Os prazeres inenarráveis de abrir, folhear e ler um livro
Fátima Oliveira
Médica - fatimaoliveira@ig.com @oliveirafatima_
Desde que aprendi a ler, aos 6 anos, virei leitora voraz, daquelas que na escola era apelidada de traça. Ando sempre com um livro, até quando vou ao banco pagar apenas uma conta de luz.
Ao sair de casa, nunca sabemos exatamente quanto tempo vamos demorar... Mesmo na era do caixa eletrônico. Já aconteceu de a minha agência estar fora do ciberespaço e ter de ficar esperando a danada voltar. "C' est la vie...". Vai que demora, não é?! Aí, abro meu livrinho e nem vejo o tempo passar.


Falo do que chamo de "pó de pirlimpimpim * - pó mágico e imaginário que solta nossas fantasias, apenas pela força da imaginação. Não, não é um alucinógeno! Apenas um liberador de beta-endorfina, aquela que dá efeito de lua cheia e céu azul profundo repleto de estrelas, barulho de mar, de cachoeira - tudo ao mesmo tempo! Adoro ler porque, de personalidade dionisíaca, permito, gosto e curto que as endorfinas inundem a minha vida. E não me reprimo. Eu as mereço. E gracias a la vida!" ( "Libere pó de pirlimpimpim", O TEMPO, 30.4.2007).
Sou daquelas que saboreia o que lê e se delicia lendo. Não à toa, duas ações referentes a livros e leituras exerceram enorme fascínio sobre mim.
Simples. Basta deixar um livro
em um lugar público. Por que a
Prefeitura não coloca
uma sacola nos ônibus pra gente liberar livros nela?
A segunda atitude em relação à leitura é um movimento que visa a resgatar o prazer de ler ("slow reading"), algo como o saborear livros, na contramão da "twitterização" da literatura, como disse João Victor Silva, em "Devagar", discorrendo sobre a degustação de tudo que pode ser feito mais devagar: "Assim como o ‘fast food’ (comida rápida) teve o movimento reverso, o ‘slow food’ (hábito de comer devagar), agora é a vez de desbancar o ‘speed reading’, ou leitura dinâmica. Bem-vindos ao tempo do ‘slow reading’ - a leitura que é feita lentamente com o objetivo de valorizar a reflexão". Ou apenas curtir preguiça, embalar uma soneca depois do almoço...

* A fada Sininho foi criada em 1904 pelo dramaturgo J.M. Barrie (James Matthew Barrie, 1860-1937) como uma das personagens de Peter Pan; a boneca Emília foi criada por Monteiro Lobato (1882-1948) em "A Menina do Narizinho Arrebitado" (1920). Ambas possuem um pó mágico: pó de pirlimpimpim
Publicado no Jornal OTEMPO em 01/11/2011
Uma leitura prazerosa. Espero que a PBH faça o que você indicou; uma sacola nos ônibus pra gente liberar livros. Seria maravilhoso
ResponderExcluirMuito bem Fátima. Crônica gostosa de ler e ideias simples e geniais.
ResponderExcluirFátima, também sou uma leitora traça... rsrsrsr adorei o termo. Não conhecia
ResponderExcluirHumhum, achei uma crônica só aconchego
ResponderExcluirQuando leio textos como o seu volto a crer na humanidade
ResponderExcluirEu também sou um leitor inveterado, mas não tenho conseguido ganhar os meus filhos para a leitura, o que muito tem me preocupado.
ResponderExcluirRecomendo a leitura
ResponderExcluir“LER DEVIA SER PROIBIDO”
http://blog.ftc.br/ftcdigital/?tag=autoria-guiomar-de-grammont
Uma abordagem bonita e que demonstra uma mor incondicional á Leitura
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