Fátima Oliveira
Médica - fatimaoliveira@ig.com.br @oliveirafatima_
“Tu sabes,/ conheces melhor do que eu/ a velha
história./ Na primeira noite eles se aproximam/ e roubam uma flor/ do nosso
jardim./ E não dizemos nada./ Na segunda noite, já não se escondem;/ pisam as
flores,/ matam nosso cão,/ e não dizemos nada./Até que um dia,/ o mais frágil
deles/ entra sozinho em nossa casa,/ rouba-nos a luz, e,/ conhecendo nosso
medo,/ arranca-nos a voz da garganta./ E já não podemos dizer nada (...)” (“No Caminho com Maiakóvski”, de Eduardo Alves da Costa, poeta fluminense, Niterói, 6.3.1936).


Defendo “tolerância zero” para palavras e atos que
visam interditar o direito de ir e vir. Desde a primeira vez em que o
ex-ministro Guido Mantega foi acuado em São Paulo, no Hospital Albert Einstein
(19.2.2015), fiquei zuretada por ele não ter registrado um Boletim de
Ocorrência (BO)!

E cá com meus botões matutava: “Estão esperando o que
para reagir à altura conforme os ditames da democracia? Se demorarem a tomar as
medidas cabíveis, em breve nem sequer poderão aparecer numa janela! Ser
tolerante com práticas fascistas tem resultado: mais fascismo”.
A presidente Dilma tuitou: “A intolerância é o caminho
mais curto para destruir a democracia”. “Jogar uma bomba caseira na sede do
Instituto Lula é uma atitude que não condiz com a cultura de tolerância e de
respeito à diversidade do povo brasileiro”. Foi pouco! A lenda viva do PT,
Lula, reverenciado no mundo inteiro, corre risco de vida por conta do ódio declasse, e o governo do PT economiza palavras?
Há recrudescimento do ideário fascista com vestes
conservadoras medievais, beatice (católica e evangélica) e dupla moral. Urge
buscar na inspiração dos poetas o poder da iniciativa de se indignar com os
fatos e a interpretação distorcida deles, que registra inegável manipulação
para minimizar o ocorrido: “Instituto Lula diz que foi alvo de ‘ataque político’” (“Estadão”, 31.7.2015).
A brava gente brasileira merece a ternura de um país cuidador, Por Fátima Oliveira (O TEMPO, 26.01.2010)
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