Fátima Oliveira
fatimaoliveira@ig.com @oliveirafatima_
As festividades natalinas encerram-se hoje, 6 de
janeiro, Dia de Reis – celebração do catolicismo popular aos Santos Reis ou
Reis Magos, data da lendária visita dos reis do Oriente Melchior, Gaspar e
Baltazar ao Menino Jesus, presenteado, respectivamente, com ouro, incenso e
mirra, que à época representavam a realeza (ouro), a divindade (incenso) e o
sacrifício final de Jesus (mirra).
Os Santos Reis não foram canonizados, mas o povo os vê
como santos. Há dúvidas se existiram, porém seus supostos restos mortais estão,
desde 1161, na igreja de Colônia, na Alemanha.


Na Itália, a “galette” é uma coroa de pão doce com
recheio de frutas cristalizadas, chamada de “roscón” na Espanha. Acontece a
Cabalgata de Reyes em muitas cidades espanholas – cortejo dos Reis Magos com
carros decorados; e, ao fim do desfile, os reis descem dos carros para mimar as
crianças com “carbão de azúcar”. Há o costume de deixar nas janelas bolinhos e
copos com vinho ou licor para os reis; e o de sair em cantoria de porta em
porta pedindo o “aguinaldo”, que são doces e dinheiro.
Na Hungria, crianças vestidas de Reis Magos e com
presépios nas mãos pedem moedas de porta em porta. Crianças alemãs também se
vestem de Reis Magos e escrevem as iniciais de seus nomes nas portas das casas.
Em Portugal, há a cantoria chamada de “Janeiras”, dias 31 de dezembro e 1º de
janeiro, e em alguns lugares é ofertado azeite novo para as candeias da igreja
ou capela, em homenagem às almas de familiares mortos; e o Cantar de Reis
(reisada ou reseiro), nas pequenas aldeias, que vai de 5 a 20 de janeiro, com
grupos entoando, de porta em porta, canções tradicionais da vida de Jesus, acompanhados
de reco-reco, ferrinhos, bombo, acordeom e viola. Após a cantoria, há comes e
bebes. A tradição culinária é o bolo rei – com uma fava, e quem a encontra paga
o bolo no ano seguinte –, relembrando a lenda que conta que os reis discutiram
sobre quem entregaria o presente primeiro. Foi feito um bolo com um grão de
fava dentro, e quem a recebesse em seu pedaço seria o primeiro.



Ateia, sinto-as como parte de mim, pois são
patrimônios culturais imateriais que revelam as entranhas de minhas origens,
que o diverso, belo e brejeiro reisado mineiro acalanta.
REPUBLICADO EM 06.01.15
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