Fátima
Oliveira
Médica
- fatimaoliveira@ig.com.br @oliveirafatima_
Estou virando
santeira, restrita a santas e santos negros, que o povo canonizou, a quem o
Vaticano não reconhece a santidade; todavia, não se recusa a ganhar rios de
dinheiros em nome deles.
A supremacia
numérica dos santos brancos é asfixiante num mundo que tem o branco como
padrão, até para a santidade! Há pessoas negras que, embora as declarações de
“milagres” sejam exuberantes e confirmadas pela fé e pela devoção popular, não
são reconhecidas pela Santa Sé como santas! O catolicismo popular é uma coisa,
e o oficial, outra, não apenas no Brasil, onde as nuances de racismo são
explícitas sobre a santidade negra, o que despertou minha atenção.

Há a Irmã
Benigna Victima de Jesus (1907-1981), mineira de Diamantina, negra que comeu o
“pão que o diabo amassou” nas mãos das freirinhas brancas da congregação Irmãs
Auxiliares de Nossa Senhora da Piedade. Hoje é considerada santa – o processo
de beatificação está no Vaticano desde 26.1.2013.

Escreveu a
professora Dolores Mesquita: “Apesar do abandono em que vive, o altar onde
celebram as solenidades religiosas permanece firme, sendo resistente ao sol e à
chuva; diz o povo que não cai porque são Raimundo protege aquele santo lugar”.
A arquidiocese
decidiu disputar com Mulundus e dividir a fé do povo: “Comprou 180 hectares da
fazenda Paulica, a 7 km de Vargem Grande, e fez uma capela para onde os
romeiros em procissão conduzem a imagem de são Raimundo Nonato (o bispo
espanhol) no dia 22 e a trazem de volta para a igreja no final do dia”
(professora Dolores Mesquita).
Apelo ao
governador do Maranhão, Flávio Dino, que restaure as ruínas do Santuário de São
Raimundo Nonato de Mulundus, que é um patrimônio do povo negro do Maranhão, e o
devolva ao povo!
* São Raimundo Nonato dos Mulundus, ilustração feita por DUKE, oficialmente, é a 1ª.
ilustração do Santo vaqueiro)
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