crescer em torno de 4. Nós, até julho, nós geramos 1,5 milhão de empregos. Se fosse nos EUA ou na Zona do Euro, qualquer país da Zona do Euro, estariam soltando foguete.
E como estamos na semana da notícia de que a inflação deu um pulo de 0,16%, em julho, para 0,37% em agosto, pergunto se esse aumento preocupa.
Dilma: A inflação é algo que sempre tem de nos preocupar, sabe, Patricia? Você sempre tem de ter um olho no crescimento e o outro olho na inflação.
Já chegando ao fim da entrevista, a presidente não parece tão indócil, como disse estar no Palácio da Alvorada. Então, decido partir para a última pergunta.
Patrícia: A senhora acha que o Brasil vai estar preparado, vai estar pronto para a Copa do Mundo de 2014?
Dilma: Ah, tenho absoluta certeza.
Patrícia: O que faz a senhora acreditar nisso?
Dilma: Por quê? Porque nós vamos ter nove estádios ficando prontos até dezembro de 12. No máximo início de 13. Tempo de sobra para Copa.
Patrícia: Aeroportos?
Dilma: Aeroportos, nós estamos com três aeroportos em licitação, já totalmente formatada a engenharia. Vamos fazer essas licitações no final desse ano.
Patrícia: A sensação que dá para o cidadão brasileiro é que o processo tem sido lento.
Dilma: Mas eu posso te mostrar os estádios, por exemplo. Eu olhei recentemente, fizemos um balanço aqui, com o ministro Orlando Silva, ele trouxe todos estados e nós monitoramos, nós monitoramos com informações online, fotos e tudo.
Patrícia: Presidente, muito obrigada por essa conversa, por mostrar um pouco da sua intimidade para gente, por ter me recebido aqui em Brasília. Agora, chega de papo, né?
Dilma: Agora, eu vou trabalhar.
Patrícia: Vai trabalhar, presidente. Muito prazer em conhecê-la pessoalmente. Bom trabalho.
Dilma: Obrigado.
FONTE: Fantástico
Ai, ai, Dona Lô foi na jugular da Turma do Pif-PAF... Na boa!
ResponderExcluirÉ, Roseana Sarney agora tem um ministro. Gastão Vieira e Roseana Sarney são unha e carne
ResponderExcluirO MELHOR DO LIVRO: “HONORÁVEIS BANDIDOS” - (16)
ResponderExcluir"Rainha do Calhau é Fissurada no Pano Verde"
Quando Roseana deixou o Planalto e topou com o ex-namorado Carlos Henrique, estava deprimida. Resolveu viajar, correr mundo, divertir-se. E lá se foi para alguns dos lugares que ela mais ama: Monte Carlo, Atlantic City e Las Vegas. Se você acha que essas cidades têm algo em comum, acertou: ela adora jogar. Diante do panoverde, seus olhos verdes se integram em uma perfeita simbiose.
O girar da roleta, o tilintar das fichas, a voz do crupiê, a emoção da aposta, naquele ambiente esfumaçado, suprem-lhe qualquer deficiência emocional. Isto já representou um trauma para a família, especialmente para José Sarney. Que, num discurso em 1993, chegou às lágrimas na tribuna do Senado, respondendo a uma nota da colunista Danuza Leão, que tratava das peripécias da moça por centros internacionais do carteado.
As vezes, quando batia a fissura e não dava para atravessar o oceano, Roseana praticava uma espécie de política da boa vizinhança, prestigiando os cassinos do Paraguai. Ela, os irmãos e os amigos sempre puderam contar com o jatinho da família, um British Aerospace BAE 800, prefixo PP-ANA, registrado em nome de Mauro Fecury, suplente de Roseana no Senado e velho amigo de Sarney.
(...)
Outras vezes, ao voltar das jogatinas para São Luis, batia na turma uma vontade irreprimível de comer na Churrascaria Porcão, em Brasília. Os meninos mandavam o piloto aterrisar para matar a fome. Um desses pilotos que os levava, antigo na aviação nacional, pediu demissão:
“O voo de ida e volta de São Luis para Assunção não era nada perto desses, digamos, pousos de emergência”, diz ele, pedindo para não revelar o nome.
Ele quis dizer o seguinte: o pouco inesperado de um jatinho num aeroporto internacional, com o custo operacional completo, reabastecimento, aluguel do hangar etc., sai mais caro que o voo São Luis-Assunção em si. O veterano piloto não suportou tais descalabros, foi embora.
Dizem os amigos que, se os adversários de Roseana soubessem de sua obsessão pela jogatina, poderiam fazer bom uso, porque ela seria capaz de largar tudo por uma mesa de pif-paf. Não deve ser exagero. Por causa desta insana paixão, Roseana abriu a temporada de escândalos com passagens aéreas no Congresso. Deu no Jornal Pequeno, combativo diário de São Luis do Maranhão, edição de 15 de março de 2009:
“Maratona de jogatina reuniu pelo menos 10 pessoas. Roseana Sarney admite que 4 viajaram de São Luis a Brasília com sua cota do Senado.”
A moça é realmente da pá virada. Um mês depois que o pai virou presidente do Senado, ela transformou a residência oficial da Presidência daquela Casa em cassino. Com carinha de inocente, quando o resto da mídia “descobriu” a farra, ela disse que passaram o sábado e domingo em “reunião de trabalho”.
No passado, o dolce far niente internacional pelas rodas de carteado era bancado por um cartão de crédito com fundos ilimitados, emitido por um banco de Miami, o Schroder, segundo denúncia do Jornal do Brasil e da revista Exame. Dono da conta responsável pelo débito mensal desse cartão da felicidade: Edemar Cid Ferreira. Padrinho de casamento de Roseana e Jorge Murad, na Catedral da Sé de São Luis, em 1976, onde Edemar conheceu a futura mulher.
Roseana e Murad, por sua vez, viriam a tornar-se padrinhos de casamento de Edemar Ferreira com Márcia Costa. Filha de quem ? Daquele senador Alexandre Costa, lembra-se ? Um dos que estavam metidos no famoso rolo da gráfica do Senado em 1994 (esse político, famoso por sua violência, com base eleitoral na cidade interiorana de Caxias, morreria em 1998). Márcia é a maior amiga de Roseana, que – não se esqueça – também estava naquele rolo. É no ombro de Márcia que Roseana vai chorar mágoas, namansão de 142 milhões de reais do casal, no chique bairro paulistano de Cidade Jardim, vizinhos do igualmente banqueiro Joseph Safra e do megaempresário Antonio Ermírio de Morais.
www.luizberto.com/a-pagina-do-esculacho-nilson-aguiar-freitas/cacador-de-textos-4
Sarney dá uma “lambreta” para emplacar Gastão
ResponderExcluirA presidenta Dilma Rousseff ensaiou um ato de resistência ao presidente do PMDB, José Sarney. Mas durou pouco.
Na reunião dos vice-líderes no fim da tarde de ontem, o deputado Henrique Eduardo Alves (RN) comunicou – com todas as letras – que um nome do Maranhão, no caso o próprio Gastão Vieira, tinha poucas chances porque Dilma estava resistindo a substituir Pedro Novais por outro aliado de Sarney.
Seria constrangedor apresentar uma lista tríplice sem o nome preferido de Sarney e aí surgiu a esdrúxula saída – pelo menos publicamente – de indicar toda a bancada.
Quando Alves e o vice-presidente Michel Temer acreditavam que Sarney havia jogado a toalha, o presidente do Senado deu uma “lambreta” na última hora. Disse que o cargo era dele. E, como se sabe, Sarney não abre mão de nenhum espaço político.
Sua mira foi melhor do que a do jogador Leandro Damião.
..............
Noves fora, Sarney ficou com três ministérios
No balanço de ontem à noite, três dos ministros do PMDB que comporão o governo Dilma Rousseff são da área de influência do presidente do Senado, o cacique maranhanse José Sarney, eleito pelo Amapá.
Dois deles do Maranhão: Edison Lobão — indicado por Sarney para Minas e Energia — e Pedro Novais, indicado pelo líder da Câmara, Henrique Eduardo Alves (RN) para Turismo.
O outro, Garibaldi Alves Filho (RN), foi escolhido pelo líder no Senado, Renan Calheiros. Mas é primo de Henrique Eduardo e, como toda a família Alves, do Rio Grande do Norte – cujo patriarca, Aloizio Alves, foi ministro da Administração do governo Sarney — é até hoje ligadíssima ao presidente do Senado.
http://colunistas.ig.com.br/poderonline/2010/12/08/noves-fora-sarney-ficou-com-tres-ministerios/
Valei-me, que Dona Lô sabe de coisa "incubada, meu Deus!
ResponderExcluirOs Sarney têm poder no Governo Dilma. E muito. Um absurdo.
ResponderExcluirDona Lô fala na lata, eitá mulher retada. Adorei.
ResponderExcluirDiferentemente de minha ídola Dona Lô, acho que Dilma não deveria dar trela pra Globo.
ResponderExcluirDona Lô sabe das coisas. E como sabe!
ResponderExcluirENGRAÇADO!
ResponderExcluirAcesse para ver a presidenta Dilma como garota-propaganda da Tramontina!
https://www.youtube.com/watch?v=um3SvbgANt0&feature=player_embedded
Dona Lô regulou bem
ResponderExcluirDona Lô é um encanto de pessoa e sabe defender Dilma, sempre
ResponderExcluirA fidelidade de Gastão Vieira à família Sarney
ResponderExcluir10:05, 16/09/2011
Redação Época
O novo ministro do Turismo, Gastão Vieira (PMDB), deve sua chegada ao Ministério do Turismo à aliança com o presidente do Senado, José Sarney. Mas Vieira também deve à aliança as maiores críticas que recebeu desde que assumiu a pasta, na noite de quarta-feira. Segundo reportagem do jornal O Globo (que pode ser lida no Blog do Noblat) membros do governo falam nos bastidores que o “maior problema de Gastão é o fato de ser fiel aliado da família Sarney”.
A aproximação começou em 1985, quando foi convidado por Roseana Sarney, que então secretariava o pai na Presidência da República, para formar um grupo que foi batizado de “Sorboninha”, em referência à universidade de Sorbonne, na França, para estudar os problemas do Maranhão e apresentar projetos.
O jornal cita de algumas notícias negativas sobre Gastão, como o fato de ter empregado uma filha antes de a Justiça proibir o nepotismo, mas conclui que ele não tem problemas na Justiça e nem foi citado em esquemas de corrupção. Mesmo com uma reputação aparentemente muito mais adequada ao exercício de cargos públicos do que a de vários colegas, algo reconhecido por oposicionistas, Gastão é visto com desconfiança:
“O Gastão é um cara que tem um potencial razoável, mas segue os Sarney cegamente. Não tenho notícia dele em coisa suja. Em quatro anos como secretário de Educação de Roseana ele construiu três escolas. E como secretário de Planejamento, a informação é que gastou o dinheiro todo antes do tempo”, afirmou o deputado Domingos Dutra (PT-MA).
José Antonio Lima
Dilma vai apoiar Estado palestino nas Nações Unidas
ResponderExcluirA presidente do Brasil será a primeira mulher a abrir os discursos da Assembleia Geral das Nações Unidas
REDAÇÃO ÉPOCA, COM AGÊNCIA ESTADO E AGÊNCIA BRASIL
A presidente Dilma Rousseff chegou na manhã deste domingo (18) a Nova York, onde participa nesta semana da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas. Em uma reunião que será marcada por um duelo diplomático entre Israel e Palestina, Dilma, a primeira mulher a abrir os discursos da Assembleia - o papel cabe ao Brasil - vai declarar apoio à criação oficial do Estado palestino.
Segundo reportagem do jornal O Estado de S. Paulo, no discurso, que abre o encontro, na quarta-feira, Dilma dirá que passou da hora de o mundo reconhecer a existência da Palestina. Ignorando o desconforto que o apoio explícito pode criar entre americanos e israelenses, a presidente pretende reforçar a posição de líder internacional que o Brasil busca. A situação palestina não será um tema central, mas se encaixa em um dos tópicos preferenciais do Brasil: a mudança da geopolítica mundial, a necessidade de reforma da governança global e a abertura de espaço para novos atores internacionais.
O discurso ainda não está pronto. Além dos tópicos que Dilma escolheu e das linhas gerais traçadas pelo Itamaraty, pouco foi desenvolvido. A versão final deve ser feita mesmo em Nova York, nos dias que antecedem à abertura da Assembleia-Geral.
Além da agenda na ONU, Dilma pode manter até sete encontros bilaterais com chefes de Estado. Nas reuniões com os presidentes dos Estados Unidos e da França, Barack Obama e Nicolas Sarkozy, respectivamente, Dilma pretende, segundo assessores, conversar sobre temas bilaterais, mas também questões que afetam a comunidade internacional como um todo. A presidente também deve se encontrar com os presidentes do México, Felipe Calderón, e da Nigéria, Goodluck Jonathan, e o primeiro-ministro do Reino Unido, David Cameron.
Na segunda-feira (19), a presidente se reúne com Michelle Bachellet, ex-presidenta do Chile e chefe da agência ONU Mulher. Em pauta estarão os esforços conjuntos que podem ser desenvolvidos para incentivar a participação das mulheres em ações políticas e institucionais no mundo. Também nesta segunda, a presidente participa da reunião sobre doenças crônicas não transmissíveis cujo objetivo é discutir a prevenção e o controle no mundo com foco nos desafios sociais e econômicos.
JL
A COTA DE SARNEY
ResponderExcluirGastão Vieira substitui o enrolado Pedro Novais no Ministério do Turismo graças à indicação do cacique maranhense. Em seu quinto mandato, coleciona casos de nepotismo
Claudio Dantas Sequeira
EXPERIENTE
Gastão está no quinto mandato e foi derrotado na eleição para prefeito de São Luís
O novo ministro do Turismo, Gastão Vieira (PMDB/MA), que substituiu o octogenário Pedro Novais, costuma fazer piada com o próprio nome. Na Câmara, em conversas com colegas, chama a si mesmo de “Pato de Sorte”, numa referência direta ao primo sortudo do Pato Donald, personagem de Walt Disney, que, como ele, também leva o nome de Gastão. Mas a sorte de Gastão não vem de berço. Ela começou a partir da relação de amizade com o clã Sarney. O presidente do Senado, José Sarney (PMDB-MA), teve peso importante em sua trajetória política e foi decisivo para sua indicação ao Turismo, na última semana. As negociações que levaram à nomeação de Gastão, no entanto, não foram nada fáceis, apesar do apadrinhamento do cacique maranhense. Começaram cedo na quarta-feira 14 e só terminaram às 22h30. A dificuldade se explica. Após perder o quinto ministro em nove meses, quatro deles envolvidos em denúncias de corrupção, a presidente Dilma Rousseff avisou que não queria “errar uma sexta vez”. Pediu ao PMDB um “ficha limpa” e ensaiou resistência à indicação de outro nome do Maranhão. Mas, depois de consultar perfis indicados por outros caciques peemedebistas, o Palácio do Planalto acabou cedendo às pressões de José Sarney a favor de seu afilhado político.
Na reunião com a presidente, o vice Michel Temer, responsável por articular a indicação dentro do partido, afirmou que tinha mais de 70 nomes para o cargo. Dilma retrucou de pronto. “Se é assim, por que não nomear o Gabriel Chalita?”, disse, deixando claro que também está disposta a influenciar na corrida à Prefeitura de São Paulo. Comenta-se que Chalita pode suceder Fernando Haddad no Ministério da Educação. Segundo fontes do governo, Temer não aceitou e propôs até nomes de fora da bancada, como Moreira Franco, atual ministro de Assuntos Estratégicos. Diante do impasse, Sarney impôs sua vontade. “Não vou ceder nenhum espaço político”, avisou. O presidente do Senado havia indicado Pedro Novais e trabalhou nos bastidores para mantê-lo no cargo desde o início dos escândalos, em dezembro. Conseguiu blindá-lo, apesar da denúncia desmoralizante de que Novais usou verba indenizatória para bancar festa num motel de São Luís. Mas o cacique maranhense não pôde fazer nada após a divulgação na semana passada de que Novais pagou com dinheiro público uma governanta e o motorista particular da esposa (leia quadro).
CONTINUA
CONT...
ResponderExcluirA COTA DE SARNEY
Se a intenção de Dilma é evitar mais desgaste desse tipo, não há garantia de que a escolha de Gastão foi acertada. À primeira vista, o novo ministro parece um caso raro de político que empobreceu ao longo dos anos. Em 2010, declarou ao TSE possuir bens no valor de R$ 421 mil, cerca de R$ 20 mil a menos do que havia declarado em 2008. Nos bastidores, assessores garantem que ele é um dos poucos parlamentares que mandam verba para os municípios e não pedem um percentual de retorno. Mas sua trajetória política não é acima de qualquer suspeita, como seus assessores pretendem fazer supor. Ele foi duramente criticado, por exemplo, quando secretário de Educação do governo Roseana entre 1995 e 1998, por apoiar a implantação de telecentros nas escolas do Estado. A Corregedoria-Geral do Maranhão concluiu que mais de R$ 171 milhões foram utilizados irregularmente no projeto. Entre as irregularidades apontadas estão falta de notas fiscais, aquisição de material sem licitação e falhas na entrega de livros. Gastão também virou alvo de críticas ao usar o apartamento funcional em Brasília quando estava licenciado do mandato, em 2009, para assumir a Secretaria de Planejamento do governo Roseana. A despeito dos questionamentos, ele estava escudado numa autorização excepcional que lhe foi dada pela direção da Casa. Foi o que o salvou de um eventual processo de cassação.
Tal como tantos outros deputados, Gastão foi acusado de nepotismo ao empregar a filha Lycia Maria Vieira como funcionária comissionada em seu gabinete. Ela foi exonerada depois que o STF proibiu a prática. Quando secretário de Roseana, Gastão também empregou parentes na administração estadual. E, depois, os levou para Brasília. O genro Ricardo Lins, seu braço direito, foi nomeado assessor do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social da Secretaria de Relações Institucionais da Presidência. O atual ministro também indicou o sobrinho Danilo Furtado como assessor especial do ministro de Minas e Energia, Edison Lobão. Com ajuda do tio, Furtado conseguiu ainda um assento no Conselho Fiscal da Eletrobras.
Nepotismo à parte, Gastão tem um estilo de vida incomum para um político de 65 anos. É fã de esportes e de redes sociais, como o Twitter e o Facebook. Quando viaja, usa terno e mochila com laptop. Advogado de formação, o deputado maranhense está em seu quinto mandato parlamentar. Durante o fórum nacional do PMDB, Gastão procurou marcar posição ao falar da relação com os Sarney. “Sou ligado à família há muito tempo, mas a família nunca me impôs nada”, declarou. A relação com a governadora, de fato, é de altos e baixos. Roseana o apoiou na campanha à Prefeitura de São Luís, em 2008, que resultou num fiasco. Já no ano passado, ela impediu Gastão de indicar o sucessor na Secretaria de Planejamento. Os dois se estranharam. Mas a indicação ao comando do Turismo serviu para outro propósito, segundo pessoas ligadas a ambos: o de selar a paz entre Gastão e a filha de Sarney.
ISTOÉ - N° Edição: 2184 | 16.Set.11
Dona Lô fez uma ótima defesa da presença de Dilma no Fantástico. E apesar dos pesares do fio da entrevista ser péssimo, estou com a análise do Conversa Afiada
ResponderExcluirDilma engole a Globo. Vem aí a “CPMF dos ricos”
ResponderExcluirPublicado em 12/09/2011
O Fantástico entrevistou a Presidenta Dilma Rousseff e por ela foi devidamente jantado.
O Fantástico fez as perguntas óbvias, para tentar derrubar a Presidenta.
Saiu tosquiado.
O Conversa Afiada fez uma breve seleção do “jantar”.
Por exemplo, quando a Globo tenta pegar a Presidenta na pegadinha da corrupção:
Dilma – Tem de ter muito cuidado no Brasil para a gente não demonizar a política. Nós temos uma discussão de alto nível com a base, com a nossa base, e nós vamos…
Patrícia Poeta (ou seja, a Globo): E como que a senhora controla esse toma lá da cá, digamos assim, cada vez mais sem cerimônia das bancadas? Como é que a senhora faz esse controle?
Dilma: Você me dá um exemplo do “da cá” que eu te explico o “toma lá”.
(Neste instante produziu-se uma pausa constrangedora. A Presidenta tirou o banquinho da Globo. Desarmou a armadilha. E foi obrigada a ser condescendente , em seguida.)
Estou brincando contigo. Vou te explicar. Eu não dei nada a ninguém que eu não quisesse. Nós montamos um governo de composição. Caso ele não seja um governo de composição, nós não conseguimos governar. A minha base aliada, ela é composta de pessoas de bem… não é possível que a gente chegue e diga o seguinte: “Olha, todos os políticos são pessoas ruins”. Não é possível isso no Brasil.
Dilma: Eu sou contra a CPMF, hein.
Patrícia: A senhora acha que a gente precisa de um imposto, de mais um imposto, para ter um atendimento de saúde melhor?
Dilma: Sabe por que a população é contra a CPMF? Porque a CPMF foi feita para ser uma coisa e virou outra. Acho que a CPMF foi um engodo nesse sentido de usar o dinheiro da saúde e não para saúde.
Patrícia: Está falando que foi desviado?
Dilma: Foi, foi. O dinheiro não foi usado onde devia. Nós, na saúde pública do país, gastamos 2,5 vezes menos do que na saúde privada. Um país desse tamanho, o maior país da América Latina, com a maior economia da América Latina, gasta 42% menos na saúde do que a Argentina.
Dilma: Para dar saúde de qualidade, nós vamos precisar de dinheiro, sim. Não tem jeito, tem de tirar de algum lugar. Agora, o Brasil precisará aumentar o seu gasto com saúde. Inexoravelmente.
Patrícia: Isso seria quando?
Dilma: O mais rápido possível.
(Ou seja, vem aí a CPMF dos ricos. Queira a Globo ou não).
Patrícia: A senhora acha que o Brasil vai estar preparado, vai estar pronto para a Copa do Mundo de 2014?
Dilma: Ah, tenho absoluta certeza.
Patrícia: O que faz a senhora acreditar nisso?
Dilma: Por quê? Porque nós vamos ter nove estádios ficando prontos até dezembro de 12. No máximo início de 13. Tempo de sobra para Copa.
Patrícia: Aeroportos?
Dilma: Aeroportos, nós estamos com três aeroportos em licitação, já totalmente formatada a engenharia. Vamos fazer essas licitações no final desse ano.
Patrícia: A sensação que dá para o cidadão brasileiro é que o processo tem sido lento.
Dilma: Mas eu posso te mostrar os estádios, por exemplo. Eu olhei recentemente, fizemos um balanço aqui, com o ministro Orlando Silva, ele trouxe todos estados e nós monitoramos, nós monitoramos com informações online, fotos e tudo.
http://www.conversaafiada.com.br/pig/2011/09/12/dilma-engole-a-globo-vem-ai-a-%e2%80%9ccpmf-dos-ricos%e2%80%9d/
Dona Lô não apenas sabe das coisas, como tem a coragem de dizê-las claramente. Saiu uma Charge em O Globo da semana passada, com Sarney Dizendo: VAI GASTAR GASTÃO
ResponderExcluirO GASTÃO COMEÇOU A GASTAR
ResponderExcluirO ministro do Turismo, Gastão Vieira, não esquece as origens: garantiu R$ 3 milhões em emendas para Guimarães (MA), cidade natal. Com 12 mil habitantes em 598 mil quilômetros quadrados, deve estar um brinco.
Deu no CH
A resposta ao programinha dominical é Dilma na ONU e bombando na imprensa mundial
ResponderExcluir