À esquerda, é burrice política não sentir o pulsar das ruas
“Se uma pessoa perde duas horas por dia para ir e voltar do trabalho, em cinco dias por semana, ela perde 480 horas ao ano. Considerando que o salário de uma pessoa é de R$ 5/hora ou R$ 880/mês, o custo social por pessoa será de R$ 2.400/ano sem o custo da passagem e o custo ambiental” (Halan Moreira, da Associação Brasileira de Monotrilhos e do Consórcio Floripa em Movimento, em 9.4.2013, em entrevista para a coluna de César Borges, no jornal “Notisul”).
Sabiam, mas
subestimaram. O
que revela o quanto
os movimentos sociais
são desconsiderados hoje,
à direita e à esquerda.
subestimaram. O
que revela o quanto
os movimentos sociais
são desconsiderados hoje,
à direita e à esquerda.
O MPL é uma incógnita para a maioria das pessoas comuns. Mas não só. Estão rindo pelos botecos de o prefeito Haddad ter tomado um susto ao ver que um dos líderes das mobilizações “tinha idade (e aparência frágil) para ser colega da sua filha”. Há quem diga que nem os serviços de inteligência dos governos sabem ao certo o que é o MPL: “Até a semana passada, o Palácio do Planalto pouco sabia sobre o MPL”. Será?
Sabiam, mas subestimaram. O que revela o quanto os movimentos sociais são desconsiderados hoje, à direita e à esquerda, além da facilidade que têm para criminalizá-los. Da direita é o esperado, mas da esquerda é burrice política não sentir o pulsar das ruas. Uma subestimação tosca, gerada pelo sonho equivocado de que o PT no governo é o povo no poder. No capitalismo, governo é governo, e povo é povo, mesmo reconhecendo que nosso país em muito mudou para melhor sob os governos do PT. Não nego os avanços, ao contrário: eu os defendo, sem carneirice política.
Muita gente que ataca quem diz que algo não vai bem ou reivindica mais empenho na resolução dos problemas sociais não tem lastro para entender sequer as bases teóricas do MPL: a tarifa zero; muitos nunca amassaram barro; grande parte nunca andou de ônibus ou qualquer outro transporte público (nada público, sempre foi pago por quem o utiliza!). Uns diziam que a moçada do MPL era ligada ao PSDB, filhotes do “Cansei”. Setores da grande imprensa, quando “acordaram”, pareciam ter descoberto a pólvora, a exemplo de Josias de Souza, que escreveu em seu blog, cheio de candura: “Ocupa as ruas de cidades como São Paulo e Rio de Janeiro com o apoio de pelo menos três partidos: o esquerdista PSOL e os ultraesquerdistas PSTU e PCO” (“Movimento ‘apartidário’ é apoiado por partidos”, 15.6.2013). E daí, qual é o crime?

Nina Cappello e o professor de História Lucas Monteiro de Oliveira
Apoiado! O MPL colocou Haddad e Alckmin nas cordas!
ResponderExcluirComec ei a entender melhor
ResponderExcluirDisse tudo o que eu gostaria de ter escrito. Espero que a esquerda desça do pedestal que nós demos a ela
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